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Violência Obstétrica: o que é, como se proteger e mais!

Nos últimos dias, o tema violência obstétrica ganhou força nas redes sociais – o motivo foi a denúncia da influenciadora Shantal sobre a violência que sofreu no parto. Durante o nascimento da sua última filha, a influencer recebeu ataques verbais do médico e teve sua intimidade exposta. O caso levantou muitos debates sobre a violência obstétrica e como as famílias podem se proteger nesses momentos. Por isso, nesse post, vamos explicar tudo sobre a violência obstétrica: como se prevenir, agir e denunciar. Confira:

violência obstétrica

Foto: Cottonbro no Pexels

O que é Violência Obstétrica?

A violência obstétrica abrange uma série de posturas da equipe que auxilia o parto – médicos, enfermeiras, auxiliares – e prejudica, ofende ou vai contra os desejos da mãe na gestação, parto e pós-parto. Isso significa que desde o uso de medicamentos sem autorização dos pais até abusos verbais e físicos podem ser descritos como violência obstétrica.

Isso significa que milhares de mães já viveram e vivem casos de violência obstétrica. Muitas só vão entender os abusos vividos meses ou anos depois, já que o período do parto e pós-parto é tão intenso emocionalmente que as mulheres não conseguem processar tudo o que viveram.

Um fator que estimula a manutenção desses abusos é o machismo. Outro fator é a manutenção de narrativas negativas sobre o parto: “Nos filmes e novelas, os partos são sempre dolorosos, difíceis e abusivos. Quando você vê isso a vida toda, fica difícil entender que pode ser diferente”, explica Lucilene Alves, que é psicóloga, enfermeira e doula, “E isso não é um problema que atinge apenas pessoas de baixa renda. A falta de informação e conhecimento sobre o parto e a amamentação é gigante e atinge todas as classes.

Foto: Jonathan Borba no Pexels

14 tipos de Violência Obstétrica:

1. Não conversar sobre o parto e preparar os pais durante as consultas

É obrigação do médico que atender a gestante e sua família durante o pré-natal explicar tudo sobre o parto. Ele deve explicar todas as vias de parto possíveis e quais são indicadas para aquela gestação, tirar todas as dúvidas da gestante e estimular que a família pesquise sobre o tema.

Um médico que adia a conversa sobre o parto, não aborda o tema, não tira dúvidas e não informa está conscientemente deixando a paciente despreparada e desinformada, o que pode ser considerada uma forma de abuso.

2. Cesariana eletiva (sem consentimento da gestante e/ou sem indicação clínica)

O Brasil é o segundo país do mundo em taxa de cesárea: cerca de 55% de todos os partos. Esse número está muito acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica a média ideal por volta dos 15%. E ao contrário do que muitos acreditam, a cesariana não é sinônimo de parto moderno ou mais seguro.

A cesárea só deve ser feita em alguns casos, onde há riscos no parto vaginal para mãe ou para o bebê. Isso porque a cesariana é uma cirurgia – e toda cirurgia significa riscos, recuperação mais lenta e interrupção do ciclo natural do parto.

O ideal é que ela só seja feita com indicação e sempre com o consentimento da gestante. Não é isso que acontece no Brasil, tanto na rede pública quanto na rede privada – porém, com maior incidência na rede privada. 84% dos partos realizados por planos em 2019 foram cesarianas e mais de 50% foram antes do início do trabalho de parto, que indica que o bebê está pronto para nascer, segundo a Agência Nacional de Saúde Complementar.

Se o médico forçar uma cesariana sem indicação clínica e/ou sem o consentimento da mãe, ele deve ser denunciado por violência obstétrica. Procure sempre a “Taxa de Cesárea” do médico e do hospital escolhido.

Importante reforçar que se a paciente optar por uma cesárea eletiva, sua vontade deve ser respeitada. A decisão do parto é sempre da paciente, respeitando seus desejos e necessidades clínicas.

3. Uso rotineiro de ocitocina

A ocitocina é um hormônio que existe no corpo humano e tem função importante no parto. Porém, o uso da ocitocina sintética nos hospitais não deve ser feito sem indicação médica e aprovação da gestante.

“Muitas vezes a mulher chega no hospital e já vai para o ‘sorinho’. E lá já tem ocitocina sintética. Tudo isso pode ser considerado um abuso: o soro sem necessidade, a ocitocina sem consentimento… Para essas equipes e hospitais, o que importa é o parto rápido. O bem estar da gestante é secundário”, conta Lucilene, “É por isso que não só as mães, mas os acompanhantes também devem estar preparados. Muitas vezes só eles podem impedir o uso desses medicamentos sem necessidade”.

4. Não utilização de analgésicos quando tecnicamente indicados

Os analgésicos são uma ferramenta valiosa e, em certos casos, necessária no parto. No entanto, existem casos no Brasil onde os medicamentos foram negados às mulheres que precisavam deles: seja para alívio de dores ou até para realização de procedimentos dolorosos.

Esses casos têm maior incidência em mulheres negras: “O racismo criou um mito de que mulheres negras são mais resistentes e, por isso, aguentariam mais dor que mulheres brancas. Por isso, muitas mulheres negras sofreram e ainda sofrem violências em hospitais, conta Lucilene.

Se for desejo ou necessidade da gestante, os analgésicos devem ser administrados!

Foto: Daniel Reche no Pexels

5. Manobra de Kristeller

A manobra consiste em pressionar a barriga da mãe durante o parto, normalmente na hora do “expulsivo”, momento em que a criança está saindo pelo canal vaginal. É uma violência em qualquer situação e deve ser denunciada!

6. Episiotomia

A episiotomia é um corte no períneo que aumenta o diâmetro da entrada do canal vaginal. Não há evidência científica que prove a necessidade da episiotomia em qualquer caso, segundo a OMS. Na década de 90, a Organização Mundial da Saúde já dizia que a prática não poderia ser feita como rotina e não deveria ser aplicada em mais de 10% dos casos.

Atualmente, no Brasil, mais de 50% dos partos são feitos com episiotomia – um número que já seria inaceitável desde o século passado. A prática é considerada uma mutilação genital e não deveria ser feita em nenhum caso, muito menos sem o consentimento da paciente.

O que acontece, no entanto, é que os profissionais fazem a episiotomia como procedimento de rotina (ou seja, mesmo sem necessidade clínica) e sem o consentimento da gestante. Há muitos casos onde nem anestesia é usada. Segundo uma pesquisa feita pela OMS, 75% das mulheres ainda sofrem episiotomia sem consentimento e, desses casos, mais de 50% é feito sem anestesia.

“Os médicos costumam realizar esse procedimento para agilizar o expulsivo, momento em que o bebê está saindo. É mais uma violência que pensa apenas no conforto da equipe médica e ignora o bem-estar da mãe“, afirma Lucilene.

7. Ponto extra ou “Ponto do Papai”

Por conta da episiotomia de rotina, outra violência obstétrica surgiu: os pontos. Médicos têm o costume de dar “um ponto extra” na hora de fechar os cortes vaginais para “deixar a vagina mais apertada” para os homens.

Esse é um dos abusos que evidencia o machismo institucionalizado na violência obstétrica: o corpo não é da mulher, mas sim um objeto para o prazer do marido. Os relatos de mulheres que passam sobre isso são vários – recomendamos a leitura da matéria “Deixei virgenzinha para você”, que reúne relatos de mulheres agredidas por seus médicos.

O ponto extra causa dores terríveis às mulheres e prejudica sua vida sexual no pós-parto. Uma das formas de tentar se proteger dessa e outras violências é ter um Plano de Parto.

8. Lavagem intestinal

Fezes no parto é normal: ao passar pelo canal vaginal, o bebê pressiona o intestino, o que pode causar evacuação. No entanto, em alguns hospitais, as pacientes são obrigadas a passar por lavagem intestinal para evitar isso.

Lavagem intestinal sem necessidade é prejudicial à saúde, além de ser um momento de desconforto a mais para a mãe durante o trabalho de parto.

9. Exames de toque invasivos

O exame de toque é feito para medir a dilatação. No entanto, não deve ser feito durante a contração nem com frequência, já que gera dor e desconforto à paciente. Além disso, é necessária autorização da paciente antes do exame. O problema é que, normalmente, nenhum desses pontos é respeitado.

E mais: o exame é desnecessário. Sua única função é medir a dilatação, porém essa informação não faz diferença para o desenvolvimento do parto – e pode ser acompanhada por outros sintomas, sem esse exame invasivo. Por exemplo: a maioria das mulheres têm ânsia ou vomitam quando estão por volta dos 7 centímetros de dilatação.

Acompanhar a dilatação é mais uma forma de arrumar motivos para acelerar o parto e usar intervenções médicas. Você pode colocar observações sobre o exame no seu Plano de Parto.

violência obstétrica

Foto: Cottonbro no Pexels

10. Posição única para parir

Exigir que a mãe fique deitada na cama durante o trabalho de parto e tenha o bebê em uma posição específica são formas de violência obstétrica. A paciente deve ter o direito de parir na posição que quiser e de andar livre até o expulsivo.

Andar, dançar e ficar fora da cama são excelentes formas de acelerar naturalmente o trabalho de parto. No entanto, exigem um acompanhamento mais próximo e atento da equipe médica – o que faz com que muitos proíbam que as gestantes saiam da cama.

Importante dizer que a posição mais comum para o parto normal nos hospitais, a litotomia – onde a mulher fica deitada de barriga para cima com as pernas apoiadas nas perneiras -, é uma das piores para parir. No entanto, é uma das mais práticas para equipes médicas, que conseguem ter uma visão e acesso completo à vagina das pacientes. Por isso, a posição é muitas vezes forçada – o que é uma forma de violência!

11. Deixar a gestante sem comida e água

Em um parto humanizado, as mulheres podem comer e beber o quanto quiserem. Imagine o nível de energia que parir exige – a fome é um sinal do corpo que está se preparando para o esforço que vai encarar.

A desculpa de muitos hospitais para proibir a alimentação é que a paciente pode acabar tomando anestesia ou indo para a cesárea. No entanto, deve ser oferecido comidas leves e água o tempo todo. Deixar a paciente sem comida e bebida é uma forma de violência!

Não oferecer comida e água é uma forma de economizar e poupar serviço para a equipe do hospital. As mulheres precisam comer e se hidratar durante o trabalho de parto. Se a equipe não oferecer, o acompanhante pode exigir e oferecer ele mesmo a paciente“, Lucilene explica.

12. Ameaças e agressões verbais

“Não é nem um pouco raro você escutar médicos gritando com pacientes, mandando empurrar e fazendo ameaças, como: se você não fizer força agora, seu filho não vai nascer”, conta Lucilene, “A mulher com dor, fragilizada, ouve esse tipo de ameaça e sente medo, culpa… Tudo que ela não deveria sentir em um momento tão importante”.

Lucilene reforça que palavras de incentivo são importantes, mas não é isso que acontece: “Eles gritam, ameaçam e ficam frustrados se a mulher não cumpre as ordens. Isso é violência explícita, mas muitas acreditam que é algo normal. Os pais raramente conseguem reagir. E você encontra isso em instituições privadas e públicas. É muito mais comum do que deveria”.

Em um dos partos que acompanhou como doula, Lucilene relata ter ouvido o médico gritar: “Não! Não! Não! Aí, tá vendo? Você parou de empurrar e o bebê voltou para dentro! Quando eu mandar empurrar você empurra, pô!” A mãe chorou, se sentindo culpada, o que a fez perder a força e ter mais dificuldades para empurrar – o que fez o médico gritar ainda mais. “Não existe isso do bebê ‘voltar para dentro’. Ele estava mentindo para intimidar a paciente e conseguiu. Os gritos dele eram tão altos que a paciente não conseguia me ouvir tentando acalmá-la. Foram longos minutos de tortura psicológica, relata Lucilene.

Conhecer o perfil do médico e falar com outras pacientes pode ajudar a evitar profissionais com esse perfil. No entanto, para mulheres que vão parir com plantonistas – na rede pública ou privada – escolher o profissional não é possível. “É por isso que a violência obstétrica precisa ser denunciada e combatida, com políticas públicas e medidas das próprias instituições. O trauma de um parto pode perseguir as mulheres por toda a vida”, reforça Lucilene.

13. Agressões físicas

Tapas, empurrões, episiotomia sem consentimento, manobra de Kristeller, prender a paciente na cama e outras ações podem ser consideradas agressões físicas. Tudo que for contra as condutas médicas, feito sem consentimento e/ou ferir a integridade física das pacientes entra como lesão corporal!

14. Entre outros abusos

Infelizmente, a lista de abusos que podem ser cometidos é longa. “A mulher deve denunciar sempre que se sentir lesada, física ou psicologicamente, por condutas do médico e da equipe durante o parto”, avisa Lucilene.

Discriminação por idade, raça, classe social ou condições médicas, além de más condições do sistema de saúde são outros exemplos de violência. Todos podem e devem ser denunciados.

No pós-parto, abusos também podem ocorrer: “Fique atenta ao atendimento pós-parto também. Não só em relação à mãe, mas ao bebê também. Não hesite em trocar de profissional ou buscar uma segunda opinião, principalmente quando envolver procedimentos, cirurgias ou suspensão da amamentação, alerta Lucilene.

Como evitar a Violência Obstétrica?

Existem algumas atitudes que podem evitar violências. A mais importante delas é o estudo. “Se a família está bem informada, não vai ser facilmente enganada pelo médico ou equipe. Pesquisem tudo, leiam muito, perguntem sobre todos os tópicos que quiserem. É obrigação do médico responder tudo e ajudar nesse processo”, afirma Lucilene.

O Plano de Parto é outra forma de evitar abusos. Ele é um documento oficial e a equipe médica deve respeitar os desejos da família expostos ali – mesmo equipes plantonistas! Deixe seu plano de parto junto à bolsa maternidade para não esquecê-lo e tenha cópias.

Outro ponto essencial é o acompanhante estar preparado para proteger a paciente caso necessário. “Muitas mulheres acreditam que a Doula pode impedir violências. No entanto, nós não temos autoridade para proibir ou autorizar procedimentos – isso é papel do acompanhante. Por isso, mãe e acompanhante precisam estar bem alinhados e preparados para o parto”, explica Lucilene, “A paciente estará com dores, focada no próprio corpo. O acompanhante é quem deve ficar observando, perguntando e checando que o Plano de Parto está sendo seguido.

Ter uma Doula ajuda nesse processo de forma indireta: “Uma Doula vai estar ali cuidando do bem-estar da mulher durante o parto. Mas seu maior papel na prevenção da violência obstétrica é no pré-natal: durante os encontros, a Doula deve ajudar os pais a encontrar informações importantes e auxiliar na montagem do Plano de Parto, explica Lucilene. Você pode saber mais sobre o papel da Doula no parto aqui.

Pesquisar o histórico do médico e do hospital também é essencial. “Hospitais com alta taxa de cesarianas e com médicos cesaristas não vão entregar um bom atendimento ao parto normal, por exemplo. E se a maioria dos partos ali acabam em cesárea, as chances da paciente conseguir finalizar seu parto de forma natural são baixíssimas”, aponta Lucilene. Os dados de taxas devem ser divulgados pelas instituições. Conversar com outras mães sobre suas experiências também é importante.

Foto: Cottonbro no Pexels

Como denunciar Violência Obstétrica?

A violência pode ser denunciada em vários locais. São eles:

  • Hospital ou instituição em que o parto foi realizado;
  • Secretaria de saúde responsável pela instituição (pode ser municipal, distrital ou estadual);
  • Conselho Regional de Medicina (CRM) para denúncias contra médicos;
  • Conselho Regional de Enfermagem (COREN) no caso de enfermeiros, técnicos e auxiliares;
  • Delegacia da Mulher;
  • Por telefone, nos números 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou no 136 (Disque Saúde).

Não deixe de denunciar!

Violência Obstétrica é o termo correto?

Há uma discussão em torno do tema. Alguns médicos alegam que o termo “violência obstétrica” é uma ofensa aos médicos. “A violência contra a mulher está tão normalizada que é mais preocupante ser acusado de violência do que fazer algo para que essas violências não ocorram mais“, Lucilene aponta, “É frustrante. Você vê mulheres traumatizadas, tendo um dos momentos mais lindos de suas vidas marcadas pela dor e medo, tudo porque profissionais da saúde se recusam a se atualizar e tratá-las com respeito”.

A manutenção do termo é importante para que as denúncias continuem e para que existam cada vez mais políticas públicas para combater esses casos. “Suavizar o nome não ajuda as mulheres em nada. Nenhum médico deveria se preocupar com esse termo se tivesse as condutas adequadas. Lutar para retirar esse termo só mostra o descaso com as mulheres”, reforça Lucilene.

Lucilene Alves é psicóloga (CRP: 147386), enfermeira (COREN: 681343) e doula.

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Leia mais: Cuidados com as mamas na gestação e pós-parto

Veja também: Como escolher o pediatra para o seu filho?

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Cuidados com as mamas na amamentação e gestação

Os cuidados com as mamas na amamentação são essenciais para garantir uma experiência mais leve e saudável para mãe e bebê. Afinal, é o peito da mãe que vai fornecer o leite e ser sugado com frequência – e esse uso constante pode causar feridas e outros problemas que atrapalham a amamentação. Além disso, o cuidado inadequado pode atrapalhar a pega. Ou seja, saber como cuidar das mamas no puerpério é essencial para evitar o desmame precoce!

Aqui no site, você encontra uma categoria completa com textos sobre amamentação. Nesse post, você aprende o que deve fazer e o que evitar desde a gestação até o puerpério. Confira os cuidados ideais com as mamas:

Foto: Cleyder Duque

Cuidados com a mama na gravidez

 Durante a gravidez, o maior cuidado é evitar ouvir palpites errados. Não há nada que você possa fazer durante a gravidez para garantir a produção de leite no pós-parto. Portanto, fuja de remédios milagrosos e receitas caseiras.

Você só vai saber como é sua produção de leite quando começar a amamentar! O tamanho dos seios, formato e o fato de “não vazar leite” antes do parto não significam nada. Mulheres com seios pequenos e sem vazamentos na gestação conseguem amamentar normalmente.

Veja o que evitar durante a gravidez:

  • Não esfregue os mamilos para “calejar” a região! Apenas lave com água, então seque delicadamente com uma toalha;
  • Não tome bebidas que “estimulam o leite”. E se for tomar chás, lembre-se de checar com sua equipe médica se eles são permitidos durante a gestação;
  • Não ordenhe! Não há necessidade e pode atrapalhar seu processo na amamentação. A ordenha pode ser feita após o parto e caso haja necessidade;
  • Não passe sabonetes, cremes e óleos no mamilo. Esses produtos podem fazer mal para a região. Limpe apenas com água;
  • Não use sutiãs apertados.

Foto: Elle Hughes

5 cuidados com a mama na amamentação 

Depois do parto, os cuidados com os seios são ainda mais importantes. Ao contrário do que se imagina, a melhor rotina de cuidados com as mamas no puerpério que você pode ter é a mais simples. Confira:

  • Passar leite no mamilo: use algumas gotas do seu leite antes e depois da mamada. O leite materno tem ação antibacteriana, cicatrizante e hidratante! Assim, além de prevenir ferimentos, ele também os trata de forma natural;
  • Tomar sol: quinze ou trinta minutos de sol por dia na região dos seios é excelente para prevenção e para cicatrização! O ideal é tomar o banho de sol antes das dez da manhã ou depois das quatro da tarde. O protetor solar não pode ser aplicado na aréola e no mamilo. Uma boa dica para quem mora em apartamento é fazer 2 furos estratégicos em camisetas para poder tomar o banho de sol sem chamar a atenção de vizinhos;
  • Trocar o sutiã com frequência: sutiã úmido sufocando o mamilo pode gerar infecções por fungo. O ideal é manter o material sempre seco!
  • Deixar os seios livres: assim como o sol, o ar livre ajuda a saúde dos seios. Separe alguns momentos do dia para ficar sem roupa!
  • Rosquinhas: esse item é um grande aliado dos mamilos, tanto na prevenção quanto após um ferimento. Elas impedem a roupa de pressionar o mamilo sem sufocar a região. Você pode comprar modelos prontos ou fazer suas próprias rosquinhas, usando fraldinha de bebê ou meias.

Constance dá a dica: No ano passado, fiz uma série de entrevistas com a minha consultora de amamentação, Natália Rodrigues, sobre Dicas Gerais; Apojadura e Pega; Livre Demanda x Rotina; Feridas, mastite, candidíase mamária e afins; Alimentação da mãe x cólicas e alergias no bebê (em especial, a APLV). São vídeos que considero bastante esclarecedores, vale a pena assisti-los na gestação para se sentir mais preparada quando a hora chegar. 🙂 

Apesar de muito especial, a amamentação pode apresentar muitos desafios (falei dos meus aqui), que podem levar as mães a desistirem (digo isso, sem julgamento algum!). Os problemas nos seios – feridas, mastite e candidíase mamária – são algumas das causas mais comuns que levam ao desmame precoce.

Aprendi com a minha experiência que os cuidados com os seios na amamentação é um dos caminhos para facilitar esse processo. É importante reforçar que o principal vilão das feridas nos mamilos é a pega errada. Por isso, além de prevenir e tratar os ferimentos, é preciso cuidar da causa – recomendo procurar uma consultora de amamentação! Nesse vídeo do IGTV, conversei com a minha consultora sobre pega. Vale a pena conferir!

O que não fazer com os seios na amamentação

Se a lista de cuidados com as mamas na amamentação é curta e simples, a lista do que não fazer acaba sendo bem maior. Isso porque muitas dessas ações podem levar ao desmame precoce. Então, se é o seu desejo seguir amamentando, preste muita atenção antes de passar qualquer produto – mesmo os naturais e as plantas – nos seios.

Procure o auxílio de uma consultora de amamentação caso esteja tendo problemas com a pega, dores que não passam ou outros. As consultoras são as profissionais mais preparadas para ajudar você a preservar o aleitamento materno.

Confira algumas dicas do que não fazer durante a amamentação:

Passar bucha no mamilo: 

Muitas pessoas acreditam que passar bucha de banho- ou outros itens- nos mamilos ajuda a preparar a pele da região ao “engrossá-la”. Não é verdade! Além de poder lesionar, isso acaba tirando a hidratação natural dos mamilos. 

O que vai preservar seu mamilo é a pega correta e os bons cuidados com a mama, já citamos aqui!

Passar sabonetes, cremes, pomadas e outros produtos no mamilo:

A higiene da região deve ser feita apenas com água, durante o banho! O uso de cremes, sabonetes, óleos e outros produtos pode: 

  • Entupir os dutos, o que atrapalha a amamentação e pode levar a mastite;
  • Deixar cheiro e/ou gosto na pele, o que pode levar o bebê a recusar a mama depois;
  • Deixar a pele da mama escorregadia, o que atrapalha a pega do bebê e gera diversos problemas, entre eles as fissuras no mamilo.

A hidratação deve ser feita apenas com o leite materno. Em caso de fissuras e outros problemas, procure tratamentos alternativos e evite as pomadas. Caso o uso delas seja a única opção que você tem, peça ajuda a sua consultora para aprender a passar a pomada da forma correta. Nunca use pomadas sem recomendação!

Usar conchas de silicone: 

Apesar de ser um item comum em enxovais, as conchas não são recomendadas por nenhuma consultora de amamentação. O motivo é simples: são pratos cheios para a proliferação de fungos que causam doenças, além de piorar quadros de fissura e atrapalharem a pega correta.

Caso você queira um produto para coletar o leite que vaza das mamas durante a mamada, procure coletores ou as conchas modelo ladybug. Importante reforçar que mesmo as conchas ladybug não devem ser usadas o tempo todo, nem por longos períodos de tempo. 

Usar absorventes para seios: 

Assim como as conchas, eles sufocam a região e aumentam a chance de proliferação de fungos. Por isso, o ideal é deixar vazar e trocar de roupa quando isso acontecer.

Os vazamentos tendem a parar depois dos primeiros meses, quando o corpo se adaptar à quantidade de leite que precisa ser produzida e ao horário das mamadas. Vale a pena ter esse trabalho extra com a troca de roupas por esse período de tempo.

Tomar banho quente: 

A água quente dilata os vasos e aumenta a produção de leite, o que pode levar ao empedramento. Algumas alternativas para o banho nos dias frios é ligar o aquecedor no banheiro e tomar banho com água morna. Evite ao máximo água quente diretamente nos seios.

Usar roupas justas e abafadas:

Durante a amamentação, os mamilos têm que respirar. Por isso, roupas justas e abafadas devem ser evitadas ao máximo.

Invista em sutiãs de algodão (e fique sem sutiã sempre que conseguir), roupas leves e mais folgadas. 

Não deixe os seios cheios

Se deu o horário da mamada e você não está com o bebê, você deve ordenhar com máquina ou manualmente, nem que seja apenas para alívio. O peito não é estoque de leite, é fábrica: isso significa que a produção acontece a cada mamada. Não é saudável deixar “acumular” – isso pode levar a um quadro de mastite!

Foto: Janko Ferlic

O que fazer em caso de ferimento nas mamas?

Concha Silverette: 

As conchas de prata da SilveretteFornecedoresSILVERETTE®Enxoval do Bebê Enxoval do BebêSão Paulo, São Paulo (Capital) São Paulo, São Paulo (Capital)Leia mais são as queridinhas de muitas leitoras. Como são feitas de prata pura, têm propriedade ​​antibacterianas, anti-inflamatórias, antifúngicas e cicatrizantes.

Elas devem ser usadas por curtos períodos, higienizadas corretamente com água e sabão e não podem ser colocadas por cima de pomadas ou outros produtos. A recomendação é passar algumas gotas de leite materno no mamilo e na auréola antes de colocar a concha. Podem ser usadas pontualmente para saídas, mesmo sem ferimentos, substituindo as conchas e absorventes.

Pomadas:

Pomadas e qualquer outro produto para ser aplicado no mamilo devem ser prescritos pelo seu médico ou profissional da saúde. Isso porque o produto vai ter contato direto com a boca do bebê, então todo cuidado é necessário.

Além disso, o uso incorreto de pomadas pode atrapalhar a pega. E isso pode gerar mais feridas! Por isso, não passe pomada em excesso ou sem necessidade. 

Laserterapia e tratamentos alternativos

Alguns tratamentos, como a laserterapia, podem ser feitos para ajudar na cicatrização. A acupuntura e a aromaterapia também podem ser usadas. Todos os cuidados com os seios na amamentação devem ser feitos por profissionais com experiência no cuidado com mães. O ideal é sempre consultar seu médico de confiança para escolha dos tratamentos e profissionais mais adequados ao seu caso.

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Leia mais: A amamentação depois do primeiro mês

Veja também: Agosto Dourado: 20 vantagens da amamentação para bebês e mães

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Menstruação sustentável: 5 opções para substituir o absorvente descartável

Nessa #SextaSustentável vamos falar sobre menstruação sustentável! Você sabia que, ao longo da vida, uma pessoa que menstrua pode usar cerca de dezesseis mil absorventes descartáveis convencionais? O impacto na natureza é alto: eles não são recicláveis e demoram cerca de cem anos para se decompor. Depois das pessoas adotarem o uso das fraldas ecológicas para os bebês, a consciência pela sustentabilidade e pelo planeta foi ainda mais longe e levou à pesquisa e lançamento de diversas opções para substituir os absorventes descartáveis, como coletores menstruais, calcinhas absorventes, absorventes de pano e até absorventes internos biodegradáveis. Se a gente pensar bem, deixar de usar esse tipo de absorvente segue a mesma linha de pensamento de substituir o uso de plástico filme por panos encerados ou usar acessóriosprodutos de limpeza ecológicos

Em todos os casos, os impactos ajudam não só a natureza, como também o bolso e o bem-estar. Isso porque os absorventes descartáveis podem custar até dez mil reais até a menopausa! Para piorar, o uso inadequado e constante pode gerar alergias, alteração do pH vaginal e favorecer doenças fúngicas e bacterianas. Conheça mais sobre os substitutos do absorvente descartável convencional, assim como seus pós e contras!

Coletor

menstruação sustentável

Foto: reprodução Inciclo

O coletor é um copinho de silicone que você insere no canal vaginal para coletar seu fluxo. O material é hipoalergênico e mulheres de todas as idades podem usar, mesmo após parto. Pode durar três anos e sua manutenção é simples: lave com sabão neutro em cada troca.  Ao final de cada ciclo, esterilize no microondas com as cápsulas ou copos feitos para isso – você pode comprar esses itens junto com seu coletor.

Nas trocas, é só despejar o fluxo no vaso sanitário, lavá-lo e inserir novamente. Assim, você só precisa de um coletor para todo seu ciclo menstrual. Isso significa que, durante três anos, seu gasto com menstruação será de menos de cem reais!

As vantagens de usá-lo são várias, mas a maior é a praticidade. As trocas podem ser feitas a cada doze horas, então você não precisa se preocupar com isso durante o dia ou com vazamentos à noite. Com o coletor, você pode realizar exercícios físicos, entrar na piscina ou no mar e usar qualquer tipo de roupa – afinal, ele não marca e não vaza! Além disso, é possível acompanhar seu ciclo de perto, visualizando a quantidade e a cor do fluxo.

Seu uso não deve causar dor ou desconforto – se você sentir algo, deve retirá-lo e inserir novamente. Ele também não causa alterações no pH, não atrapalha a lubrificação natural (e necessária) da vagina e não deixa a menstruação ficar com cheiro forte. Aliás, você sabia que aquele cheiro forte só acontece quando o sangue entra em contato com o oxigênio ou produtos químicos – como os presentes no absorvente descartável?

O único “contra” do coletor é a fase de adaptação que algumas pessoas podem passar. Para funcionar, ele precisa de vácuo – e isso exige que ele seja colocado de forma correta. Existem diversas dobras que podem ser feitas para colocá-lo – e encontrar a que mais se encaixa com você pode exigir alguns testes. No site da Inciclo, você encontra coletores e vídeos ensinando técnicas para melhor adaptação!

Disco 

menstruação sustentável

Foto: reprodução Inciclo

O disco é um coletor sem vácuo! Oferece todas as vantagens do copinho, incluindo as doze horas de uso, e são feitos do mesmo material. No entanto, o disco tem algumas diferenças importantes!

Diferente do copinho, ele é colocado no fundo do canal vaginal, perto do colo do útero. Essa posição e seu formato permitem que a mulher tenha relações sexuais sem problemas. Nem você, nem seu parceiro devem senti-lo. É uma liberdade a mais durante os dias de fluxo!

A desvantagem dele é a mesma do coletor tradicional: a adaptação. Vale a pena ver vídeos e aprender técnicas diferentes de colocar e retirar. Você encontra esse produto na Inciclo, neste link.

Calcinha absorvente

Foto: reprodução Pantys

A calcinha absorvente é uma opção para quem não se sente confortável com os coletores. Elas são feitas com tecidos absorventes, hipoalergênicos e antibacterianos, para garantir o uso seguro e sem odores por até cinquenta lavagens. Existem calcinhas dos mais diversos tamanhos, estampas e modelos. Algumas lojas, como a Pantys, possuem modelos especiais para maternidade – incluindo sutiãs absorventes. Aliás, vale a pena conferir nosso post sobre enxoval da amamentação, basta clicar aqui!

As trocas devem ser feitas em até oito horas, dependendo do seu fluxo. Para que você consiga ficar as oito horas completas, é preciso escolher um modelo que suporte seu fluxo, então fique atenta a essa questão! Se você vai precisar trocá-las enquanto estiver na rua, leve um saquinho para guardá-las e lave assim que chegar em casa.

A maior desvantagem das calcinhas absorventes é o investimento inicial. Você precisa de, pelo menos, cinco calcinhas para usar no ciclo completo. Cada calcinha dura, em média, cinquenta lavagens – o que pode chegar a dois anos de uso, dependendo do revezamento de peças feito. Para quem busca praticidade, é preciso considerar a manutenção: é preciso lavar corretamente todos os dias! A lavagem pode ser a mão ou na máquina – desde que retirado excesso do fluxo antes e com uso de saquinho protetor – sem uso de alvejantes e amaciante.

Absorvente de pano

Foto: reprodução Korui

Os absorventes de pano tem o mesmo formato dos absorventes descartáveis e devem ser trocados em até seis horas. Eles são finos e suportam diversos tipos de fluxo! Assim como as calcinhas, é preciso se atentar qual modelo é ideal para o seu fluxo.

Não tem odor, são hipoalergênicos e antibacterianos. Sua durabilidade depende da quantidade de vezes que é usado por ciclo, mas algumas marcas apontam de três a seis anos. Pode ser lavado a mão ou na máquina, com saquinho protetor e sem alvejantes ou amaciante.

Os contras ficam por conta da praticidade. Comparado com as opções anteriores, é o que mais exige trocas. Pode marcar na roupa e é algo “extra” na calcinha, o que pode ser desconfortável em alguns momentos, como atividades físicas. Você encontra vários modelos na Korui, neste link.

Absorvente interno biodegradável 

menstruação sustentável

Foto: reprodução Pantys

A Pantys criou o absorvente interno biodegradável que, segundo a marca, se decompõe em até seis meses após o descarte. No entanto, se for descartado no lixo do banheiro, o OB acaba no lixão, o que não é uma opção sustentável. Uma opção de descarte nesse caso é plantar seu absorvente – o sangue tem diversos nutrientes positivos para as plantas!

É hipoalergênico e não possui plásticos, perfumes, químicos ou agrotóxicos. Assim como os internos tradicionais, ele deve ser trocado em até quatro horas. Outra desvantagem é que o algodão, mesmo orgânico, acaba absorvendo a lubrificação natural do canal vaginal, o que não é o melhor cenário. Você encontra esse produto na Pantys, neste link.

Para escolher a melhor opção, é preciso definir qual desses substitutos se encaixam melhor nas suas necessidades e rotina. E para garantir uma menstruação ainda mais sustentável, lembre-se do descarte correto!

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Vacina da Covid-19: gestantes, lactantes e crianças podem tomar?

Depois de um ano tão difícil, 2021 começou com uma luz no fim do túnel: a vacina da Covid-19. Mais de um milhão e meio brasileiros já tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 depois da autorização emergencial da Anvisa para as vacinas CoronaVac, do laboratório Sinovac, e Oxford, em parceria com a AstraZeneca. Naturalmente, muitas dúvidas surgiram em torno delas. Dentro do nosso universo aqui do site, a principal pergunta é: afinal, gestantes, lactantes e crianças podem tomar a vacina da Covid-19?

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LACTANTES PODEM SER VACINADAS

Gestantes e lactantes não fizeram parte das três fases de testes das vacinas, porém as comunidades pediátrica e científica chegaram ao consenso de que o imunizante é seguro para as mães que amamentam e não trazem riscos para os bebês. “O que sabemos é que pelo mecanismo de ação dessas vacinas é improvável haver riscos para o bebê. Das vacinas já existentes e amplamente aplicadas, as únicas que são restritas para as nutrizes são as de varíola e febre amarela, por conterem vírus vivos”, explica a pediatra Márcia Zani (@nucleopequenostesouros).

Nenhuma das vacinas desenvolvidas contra a Covid-19 contém vírus vivos em suas composição. A CoronaVac usa o vírus inativo e a de Oxford em parceria com a AstraZeneca usa um adenovírus que carrega partes do Coronavírus que não se replica em humanos. O que mostram os estudos feitos até agora é que não há a passagem de outros componentes pelo leite, e se passassem eles seriam digeridos pelo estômago do bebê”, completa Márcia.

Segundo a pediatra, outro ponto importante que está sendo levado em consideração pela comunidade médica é que já existe documentação científica que mostra a passagem de anticorpos produzidos pelo corpo da mãe pelo leite. “O fato dos bebês receberem os anticorpos da mãe através da amamentação torna a vacinação altamente vantajosa no caso das lactantes, e também quando a mãe está doente, pois nesse caso os anticorpos imunizam o bebê. A minha opinião como médica e pedriatra é que a amamentação não deve ser suspensa ou adiada no caso de vacinação”, comenta Márcia.

a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou um guia na semana passada em que atualiza as informações a respeito das vacinas aprovadas da Covid-19 em que recomenda que as lactantes sejam sim vacinadas, assim como já era defendido pela Sociedade de Obstetrícia e pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC): “Embora não haja estudos nessa população, é improvável que haja algum problema na utilização de vacinas inativadas da COVID-19 em mulheres que estejam amamentando. A SBP preconiza a vacinação de mulheres que estejam amamentando“.

GESTANTES DEVEM SER AVALIADAS CASO A CASO

As gestantes, assim como as lactantes, estão dentro do que a gente chama de categoria B de risco, isso quer dizer que, na teoria, conseguimos usar os dados e estudos de outras vacinas semelhantes à do coronavírus para refletir sobre a segurança dos imunizates para as mulheres grávidas e mães que amamentam”, comenta Márcia. “Ainda precisamos comprovar o que pensamos na teoria na prática. Mas, visto urgência e gravidade da situação que estamos vivendo e, principalmente, o risco que as gestantes e puérperas até 40 dias correm de desenvolver casos mais graves, os benefícios de se tomar a vacina podem ser maiores do que os possíveis riscos“.

No início do mês a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) publicou uma atualização sobre o tema em seu site oficial recomendando a vacinação de gestantes e lactantes apenas no caso do imunizante da CoronaVac. “A conclusão é que, apesar de não ter sido testada em gestantes, é possível considerar outras evidências. Os trabalhos em animais mostram que não há riscos de mal-formação do feto e, além disso, a vacina da Sinovac é bem similiar a outros imunizantes que são liberados para gestantes como o da influenza, tétano e coqueluche. E como durante a gravidez a infecção por Covid-19 pode levar a um maior risco de complicações e mortalidade, a recomendação é vacinar após uma discussão de prós e contras com o médico obstetra responsável“, explica Márcia.

Contudo, provavelmente, não teremos uma indicação oficial do governo para a vacinação das gestantes. “Não vamos ter uma posição oficial, por isso é de extrema importância que os prós e os contras sejam avaliados individualmente. O que sabemos é que a CoronaVac é feita a partir do mesmo processo que a vacina da gripe, que é segura para as gestantes, mas enquanto não tivermos os testes oficiais não vamos conseguir ter uma posição unânime”, conclui a pediatra.

No guia lançando pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) encontramos as seguintes informações em relação à vacinação das gestantes: “para as mulheres pertencentes ao grupo de risco e nestas condições, a vacinação poderá ser realizada após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilhada, entre a mulher e seu médico prescritor. As sociedades cientificas recomendam que devido ao risco maior de complicações apresentado pelas gestantes, elas deverão ser vacinadas”.

A VACINA DA COVID-19 AINDA NÃO É INDICADA PARA CRIANÇAS

As crianças não se encaixam na chamada categoria B de risco, como as gestantes e lactantes. Além disso, não participaram dos testes, de modo que não pode haver a liberação do uso dos imunizantes para os pequenos. “No caso das crianças, sem os testes, não conseguimos saber se as vacinas são seguras ou se existem riscos de desenvolvimento. Provavelmente será liberado, mas só teremos certeza depois que todos os testes forem feitos”, ilumina Márcia. Mas tudo indica que teremos mais notícias em breve. “As crianças estão começando a ser incluídas nos testes agora, e provavelmente teremos dados para publicar atualizações sobre a eficácia e segurança das vacinas para os pequenos“, conclui.

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Como evitar estrias na gravidez?

Chegou o dia de postar no iGTV (@constancezahn_babies) o segundo vídeo com a dermatologista dra. Luli Palermo (CRM 137204 | RQE 10367). E o tema da vez: estrias na gravidez! Como disse, eu morria de medo! Mas saiba que com os cuidados certos é possível evitar, assim como amenizar no pós-parto as que surgirem. Aperte o play para ver as dicas e cuidados!

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