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Pais em Ação | Elogios: como usá-los corretamente?

A Dani Nogueira, do Pais em Ação, traz hoje uma reflexão sobre os elogios. Como devemos elogiar os pequenos? Elogiar demais pode ser um problema? Leia a coluna e veja mais sobre o ponto de vista da nossa colunista:

Foto: Josh Willink no Pexels

O elogio como uma recompensa preciosa

Usado de maneira assertiva o elogio é um meio poderoso de aumentar a chance das crianças repetirem boas ações. Elogios são recompensas preciosas para os pequenos desde que não se tornem vazios de significado, ditos a todo momento e a qualquer oportunidade.

Acho importante dizer aos pais que autoestima saudável NÃO se constrói com elogios, mas sim com nossas ações diárias de respeito pela criança, sua autonomia e tudo o que envolve sua vida. Então como elogiar de modo produtivo e educativo? Aqui vai a regra de ouro: Elogie o COMPORTAMENTO ou a atividade específica que aconteceu e não a criança.

Por exemplo: depois que o filho guardou os brinquedos no lugar, faça um elogio descritivo: “Uau, a sala ficou toda arrumada! Você fez um ótimo trabalho guardando os brinquedos no lugar!”. Esta frase tem mais informação, mais direção do que fazer novamente e é mais eficaz para os filhos do que dizer generalizações vazias de conteúdo, como: “Que princesa linda você é!” ou “Que menino bonito, guardou tudo!”.

O motivo é que sendo descritivo os pais oferecem no elogio informações que ajudam e orientam a criança a ampliar sua confiança. E, dessa forma, alcançar novos patamares de competência.

Como elogiar para incentivar

Imagine a situação do pai assistindo o jogo de futebol do filho. Quando o garoto marcou o gol e foi comemorar com o pai este lhe disse: “Muito bem filho, você chutou a bola no canto do gol na hora certa!”. Essas palavras reforçam à criança as ações corretas que ela fez, vão ajudá-la a se lembrar disto no próximo jogo e, assim, com confiança, adquirir novas aptidões.

E se o pai tivesse dito:”Aê filhão, você é o melhor! É um campeão mesmo, o próximo Lionel Messi do mundo!”? Estudos (Carol Dweck) sugerem que uma vez que as crianças tenham internalizado esse tipo de elogio, elas verdadeiramente acreditam que são “o máximo” naquilo em que foram elogiadas. Isso faz com que se esforcem menos para a tarefa na próxima vez (afinal, se elas já são “naturalmente” talentosas, para que se esforçar?) e elas ainda tentam evitar tarefas mais desafiadoras que empregam essas habilidades no futuro com medo de não corresponderem às expectativas.

Para facilitar o elogio descritivo, pense num verbo, por exemplo: “obrigada por ter emprestado seu brinquedo” ou “você fez seu dever de casa com muito capricho e atenção, ficou muito bom!” ou “Gostei que você jogou seu palito de sorvete no lixo!”.

Atenção ao extremismo tão comum na parentalidade: não é pra deixar de elogiar autenticamente o filho, o motivo de aprender mais sobre elogios e desenvolvimento infantil é para nos ajudar na tarefa de criar pessoas saudáveis, autônomas de pensamento e ações e livres para agir no mundo sem medo de errar ou perder sua autoimagem por conta dos riscos que decidem tomar.

Até a próxima coluna,

Daniela Nogueira.

Daniela Nogueira é psicóloga de formação e educadora de coração. Aprofundou seus estudos sobre a primeira infância na abordagem Pikler pela Associação Pikler-Lóczy França (APL) em Paris e nos fundamentos do RIE, em Los Angeles, EUA. Idealizadora do Pais em Ação, projeto que apoia pais e mães na educação dos filhos oferecendo aconselhamento personalizado, domiciliar ou online, com um olhar de profundo respeito pela criança e sua infância. Daniela está envolvida no universo infantil há mais de 18 anos com experiências em co-educação nos EUA, trabalho terapêutico em instituições para crianças desabrigadas de suas famílias e atuação como professora na educação infantil em escolas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro. Além do aconselhamento parental, ministra palestras e workshops ao vivo e online para escolas, empresas e grupos maternos. É mãe orgulhosa de casal de gêmeos de 5 anos.
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