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A amamentação depois do primeiro mês

O Luis Felipe já está com 7 meses. Que loucura! O primeiro mês, sobre o qual falei neste post aqui, foi tão intenso que parecia não ter fim… no entanto, tenho a impressão de que pisquei os olhos e 6 meses se passaram! Por aqui, continuamos exclusivamente no leite materno, então pensei de fazer esse post para contar um pouco sobre como tem sido a amamentação depois do primeiro mês.

Rotina de amamentação e Livre demanda

Como comentei no vídeo sobre Livre demanda x Rotina, estabeleci uma rotina “flexível” de mamadas 3h em 3h. Me baseava nesse intervalo para poder organizar meu dia, para trabalhar e para eventuais (e raras) saídas de casa. A partir do quarto mês, o pediatra disse que já poderia estender para 4h em 4h, mas eu achava que de 3h em 3h estava funcionando tão bem, que resolvi não mudar totalmente. Quando dava 3 horas desde a última mamada, começava a observar – se ele não desse sinais de fome ou estivesse cochilando, tudo bem, esperava mais um pouquinho para oferecer o peito, caso contrário, não esperava… Esse esquema funcionou bem para nós dois. Ele sempre fez mamadas efetivas, ganhou (bastante!) peso e eu pude voltar a ter um pouco de vida própria.

Quando ele fez 5 meses, estávamos com um probleminha de muitos despertares à noite e fui reler os livros de sono que tinha aqui em casa (“A encatadora de bebês” e “12 horas de sono com 12 semanas de vida”). Ambos recomendam veementemente mudar a rotina de amamentação para intervalos de 4 horas. Como o pediatra também era a favor disso, resolvi tentar. Porém, o problema do sono não foi resolvido, achava que ele não estava mamando o suficiente durante o dia e, ao fim do quinto mês, vi que ele ganhou menos peso do que nos meses anteriores (porque mamou menos? porque estava acordando muito e isso atrapalhou seu crescimento? porque é normal? não sei…). Enfim, não vi vantagem… rs

Daí, quando o Luis Felipe completou 6 meses, iniciamos a introdução alimentar e não consegui mais manter uma rotina de mamadas tão certinha. Ele tem os horários para comer, mas as mamadas não são todas fixas, como antes, porque às vezes mama mais, às vezes mama menos, às vezes não quer mamar… Agora, diria que estou mais pra livre demanda.

Mamada na madrugada

Desde o terceiro mês, o Luis Felipe passou a fazer uma mamada na madrugada. Ele mama por volta das 18h30, dorme e acorda por volta das 2h para uma mamada. Nunca fizemos a “mamada dos sonhos” (que costuma ser entre 22h e 23h) , porque não tinha coragem de acordá-lo… e de apenas um despertar na madrugada eu dava conta.

No quinto mês, quando as coisas “desandaram”, ele começou a despertar mais vezes (chegou a acordar de hora em hora!) e eu, consequentemente, amamentei mais vezes para tentar fazer com que dormisse (eu sei, eu sei, não é o ideal… mas uma mãe exausta na madrugada usa todas as suas armas! rs).

Felizmente, essa fase passou. No sexto mês, ele voltou a acordar somente uma vez na madrugada. Agora, estou com ajuda de uma consultora de sono para ver se consigo eliminar essa mamada de maneira gentil. Em termos de capacidade gástrica, sei que ele pode ficar sem mamar na madrugada. É mais uma questão de hábito. Já conseguimos adiar o horário dessa mamada e, em algumas noites, ele dormiu direto. Ao que tudo indica, estamos tendo sucesso.

Bomba de leite

Se não estivesse fazendo home office (o lado bom da pandemia), sinceramente, não sei se teria conseguido amamentar por tanto tempo. Normalmente, trabalho por longas horas no escritório e temos muitos eventos à noite… não sei como teria feito. Estando em casa, não precisei tirar leite no dia-a-dia. Foram apenas duas vezes, quando tive compromissos fora de São Paulo. E não me dei tão bem com a bomba.

Comprei uma bomba de leite elétrica da Medela de uma amiga. Por ser dupla, é de fato bastante prática. Assisti a alguns vídeos no YouTube para ver como faz para tirar o leite, mas, provavelmente, fiz algo errado. Ou talvez o bocal não seja do tamanho ideal para mim… O que sei é que meus mamilos ficaram com algumas partes roxas. Eu até tinha planos de tentar estocar leite para o futuro (para quando meu peito secasse), mas desisti. Quando meu leite secar, acabou.

Bebê inquieto durante a amamentação

Com 4 meses, o Luis Felipe começou a ficar muito agitado durante algumas mamadas. Ele chegava a largar o peito, berrar e depois voltar a mamar, largar, berrar, mamar, largar, berrar, mamar. Achei esse comportamento bem estranho! Cheguei a comentar sobre isso nos Stories (@constancezahn_babies) e algumas mães inclusive me questionaram se não seria alergia à proteína do leite de vaca, APLV (parece que um dos sintomas é a recusa do bebê ao peito – se você estiver passando por isso, assista a esse vídeo aqui).

Bom, no meu caso não era alergia. Percebi que duas coisas estavam acontecendo:

1) ele se distraia mais durante a amamentação – com as nossas cachorras, com alguém que entrasse no quarto para falar comigo, com algum barulho da casa… e tudo parecia mais interessante que o peito. A minha consultora de amamentação indicou comprar um colar de amamentação (que nada mais é que um grande colar de contas), o bebê fica focado em mexer no colar e mama melhor. Acabei não comprando, mas passei a amamentar no quarto com ele sozinha, sempre;

2) os ciclos de largar peito-berrar-mamar aconteciam na mamada antes de dormir, quando ele estava muito cansado. A princípio, sem entender o motivo daquela reação dele, comecei a amamentá-lo em pé, ninando-o. Depois que entendi, passei a amamentar um pouco mais cedo e, aí sim, o problema foi resolvido. Percebi que o cansaço deixa ele muito nervoso, até para mamar.

Hoje, com  7 meses, ele está ainda mais atento ao ambiente. Reconhece os passos das cachorrinhas se aproximando do quarto dele, o interfone que toca ao fundo, a campainha de casa… tudo vira distração. E como não se alimenta mais só de leite, durante o dia não tem mais aquela fome de leão de antes, então pára de mamar mais rapidamente quando se distrai.

Candidíase mamária

Encerrei o post sobre o primeiro mês de amamentação comentando en passant sobre a candidíase mamária que tive. Disse que ela era persistente – e era mesmo! Consegui tratá-la após uma troca de mensagens com uma seguidora que leu meu post e me orientou a procurar outro médico. Assim como aconteceu com ela, o tratamento que fiz inicialmente foi fraco demais. No fim das contas, acabei descobrindo que, muitas vezes, um dermatologista cuida melhor de candidíase mamária que um ginecologista.

Enfim, mas como a minha candidíase mamária era persistente, quando o Luis Felipe estava com uns 5 meses, a fofa voltou. Foi a terceira vez! Percebemos porque o Luis Felipe teve sapinho de novo… E lá fui eu fazer meu tratamento de choque (com remédio prescrito!) novamente. No meu caso, a candidíase mamária não chegou a atrapalhar a amamentação, mas sentia algumas pontadas incômodas nos seios

Mordidas

Sempre temi as mordidas! Sei que às vezes elas causam feridas e não queria ter um flashback das feridas do primeiro mês! Os dois dentinhos de baixo do Luis Felipe nasceram quando ele estava com 5 meses e meio. No início, não tivemos nenhuma ocorrência. Mas depois que ele passou a comer, e ter menos apetite para o leite, ficou mais “brincalhão” também e aí resolveu dar suas dentadas. Foram poucas vezes, mas quando aconteceu, disse que doía, que me machucava. Ele me olhava e parava.

De todo modo, percebi que a mordida vinha quando ele já não queria mais mamar e achava que estava na hora de brincar com o peito. Como dá para perceber quando ele está prestes a dar um nhac, passei a colocar meu dedo na boca dele, entre as gengivas, para evitar mordidas. E agora fico bem mais atenta ao comportamento dele: parou de mamar efetivamente, peito recolhido! Por sorte, as mordidas não chegaram a ferir.

Manias do bebê

O Luis Felipe sempre teve algumas manias enquanto mamava. No começo, colocava sempre uma mão no meu soutien e a outra acariciava meu braço. Depois, começou a beliscar meu braço. Quando cresceu e seu pé alcançou a almofada, ficava passando o pé nela, meio que sentindo a textura… Mais tarde, começou a mexer e puxar a orelha. Até que, por volta dos 5 meses, ele começou a se bater enquanto mamava – eram socos mesmo com a mãozinha na própria cabeça! Aí fiquei preocupada!! Pensei que pudesse ser algum tipo de transtorno (não me julguem, não sabia o que pensar…).

Conversei com a Natália Rodrigues (minha consultora de amamentação) e ela explicou que é comum os bebês desenvolverem manias ao mamar. Dar socos pode ser uma delas, por mais curioso que isso possa parecer. Mas de tanto que impedi protegendo a cabeça dele, em dado momento, ele parou de se socar. A mania da vez é dar uns tapinhas no meu braço. Vamos ver qual será a próxima! rs

Ingestão de água

Apesar de o pediatra ter liberado a ingestão de água desde o quarto mês, preferi manter só leite materno mesmo, aumentando as mamadas em dias mais quentes. Meu medo era que ele passasse a mamar menos – por confusão de bico, confusão de fluxo, por matar a sede e enganar a fome… Só comecei a dar água a partir da introdução alimentar.

Produção de leite reduzida

Depois da introdução alimentar, minha produção de leite diminuiu bastante, já que a demanda dele também diminuiu. Meus peitos demoraram um pouco para se ajustar à nova demanda. Ficaram empedrados algumas vezes, o que resolvi colocando ele para mamar.

Acontece que agora ele tem menos paciência para sugar e como o seio esquerdo já produzia menos (imagino que devia sair menos leite dele), o Luis Felipe meio que desistiu de mamar nele. Hoje, ele só mama no seio esquerdo quando está muito sonolento. Caso contrário, se irrita e larga. Isso significa que meus seios estão assimétricos? Significa.

Até conversei com a Natália Rodrigues (sempre recorro a ela! rs) sobre aumentar a produção do seio esquerdo com a bomba elétrica, seguindo um protocolo de bombeamento específico para isso que ela me passou. Mas como não me dei com a bomba e como fiquei com medo de aumentar a produção e ele não mamar e, consequentemente, ganhar uma mastite de brinde, desisti da ideia.

Quando a amamentação se tornou prazerosa

Sei que existe uma cobrança enorme por parte das mães (e por parte de terceiros) em relação à amamentação. E, entre outras coisas, isso pode gerar muitas frustrações quando a mãe não gosta de amamentar. Eu, sinceramente, nunca havia imaginado que fosse gostar, não sonhava com esse momento…

No fim do meu relato anterior, contei que uma amiga havia me perguntado se eu já estava gostando de amamentar, porque ela não estava. Ela teve uma série de problemas (entre eles, mastites recorrentes), e apesar de as minhas dificuldades não serem tão grandes quanto as dela, naquela época eu ainda não podia afirmar que estava gostando de amamentar. Gostava de ficar com ele no meu colo, da troca de olhares, da mãozinha dele em mim… mas isso eu também poderia ter com uma mamadeira em mãos. Com as feridas saradas, não diria que estava sendo um sofrimento amamentar (longe disso – até porque se fosse um sofrimento, teria parado), mas tampouco diria que estava amando.

Quando o Luis Felipe estava completando 3 meses, passei a curtir mais a amamentação. Posso dizer que é um momento prazeroso mesmo para mim. E agora, mais perto do fim dessa fase, sinto que passou rápido e que ficarei com saudades.

Até quando ele vai mamar?

Não sei. A princípio, a minha meta era 3 meses. Quando atingi a meta, dobrei. rs E não fiz uma nova meta porque, para mim, depois de 6 meses de amamentação exclusiva, todo mês a mais é lucro. Vejo muitas vantagens na amamentação – em termos de saúde pra ele, principalmente, pelos meus anticorpos que passam pelo leite; em termos de praticidade pra mim, principalmente, por não ter que preparar mamadeiras. Se eu tiver leite até ele completar um ano, ficarei muito feliz. Vamos ver…

 

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