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Decoração de batizado de gêmeos em tons de verde, branco e azul

O batizado dos gêmeos Thomas e Chloe foi muito fofo – e valeu a pena toda a espera da família para viver esse momento especial! Os pequenos e seus pais, Lais e Paulo, moram na Austrália e, por conta da pandemia, tiveram que adiar em dois anos o batizado para aproveitar o momento com toda a família no Brasil: “Foram uns 3 meses de preparativos em 2020, deixamos tudo em aberto com todos os fornecedores e retomamos em 2022. Então, tivemos mais uns 3 meses de organização já que o local que seria o almoço fechou na pandemia e tivemos que encontrar outro local e readaptar o plano inicial“, conta Lais.

Por sorte, os pais tiveram toda ajuda da Creazioni, que fez a assessoria e decoração do evento. “A nossa melhor escolha foi a Ana, da Creazioni, sem dúvidas! Ela me ajudou em tudo, com muita paciência e flexibilidade já que moramos fora“, afirma Lais, “Eu sou muito detalhista e ela fez tudo pra me deixar segura que ia sair como eu imaginei. Eu queria uma decoração com branco, verde e azul com uma mesa de doces farta, muita flor e uma mesa comunitária, para avós e padrinhos ficarem juntos. A Ana fez tudo isso com excelência e superou minhas expectativas! Indico de olhos fechados!“.

A festa de batizado dos gêmeos aconteceu logo após a cerimônia na igreja, em um restaurante, onde os convidados puderam almoçar e aproveitar uma deliciosa mesa de doces. Todos os espaços estavam decorados com muitas flores, como era desejo da família, com destaque para as hortênsias azuis, que formavam a maior parte dos arranjos florais. As flores brancas eram variadas, incluindo rosas e tulipas. Imagens de anjos e da Virgem Maria também compunham as mesas de apoio e a de doces.

A mesa de doces, tão importante para a família nessa comemoração, estava cheia de itens personalizados. Além dos diversos arranjos florais e das imagens sacras, os docinhos também traziam diversos detalhes que deixavam a mesa mais fofa e com clima de festa infantil.

Fotos: Edith Schmidt

FestasBatizado / Bris

O aniversário de 2 anos do Luis Felipe

Estou um tanto atrasada (como de costume) na postagem, mas não queria deixar de publicar aqui a festinha do aniversário de 2 anos do Luis Felipe! Até porque havia prometido!

A primeira coisa que queria comentar é: a cada aniversário será um susto? É assim mesmo?? Porque não acreditei quando ele completou 1 ano – e menos ainda, quando completou 2! rs Estou AMANDO essa fase, dele falando, super sapequinha, mas passei a noite anterior à festa revendo as fotos dele de bebê e morrendo de saudades… Algo me diz que a véspera de cada festa será recheada de nostalgia! rs

O tema do aniversário: cachorros

Passamos uma temporada na Espanha, no fim de 2021, e quando chegamos lá, o Luis Felipe estava falando as primeiras palavras, entre elas, “au-au”. A cada vez que saíamos na rua, ele ficava enlouquecido gritando “au-au” e apontando os cachorros que via. Ele cresceu com duas irmãzinhas caninas, que não nos acompanharam na viagem, e ficava muito animado quando via os cachorros nas ruas e nos parques. A gente amava essa reação super empolgada dele! Lá mesmo, com tempo livre (e a poucos meses do aniversário), decidi que a festinha de 2 anos dele deveria ter o tema da maior paixão dele: cachorros.

Festa DIY

Este ano, ainda estava na dúvida se convidada mais pessoas ou não (por conta da Covid)… e no fim, resolvi fazer a festa íntima como no ano passado, só para a família. Sei que ano que vem, ele já estará na escolinha, com amigos, e não vou escapar de uma festa maior, com mais estrutura para os pequenos. E então, aproveitando que seria o último aniversário em casa (imagino que partirei para buffet nos próximos), decidi fazer a decoração sozinha.

Queria algo simples, que tivesse cara de festa feito em casa mesmo. Para quem se lembra dos posts que fiz antes do aniversário de 1 ano, eu adoro as festas dos anos 80. E foi uma delícia o processo de pesquisas no Pinterest, depois a escolha dos objetos para a mesa na Voilà Festas, fazer parte da papelaria (amo colocar a mão na massa!)… Sabia que nem tudo ia ficar perfeito, mas o charme tá na imperfeição mesmo.

Agora, uma coisa precisa ser dita: quando a gente faz festa sozinha, no dia, fica meio corrido para se arrumar! rs Ainda mais porque, com medo de ele ficar com sono à tarde (tem dias que faz soneca, noutros não…), marquei a festa para a hora do almoço. Então tive poucas horas para montar tudo e me arrumar.

No fim, deu tudo certo. O único “porém” foi que quase não registrei nada com o celular… ainda bem que a fotógrafa Carol Thusek estava lá!

A decoração

O tema “Cachorros” é relativamente simples. Busquei no Etsy o que havia de papelaria pronta e achei um kit que adorei com ilustrações de cachorros diversos, num colorido bonito, e este foi o ponto de partida. Tinha bandeirolas, cartazes, plaquinhas para nomear as comidas, pins para espetar nos doces… um monte de coisas! Acabei nem usando tudo…

A partir dessa papelaria, decidi que faria a mesa bem colorida! Na Espanha mesmo, comprei uns cachorrinhos de plástico (que o Luis Felipe abriu assim que viu, mas por sorte não estragou!) pensando na decoração da mesa. Pensei em fazer uma mesa com cachorros diversos + peças bem coloridas para os doces e comidinhas (lembrando que, aqui em casa, vai tudo junto para a mesa – doces e salgados).

Por conta da correria do trabalho, só consegui ir na Voilà Festas na semana do evento. Como eles têm um zilhão de peças, nas cores mais variadas e lindas do mundo, fui tranquila de que daria certo a pouca antecedência – e deu! Mas pra eles não me matarem, aviso: melhor ir com mais antecedência para garantir a disponibilidade de tudo. rs Fiz uma seleção bem colorida de bandejas, alturas de mesa e pratos, mais ou menos nas cores do kit de papelaria. E ainda aluguel lá os cachorros de biscuit e de pelúcia + a casinha de cachorro de madeira. As peças coloridas deixaram a mesa bem alegre, amei!

Fui na Daiso dar uma olhada no que tinham de fofo no tema canino. Achei 2 cachorrinhos sentados em xícaras, que achei uma graça, duas almofadas de cachorro (para a “área kids”) e pratinhos de cachorro num tom bonito de bege (tinha procurado na Cobasi e no Petz, mas as opções não eram legais pra decoração da mesa). Do que sobrou da festa de 1 ano, consegui usar os copos marrons – para os quais fiz orelhinhas de cachorro – e os talheres de madeira. Pra complementar, comprei alguns pratinhos e copos de papel bem coloridos, na Flamingo Festas.

Encomendei uns toppers com a carinha do Luis Felipe (que eu obviamente guardei depois da festa! rs). Pedi para personalizar com carinha de cachorro e chapeuzinho de aniversário.

Props

Chapéuzinhos e tiarinhas de orelhas de cachorro não poderiam faltar… rs Encomendei tudo de fornecedores do Elo7.

Bolo e doces

A ideia do bolo partiu de uma referência coreana, de um bolo com ursinhos “pendurados”. Daí, pedi para fazerem cachorrinhos no lugar e usarem as cores da festa no buttercream.

Encomendei brigadeiros, beijinhos e afins, tudo com forminha de doces simples, de sanfona, porque acho que fica bem com carinha de festa caseira de antigamente.

Cupcakes com carinha de cachorro:

Fiz o biscoito de chocolate (receita da Rita Lobo que eu “customizo” com mais chocolate amargo) da festa do ano passado, cortados em forma de ossinho. É a receita que quero que vire “marca registrada” das festinhas dele, o “biscoito da mamãe”. Comprei sucrilhos de chocolate em bolinhas que têm cara de ração para colocar nos pratinhos de cachorro da Daiso, decorados com ossinho de papel.

Docinhos fit

O Luis Felipe ainda não come açúcar e, sinceramente, eu também prefiro doces sem açúcar. Então, queria ter opções “fit (não gosto do termo, mas é o que usam, né?).

Minha mãe, que está se especializando em receitas sem açúcar, fez brigadeiros adoçados com tâmara e cobertos com mix de nozes que fizeram bastante sucesso!

Eu queria fazer algo também e ia até testar receitas… mas, na última hora, decidi não arriscar (afinal, não sou exímia cozinheira) e decidi fazer as panquecas de aveia que comemos no dia-a-dia (uma com cacau e outra sem). Fiz as massas, coloquei em fôrmas de ossinho e de patinha e levei ao forno. Virarem “petit fours“. Deu super certo!! Ficaram bonitinhos, gostosos e também tiveram boa saída. rs

Comidinhas

Como não poderia deixar de ser, queria comidinhas com carinha de bichinho. A Alimentar & Brincar, que faz os sanduichinhos mais lindos do mundo, fez 3 tipos de sanduichinhos com carinha de cachorro: salmão, parma e caprese.

Encomendei ainda bretzels em forma de osso canino da Biobrot – padaria artesanal da qual somos clientes. O Luis Felipe adora os bretzels deles!

Os copinhos de cachorro (que fiz para aproveitar os copos marrons que sobraram da festa de 1 ano, como comentei antes) serviram para um monte de coisas… inclusive para servir pipoca. 🙂

Como a festa seria no horário do almoço, pedi para o Buffet ZestFornecedoresBUFFET ZEST KIDSComidinhas ComidinhasSão Paulo, São Paulo (Capital) São Paulo, São Paulo (Capital)Leia mais um menu volante variado, com inclinação oriental, para os adultos. Como prato principal, teve pad thai.

Cantinho kids

Dei uma improvisada e montei um cantinho da sala para as crianças, com duas mini cadeirinhas (descombinadas) para as crianças colorirem desenhos caninos, lápis, brinquedos, o tapetão do quarto do Luis Felipe e balões personalizados por mim. A “monitora” fui eu mesma, em boa parte do tempo. Não posso dizer que não gosto da tarefa! rs Mas as vovós ajudaram bastante também!!

Lembrancinhas

As lembrancinhas foram decididas na última hora! Achei umas sacolinhas de papel kraft no escritório – que tínhamos aos montes há anos e nunca usamos! – e pensei em, finalmente,  aproveitá-las. Colei orelhinhas, desenhei as carinhas… só não sabia o que colocar dentro. rs

E aí, pesquisando no Elo7, vi chaveirinhos de pelúcia em forma de cachorro e achei uma gracinha!! Uma lembrancinha que eu gostaria de ganhar! rs O Luis Felipe ficou com um, o “Pipo” (como ele batizou), com quem ele brinca até hoje.

lembrancinha aniversario tema cachorro

O aniversariante

Para que eu pudesse arrumar tudo com calma, o Luis Felipe foi dormir na casa dos avós paternos. Ele chegou quando a festa já estava pronta. Queria muito ver a reação dele, porque falamos do “pique-pique” durante toda a semana… e a carinha de surpresa dele quando viu os cachorrinhos foi demais!!! Valeu todo o esforço!!!

Ele é super observador e foi direto para a mesa conferir de perto todos os detalhes. Apontou cada cachorrinho da mesa, os pins, tudo…! E para combinar com o tema da festa, ele usou uma camisa de cachorrinhos.

O mais importante de tudo é que ele curtiu bastante a festinha dele!!

Ele ficou alucinado com os cachorros de pelúcia maiores (da Voilà Festas), porque as irmãs caninas não deixam ele puxar a orelha ou subir nelas – na verdade, elas mais fogem dele do que brincam com ele. rs

Fotos: Carol Thusek

FestasAniversário

Batizado do Humberto, filho de Helena Bordon

O batizado do Humberto, filho de Helena Bordon, fez sucesso nas redes – pela fofura do pequeno e pela decoração e riqueza de detalhes na festa. Por isso, conversamos com o Estúdio Matre, responsável pela assessoria e decoração do batizado, sobre esse dia tão especial! Confira:

Helena é nossa cliente desde a gestação do Humberto“, contam Marcela e Paula, sócias do Estúdio Matre,Fizemos a recepção da maternidade, a recepção na casa e também todos os mesversários até o Batizado“. E por ter toda essa trajetória junto a família, elas conseguiram trazer ao projeto detalhes da primeira comemoração feita ainda na maternidade, como a paleta branco e verde

Após o batizado na igreja, a família voltou para casa onde uma festa foi montada na varanda. O dia ensolarado encaixou perfeitamente com a decoração cheia de folhagens. Flores brancas também marcaram presença nos diversos arranjos espalhados pelas mesas. A prataria foi escolhida para contrastar com os tampos de pedras rústicas das mesas. O resultado foi um ambiente refinado e ao mesmo tempo com ar caseiro e aconchegante.

No entanto, o que roubou a cena foram os detalhes e personalizações. “Helena é devota de Santa Terezinha e nos pediu para que ela estivesse presente na decoração e lembrancinhas. Todos os itens foram desenvolvidos pelo Estúdio Matre, sempre com muita exclusividade!“, explicam as sócias.

Para cumprir os desejos da família, a imagem de Santa Terezinha estava presente no topo do bolo decorado e nas caixas de acrílico das lembrancinhas. As caixas eram entregues com uma bíblia encadernada com o bordado de Santa Terezinha na capa, bem-nascidos com embalagem estampada seguindo a identidade visual desenvolvida para o evento e uma santinha de vidro, com água benta. 

O bolo e os docinhos, feitos pela Mariana Junqueira, também foram personalizados seguindo as cores do batizado e trazendo elementos da festa, como as folhagens. O pequeno Humberto se divertiu com a família e aproveitou muito a comemoração!

batizado verde e branco, Helena Bordon, batizado

batizado verde e branco, Helena Bordon, batizado

batizado verde e branco, Helena Bordon, batizado

batizado verde e branco, Helena Bordon, batizado

O buffet foi assinado pela Duas Gastronomia:

Humbertinho com a dinda, Mica Rocha:

O look de Helena, vestido Zimmerman e sandálias Valentino:

As lembrancinhas do batizado:

Fotos: Fernanda Bozza

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Pais em Ação | Adaptação escolar: como lidar com o afastamento e inseguranças

Nós já conversamos aqui sobre a volta às aulas e demos várias dicas. No entanto, a adaptação escolar – assunto tão sensível para muitas famílias – precisava ser aprofundado. Por isso, nossa colunista Daniela Nogueira, do Pais em Ação, traz uma reflexão importante sobre o tema. Confira:

adaptação escolar

Foto: Rodnae Productions on Pexels

Adaptação escolar com calma e respeito

Mãe e bebê irão enfrentar um grande passo, a separação! Como professora em São Paulo e no Rio de Janeiro, eu participei deste processo tão importante na vida familiar. Na época, eu não tinha filhos ainda e por mais que eu já tivesse um olhar de respeito para o bebê e sentisse empatia pela angústia das mães, hoje consigo ver que eu não sabia realmente o que elas estavam passando.

Eu as confortava, acolhia, mas não tinha a vivência para compreender o incompreensível: quão avassalador pode ser separar-se da sua cria mesmo que, racionalmente, você sabe que tudo vai ficar bem. Hoje quero escrever sobre o tema com uma visão mais madura e também mais profissional. Não apenas me tornei mãe, mas também me aprofundei no estudo da primeira infância e numa abordagem que busca pensar em como acolher melhor uma criança pequena num ambiente que não é a casa dela.

Vou começar com uma frase que ouvi da Agnès Szanto: “A criança vive na família uma história e na escola, um capítulo”. Quando um bebezinho chega na escola, que escola chega para este bebê? É um local emocionalmente acolhedor, fisicamente seguro e cognitivamente apropriado? Tem uma professora curiosa e pronta para entrar numa relação? Não dá para fugir disso: adaptar é fazer vínculos! O bebê encontrará perguntas ou ordens? Mãos e rostos carinhosos ou pressa de fazer e acontecer?

A criança é da família. É ali que ela se sente pertencendo, então quando se propõe uma parceria escola-pais, é importante que os pais entendam que a escola não tem todas as respostas e que precisa de ajuda para conhecer quem é o filho deles. É igualmente importante escutar os pais, pois para acolher o bebê é necessário acolher os pais e dar oportunidades para que falem do filho e assim construam juntos um olhar compartilhado sobre o bebê e seu desenvolvimento particular. Isso leva tempo.

Mas quanto tempo?” Já me perguntaram várias pessoas. Para entender que não existe resposta padrão é preciso compreender que não existe “a criança padrão”. Existe a Carolina, existe o Pedro, o Benjamin, a Olivia… E que cada uma destas pessoinhas conseguirá explorar o mundo (a escola) quando o medo do desconhecido for neutralizado – e isto acontece quando se estabelecem relações afetivas seguras para que pouco a pouco a criança se abra para o novo.

Como pode haver espaço para o novo ou para aprender quando não nos sentimos seguros? A figura da professora de referência é essencial aqui – é ela que irá começar com seu filho uma relação. Aliás, chamá-la pelo nome e não de “tia” ajuda a individualizar ainda mais a relação dela com o seu bebê. Falar dela e da escola de forma positiva e confiante ajuda o bebê a sentir segurança. Assim como chamar a mãe pelo nome ajuda a construir uma conversa entre dois adultos e não deixa esta mãe apenas na função maternal.

Para algumas mães é essencial o exercício de se manter consciente para não misturar ou projetar as próprias angústias com as vivências que ela vê o filho ter ali durante o período de adaptação. Lembrem-se de que é preciso dar espaço ao bebê e passar confiança na instituição que você escolheu. Já vi momentos em que foi mais difícil para a mãe falar tchau do que para o bebê e vi também situações onde a adaptação foi sabotada por conta disso.

Mães, lidem com seus sentimentos sejam eles quais forem, pois assim vocês ajudam seus filhotes. Se preciso, procurem ajuda. Não existe regra de dias de adaptação e como bem disse Myrtha Chokler, o primeiro elemento de desrespeito acontece ao dizer “a esta altura fulano já deveria estar adaptado” – uma criança não nasce “devendo estar” nada!

Assim como os adultos, as crianças pequenas também têm seus altos e baixos, um dia estão mais seguras, outros menos e assim vamos seguindo tentando oferecer à elas uma parte da segurança que elas têm em casa. Mas como? Num primeiro momento o bebê ainda precisa da mãe (ou outra pessoa quando a mãe não pode adaptar) para sentir-se seguro.

Afinal, como construir segurança na insegurança (sem a mãe)? Mas depois, com sensibilidade e tempo, ele vai entender que pode SIM estar seguro mesmo a mãe estando longe. Mas este é um segundo momento, quando a professora foi criando laços com seu filho e ele fez um vínculo com ela. Isso é adaptar. Uma arte, a arte de aguardar.

Foto: Yan Krukov no Pexels

O papel de professores e escolas na adaptação escolar

Gostaria de trazer mais detalhes que podem ajudar neste processo. Talvez este texto interesse mais aos profissionais da área, mas é importante que os pais saibam os motivos pelos quais a escola faz o que faz. No começo da vida escolar os esforços da equipe estão voltados para criar vínculos e ajudar a criança a unir as experiências que ela tem em casa ali no coletivo.

Isto não é brincadeirinha, distração, etc. Quando trabalhamos com a primeira infância, estamos à serviço de uma construção social e psíquica bem sólida e isto é muito sério. É através dos cuidados da professora que a criança vai sentir-se segura para estabelecer relações com o grupo não só durante a adaptação, mas também na vida em coletividade e a professora encarnará a segurança das crianças.

A creche/pré-escola é um lugar para aprender a viver e conviver e ali vai acontecer a socialização primária da criança. É por isso que sempre escrevo que a pessoa que ESCOLHE esta profissão tem o DEVER de estudar e aprofundar-se no desenvolvimento infantil, suas relações em grupo e como se fazer presente na vida das crianças sem passar por cima delas, sem exigir delas aquilo que não estão prontas para dar. Requer estudo e supervisão. Enquanto enxergarmos a profissão da primeira infância como um trabalho menor ou menos importante, estaremos estagnados na educação do país.

Se uma criança estiver com dificuldades de estar na escola ou no grupo é importante dar acolhimento, ter compaixão e empatia por ela, que ainda está em desenvolvimento. Dizer: “você não está na sua casa e aqui as coisas não são assim” não ajuda um aluno, isto o divide internamente ainda mais. Ajudar alguém a se adaptar a um novo ambiente não precisa ser feito de maneira tão opositiva, tão radical.

Precisamos unir as experiências ’casa-escola’ e não separá-las. É muito difícil para a criança escutar frases deste tipo, isto a deixa ainda mais angustiada e pode a desorganizar psiquicamente. Percebem a delicadeza desta profissão? É importante ser dócil mesmo diante dos momentos mais difíceis. Não devemos tentar calar o choro, mas trabalhar na causa dele, encontrar recursos para ajudar a criança a sentir que ela está segura e que poderá ser feliz e competente.

Para isso devemos nos manter bem presentes, narrar algumas situações ajuda o profissional a não se desligar e divagar mentalmente enquanto cuida da criança. Porém, na hora livre, que todos os bebês e crianças devem e merecem ter, a profissional precisa saber estar presente sem interromper, disponível sem intromissão. A grande protagonista é a criança, não a professora.

Já vivi momentos no tanque de areia onde poderia estar cantando e batendo palmas, “mostrando serviço”, mas quanto desrespeito teria sido! Anos atrás, na adaptação de uma pequena estrangeira, que não falava nem inglês muito menos português, aprendi como o silêncio, os olhares e a gentileza podem tocar muito mais o coração de uma criança.

Durante uma rodinha de leitura, ela preferiu virar-se de costas para o grupo e segurava um livro de ponta cabeça. Eu poderia ter “incluído” ela de volta na roda, mas isso não teria sido uma inclusão e sim um afrontamento à dificuldade que ela estava sentindo de estar ali. Poderia ter virado o livro na posição correta para lhe mostrar “como se faz” ou mostrar que eu me importava com ela, mas isso teria sido um desrespeito ao trabalho mental que ela está desenvolvendo.

Num breve momento em que trocamos olhares, ela me deu um sorriso, um laço foi criado. Sem barulho, sem estardalhaço, só com respeito. Mesmo quando aos olhos de quem passasse por aquela sala tudo parecesse ao contrário! Com este relato, espero finalizar o post mostrando como é importante debatermos esses assuntos, como se faz necessário o apoio não só à criança, mas ao professor. Precisamos nos fortalecer e isso acontece estudando e dividindo experiências!

Até a próxima coluna,

Daniela Nogueira.

Daniela Nogueira é psicóloga de formação e educadora de coração. Aprofundou seus estudos sobre a primeira infância na abordagem Pikler pela Associação Pikler-Lóczy França (APL) em Paris e nos fundamentos do RIE, em Los Angeles, EUA. Idealizadora do Pais em Ação, projeto que apoia pais e mães na educação dos filhos oferecendo aconselhamento personalizado, domiciliar ou online, com um olhar de profundo respeito pela criança e sua infância. Daniela está envolvida no universo infantil há mais de 18 anos com experiências em co-educação nos EUA, trabalho terapêutico em instituições para crianças desabrigadas de suas famílias e atuação como professora na educação infantil em escolas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro. Além do aconselhamento parental, ministra palestras e workshops ao vivo e online para escolas, empresas e grupos maternos. É mãe orgulhosa de casal de gêmeos de 5 anos.
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Volta às aulas: 9 dicas para a adaptação em 2022

A volta às aulas é sempre um período de adaptação para as crianças, mesmo para as “veteranas”. Sair da rotina de viagem, ficar em casa brincando, tendo mais tempo com os pais não é fácil. Em 2022, o desafio é maior, já que os pequenos passaram muito tempo em EAD e o mundo ainda não voltou ao “normal” – ainda devemos usar máscara, manter distanciamento e tomar todos os cuidados. Confira aqui algumas dicas:

Foto: Karolina Grabowska no Pexels

Como falar sobre a pandemia na volta às aulas

Explicar para os pequenos sobre a pandemia e a nova dinâmica na escola é essencial. Tanto para que eles se preparem para as novas regras quanto para facilitar a adaptação nessa rotina. Veja alguns pontos importantes:

Máscara

O uso correto da máscara talvez seja um dos maiores desafios. Se a criança passa a maior parte do tempo em casa, sem máscara, vale você dar passeios onde o pequeno vai precisar usar a máscara por mais tempo.

É durante o uso que podem surgir dúvidas e conversas importantes sobre a importância da máscara. Esses “passeios teste” também podem ajudar a encontrar a máscara que seu filho se adapta melhor: as de pano ou as cirúrgicas descartáveis. Cada pessoa se sente melhor com um tipo e é importante ver qual incomoda menos a sua criança.

Outra forma de levantar a conversa e dar exemplos táteis é usar uma boneca ou boneco para demonstrar o uso da máscara. Dentro de casa, vocês podem passear e viajar com a imaginação e, dentro da brincadeira, ir incluindo as regras do bom uso das máscaras.

As conversas diretas são necessárias, mas usar o lúdico e as pequenas vivências do dia a dia como exemplo e incentivo também é importante. E funciona!

volta às aulas

Foto: Julia M Cameron no Pexels

Distanciamento social

Esse talvez seja o ponto mais difícil de todos. Como explicar para os pequenos para não se tocarem, quando muito do seu desenvolvimento e aprendizado vem do toque?

Não é fácil, mas vale explicar que eles devem evitar algumas situações, como, por exemplo, ficar próximo ao colega quando um dos dois (ou os dois) estiverem sem máscara. Você pode, inclusive, fazer um pequeno teatro em casa onde vocês dois contracenam situações que ele pode vivenciar e como deve agir. Usando o mundo do faz de conta, você consegue deixar a situação menos assustadora e ainda passar a informação que precisa.

Converse com a escola sobre as regras do distanciamento para entender quais cenários podem acontecer. Por exemplo: as crianças sentam separadas na hora do lanche? Se sim, você pode trabalhar esse cenário. Se não, você pode mandar dar algumas dicas para amenizar a situação – não compartilhar comidas e bebidas, não falar próximo do rosto um do outro, entre outras.

Para crianças bem pequenas, esse é um dos pontos mais complicados. Vale conversar com os cuidadores na escola para achar formas de, em conjunto, auxiliarem os pequenos nessa fase.

Álcool em gel e higiene das mãos

As regras de higiene das mãos que são aplicadas nas escolas podem ser aplicadas em casa também! Então vale adicionar, aos poucos, essas regras na rotina de vocês como um costume caseiro. Assim, na escola, passar álcool em gel e lavar as mãos deixa de ser algo incomum e não natural.

Hoje é possível encontrar álcool em gel com cheirinho e também em potes divertidos. Esses pequenos estímulos podem ajudar na adaptação do uso do álcool.

Foto: William Fortunato no Pexels

Como oferecer apoio para adaptação

Por conta da pandemia, o período de adaptação pode ser difícil não só para as crianças que estão indo pela primeira vez. Crianças que já iam para a escola podem ter um momento difícil nessa volta. Por isso, as dicas valem tanto para os pequenos em sua primeira jornada escolar quanto para os veteranos que já viveram a experiência. Confira:

1. Muita conversa em casa

Converse com a criança sobre ir para a escola. Fale sobre situações que ela vai viver – aprender, brincar, conversar com coleguinhas – e como isso é interessante. Vale também comentar sobre a nova rotina, narrando os fatos na ordem dos acontecimentos. Do café da manhã até a hora de buscá-lo na escola.

Narrar os fatos em ordem ajuda a criança a ter uma ideia do que vai acontecer e como vai acontecer. Isso pode diminuir a ansiedade de estar vivendo o desconhecido.

Abra espaço para a criança falar sobre seus medos, ansiedades, desejos e inseguranças. Não desmereça ou diminua esses sentimentos. Acolha seu filho, diga a ele que entende o desafio e mostre caminhos para superar esses sentimentos sem invalidá-los. Nesses momentos, você pode descobrir dúvidas e receios que talvez nem cogitou que a criança teria. Esteja aberta ao diálogo.

2. Crie uma rotina antes da escola

Rotina é sempre importante para diminuir a ansiedade e ir preparando os pequenos. Funciona bem na hora de dormir e também na volta às aulas. Durante cada passo da rotina, você pode falar sobre algo que vai acontecer na escola – vale até contar histórias suas na escolinha, o que você gostava de fazer e etc.

O ideal é começar essa rotina um tempo antes da volta às aulas e dizer para a criança sobre como vai ser quando a escola entrar na rotina: nesse horário a gente iria para a escolinha / nesse horário eu iria te buscar. Mantenha essa rotina mesmo depois da adaptação!

3. Acolha e respire

Os primeiros dias podem ser difíceis. A criança pode chorar, se negar a ficar na escola e até apresentar mudanças de comportamento em casa. Aqui, vale acolher, conversar e respirar fundo para não deixar seus sentimentos influenciarem nesse momento.

Cada escola tem suas regras sobre adaptação, mas é importante que pelo menos nos primeiros dias os pais ou responsáveis levem e busquem os pequenos. Isso pode acalmá-los!

Foto: Cottonbro no Pexels

4. Leia livros sobre os temas que podem surgir

Livros são grandes aliados para conversarmos sobre sentimentos e situações com os pequenos. Você pode buscar histórias que falem sobre escola, higiene, medo e outros temas que surgem nesse período.

A leitura ajuda os pequenos a entender pontos e abre espaço para diálogos importantes!

5. Inclua a criança no processo

Deixe que a criança ajude a comprar e organizar o material escolar, arrumar a mochila e escolher o lanche da lancheira. Cada processo pode vir com incentivos das aventuras que a criança pode viver e o quanto vai se divertir com aqueles itens.

6. Não force os limites da criança

Se você forçar a criança a passar o dia inteiro na escola quando ela demonstra claros sinais de que não está pronta, a escola se torna um local de castigo – e a adaptação fica ainda mais desafiadora.

Prepare-se para que, nos primeiros dias, ele não fique o horário completo na escola. É uma possibilidade. Acolha a criança, converse e tente entender os sentimentos que a fizeram sentir que era impossível continuar ali. Se você entender os gatilhos que levam a esses sentimentos, pode ajudar o pequeno a encontrar ferramentas para lidar com esses sentimentos.

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Leia mais: Escola sustentável: 12 atitudes para analisar e sugerir na volta às aulas

Veja também: Material escolar sustentável: como reusar e comprar de forma consciente

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