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Parto em casa

Mulheres de diversas cidades do Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, saíram às ruas nesse fim de semana para lutar pelo direito de decidir se querem ter o parto em casa ou no hospital. O assunto é delicado e tem dividido opiniões de especialistas e mães. Por isso, resolvemos falar um pouquinho sobre o tema e queremos saber a opinião de vocês!

Foto: Parenthood and Kids

Obstetras a favor do parto domiciliar indicam algumas vantagens, entre elas o fato de a gestante poder escolher a posição e local em que se sente mais confortável (a modelo Gisele Bundchen fez seu parto na banheira de casa, lembram-se?) e de não sofrer o risco de contrair infecção hospitalar.

Importante lembrar também que o Brasil é o país campeão em cirurgias cesarianas. Em 2010, as cesárias chegaram a 52% do total de partos, sendo que a Organização Mundial de Saúde recomenda que este percentual não seja superior a 15%.

Médicos que se posicionam contra o parto em casa atentam para a possibilidade de uma complicação, como uma hemorragia ou algum problema mais grave. Nestes casos, a gestante precisa ser levada às pressas para o hospital e ser atendida com urgência. Se for uma gravidez de risco, não se pode nem cogitar um parto em casa.

Independente de ser contra ou a favor, a discusão trouxe à tona um assunto super importante: a humanização do parto. Isso significa que, seja em casa ou no hospital, os profissionais precisam respeitar, mostrar as opções e dar liberdade às escolhas da mulher, dando-lhe o controle da situação na hora do nascimento do bebê. Assim, quem acha muito arriscado realizar o parto em casa, mas não abre mão do parto normal, por exemplo, pode ter o direito de fazê-lo na maternidade de sua escolha, do jeito que for melhor para a mãe e para o bebê.

*Nós queremos saber: vocês fariam ou já fizeram parto em casa? Compartilhe a sua opinião com outras mães nos comentários!

GestantesParto

27 Comentários

  1. Ana Flávia 19 de junho de 2012

    Constance,
    Primeiramente, parabéns pelo site, é lindo, além de muito útil.
    Tive me bebê em casa há dois meses. Ele nasceu com 4,6kg e 55 cm. Tive o auxílio de duas enfermeiras obstetras, uma doula e um pediatra. Tive a liberdade de me movimentar, comer e beber durante o trabalho de parto. Fui respeitada como mãe e como mulher. Tive meu filho no meu quarto, em uma banheira com água morna. Foi uma experiência inesquecível poder colocar o meu filho no mundo de uma maneira digna e cercada de pessoas queridas. Espero que cada vez mais mulheres possam passar pela experiência do parto humanizado, independente do tipo que escolherem.
    Sds,
    Ana

  2. Indignada 19 de junho de 2012

    Olá, acho que tudo isso é um absurdo, para começar todos os médicos envolvidos fizeram 6 anos de faculdade e no mínimo 2 anos de residencia para poder dar um bom atendimento a gestante e ao Rn. Depois por mais que seja um parto de baixo risco quero saber se alguém poderia prever uma distocia ou talvez uma circular justa, e se o período expulsivo for prolongado e a criança nascer em apneia quem vai reanimar?? Em qual ventilador ela vai ser acoplada? E se a mae tiver uma inversão uterina? Rara mas se o parto nao for feito por um medico a chance de acontecer eh grande! E se tiver problema com o 5 período e a mulher sangrar quem vai resolver?
    Penso que se o parto fosse uma coisa tão simples e livre de complicações a especialidade de obstetrícia nao existiria!! Eh simples minha avo nasceu em casa e na época dela isso era comum é só lembrar de quantas mulheres e crianças morreram na época!! Muitas nao morreram mas hoje em dia tendo tudo que temos de conhecimento é realmente necessario passar por isso?? Parto de alto risco nao é só o da mae hipertensa por exemplo!! Acho que se a mulher nao esta satisfeita troque de hospital mas nao ponha em risco a vida criança! Se ela quer assumir riscos assuma por ela mesma mas nao coloque em risco um inocente!
    Já esqueceram alguns meses atras da mulher nos estados unidos que eram a favor do parto em casa e ironicamente ela e a criança morreram no parto!!
    Cada um sabe da sua vida mas nao leve inocentes para a morte com vocês!

  3. Maria tereza 19 de junho de 2012

    Parto em casa não. Entretanto, gostaria de ter tido meus filhos de parto normal com analgesia no conforto da maternidade: refeições na hora certa, visitas rápidas e nada a me preocupar. Ficaria uma semana por lá.
    Maria Tereza

  4. Eveline 19 de junho de 2012

    Se minha gravidez fosse de baixo risco, eu teria com certeza um parto em casa.
    Ao contrário do que a nossa colegada Indignada pensa, o parto em casa é acompanhado por profissionais sim, inclusive obstetras que levam seus instrumentos, oxigênio (caso a mamãe e o bebê necessitem). As coisas também não são tão “alternativas” como parecem. Complicações podem ocorrer no hospital também. Infelizmente não estamos livre de complicações pelo simples fato de nos encontrarmos em um hospital. Claro, que se caso isso aconteça o atendimento à gestante será feito de forma mais ágil.
    Sou totalmente a favor da livre escolha do local e da humanização do parto.
    Um bom obstetra sempre vai nos colocar os prós e contras de todos os tipos de parto. Cabe à MÃE escolher o que ela achar melhor para ela e seu bebê.

  5. Ana 19 de junho de 2012

    Meu parto foi cesárea e não me arrependo, não foi a minha escolha de início mas aconteceu que eu não tinha dilatação na 40semana, De qualquer forma acho muito perigoso o fato do parto ser na casa devido aos mesmos risco de um parto hospitalar mas não com a mesma assistência, tudo bem que é mais confortável, mas temos clínicas maravilhosas que tanto te amparam no momento necessário quanto pensam no conforto da mãe e do neném. O melhor é deixar acontecer e não se frustrar se o seu parto foi cesárea ou normal, o importante é a saúde da mãe e do neném antes, durante e após. (Bijus adoro o site).

  6. Cristiane 19 de junho de 2012

    Eu tbém NÃO sou a favor do parto em casa, assim como acho um absurdo muitos médicos se negarem a fazer o parto normal. Muitos falam que fazem e quando chega no hora sempre tem uma complicação. Isso é culpa tbém dos convênios médicos que pagam mal os profissionais envolvidos, uma vez que ao assumir que fará um parto normal o médico tem que ficar a disposição da gestante independente do dia da semana e do horário, diferente de uma cesárea em que se pode marcar a data e o horário.
    Em relação ao tema, acho que essa escolha não depende apenas da mulher, mas do pai e do profissional (no caso o médico obstetra) envolvido, uma vez que o mesmo está acompanhando a gestante há 9 meses e talvez saiba que o mais seguro tanto para mulher como para o bebê. Concordo com a “Indignada” no sentido que mesmo numa gestação de baixíssimo riso podem ocorrer imprevistos durante o parto e que ao estar num hospital, por mais instrumentos que se levem em casa, tanto a mãe como o bebê serão melhor assistidos.
    Acho que humanizar o parto não significa voltar a ser como antigamente. Podemos ter uma parto humanizado, com a mãe amamentando logo que seu filho nasce, sem precisar por em risco tantas vidas envolvidas.

  7. Vivi 19 de junho de 2012

    Infelizmente, não é possível assegurar que não há risco em um parto seja ele realizado em um hospital ou qualquer outro lugar, humanizado ou não.
    No entanto há como quantificar os riscos. Por exemplo, uma das razões alegadas pela OMS para o Brasil ser um dos campeões em mortalidade materna é justamente o elevado índice de cesárea eletivas realizadas aqui. Uma vez que a cesárea trás 2,7 vezes mais risco que o parto normal.
    Com realação ao parto domiciliar, as evidências científicas afirmam que, em gestantes de baixo risco (nos casos onde é possível realizar o parto domiciliar), não há diferença entre a taxa de mortalidade e morbidade de partos realizados em hospitais e partos domiciliares (estudo realizado com mais 500 mil partos na Holanda – http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1471-0528.2009.02175.x/abstract).
    O importante é desmitificar o fato que parto domiciliar é um parto desassistido. Como já foi falado, há um equipe composta por obstetra, pediatra e enfermeira. O obstetra acompanha a gestante durante todo o pré-natal e avalia a condição de realização do parto domiciliar e ainda, se certifica das condições de transferência, caso necessário. Já vi médico desaconselhar parto domiciliar pelo fato da gestante morar longe de um hospital.

    Entretanto, acima de toda esta discussão está o direito de escolha que deveria ser respeitado.

  8. Beta 19 de junho de 2012

    Eu tive parto cesária que não era a minha opção (mas meu quadro se encaminhou para isso) – gostaria de ter tido normal, mas com anestesia e no hospital. E acho que é também um momento muito especial e digno para a chegada de um bebê.
    Tive minha primeira filha em 2010 e estou grávida novamente. E impressionante como de lá para cá esse assunto surgiu de forma estrondosa. Há 2 anos atrás quase não se falava disso, de repente vejo um monte de grávidas dizendo que “sempre sonharam com um parto domiciliar”.
    Só acho que a informação de mídia deveria ser muito completa para as “sempre sonharam com um parto domiciliar” tivessem consciência do risco que estão passando. Assim como quem entra em um cesária é informada de todos os riscos tanto da anestesia, como da cirurgia. Pq no parto há risco. Sempre existe.

  9. Luciana 19 de junho de 2012

    O que eu acho é que há muito radicalismo nisso tudo. Particularmente eu não acho que parto em casa é a melhor opção, apesar de ser totalmente a favor de parto normal. Normal, não essese naturais sem anestesia. Pra que sentir dor? Ninguém é mais mãe por isso. Como ninguem é menos mae por optar por cesarea ou nao conseguir amamentar. A minha experiencia foi: eu queria parto normal, escolhi um medico que eu sabia que fazia parto normal, tava tudo bem comigo, o bebe tava na posiçao correta, sem laço do cordao, mas eis que nas ultimas semanas comecei a apresentar uma leve alta da pressao. Meu medico entao disse que eu teria que fazer uma cesarea, pra nao correr riscos desnecessarios. Pessoas proximas dessas super a favor de parto natural disseram que o medico tava me enrolando e que ia fazer uma “desnecesarea”. Bati o pé, disse que nao marcava de jeito nenhum, mas o medico disse que nao valia a pena e acabou me convencendo. Resultado, meu bebe nasceu com o peso beeem abaixo do apresentado na ultima ultra e bem roxinho por que já estava sofrendo as consequencias da hipertensao, mesmo que discreta. Fora isso, dois dias após o parto ele teve uma hipoglicemia grave, o HGT deu 29. Eu nao percebi absolutamente nada, achei que ele so estivesse mais dorminhoco, achei que era normal. Quem percebeu foi a enfermeira do berçário que acionou o pediatra de plantao e conseguiram reverter a tempo. Imagina se estivessemos em casa? Meu filho podia ter entrado em coma, ter sequelas. Eu posso estar sendo ignorante aqui, mas acho que no parto domiciliar nao fica uma equipe na casa dois dias após o parto nao é mesmo? Eu acho que temos que brigar por maternidades bem equipadas, humanizadas, e medicos preparados para o parto normal, mas nao acho que a nossa casa seja o melhor lugar pra isso. Fora que eu achei bem comodo estar em um hospital, onde eu nao precisava me incomodar em receber bem as visitas, arrumar as coisas, cozinhar. E ainda tinham as enfermeiras que ensinam a dar banho, amamentar direito, cuidar do umbigo e vc vai pra casa bem mais segura.

  10. Marilia 19 de junho de 2012

    Certo, vai toda a equipe pra casa da pessoa e tem um plano de transferencia. Mas bebe nao tem hora pra nascer e existem muitas variaveis que podem ser determinantes: hora do rush e seus terriveis engarrafamentos, acidentes e obstruçao no caminho, chuvas e alagamentos, problemas com o carro. Fora que pode ocorrer queda de luz na hora do parto, falta d’água, elevador quebrado, obra no apartamento do lado com barulho e poeira. Tem tanta coisa que pode dar errado, tanta coisa que nesses ultimos anos os hospitais foram sendo preparados para que nao ocorram que eu acho desnecessário correr esses riscos. Se eu fosse médica nao iria de jeito nenhum fazer parto domiciliar. Desnecessario, incomodo (do ponto de vista do médico) e arriscado. Sou da area de saude, trabalhei com assistencia domiciliar (home care) por muitos anos e sei as limitaçõs e os riscos de complicaçoes em ambiente domiciliar. Vi muita gente ter serios problemas por conta desses fatores que eu listei aí encima, inclusive óbitos, e nao iria querer correr esse risco num parto.

    • Clarice Menezes 13 de janeiro de 2016

      A mãe sabe o que é melhor para o filho e para ela. E se você ler mais sobre o assunto vai saber que existe um plano de parto. Leia sobre violência obstétrica e você vai entender um pouco do assunto. Eu já decidir que meu parto vai ser humanizado. Nenhum medico é obrigado a fazer o parto humanizado,por isso existe vários profissionais dispostos a contribuir com esse direito da mãe.

  11. Inconformada 19 de junho de 2012

    Cesárea não é parto, é cirurgia…como tal oferece mais riscos que qualquer forma de se trazer uma criança ao mundo, seja em casa ou num hospital. O parto domicilicar, é sim viável em gravidez de baixo risco, acho muito importante a discussão que tem se desenrolado na mídia. As mulheres precisam ser mais esclarecidas e não acreditar nos obsTRETAS que hoje em dia no Brasil, “inventem” mil e uma desculpas para se fazer uma cesárea. A maioria acha que realmente precisou se submeter à uma cirgurgia para trazer seu filho ao mundo…triste! A marcha é mais pelo direito de escolha, desde q

  12. Isabele Gonsalez 20 de junho de 2012

    Eu acredito que o mais importante de tudo isso é o esclarecimento. Infelizmente nós vivemos em um pais onde o parto normal ou natural não é praticado o quanto deveria, e as mulheres não são incentivadas a prática. Mas acredito que, aos poucos é uma cultura que está mudando. Sou totalmente a favor do parto normal, natural e domicilar. Já vi acontecer e é indescritível! A mulher nasce preparada para isso, quando a gestação é de baixíssimo risco o parto é natural, acontece na hora certa em qualquer lugar! Nada é feito sem preparação e muito cuidado. Obstetras, doulas, pediatras estão envolvidos desde o começo da gestação e estão preparados para qualquer eventual emergência. A mulher deve sim ter o direito de decidir aonde e como deseja trazer seu filho ao mundo.

  13. Gabriela 20 de junho de 2012

    Tive um parto natural, e foi uma experiencia maravilhosa. E uma pena que no Brasil existe uma cultura de que ter um filho e um caso medico, em que tanto as mulheres quanto os profissionais da saude preferem intervencoes como internacao hospitalar, anestesia, cirurgia. Dar a luz a um bebe (salvo algumas excecoes) e um evento natural, que faz parte da vida da maioria das mulheres ao redor do mundo, desde que ele existe. As mulheres precisam se dar conta do seu poder, da capacidade do seu corpo, e da sabedoria da natureza.

  14. Mariana Guimarães 20 de junho de 2012

    Eu fico inconformada sabe com o que?
    Com pessoas que sempre levam essa discussão pro lado “mais mãe” ou “menos mãe”…

    Lamentável.
    A dor éinevitável, o sofrimento, é opcional.

  15. Kelly Stein 20 de junho de 2012

    Tive duas experiências com partos… primeiro, hospitalar, com o acompanhamento de uma doula, mas terminou num fórceps por, talvez, falta de paciência do médico. Eu sabia que corria esse risco, caso não estivesse com médicos que realmente entendem o que fazem, ou seja, não fazem, deixam a natureza agir como deve ser. Não ouvi o que minha doula tanto me explicou e teimei em continuar com um médico de convênio. Não funcionou. De qualquer forma, ainda consegui escapar da maioria das intervenções hospitalares de rotina. Tive a liberdade de caminhar, comer, beber o quanto quis durante meu trabalho de parto. Na segunda gestação nem cogitei voltar ao hospital. Tive um delicioso parto domilicar, super rápido, com a presença da mesma doula que me acompanhou no primeiro parto, só que agora na condição de parteira/obstetriz, de uma neonatologista e uma obstetra, que na verdade estava presente como “observadora” pois nunca havia vivenciado a experiência de um parto domiciliar e estava ali para ver qual era a dinâmica. Hoje em dia, em Campinas, ela é a única obstetra que realmente encara um parto natural, sem se prender aos conceitos ultrapassados aprendidos em seus tempos de faculdade. Hoje ela se baseia em evidência científica, em números comprovados, onde a mulher é quem escolhe como e onde deve parir e seu bebê diz quando. Vi relatos logo acima em que a mulher não teve dilatação com 40 semanas. Quem diz que ela deveria ter tido, se não estivesse em trabalho de parto? o médico? ela tinha semanas pela frente, caso quisesse e seu médico estivesse disposto a fazer um acompanhamento mais atento. Enfim, são escolhas. Muitas “querem querer” um parto normal, poucas lutam por ele e buscam informações necessárias para isso. Infelizmente, poucos profissionais se colocam nessa luta ao lado dessas mães. Essa é a realidade obstétrica do nosso país. Querer parir em paz, em casa ou no hospital? procure um médico capacitado. Ou se jogue nos braços de uma parteira, que é a coisa mais deliciosa desse mundo! 🙂

  16. Kelly Stein 20 de junho de 2012

    Retificando “‘querer’ parir” não.. e sim “quer parir”…. *rs

  17. Mariana Guimarães 20 de junho de 2012

    Eu sou a favor do poder de escolha e da ética.

    1) A favor da ética: os código de ética médica diz que nenhum médico deve indicar ou realizar procedimentos necessários. A cesárea eletiva se encaixa nesses procedimentos desnecessários. Tanto é que você não encontra um único prontuário médico que vai apresentar a frase: “cesárea eletiva por opção”. Sempre vai haver ali uma falsa desculpa para a cesárea. Então, para mim, o médico que se presta a esse papel, deveria rever a sua profissão.

    2) A favor da escolha informada. Uma cesárea oeferece 3,5vezes mais risco de morte do que um parto normal.
    Estudos mostram que partos feitos em casa e no hospital não aptresentaram diferenças nas taxas de mortalidade e complicações. Justamente porque parto em casa é planejado, estudado, a equipe faz os trajetos na hora do rush, na hora tranquila, etc, tudo para saber todas as suas possibilidades e como agir em cada caso. Além disso, as parteiras possuem equipamentos suficientes para reanimar mãe e/ou bebê, bem como balões de oxigênio e drogas para hemorragias etc. E a qualquer sinal de complicação, a equipe vai para o hospital.
    Uma sala de cirurgia leva em média 30 minutos para ser preparada.
    Mesmo estando dentro do hospital, a mãe vai ter que esperar todo esse tempo para ser operada. É o mesmo tempo que se recomenda qdo se vai ter um parto em casa. A recomendação é sempre que haja um hospital para emergência a no máximo 20 minutos. A equipe avisa, e quando a gestante chega, a sala de cirurgia está pronta.
    Ainda assim, muitas tranferências para o hospital acabam em parto vaginal, não em cesárea.
    Em casa não é possível tomar anestesia.

    De posse desses e de outros dados, a mulher deve fazer a sua escolha.

    Eu tive um parto normal hospitalar e o segundo, se Deus quiser, será em casa.
    Detestei as enfermeiras entrando e saindo do quarto, os protocolos, etc. Pra mim, hospital vai ser a opção caso haja doença ou complicação.

    Nenhuma mãe opta pelo parto natural para se sentir mais mãe. A mulher que opta por ele quer vivenciar a experiência na sua integridade, com todas as suas dores e delícias. E isso não significa que ela se ache melhor que as outras. São as outras que se sentem minimizadas por acharem que não aguentariam passar por tudo que aquela mulher passou.

    Há ótimas mães adotivas. Há mães que tem partos naturais que jogam seus filhos no lixo. Via de nascimento não define qualidade da maternagem de ninguém. Mas a intensidade com que se vive uma experiência pode trazer mais ou menos aprendizados para uma pessoa.

    Eu tive 10 horas de trabalho de parto, doeu sim, mas depis que ela nasceu acabou TUDO. E eu JAMAIS deixaria de repetir a experiência por causa da dor, porque foi tudo tão maior, tão intenso e tão enriquecedor, que eu não me vejo recebendo um filho nos braços sem passar por tudo isso.
    Na minha opinião, é parte do processo. Parir é o final do “gestar”.
    Cesárea deve ser para casos necessários (15% em média, e não 90% como acontece nos hospitais privados de SP). A mulher deve ter o direito de escolher o tipo de parto que quer ter (em casa, no hospital, na água, de cocoras, deitada etc). A cirurgia, deve ser pra quem precisa.

  18. Letícia 20 de junho de 2012

    Meu próximo filho nascerá em casa.
    Numa gestação sem intercorrências, o parto domiciliar é tão seguro quanto o hospitalar (fato comprovado cientificamente, não é achismo), sendo que em casa há o bônus de… estar em casa.
    Peço que as descrentes pesquisem no site da OMS. Não precisam acreditar nas loucas, nas radicais.

    Indignada: As crianças que morriam antigamente não morriam porque o parto era em casa, morriam porque não havia pré-natal, porque não havia assistência médica quando necessário etc.
    Inversão uterina (que é raríssima) acontece quando o açougueiro faz pressão demais no fundo do útero, ou puxa o cordão antes da hora, coisas que são praxe de muito médico por aí.
    Distocia: Há manobras para retirar o bebê com distocia e as obstetrizes são treinadas para fazê-las tanto quanto os médicos. E outra, que diferença faz estar ou não no hospital em relação a isso? No hospital não tem distocia? O hospital é um ambiente mágico em que útero não inverte, distocia não ocorre? Pelo amor de deus, hein, “indignada”! As mesmas medidas que você tomaria num hospital você pode tomar em casa.
    E, para seu conhecimento (que, aliás, está deixando muito a desejar), Caroline Lovell era australiana, e morreu, sim, mas NO HOSPITAL, um dia depois de chegar nele e seu filho está vivo. Assim como a mãe do menino Sean, cujo caso de guarda (BrasilXEUA) estamos acompanhando na mídia MORREU NO HOSPITAL, como, aliás, morrem tantas outras, junto com suas crianças diariamente. Informe-se.
    HOSPITAL NÃO É RISCO ZERO. Não é. Aliás, bem longe disso. E não é risco menor que a casa da parturiente quando a gestação desta é de baixo risco. Isso, repito, é fato científico comprovado. E comprovado em estudo envolvendo mais de meio milhão de partos. Não precisa crer. Vá pesquisar.

    Luciana: você nunca poderia ter parido em casa. Porque pressão alta é gestação de risco e risco não combina com parto domiciliar. Agora, você não precisava ter ido para a faca, minha filha. Eu tive pressão alta e não fui.
    Minha médica me internou e me induziu com todo o cuidado, controlando e monitorando a minha pressão e a vitalidade da minha filha e eu pude parir normalmente, inclusive sem analgesia – porque era isso que eu queria.
    Talvez você devesse ter ouvido suas amigas loucas, radicais, e buscado uma segunda opinião num médico humanizado. Um médico humanizado não teria te forçado a fazer uma cesárea se ela não fosse necessária.

    Ninguém está questionando quem é (ou se alguém é) mais ou menos mãe. Isso é besteira. Estamos falando de partos domiciliares e como eles são tão seguros quanto os hospitalares. Estamos falando de respeito às escolhas da mulher. Estamos falando de como as cesareas são impostas a mulheres que não sabem que elas não são necessárias nos casos delas. Só isso.

    O “mais mãe, menos mãe” fica por sua conta.

    Abraços a todas,

    Letícia

  19. Moira 20 de junho de 2012

    Logo quando soube que estava grávida comecei a pesquisar a respeito e tomei conhecimento dos tipos de parto, do progresso de cada mês, sobre amamentação, enfim abriu-se um universo jamais imaginado para mim! Eu achava que tudo era muito simples, como dizia a minha avó: antigamente não tinha nada disso não!
    Mas infelizmente as coisas atualmente não são tão simples assim. Se formos pesquisar um pouco a respeito iremos nos deparar com o enorme índice de cesáreas nos convênios (muito mais do que na rede pública), com procedimentos tais como o epísio que em outros países já foi abolido, com o fato de muitas mulheres tomarem ocitocina para acelerar a dilatação (que por muitos relatos dizem que a dor é maior por tudo ser muito brusco), e tantos outros procedimentos e técnicas que apresentam prós e contras. Os quais devemos tomar ciência para poder assim escolher.
    O parto domiciliar a princípio não me despertava o menor interesse, tinha muito medo e insegurança a respeito. Porém através de um grupo de gestantes percebi que deve ser assistido por uma equipe de no minimo três profissionais e de que os cuidados durante o pré natal são MAIORES e deve ser MELHOR planejado. É um tipo de parto que dá mais trabalho para a equipe, porém a recompensa vale todo o esforço. Se tiver alguma intercorrência ou em caso de qualquer tipo de dúvida de como está progredindo o parto, a equipe preeverá antes e considerará as condições do dia (tais como trânsito, chuva, e tudo que foi citado acima). Repito é um parto cuja atenção é maior, por parte dos profissionais! Não queremos defender o naturalismo tal como o de nossas avós, não somos românticas em desejar um parto na fazenda, não é isso!
    Outro dado relevante, na minha opinião, para as que optam por fazer cesárea: o corpo da mulher e do bebê não estão preparados para aquilo, o que influencia diretamente na amamentação. A mulher poderá demorar um pouco mais para produzir leite. Assim como é um direito a mulher não querer sentir dor, passar por esta experiência, e não querer amamentar, é um direito da mulher escolher onde e como parir.
    Talvez a melhor solução para isso seria de a Associação Médica Brasileira tornar um procedimento legal, porém estabelecendo condições para que aconteça, como ser assistido por no minimo três profissionais (obstetra, neonatal, enfermeira). Porém talvez não os interesse outorgar isto, pois não será mais rentável para os hospitais e médicos. Fazer um só parto durante o dia no lugar de três na manhã e três a tarde.
    Infelizmente hoje para tomar algumas atitudes devemos nos informar, se não caimos na roda em todos se encontram, engolidos por um sistema alienante que não pensa no benefício de sua população, mas sim em quanto vale cada cabeça.

  20. Taniella 20 de junho de 2012

    Acho muito interesse este debate vir à tona porque promove diálogo, conversas e, principalmente, esclarecimentos… O mais importante não é o local do parto, mas que as mulheres compreendam que elas são donas de seu corpo, logo, de sua gestação. Infelizmente, os médicos brasileiros tomaram para si a decisão por um parto sem riscos para eles, sem dar importância para o que é melhor para a mulher e o bebê…
    Eu sou médica e não acredito que o fato de termos estudado 6 anos, nos dá o poder sobre os pacientes, principalmente as mulheres grávidas, pois gravidez não é doença, mas um ato fisiológico… Claro que a obstetrícia existe para casos de gestação de alto risco e casos de complicação no parto para evitar mortes, que ocorriam frequentemente nas décadas anteriores…
    Se as mulheres tiverem mais informações, participarem de grupos de gestantes que discutem e desmistifcam o parto normal, as mulheres ficarão mais fortalecidas para discutir com os médicos e imporem sua escolha se não houver risco bem esclarecido. Se a mulher quer um parto normal, é importante ela porcurar médicos cujos índices de partos normais são maiores que cesáreas e ter certeza que são médicos que só fazem cesáreas necessárias! Infelizmente, muitos médicos falam claramente que cesárea é melhor que parto normal e impõem este tipo parto para suas pacientes.

  21. Evelyn 20 de junho de 2012

    Já fui defensora ferrenha da cesárea pelo medo da dor. Já fui defensora ferrenha do parto em casa, humanizado, pela forma digna que a mãe e o bebê se reconhecem.

    Hoje não defendo nenhum dos dois. Agora, grávida pela primeira vez, defendo a ética e o respeito.

    Minha mãe que sofreu duas cesáreas de urgência não reclama da dor nem da menor humanização que isso lhe causou, pois isso salvou nossas vidas. Tem medo por mim, pela minha filha. Mas tem entendido que se eu posso ter minha filha como a natureza permite, que assim seja.

    O problema é a falta de respeito e ética que a MAIOR parte dos médicos tem levado e feito do Brasil o maior índice de cesáreas do mundo. Achava exagerado quando lia que muitas grávidas eram impedidas pela má vontade e pelo mau pagamento aos profissionais de terem seus bebês como queriam e tiveram que sem necessidade fazer uma cirurgia arriscada… seja pq o médico ganharia mais e ‘perderia’ menos tempo. Perder tempo trazendo uma criança ao mundo e fazendo história numa vida?

    Fico hoje prestando mais atenção nas histórias da minha vó e minha mãe, em que ambas conheciam e se fizeram amigas dos obstetras – que não ganhavam tanto quanto hoje, possivelmente – justamente pelo respeito que havia na relação. Havia algo que hoje falta: AMOR. Amor a vida que chega e a vida que já está ali, na mãe, no pai, na família.

    Cesárea ou não, vejo que no Brasil falta amor ao ser médico, amor especialmente nesse caso em trazer uma vida ou salvar uma vida. Vida não tem preço! E muitos tem esquecido.

  22. lara 24 de junho de 2012

    Acho a discussão muito importante e vale a pena procurar saber mais sobre o tema, afinal de contas, o nascimento é o marco inicial de uma vida! Tive a oportunidade de participar do registro de um parto domiciliar há dois meses. Nossa produtora de filmes teve a alegria de contar essa história, o filme tem depoimentos dos médicos envolvidos, dois pais da Iasmim e, claro, do grande momento. Se puderem conferir: http://www.youtube.com/watch?v=1nuyoFz0Hj4 ou no nosso blog: cancaodeamorfilmes.com.br, beijos, Lara! Parabéns pelo site, antes ficava mais no das noivas, agora com o Pedro fico muito por aqui, rsrs!!!

  23. Eleonora 24 de junho de 2012

    O que mais gosto é a discussão que isso tudo gera por estimular a busca por INFORMAÇÃO!

    Pessoalmente, tive meu primeiro filho em um parto humanizado natural no Hospital São Luiz e agora, grávida novamente 🙂 , vou buscar o mesmo tipo de parto.

    Viva o direito da escolha! Viva a informação!

  24. Ana Carolina 24 de junho de 2012

    Acho o parto em casa arriscadíssimo…não faria de jeito nenhum.

    Quando meu filho nasceu eu escolhi a cezarea porque meu marido trabalhava em SP e eu estava em Joinville, ha 8 horas de ônibus…sabia então que ele nao chegaria pra um parto normal. Com tudo marcado pra dar tempo, meu filho resolve nascer 15 dias antes. Entrei em trabalho de parto e fui pra maternidade pública, pois não tinha plano na época.

    Fiquei sozinha, não deixaram minha família entrar, meu marido só chegaria na manha seguinte e eu estava sentindo todas as dores sem mãe, sem irmã, sem ninguém!

    Dei graças a Deus quando o MEU médico chegou e me salvou. Ele disse: calma mamãe, já vai passar. Peitou todo mundo e fez a cezárea, no SUS.

    Tive meu filho sozinha na sala de parto, mas com um médico de confiança…preferi isso a ficar horas e horas em trabalho de parto e sem assistência emocional.

    Parto normal é melhor? Não sei….pra mim, naquele momento parecia uma péssima opção. Não sofri no pós parto com a cezárea…foi super tranquilo…

    Os rótulos são complicados…nem sempre o que todo mundo diz que é melhor, é o melhor pra você!

  25. Letícia 25 de junho de 2012

    Ana Carolina, o que você sofreu foi violência obstétrica. DENUNCIE!
    A gestante tem por lei o direito a ter um acompanhante e um tratamento digno.
    Eu não sei se a sua cesárea foi desnecessária ou não, não dá para dizer isso só pelo que você escreveu. Mas o que eu posso te dizer é:
    1. que se o seu médico peitou todo mundo para fazer uma cesariana em você, ele também poderia ter peitado todo mundo pelo seu direito (É LEI!) a ter um acompanhante contigo na sala de parto também. Não entendi porque ele não fez isso. Você já perguntou para ele? Eu perguntaria.
    2. que o alívio que você sentiu não se deveu à cirurgia. Eu explico.
    O medo, a sensação de se estar sozinha, abandonada, sofrendo… isso nada tem a ver com a via de parto, Ana. Isso é decorrência a violência que você sofreu.
    Quando tem pessoas que você ama ali junto de você (como é seu direito) para te dizer que está tudo bem, para segurar a sua mão; quando você tem liberdade para caminhar e movimentar-se e encontrar posições em que fique mais confortável, quando você é tratada com dignidade e respeito, com o direito de escolher se quer ou não uma analgesia ou qualquer outro tipo de intervenção. Aí sim estamos falando do parto da forma como ele deveria ser.
    A cesárea não foi o que te trouxe o alívio – o que te trouxe o alívio foi finalmente aparecer ali para te dar apoio uma pessoa que você conhecia e em quem você confiava. Te garanto que mesmo que ele não tivesse feito uma cesárea em você, só o fato de ele estar ali contigo já teria sido suficiente para ter te acalmado. Se ele tivesse te olhado no olho e dito que estava tudo bem, que não precisava ter medo, que o seu parto ia ser lindo.
    Se ele de fato te “salvou”, como você disse, não foi do parto – foi do hospital, foi do tratamento impessoal e desumano que você estava recebendo, que a maior parte das mulheres recebem neste país, especialmente as que são atendidas pelo SUS.
    Mas eu acho – eu, opinião minha – que ele poderia ter feito mais do que fez, por exemplo brigando para que alguém da sua família estivesse com você, o que é direito seu inclusive quando se faz uma cesárea.
    Eu reitero: DENUNCIE esse hospital e os profissionais que te negaram o que é seu direito.
    Agora, eu não entendi porque cargas d’água uma cesárea facilitaria que seu marido chegasse a tempo, quando um parto normal demora muitíssimo mais. Aliás, num primeiro parto, é comum que só o trabalho de parto ultrapasse as oito horas.
    E assim, em relação ao parto domiciliar, se a sua gestação é de baixo risco (sem intercorrências como diabetes, pressão alta, etc.), é cientificamente comprovado que o risco em casa é igual ao do hospital.
    Se você tivesse optado por uma equipe humanizada, teria começado a sentir as contrações e já ligado para o maridão em SP e para o seu médico (ou parteira). Daí, seu médico (e talvez uma doula, se você optasse por ter uma) e mais quem você quisesse ficariam com você durante todo o seu trabalho de parto (no hospital ou na sua casa) e, mesmo que seu marido não chegasse a tempo, você não ficaria sozinha jamais – a menos que quisesse isso. Entende a diferença?
    Se você for ter mais filhos, dê uma pesquisada nessas coisas, vale muito a pena.
    Boa sorte e um grande abraço,
    Letícia

  26. Gabi Rios 12 de julho de 2012

    Olá,

    Acho incrível como essa discussão gera polêmica. E as pessoas brigam e se estressam umas com as outras por desisões que só dizem respeito e influênciam na vida de cada um!
    Acho que cesária é um ato cirúrgico e não deve ser simplesmente uma opção para mãe ou para o obstetra. E sinceramente se a minha obstetra dissesse que era a favor de cesária oque era contrária ao parto normal, teria ido embora na hora.
    Estou pensando em fazer o parto em casa. Mas obviamente, não é uma decisão fácil, por que por mais q esteja decidida e informada, seus amigos e familares não estão. E o medo de acontecer alguma coisa e além de enfrentar a própria culpa ainda enfrentar os comentários e acusações dos outros assusta. E quem disser que não se preocupa com a opnião dos outros… eu me preocupo sim! pois são muitas pessoas envolvidas que amam a você e ao bebê e que pensam que sabem o que é melhor.

    Moro no rio e se alguém souber de algum grupo, algum lugar onde possa me informar mais sobre o parto em casa por favor me mandem um email.

    gabifau@yahoo.com.br

    beijokas a todas

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