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APLV: como lidar com a alergia ao leite de vaca?

Alergias são uma preocupação comum entre mães, já que afetam não só o bem-estar dos bebês, como também sua alimentação e bom desenvolvimento. Por isso, a Dra Gabriela Ochoa (CRM 162.456) traz o APLV, a alergia à proteína do leite de vaca, como tema da coluna de hoje. Entenda como funciona essa alergia, como identificar, quais caminhos possíveis depois do diagnóstico e como manter a qualidade de vida.

O que é APLV?

A APLV é uma reação alérgica as proteínas presentes no leite de vaca e derivados. É a alergia alimentar mais comum na infância e costuma aparecer logo no primeiro ano de vida, onde se concentram o maior número de casos.

É importante ressaltar que APLV não é intolerância a lactose! Esses dois quadros são diferentes: na alergia, há uma reação anormal do sistema imune à proteína do leite, enquanto na intolerância há uma não digestão da lactose. O acompanhamento e tratamento para as duas situações não é igual, por isso a importância do diagnóstico correto.

Outro ponto relevante é que existem dois tipos de APLV: uma com manifestação de sintomas imediata (mediada por IgE) e outra tardia (não mediada por IgE). O IgE é a imunoglobulina E, uma proteína presente no sangue, ligada a várias tipos de alergia, não só a proteína do leite.

A APLV tardia é a mais comum nos primeiros meses de vida, já que acontece pela imaturidade intestinal – e também costuma desaparecer, na maior parte dos casos, no primeiro ano de vida. Já a APLV imediata costuma ser mais intensa, com os sintomas aparecendo logo após a ingestão da proteína do leite – para esse tipo de alergia, o desaparecimento dos sintomas podem demorar mais do que um ano.

APLV

Créditos: Jaye Haych // Unsplash

Como a alergia é identificada?

O diagnóstico não é simples, porque não há exames exatos para apontar a APLV. Por isso, a alergia costuma ser identificada pelo pediatra após uma análise do histórico do paciente e sintomas.

A alergia a proteína do leite de vaca tem diversos sintomas. Podemos destacar:

  • Refluxo e regurgitação frequentes;
  • Cólica;
  • Diarréia;
  • Sangue nas fezes;
  • Constipação;
  • Assadura perianal que não melhora;
  • Dificuldades para engolir;
  • Urticária;
  • Edemas (inchaço) na boca e nos olhos;
  • Chiado no peito;
  • Falta de ar;
  • Baixo ganho ou perda de peso.

Para confirmar a APLV, a criança deve ficar sem consumir leite e derivados, assim como qualquer produto com proteína do leite. No caso de bebês que mamam exclusivamente no peito, a dieta restritiva é feita pela mãe. Durante as semanas de exclusão, os sintomas são acompanhados de perto para checar se há melhora. Caso os sintomas desapareçam, é feito um teste de provocação: a criança volta a consumir proteína do leite. Se os sintomas voltarem, o diagnóstico de APLV é confirmado.

A APLV tem cura?

A APLV, imediata ou tardia, pode desaparecer ainda na primeira infância. No caso da tardia (ou IGE não mediada), a alergia pode sumir dentro do primeiro ano de vida do bebê. Já a tardia (IGE mediada), pode continuar apresentando sintomas ao longo da primeira infância.

Não há tratamento para “cura” – tudo depende de como o corpo da criança se desenvolve e adapta. A única forma de cortar os sintomas é com a dieta restritiva, que não tem impacto no desaparecimento da alergia.

A APLV pode ser evitada?

Não existe formas de prevenção! Não existem estudos que comprovem que qualquer restrição alimentar da mãe durante a gestação impeça o desenvolvimento de alergias nos bebês. Por isso, é importante ficar atenta aos sinais para que o diagnóstico seja feito o quanto antes e o impacto da alergia na criança seja mínimo.

APLV

Créditos: Sarah Chai // Pexels

Quais os impactos da APLV na amamentação?

O bebê com APLV pode continuar mamando normalmente e exclusivamente no peito, desde que a mãe não consuma alimentos com proteína do leite de vaca. A dieta é bem restritiva, já que a proteína do leite pode estar nos mais diversos alimentos, como molho de tomate. Por isso, é importante ler os rótulos e, se houver dúvidas, checar com as marcas se há chances de ter rastros de leite nos alimentos antes de consumir.

No caso da mãe optar por parar com a amamentação, a fórmula que o bebê com APLV deve tomar não é a tradicional! Existe um tipo de fórmula exclusiva para os pequenos com essa alergia. Converse com o pediatra para encontrar a que se encaixa melhor com as necessidades do seu filho.

Dicas para mães que tem bebês com APLV:

A principal dica é ficar atenta aos rótulos! Além do leite e derivados, outros produtos podem ter proteína do leite ou rastros dela em sua composição. Um exemplo é o molho de tomate industrializado – aparentemente, seria um alimento seguro, mas há rastros de leite em sua composição.

Veja alguns ingredientes que podem aparecer nos rótulos e não podem ser consumidos por pessoas com APLV (ou mães que amamentam crianças alérgicas):

  • Caseína;
  • Lactoglobulina;
  • Lactoalbumina;
  • Lactoferrina;
  • Caseinato (de todos os tipos);
  • Diacetil;
  • Soro do leite;
  • Whey protein;
  • Lactato;
  • Corantes, aroma ou sabor natural de leite, derivados e caramelo.

Se você está em dúvida sobre um alimento ou houve reação alérgica apesar de não ter nenhuma indicação no rótulo, vale a pena ligar no SAC da empresa. Eles são obrigados a fornecer esse tipo de informação.

Outro ponto é separar os utensílios de cozinha, já que pode acontecer contaminação cruzada. Se a alergia for forte, esse tipo de cuidado é essencial. Nem mesmo as panelas que são usadas para cozinhar a comida da criança podem ter contato com leite ou derivados.

Existem diversas receitas e até comidas prontas sem qualquer rastro de leite em sua composição. É possível fazer a mudança de dieta e ter variedade de cardápio!

Até a próxima coluna,

Dra. Gabi Ochoa

Pós-graduada em Emergências Pediátricas pelo Hospital Albert Einsten; Nutrologia Pediátrica pela Boston University School of Medicine e Nutrição Materno Infantil pela FAPES; e consultora de amamentação e sono; a médica pediatra Gabriela Ochoa tira todas as dúvidas das mães sobre o bem estar dos bebês e das crianças na coluna “Saúde dos Pequenos”.

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Leia mais: A importância do vérnix par a recém-nascido

Veja também: Como evitar que o bebê fique com a cabecinha amassada?

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AlimentaçãoColunasSaúde dos pequenos

Marcas de produtos de limpeza ecológicos

Já faz alguns anos que troquei os produtos de limpeza tradicionais por produtos de limpeza ecológicos. Para mim, é um caminho sem volta! E como é uma troca sustentável simples de se fazer no dia-a-dia, queria trazer o assunto para a nossa #SextaSustentável.

Não sei se é do conhecimento de todos, mas os produtos de limpeza convencionais são grandes agentes poluidores. Em primeiro lugar, por conta dos componentes tóxicos presentes que são nocivos para o meio ambiente (sabe para onde vai a água que desce pelo ralo?) e também para a saúde de humanos e de animais de estimação. E em segundo lugar, pela quantidade de lixo que gera, já que as grandes empresas fazem o marketing para que compremos uma infinidade de produtos e não se envolvem com reciclagem – nem no envase, nem no descarte.

Além disso, cada vez mais, busco empresas com visão ambiental e social, de modo que a minha compra não é feita apenas pelo produto, mas também para apoiar empresas com iniciativas que admiro. Hoje, trago quatro marcas de produtos de limpeza ecológicos para vocês conhecerem, estimulando a sustentabilidade em família e o cuidado com a natureza entre as crianças:

Positiv.a

A Positiv.a é uma marca sustentável e vegana, com linhas para a casa e para o uso pessoal. Uma das melhores vantagens é que ela é hipoalergênica, ou seja, nada de preocupação com alergias nos pequeninos – ufa! Ingredientes desnecessários, como lauril, cloro, branqueador óptico, sulfatos e outros ingredientes provenientes do petróleo ficam de fora dos produtos da marca, que também apoia pequenos produtores e a agricultura orgânica. Sou cliente há alguns anos e adoro!

A gama de produtos de limpeza é vasta: tem o multiuso (para ser diluído com água – e dependendo da proporção, fica mais ou menos forte), sabão líquido para lavar louça (excelente!), sabão líquido para lavar roupa, sabão de coco, bucha vegetal para lavar a louça (que pode ser descartada na composteira), esfregão ecológico, limpa vidros, entre muitas outras coisas… e tem também os lindos panos de prato de algodão orgânico. Da linha de autocuidado, que faz sucesso (o desodorante natural é um hit), falarei num próximo post.

Sobre as embalagens, a Positiv.a prioriza as que são feitas de papel – que podem ser descartadas na composteira! -, vidro e alumínio, e utiliza embalagens de plástico reclicado, feitas a partir do plástico retirado em praias do litoral. Além disso, tem a opção de comprar os produtos em embalagens de 5 litros (quanto maior a embalagem, menos plástico usado) para fazer o refil.

Bioz Green

A Bioz Green, que surgiu como empresa familiar em 2004, trabalha somente com matérias primas de fontes vegetais, utiliza frascos reciclados e não testa em animais. Além disso, ela oferece uma linha totalmente dedicada aos bebês (aprovadíssimo!), com limpa brinquedos, limpa madeiras, lava roupas e amaciante. Para a casa, detergentes, desengordurantes, limpa grelha, amaciante, lava roupas e multiuso configuram no catálogo.

produtos de limpeza ecológicos

YVY Brasil

Com ingredientes naturais e sem qualquer tipo de conservante, a YVY Brasil inovou o modo de limpar a casa. Basta adquirir a cápsula desejada – por exemplo, desinfetante ou lava louças – e um borrifador para dar início à sua limpeza ecológica. Encha a embalagem permanente, posicione a cápsula correspondente e gire a tampa. Se preferir usar os produtos no balde, misture com até 2 litros de água. Para lavar as roupas, remova o lacre e despeje o concentrado no compartimento da sua máquina de lavar.

produtos de limpeza ecológicos

Como os produtos são concentrados, além da economia de água, a economia de plástico chega a 2/3 em comparação às marcas convencionais. Após o uso, as cápsulas são devolvidas para o fabricante e trituradas; o material, por sua vez, é utilizado na confecção de novas. Há a opção de comprar os itens de modo avulso ou assinar uma espécie de caixinha, que pode ser mensal ou bimestral, contendo os produtos ideais para a sua família.

Para participar da logística reversa da YVY, é necessário juntar 60 cápsulas. Depois, basta retirar os selos metálicos, empilhá-las uma dentro da outra  e acomodá-las em uma caixa. Então, solicite o voucher de desconto pelo e-mail para [email protected] e leve o pacote até uma agência dos Correios. A devolução das cápsulas é por conta da marca. Vale ressaltar que, ao participar da ação, o cliente não tem nenhum tipo de desconto aplicado a conta ou compras.

Biowash

Há quase 30 anos no mercado, a empresa brasileira é pioneira em produtos de limpeza ecológicos, veganos e 100% biodegradáveis – sem fosfato e cloro, sem branqueador óptico, sem derivados do petróleo, do jeitinho que a gente gosta. A Biowash oferece linhas completas para casa, cozinha, lavanderia e até mesmo para os pets, com produtos para limpeza geral e banho dos bichinhos. Há também uma linha especial de aromaterapia, com óleos essenciais e sprays aromatizadores.

produtos de limpeza ecológicos

Para fazer em casa

Eu não tenho paciência suficiente, mas é possível fazer produtos de limpeza ecológicos em casa também. Vinagre branco e bicarbonato de sódio, por exemplo, fazem milagres! A Bela Gil dá receitas, assim como o blog Uma Vida Sem Lixo. E no Youtube, tem tutoriais aos montes.

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Leia mais: Panos encerados reduzem o uso de plástico na cozinha

Veja também: Composteira: tenha uma e recicle o lixo orgânico em casa

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Janela imunológica: o que é preciso saber para reduzir a chance de alergia alimentar

Você sabe o que é a janela imunológica? Este é um conceito que nem toda mãe conhece, mas que pode ser um aliado poderoso durante a introdução alimentar, já que é uma das principais formas de diminuir as chances do seu bebê desenvolver algum tipo de alergia alimentar. Conversamos com a nossa colunista e pediatra, Gabriela Ochoa (@dragabiochoa) (CRM 162.456 | RQE 63480), para entender melhor do tema:

O QUE É E QUANDO ACONTECE A JANELA IMUNOLÓGICA?

“A janela imunológica acontece dos seis aos nove meses e é o melhor momento para oferecer ao seu bebê alimentos com um alto potencial alergênico. Estudos comprovam que essa é a melhor forma de diminuir as chances de uma alergia alimentar futura”, explica Gabriela Ochoa. “Quando a criança é exposta a esses alimentos nessa fase, o corpo gera uma resposta imune protetora e, consequentemente, menores são as chances de ela desenvolver uma reação alérgica futura. Porque uma exposição tardia pode aumentar o risco da alergia alimentar.”

QUE ALIMENTOS DEVEM SER OFERECIDOS À CRIANÇA NA JANELA IMUNOLÓGICA?

Os alimentos de alto potencial alergênico são: ovo (clara e gema), peixe, frutos do mar, trigo e derivados (com glúten) e oleaginosas. 

Janela Imunológica

PONTOS IMPORTANTES

Sempre que for oferecer algum desses alimentos ao seu bebê pela primeira vez, é importante observar como ele vai se comportar. “Fique atento a possíveis sinais alérgicos, como manchas ou erupções na pele, coceira, inchaço em qualquer parte do corpo, alterações gastrointestinais como vômitos ou diarreia, alterações respiratórias como tosse, dificuldade de respirar ou chiado“, alerta a pediatra. “Se o bebê não apresentar nenhum sintoma os alimentos podem continuar sendo oferecidos normalmente”.

LEITE E DERIVADOS SÓ DEPOIS DOS 12 MESES

O leite também faz parte da lista de alimentos com alto índice de possíveis alergias, entretanto, não é introduzido na janela imunológica. “Apesar de o leite de vaca fazer parte da lista de alimentos com alto potencial de alergia, tanto ele quanto seus derivados só podem ser oferecidos depois dos 12 meses, principalmente por conta da proteína e da carga de eletrólitos do leite de vaca. O mesmo vale para o leite de ovelha e o leite de cabra”, explica Gabriela Ochoa

PREDISPOSIÇÃO

Antes de iniciar a introdução alimentar e aproveitar os benefícios da janela imunológica, também é importante identificar possíveis predisposições que o bebê possa ter às alergias alimentares. “Geralmente os bebês ou os pais que já apresentam algum tipo de alergia ou alguma doença alérgica, como, por exemplo, dermatite atópica, eczema ou asma. Nesses casos, eles podem ter uma chance maior de desenvolver alergia alimentar, mas não é uma regra. Outros fatores que podem propiciar quadros alérgicos são a predisposição genética, não ter sido amamentado ou ter tido um tempo reduzido de aleitamento materno“, conclui a pediatra.

CASOS GRAVES

Segundo Gabriela, “a família sempre deve ter um pediatra em quem confia para fazer acompanhamento adequado e contatá-lo em qualquer suspeita de alergia. Os critérios de gravidade para procurar atendimento de emergência são: falta de ar, inchaço e manchas acometendo grande parte do corpo“.

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Veja também: 3 opções de café da manhã infantil por idade

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Saúde

A verdade sobre o glúten. Seu filho é intolerante?

NUTRICAO-EM-FAMILIA

Atualmente, o vilão da vez em toda roda de conversa é o glúten. Muitos especialistas culpam a proteína do trigo, da aveia, centeio e da cevada por uma lista de problemas relacionados à saúde, entre eles a obesidade. A promessa do emagrecimento rápido e de uma barriga chapada fez com que muitas pessoas optassem por uma dieta glúten free. Mas será que o glúten uma das principais proteínas vegetais consumidas há mais de 10 mil anos pelo homem é tão maléfica para a saúde? Foi pensando em tudo isso que quis diferenciar a doença celíaca de possíveis modismos. Vamos aos fatos.

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Mas, afinal, o que é o glúten?

O glúten é uma proteína composta pela mistura das proteínas gliadina e glutenina, que se encontram naturalmente na semente de muitos cereais, como trigo, cevada, centeio e aveia . É graças a ela que massas de pães crescem e, após a digestão, vira energia para nossas células. Na hora de preparar a receita, o cozinheiro mistura a farinha com água e sova bem. Isso faz com que a glutenina e a gliadina se unam, formando o glúten. O novo composto forma redes que aprisionam o gás carbônico liberado pelo fermento. É dessa maneira que o pãozinho ou outra massa qualquer conseguem crescer e ficarem macios.

Doença celíaca ou intolerância permanente ao glúten:

Ainda pouco conhecida, a intolerância ao glúten vem desafiando o conhecimento científico há muito tempo devido a sua apresentação clínica variada, que abrange desde sintomas leves e poucos específicos – como uma criança que não ganha peso – até uma síndrome clássica de má absorção intestinal em pacientes desnutridos.

A doença celíaca é uma reação autoimune do organismo provocada pela ingestão de alimentos que contém glúten. Nossas células de defesa atacam o glúten mas ao mesmo tempo atacam também as paredes do intestino, provocando uma atrofia na mucosa intestinal que impede a absorção dos nutrientes. Como consequência, os nutrientes não absorvidos são eliminados com as fezes, e o organismo fica privado de nutrientes básicos, tornando-se desnutrido com o passar do tempo. É uma doença crônica que exige a eliminação total do glúten na dieta por toda a vida.

Importante salientar que a doença celíaca geralmente manifesta-se na infância, nos primeiros três anos de vida, quando acontece a introdução de cereais na dieta da criança, embora também possa surgir na idade adulta.

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Principais Sintomas:

Os sintomas relacionados são especialmente no trato gastrointestinal, como irregularidade intestinal (alguns pacientes apresentam constipação e outros diarreia ou alternância dos dois), aumento de gases, estufamento e, até mesmo, dor abdominal. Outros sintomas também estão associados, como baixa imunidade, doenças de pele como dermatite, eczema, enxaquecas, cansaço excessivo, confusão mental, distúrbios de humor como hiperatividade em crianças, por exemplo.

Tratamento

O tratamento da doença celíaca é basicamente dietético, devendo ser o glúten excluído completamente e permanentemente da dieta.

Essa não é uma missão muito fácil, pois o portador de doença celíaca não pode ingerir o trigo, o centeio, a cevada, o malte (subproduto da cevada), a aveia e seus derivados, como pães, massas, bolachas, cerveja, uísque e em uma infinidade de produtos industrializados durante toda a vida.

A exclusão dos alimentos com glúten é fundamental para avaliar essa intolerância e deve ser feita com a orientação de um profissional. O mesmo irá planejar uma alimentação visando à exclusão dos alimentos e, posteriormente, a inclusão. A introdução dos alimentos deve ser feita de maneira orientada, de forma progressiva e sempre observando os sintomas.

Alimentos gluten free não significam que são de baixa caloria. Para a elaboração desses produtos, o glúten é substituído por ingredientes como arroz, quinua, mandioca e fécula de batata, e esses são tão calóricos quanto aqueles que levam ingredientes com glúten.

A dieta do indivíduo, principalmente das crianças com doença celíaca deverá atender às necessidades nutricionais de acordo com a idade. São considerados alimentos permitidos: grãos (feijão, lentilha, soja, ervilha, grão de bico), arroz, gorduras, legumes, hortaliças, frutas, ovos, carnes (de vaca, frango, porco, peixe) e leite. O glúten poderá ser substituído pelo milho (farinha de milho, amido de milho, fubá), arroz (farinha de arroz), batata (fécula de batata) e mandioca (farinha de mandioca, polvilho). A aderência à dieta isenta de glúten é variável e difícil, especialmente durante a adolescência.

Dica da nutricionista: devo evitar a ingestão de glúten mesmo não sendo intolerante à substância?

Essa é uma pergunta que divide os profissionais. Para alguns especialistas, o glúten é prejudicial mesmo para quem não tem a doença. O cardiologista americano Willian Davis argumenta que alterações genéticas nas espécies de trigo iniciadas pelo agrônomo Norman Borlaug, na década de 1960, modificaram profundamente o cereal. Tudo porque a maior carga de gliadina, uma das estruturas que compõem o glúten (como já falamos anteriormente) teria ação direta em nossa cabeça. Ela se liga a receptores no cérebro e acaba estimulando a pessoa a comer cada vez mais. Esse fenômeno, contudo, ainda não tem comprovação científica.

O que posso falar para você, meu caro leitor, é que até a presente data não existem evidências científicas fortes para dar suporte à teoria de que evitar glúten faz bem à saúde para pessoas que não têm a doença. O glúten é uma fração proteica de alguns cereais que oferecem muitos outros nutrientes, tais como fibras e vitaminas – principalmente do complexo B -, portanto, não deve ser retirado da alimentação sem que haja uma necessidade real.

Atenção! Nada de tirar alimentos com glúten da alimentação das crianças sem orientação médica! Os pediatras só indicam a retirada desses alimentos dos pequenos quando está comprovada uma alergia ou a doença celíaca.

Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria. Contato: [email protected].
SaúdeAlimentaçãoNutrição em família

Intolerância à lactose

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Seu filho após consumir leite e seus derivados apresenta dores abdominais, náuseas, desconforto, diarreia e gases?

Em geral, tais sintomas são notados como um simples mal-estar. Mas, atenção! Se o incômodo aparecer num período entre meia hora e duas horas após o consumo de laticínios, deve-se procurar o auxílio médico, pois a criança pode estar apresentando um quadro de intolerância à lactose.

Entende-se por intolerância à lactose a incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar existente no leite e seus derivados. Ela ocorre quando o organismo produz em quantidade insuficiente – ou não produz – uma enzima digestiva denominada lactase.

Como a lactose não é quebrada, ela chega no intestino grosso intacta. Ali, ela se acumula e é fermentada por bactérias que, por sua vez, fabricam ácido lático e gases e acabam promovendo uma maior retenção de água e o aparecimento de diarreias e cólicas.

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Tipos

Podemos destacar 3 tipo de intolerância à lactose:

1) Deficiência congênita – a criança, por um problema congênito, nasce sem condições de produzir lactase. Essa é forma mais rara, porém é crônica;

2) Deficiência primária – é o tipo mais comum na população. Surge com a diminuição natural e progressiva na produção de lactase. Essa diminuição na produção surge da adolescência e persiste até o fim da vida do indivíduo.

3) Deficiência secundária – a produção de lactase é afetada por outras doenças  intestinais, como diarreias, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, doença celíaca ou alergia à proteína do leite, por exemplo. Nesses casos, a intolerância pode ser temporária e desaparecer com o controle da doença de base.

Sintomas

Os sintomas da intolerância à lactose se concentram no sistema digestivo e costumam aparecer 30 minutos a 2 horas depois da ingestão de leite e seus derivados (queijos, manteiga, creme de leite, leite condensado, requeijão etc.) ou de alimentos que contêm leite em sua composição (sorvetes, cremes, mingaus, pudins, bolos etc.).

Os mais característicos são distensão abdominal, cólicas, diarreia, flatulência (excesso de gases), náuseas e assaduras (provocados pela presença de fezes mais ácidas).

Crianças pequenas e bebês portadores do distúrbio, em geral, perdem peso e crescem mais lentamente.

Diagnóstico

O diagnóstico da intolerância à lactose pode contar com três exames específicos: teste de intolerância à lactose, teste de hidrogênio na respiração e teste de acidez nas fezes, além do exame clínico.

Tratamento

Importante salientar que a intolerância à lactose não é uma doença. É uma carência do organismo para produzir a lactase e que pode ser controlada com dieta e medicamentos.

No início do tratamento suspende-se a ingestão de leite e derivados a fim de promover o alívio dos sintomas. Posteriormente, esses alimentos devem ser reintroduzidos aos poucos até identificar a quantidade máxima que o organismo suporta sem manifestar sintomas adversos. Esse tipo de conduta tem como objetivo manter a oferta de cálcio na alimentação, nutriente que, junto com a vitamina D, é indispensável para a formação de massa óssea saudável.

Dicas da nutricionista:

1) Não retire totalmente o leite e os derivados da dieta, salvo em casos muito graves.

2) Tenha cuidado ao consumir leite e produtos feitos a partir de leite, tais como iogurte, creme de leite, sorvete, maionese, bebidas de leite, queijo, creme de queijo.

3) Iogurte e leite fermentados podem ser uma boa opção para ingestão de cálcio, uma vez que culturas intestinais ativas metabolizam a lactose, facilitando a digestão.

4) Tome cuidado ao ler não só rótulos de alimentos, mas também bula de remédios. Vários medicamentos incluem lactose em sua formulação.

5) Opte por bebida de soja, arroz e aveia que não contêm lactose na impossibilidade do uso do leite.

6) Atualmente, já está disponível no mercado queijos e leites sem lactose ou com baixo teor de lactose.

7) Hortaliças verdes escuras (como brócolis, couve, agrião, espinafre, rúcula, escarola, catalonha), feijão, ervilhas, salmão, sardinha, amêndoas, nozes, gergelim e ovos, também funcionam como fontes de cálcio.

8) Hortaliças não contêm lactose se não forem preparadas com produtos lácteos. Mas, atenção: legumes gratinados, legumes fatiados com creme e sopas cremes podem conter lactose nos ingredientes.

Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria. Contato: [email protected].
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