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Nutrologia | Entenda o que é nutrologia e sua importância

Na sua primeira coluna para o site, a pediatra Dra Giuliana Taralli (CRM-SP 131796) nos apresenta a importância do assunto central da sua coluna: a nutrologia! Confira abaixo tudo o que você precisa saber sobre o tema e como funciona a alimentação para os pequenos nos primeiros mil dias:

Foto: August de Richelieu

A importância da nutrologia

A alimentação começa no útero. Naquele espaço de tempo que todo bebê divide com sua mãe e recebe os nutrientes em sistema all inclusive via placenta. Após o nascimento, essa responsabilidade se divide entre a nova mamãe e o pediatra.

A alimentação sempre fez e sempre fará parte da pediatria! Afinal, é no primeiro ano que iniciamos a arte de nutrir e durante a infância que prevenimos “catástrofes” na vida do adulto.

A nutrologia surgiu dessa necessidade de se aprofundar mais no mundo da alimentação e prevenir que os adultos adoecessem. Com esse monte de erros alimentares e produtos ultraprocessados da vida moderna, nada melhor que um pediatra especializado em alimentar e nutrir nosso futuro.

Os mil dias

Os mil dias são a soma dos 270 dias da gestação aos 730 dias pós-parto – ou seja, até que o bebê complete dois anos de idade. Nesse período, acontece o maior estirão de crescimento do ser humano, o cérebro humano cresce 80% da sua capacidade e a alimentação da mãe tem efeitos diretos no peso do bebê e no aparecimento de doenças no futuro.

A nutrição na gestação hoje é vista como uma extensão dos primeiros anos do bebê. O aumento de peso exagerado na vida uterina, ter diabetes gestacional ou uso de dietas restritivas pode ter efeitos diretos no peso de nascimento do bebê e no desenvolvimento das conexões do cérebro.

Para vocês terem um bom exemplo dessa importância, esse ano houve uma mudança na recomendação de ferro para os bebês – as mães que tiveram o ferro bem controlado durante a gestação, sem anemia ferropriva (aquela provocada pela deficiência de ferro) e com suplementação adequada, podem iniciar o ferro para seus bebês mais tarde, e não aos 3 meses de idade como recomendado anteriormente pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Outra recomendação bem famosa e que gera brigas familiares em todos os encontros com menores de 2 anos é o não consumo de açúcar de adição, aquele que adicionamos na alimentação. Os estudos recomendam que proteger as crianças nessa fase da vida melhora o desenvolvimento cognitivo, o que gera novas conexões cerebrais e, principalmente, protege contra o aumento de peso e doenças com o diabetes mellitus, infarto e derrame cerebral.

Alerta importante: eu sempre gosto dizer que não é porque o bebê fez dois anos que pode liberar o consumo de açúcar sem nenhum cuidado! O consumo de açúcar de adição deve ser controlado durante toda a vida. Na infância, não ultrapassar 25g/dia (mais ou menos 2 colheres de sopa rasas- vale lembrar que um copo de suco natural de 100ml já tem metade do recomendado).

Então, mamães, vamos cuidar da nossa alimentação desde a barriga, uma dieta adequada, saudável e rica em nutrientes fundamentais para o bebê crescer saudável e bem nutrido.

Até a próxima,

Dra. Giuliana Taralli é pediatra apaixonada por nutrir e alimentar. Formada em pediatria pela Faculdade de Medicina do ABC, onde se apaixonou pela área de nutrologia. Fez residência médica em Nutrologia Pediátrica pela UNIFESP. Trabalha na área de prevenção e obesidade e se especializou em Obesidade e Medicina do Estilo de Vida no centro de Healthy Lifestyle – University of Tennessee. Adora trabalhar comportamento alimentar saudável, e sonha com um mundo em que alimentação desde a barriga seja o caminho para evitar as doenças futuras.
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Por que é importante evitar o açúcar até os dois anos?

A Páscoa está chegando e mal podemos esperar para saborear todas as gostosuras desta celebração que a gente ama tanto! Mas é muito importante lembrar que, segundo a Organização Mundial de Saúde, bebês menores de dois anos não devem consumir açúcar.

Mas você sabe por que é importante evitar o açúcar na alimentação dos pequenos?

evitar o açúcar

ATRAPALHA O DESENVOLVIMENTO DO PALADAR

O leite materno é levemente adocicado e os bebês nascem com uma predisposição a aceitar melhor o doce do que o salgado. E um dos primeiros efeitos que a oferta de açúcar pode atrapalhar no desenvolvimento do bebê é em relação ao paladar.

O açúcar é uma bomba de sabor. E como o bebê está acostumado ao sabor leve do leite materno ou da fórmula e com os alimentos in natura com muito pouco tempero, se eles são apresentados aos açúcares muito cedo, podem começar a rejeitar outros sabores (mais suaves).

Quanto mais desenvolvido o paladar, mais o bebê consegue diferenciar os sabores e a tendência de só aceitar o doce é muito menor.

VICIA

Se o açúcar pode ser extremamente viciante para os adultos, imagine para as crianças! Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Queensland na Austrália, os efeitos do açúcar no cérebro são equivalentes ao uso de drogas.

E esse também é um dos grandes motivos da Organização Mundial de Saúde não aconselhar o consumo de nenhum tipo de açúcar, seja ele refinado, cristal, mascavo, mel, melado, rapadura, etc, nos primeiros anos de vida da criança.

DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO

Pesquisas indicam que a dependência do açúcar pode se manifestar nas crianças através de distúrbios comportamentais como hiperatividade, dificuldade de concentração, irritabilidade e outros problemas psicológicos que podem afetar o seu desenvolvimento cognitivo e emocional.

NÃO TEM VALOR NUTRICIONAL

Outro ponto muito importante de se observar é que os açúcares não têm valor nutricional. Isso quer dizer que, se consumidos em grande quantidade, podem deixar os pequenos muito agitadas e com excesso de energia, porém eles não recebem os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.

DISTÚRBIOS METABÓLICOS

Os açúcares chamados de adicionados, que usamos para adoçar alimentos ou bebidas, têm um efeito prejudicial comprovado para os bebês e crianças.

Dados indicam que o consumo de açúcar na infância está diretamente relacionado a patologias e distúrbios metabólicos como obesidade, aumento da pressão arterial, diabetes, e até alguns tipos de câncer, sem contar os possíveis distúrbios cognitivos e cáries.

SUCO SÓ DEPOIS DE UM ANO

As frutas são bem vindas, ricas em vitaminas e fibras, uma ótima opção para trazer os sabores doces para alimentação do bebê. Porém muitos pediatras indicam que os sucos naturais só devem ser oferecidos depois de um ano. (Os industrializados, de preferência, nunca.)

O motivo é simples: para se fazer um copo de uso, usa-se mais de uma unidade da fruta (ou um pedaço muito grande, no caso de uma melância). Isso faz com que, ao tomar o suco, o bebê acabe ingerindo uma quantidade de açúcar muito maior do que se comesse a fruta.

MEL É PROIBIDO PARA MENORES DE UM ANO

O mel é estritamente proibido antes de o bebê completar um ano (e indicado apenas para maiores de dois anos), pois pode causar botulismo intestinal. A doença pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória.

DEPOIS DOS DOIS ANOS PODE CONSUMIR AÇÚCAR, MAS É IMPORTANTE CONTROLAR

Mesmo depois que o seu bebê fizer dois anos, é fundamental que o consumo de açúcares seja controlado. Segundo a recomendação oficial da OMS, o ideal é que uma criança não consuma mais do que 25 gramas de açúcar por dia, o que equivale a aproximadamente seis colheres de chá.

Além da quantidade, a frequência também pode ser equilibrada. Mesmo depois dos dois anos, os doces podem ser consumidos apenas em ocasiões especiais, como Festinhas ou outras comemorações. Na rotina alimentar, oferecer mais alimentos naturais e frutas.

Outra dica é a adição de fibras na alimentação, pois elas diminuem a absorção do açúcar e regulam os níveis de glicose no sangue. Cascas de frutas, grãos integrais, brócolis, aveia e chia são ótimas pedidas.

PREFIRA AS VERSÕES MAIS NUTRITIVAS

Quando for oferecer algum alimento adoçado ao seu pequeno depois dos dois anos, prefira as versões mais nutritivas como mel, açúcar mascavo, de coco, demerara, orgânico ou melado.

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Veja também: O que é importante antes de escolher o pediatra do seu filho

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Como começar a introdução alimentar do seu bebê

A introdução alimentar é uma fase muito esperada pelas mães! Além da emoção de ver o bebê começar a experimentar as cores e os sabores dos alimentos, queremos garantir que eles se alimentem bem, recebam todos os nutrientes necessários, e mais do que tudo, gostem de comer.

Introdução alimentar

Mas a introdução alimentar também pode gerar inseguranças nas mães de primeira viagem. Por isso, reunimos algumas informações importantes para que você viva essa fase da forma mais confortável para você, e também com a alegria e a leveza que esse momento merece.

POR ONDE EU COMEÇO?

Antes de tudo, é importante conversar com o pediatra do seu filho, alinhar suas expectativas e entender o que ele pensa sobre a introdução alimentar e qual método que ele aconselha.

Como assim qual método?Existem diferentes formas de começar a introdução alimentar do bebê, é importante que você pesquise antes de decidir qual seguir, e por isso vale conversar com o seu pediatra, para entender a opinião dele e te ajudar a tomar uma decisão mais consciente. Pode ser que você queira fazer diferente do recomendado por ele e tudo bem, mas é importante que ele esteja a par da sua escolha.

COMO DEVO OFERECER OS ALIMENTOS?

PAPINHA

A mais clássica e ancestral forma de iniciar a introdução alimentar dos bebês é com as famosas papinhas. Nesse caso, os alimentos são idealmente amassados juntos, na ponta do garfo, até chegarem a uma consistência mais parecida com um purê, sem ser totalmente líquido. Ao longo do tempo, é importante ir deixando a consistência mais encorpada, com mais pedaços, principalmente depois dos nove meses.

BLW (Baby-Led Weaning)

Uma forma que vem ganhando força desde o início dos anos 90 é a chamada BLW (Baby-Led Weaning), que significa “desmame guiado pelo bebê” (apesar do nome, é importante lembrar que o bebê não deixa de mamar – no peito ou na mamadeira durante a introdução alimentar). Nesse método, o bebê come sozinho, com as próprias mãos, e os alimentos são oferecidos em sua forma natural, com cortes específicos e seguros, para evitar possíveis engasgos.

A principal diferença do BLW para o método de tradicional da papinha, segundo as criadoras do método, as inglesas Gill Rapley e Tracey Murkett, é a possibilidade do bebê aprender a mastigar antes de engolir (com a papinha é o contrário). Os outros pilares dessa filosofia se baseiam na autonomia do bebê para experimentar e descobrir os alimentos, e a auto-regulação da saciedade. 

BLISS (Baby-Led Introduction to SolidS)

Outro método é o BLISS (Baby-Led Introduction to Solids), que significa “introdução aos sólidos guiada pelo bebê”. É uma variação do BLW, criada por neozelandeses, a partir do estudo de três pontos: o engasgo, a anemia e as falhas de crescimento. No BLISS, há um protocolo diferente de corte dos alimentos com o intuito de reduzir os possíveis riscos de engasgo. E indica-se que sejam oferecidos ao bebê alimentos calóricos e ricos em ferro.

PARTICIPATIVA

Uma via possível é misturar o método tradicional com algum método guiado pelo bebê, fazendo-se uma introdução alimentar participativa, em que a mãe oferece tanto a papinha na colher, quanto alguns alimentos com os cortes do BLW ou do BLISS para o bebê experimentar e comer um pouco sozinho se quiser.

COMO ESCOLHER?

Depois de estudar os diferentes métodos e formas possíveis para oferecer os alimentos ao bebê, é normal surgir a dúvida, mas como eu vou escolher? Para a Sociedade Brasileira de Pediatra, não há evidências científicas que comprovem que os métodos guiados pelo bebê sejam mais benéficos que o método tradicional. Sendo assim, é importante seguir o seu coração, junto com as orientações do seu pediatra, e escolher o método que vai te deixar mais segura. 

A introdução é alimentar é um momento tão especial e importante, porque, além das descobertas, pode influenciar a forma com o seu filho vai se relacionar com a comida no futuro. Isso sem contar que ela marca uma nova fase na vida do seu bebê, em que ele está desenvolvendo novas habilidades motoras e sensoriais.

Então, transformar a hora da alimentação em um momento de conexão, em que o bebê pode explorar essa novidade que é a comida pode ser maravilhoso. Tente oferecer a ele um ambiente calmo e tranquilo, sem distrações (principalmente, de eletrônicos). E lembre-se que esse é um momento de experimentação – para ele e para você.

QUAIS ALIMENTOS EU OFEREÇO?

Também existem diferentes filosofias na hora de escolher os alimentos você vai oferecer ao bebê durante a introdução alimentar. Mas, independentemente da linha seguida, há alimentos que não devem ser oferecidos ao bebê até os dois anos, como: açúcar, mel e industrializados. O sal deve ser ou evitado ou usado em porções mínimas.

TRADICIONAL

Ao seguir uma dieta tradicional, são oferecidos alimentos de todos os grupos alimentares desde o início: frutas, hortaliças, cereais, tubérculos, carnes, ovos e grãos.  

ANTROPOSÓFICA

Na antroposofia, filosofia fundada por Rudolf Steiner, a introdução alimentar do bebê deve ser lacto-vegetariana, ou seja, sem alimentos de origem animal como carne, peixe, frango e ovo. E só a partir dos três anos devem ser oferecidos alimentos de origem animal, seguindo as características e necessidades de cada criança.

A antroposofia leva em consideração a forma como os alimentos atuam e estruturam o corpo da criança através do amadurecimento do sistema metabólico. Como consideram que o leite materno é o melhor alimento para a primeira fase do bebê, e o leite materno tem um baixo teor protéico, a Antroposofia defende que a criança siga um modelo nutricional mais parecido com o leite materno até os três anos. Por isso, o ideal seria oferecer as proteínas de outros alimentos como cereais integrais e leguminosas.

Normalmente, as mães que seguem a alimentação antroposófica são aquelas cujos filhos são pacientes de pediatras antroposóficos, já que se trata de uma dieta muito individualizada.

VEGETARIANA

A introdução alimentar do bebê também pode ser vegetariana, caso você queira ou seja. Segundo a ADA (American Dietetic Association), a alimentação vegetariana é compatível com todas as fases da vida, e pode ser escolhida pelos pais com tranquilidade.

No Novo Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, recomenda-se que os pais incluam tanto no almoço, quanto no jantar dos bebês pelo menos um alimento do grupo dos cereais (como arroz, milho ou aveia) ou do grupo de tubérculos e raízes (como batata e mandioca), além de um alimento do grupo das leguminosas (como feijão e lentilha) ou mais de um alimento do grupo dos legumes e verduras, sendo pelo menos um deles verde-escuro (como couve e espinafre), e um legume colorido (como abóbora). Ovos também fazem parte da dieta vegetariana.

Após as refeições, é importante oferecer alguma fruta rica em vitamina C para aumentar a absorção do ferro do almoço e jantar.  

VEGANA

O mesmo vale para uma introdução alimentar vegana. Nesse caso, é importante assegurar que o bebê esteja recebendo uma quantidade de proteína satisfatória. Para isso, pode-se enriquecer as suas refeições com porções maiores de leguminosas (como feijões, lentilha e grão de bico) e também de cereais (como arroz, milho e aveia). Sempre balanceando com legumes, verduras, raízes e grãos.

SERÁ QUE MEU BEBÊ ESTÁ PASSANDO FOME?

Desde o nascimento do bebê, muitas mães passam pela angústia de pensar que o seu bebê pode estar com fome, ou não estar recebendo a quantidade de leite que ele precisa. A mesma coisa pode acontecer durante o início da introdução alimentar, e pode ter certeza que se você passar por isso você estará sozinha.

Antes de qualquer coisa, tenha em mente que: pode ser que o seu filho não coma tudo o que você oferecer a ele nas primeiras vezes. Pode ser, inclusive, que ele não coma nada nas primeiras vezes. É normal. Dos seis aos 12 meses, o leite ainda é uma fonte importante de vitaminas e nutrientes para o bebê. Então, fique tranquila, porque ele não vai passar fome.

Claro, é importante estar em contato com o pediatra, para que ele tenha uma ideia da quantidade de comida que o bebê come. E, como de costume, o médico vai verificar a curva de crescimento do bebê.

DICAS DE SUCESSO

Os bebês aprendem a partir dos exemplos, e ter alguém para se espelhar na hora das refeições pode ajudar nesse processo. Se for possível, seja qual for o método que você escolher, tente comer junto com ele.

Ofereça ao bebê os alimentos que fazem parte da alimentação da família (seguindo as restrições de açúcar, mel e industrializados, claro). E, se possível, tente oferecer para ele o que você vai comer no café, almoço ou jantar – isso pode fazer ele se sentir parte e ter mais curiosidade de experimentar, porque você está comendo também.

Quanto mais alimentos o seu bebê conhecer e experimentar durante a introdução alimentar, melhor. A abundância de opções nessa época pode ajudar muito na fase da seletividade.

Caso ele não goste de alguma coisa que você ofereceu, não desista. Tente oferecer de uma forma de diferente algum outro dia, e assim por diante, sem forçar.

Bebê com muita fome não come! Principalmente durante a introdução alimentar, se o seu bebê estiver com muita fome e, consequentemente, nervoso, ele não vai conseguir querer comer nada que você oferecer. Pode amamentá-lo antes sem problemas. Caso o bebê esteja tomando fórmula, a rotina das mamadas deve ser de acordo com a orientação do seu pediatra.

Bebê com sono também não come! A mesma coisa acontece em relação ao sono. Se estiver na hora da soneca ou se ele tiver dormido mal, qualquer coisa que o faça estar realmente cansado na hora da refeição pode atrapalhar e muito. É importante que ele esteja descansado.

Se estiver tudo certo e mesmo assim ele não quis comer, tudo bem, espere meia hora e ofereça mais uma vez, e assim sucessivamente. O mais importante é não deixar de oferecer porque isso vai ajudar a criar uma rotina de alimentação.

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Veja também: Saiba como a janela imunológica pode ajudar a evitar possíveis alergias alimentares

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Alimentação

Janela imunológica: o que é preciso saber para reduzir a chance de alergia alimentar

Você sabe o que é a janela imunológica? Este é um conceito que nem toda mãe conhece, mas que pode ser um aliado poderoso durante a introdução alimentar, já que é uma das principais formas de diminuir as chances do seu bebê desenvolver algum tipo de alergia alimentar. Conversamos com a nossa colunista e pediatra, Gabriela Ochoa (@dragabiochoa) (CRM 162.456 | RQE 63480), para entender melhor do tema:

O QUE É E QUANDO ACONTECE A JANELA IMUNOLÓGICA?

“A janela imunológica acontece dos seis aos nove meses e é o melhor momento para oferecer ao seu bebê alimentos com um alto potencial alergênico. Estudos comprovam que essa é a melhor forma de diminuir as chances de uma alergia alimentar futura”, explica Gabriela Ochoa. “Quando a criança é exposta a esses alimentos nessa fase, o corpo gera uma resposta imune protetora e, consequentemente, menores são as chances de ela desenvolver uma reação alérgica futura. Porque uma exposição tardia pode aumentar o risco da alergia alimentar.”

QUE ALIMENTOS DEVEM SER OFERECIDOS À CRIANÇA NA JANELA IMUNOLÓGICA?

Os alimentos de alto potencial alergênico são: ovo (clara e gema), peixe, frutos do mar, trigo e derivados (com glúten) e oleaginosas. 

Janela Imunológica

PONTOS IMPORTANTES

Sempre que for oferecer algum desses alimentos ao seu bebê pela primeira vez, é importante observar como ele vai se comportar. “Fique atento a possíveis sinais alérgicos, como manchas ou erupções na pele, coceira, inchaço em qualquer parte do corpo, alterações gastrointestinais como vômitos ou diarreia, alterações respiratórias como tosse, dificuldade de respirar ou chiado“, alerta a pediatra. “Se o bebê não apresentar nenhum sintoma os alimentos podem continuar sendo oferecidos normalmente”.

LEITE E DERIVADOS SÓ DEPOIS DOS 12 MESES

O leite também faz parte da lista de alimentos com alto índice de possíveis alergias, entretanto, não é introduzido na janela imunológica. “Apesar de o leite de vaca fazer parte da lista de alimentos com alto potencial de alergia, tanto ele quanto seus derivados só podem ser oferecidos depois dos 12 meses, principalmente por conta da proteína e da carga de eletrólitos do leite de vaca. O mesmo vale para o leite de ovelha e o leite de cabra”, explica Gabriela Ochoa

PREDISPOSIÇÃO

Antes de iniciar a introdução alimentar e aproveitar os benefícios da janela imunológica, também é importante identificar possíveis predisposições que o bebê possa ter às alergias alimentares. “Geralmente os bebês ou os pais que já apresentam algum tipo de alergia ou alguma doença alérgica, como, por exemplo, dermatite atópica, eczema ou asma. Nesses casos, eles podem ter uma chance maior de desenvolver alergia alimentar, mas não é uma regra. Outros fatores que podem propiciar quadros alérgicos são a predisposição genética, não ter sido amamentado ou ter tido um tempo reduzido de aleitamento materno“, conclui a pediatra.

CASOS GRAVES

Segundo Gabriela, “a família sempre deve ter um pediatra em quem confia para fazer acompanhamento adequado e contatá-lo em qualquer suspeita de alergia. Os critérios de gravidade para procurar atendimento de emergência são: falta de ar, inchaço e manchas acometendo grande parte do corpo“.

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Veja também: 3 opções de café da manhã infantil por idade

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Saúde

Os perigos do mel na alimentação infantil

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Em meu último post que falava sobre a adição de açúcar na alimentação das crianças (leia aqui) fui muito questionada se era possível substituir o açúcar pelo mel, já que o mesmo é conhecido por ser um produto natural. Achei muito oportuno falar sobre o assunto, principalmente, porque no inverno muitas mães acabam fazendo uso dos poderes medicinais do mel na tentativa de melhorar os quadros de gripe ou resfriados de seus filhos.

O mel é o único alimento naturalmente doce que contém proteínas e sais minerais (potássio e magnésio). Além de ser incrivelmente saboroso é um muito versátil. Pode ser usado para fortalecer o sistema imunológico, melhorar a capacidade digestiva e até a constipação intestinal.

No entanto, o mel não é recomendado na alimentação de crianças pequenas (0 – 3 anos de idade), devido a possiblidade de existir esporos da bactéria a Clostridium botulinum, que provoca o botulismo.

BOTULISMO: O GRANDE PERIGO

O botulismo é uma toxinfecção alimentar que atinge o sistema nervoso e pode causar tremores, dificuldade de deglutição, fraqueza e falta de apetite. Em casos mais graves, há o risco de insuficiência respiratória e de complicações neurológicas. De acordo com o Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica, a doença é responsável por 5% das mortes súbitas em crianças menores de um ano de idade.

Como o sistema imunológico dos bebês ainda não está maduro (principalmente até o sexto meses), os pequenos são muito mais susceptíveis ao ataque de tal microorganismo e consequentemente podem contrair uma forma da doença chamada botulismo infantil. Por esse motivo, os médicos recomendam que se espere até a criança ter pelo menos 1 ano de idade para dar mel.

Importante salientar que os esporos do botulismo são muito resistentes e podem sobreviver até a pasteurização e a altas temperaturas. É possível encontrá-lo também no xarope de milho.

DICA DA NUTRICIONISTA 

O mel é uma maneira mais natural e saudável de adoçar os alimentos. Mas, quanto mais tempo você conseguir retardar a introdução do mel (ou qualquer outro tipo de açúcar) na dieta das crianças será melhor.

Por ser um alimento extremamente doce e calórico, ele pode acostumar mal as crianças, a curto prazo, prejudicar os dentes, e, longo prazo, desencadear doenças como obesidade ou dibates tipo II. No lugar do mel ou do açúcar, prefira oferecer alimentos naturalmente doces (frutas, abóbora, cenoura, por exemplo).

(Fotos: Reprodução)

 Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria. Contato: [email protected].

Veja também: Passo a passo para congelar papinhas de forma correta

E mais: A primeira papinha salgada a gente nunca esquece

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