Casamentos Casa & Decor 15 anos
Topo

Tags

Posts encontrados com a tag educação
Exibindo página 4 de 6

Navegue como ou

Como ensinar sustentabilidade para crianças? Confira 15 dicas práticas

Toda sexta-feira, você encontra aqui no site uma nova dica sobre sustentabilidade e como aplicar as mudanças de forma prática na sua casa. No entanto, muitas vezes, parece difícil ensinar sustentabilidade para crianças e a importância do tema. Nós, adultos, sabemos sobre a finidade dos recursos e como isso impacta a vida de todos – mas como explicar isso aos pequenos de uma maneira natural e gostosa? Nesse texto, vamos falar sobre o conceito da sustentabilidade e como ensinar as crianças. Confira:

O que é sustentabilidade?

Podemos dizer que sustentabilidade é sobre gerenciar recursos no presente para que não faltem no futuro. Isso engloba o consumo consciente, o descarte correto, a reciclagem e a distribuição correta de recursos, dentre outros pontos.

Uma vida sustentável respeita as necessidades do indivíduo sem ignorar as necessidades do coletivo e a saúde do planeta. É uma dinâmica onde todos os envolvidos ganham: você, a sociedade e o planeta.

Foto: Karolina Grabowska

Qual a importância de ensinar sustentabilidade para crianças?

A sustentabilidade é necessária. O planeta está pedindo socorro há anos – aquecimento global e extinção de espécies são dois exemplos de que as coisas não vão bem. Portanto, não podemos deixar para amanhã as mudanças que podemos começar a aplicar hoje. E as crianças devem ser parte desse processo.

Se cabe aos pais ensinar as crianças a melhor forma de se comportar socialmente, também cabe ensinar qual a melhor forma de se comportar em relação ao meio ambiente. Se as crianças aprenderem sobre sustentabilidade, elas serão adultos conscientes e com hábitos enraizados de boas posturas com o planeta.

Quando começar a ensinar sustentabilidade para crianças?

As crianças aprendem muito observando, desde bebês. Portanto, você pode ensinar desde o primeiro dia, com as suas escolhas e ações do dia a dia. Conforme a criança for crescendo, você pode ir apresentando o estilo de vida sustentável e estimulando atitudes conscientes. Nas nossas 15 dicas para ensinar sustentabilidade para crianças, você vai encontrar formas de introduzir um estilo de vida sustentável para todas as idades!

sustentabilidade para crianças

Foto: Jessica Ticollezzi

15 dicas para ensinar sustentabilidade para crianças

1. Seja exemplo

Crianças aprendem muito observando – até mais do que ouvindo! Quantas vezes seu filho não fez algo e você pensou: “quem ensinou isso?”. Na maioria das vezes, ele está apenas reproduzindo algo que observou ser feito por alguma pessoa com quem conviveu recentemente ou viu nas telas.

O maior exemplo dos pequenos são os adultos ao seu redor, então lembre-se disso. Se seu filho ver você fazendo o que você fala sobre sustentabilidade, ele vai aprender de forma efetiva. Agora, se você fala uma coisa e faz outra, vai enfrentar questionamentos – válidos e justos! – e barreiras das crianças que não vão querer apenas obedecer.

Então, fique atento até mesmo nas suas pequenas ações do dia a dia!

Créditos: Cottonbro

2. Separar o lixo

Ações simples e que fazem muita diferença! O ideal é você ter os lixos separados já em casa, então a criança desde pequena aprende a jogar os itens separadamente. Para deixar o processo mais lúdico, você pode usar sacos de lixo coloridos, adesivos e desenhos que lembrem a criança sobre qual lixo é reciclável e qual é orgânico.

Estimule a criança a ir até o lixo e jogar os itens fora. Nesse momento, você pode aproveitar para ensinar o nome dos materiais – plástico, papel, etc. – e sobre reciclagem. Vocês podem, por exemplo, pensar juntos sobre o que a garrafa pet pode se tornar depois de reciclada. Esse exercício de pensar e criar cenários positivos com as ações estimula a participação dos pequenos nessas tarefas.

Foto: Monstera

3. Recicle em casa

Já pensou em quantos “lixos” podem se tornar brinquedos? Rolos de papel higiênico, caixas de papelão, papéis antigos, roupas velhas… Tudo isso (e muito mais!) podem ser transformados em itens de diversão.

Além de você ensinar sobre sustentabilidade para seu filho, você também cria um ambiente de criatividade e atividades muito divertidas! Se você quer ter ideias do que fazer em casa com os pequenos, temos esse texto com 10 ideias de brinquedos para fazer em casa e esse com o passo a passo para fazer teatrinho com colher de pau.

4. Tenha uma composteira

A composteira é um local para reciclagem de lixos orgânicos em casa! É uma ótima forma de ensinar sobre sustentabilidade, se divertir e ter seu próprio adubo. Nela, você vai poder jogar vários itens, como: frutas, verduras, legumes, grãos, sementes, borra e filtro de café, casca de ovo, saquinho de chá, serragem, gravetos, papelão, palito de fósforo e outros.

Se você quer saber mais sobre compostagem e como fazer em casa, leia nossa matéria completa sobre como ter uma composteira.

5. Sustentabilidade também é sobre alimentação

Recentemente, nós conversamos sobre compras sustentáveis no mercado. A indústria alimentícia gera muitos impactos ao meio ambiente: desde o desmatamento e agrotóxicos na produção dos alimentos até o uso excessivo de plástico nas embalagens. Nossas escolhas de compra podem diminuir o incentivo a esses comportamentos da indústria. Consumir alimentos orgânicos e de produtores locais, evitar industrializados e não comprar de marcas irresponsáveis são algumas medidas que podemos tomar.

E como incluímos as crianças? Deixando que elas participem dos processos! Você pode levá-las para a feira, para hortas coletivas ou pontos de vendas de produtores locais. Converse sobre a origem dos alimentos, a importância da comida e como devemos evitar os desperdícios. Também é interessante deixar a criança conversar com as pessoas ao redor, aprender mais sobre os alimentos e como funcionam as plantações e criações.

É uma forma também de ajudar na associação dos pequenos. Nem sempre a criança vai entender, só com nomes, que a vaca se torna a carne no prato, por exemplo. Não só contar, mas mostrar os processos, isso colabora demais para o desenvolvimento dos pequenos! E, sabendo da origem das carnes, por exemplo, as crianças conseguem entender melhor o porquê o consumo deve ser reduzido.

sustentabilidade para crianças

Foto: Gustavo Fring

6. Horta caseira

Falando em saber a origem dos alimentos, que tal ter uma horta em casa? Além de ajudar no aprendizado, cuidar da horta também é uma excelente atividade para ser feita em família. Seu filho pode sentir muito mais prazer em consumir alimentos que ele mesmo plantou, cuidou e colheu – o que ajuda a estimular a alimentação saudável!

Você também pode ter outras plantas em casa, mas plantas que podem ser consumidas são mais interessantes para os pequenos. Deixe que eles se envolvam no processo: mexer na terra, regar, cuidar. É diversão na certa!

7. Não ao consumismo

Aprender a consumir de forma consciente também é sustentabilidade! O acúmulo de brinquedos, roupas e sapatos é danoso para o meio ambiente, para a saúde financeira e para a própria criança. Afinal, como ela vai conseguir explorar um brinquedo em sua totalidade se está sempre sendo exposta a algo novo ou tem muitas opções ao redor?

Por isso, cabe aos pais ensinar sobre o consumo sustentável, além da necessidade de reutilizar, reciclar e doar.

8. Doação

Doar roupas, brinquedos e sapatos é um ato de sustentabilidade e de responsabilidade social. Portanto, ensinar os pequenos sobre a importância de doar é essencial! Você pode implementar uma rotina (a cada X meses separamos itens para doar, por exemplo) ou fazer de forma casual. O importante é manter o diálogo com os pequenos dos motivos das doações.

9. Ensine a evitar desperdícios

Colocar pequenas porções de comida no prato, usar os dois lados do papel para desenhar, pegar apenas a quantidade que precisa… Esses são alguns exemplos de como ensinar a evitar desperdícios. Explique para o seu filho como o desperdício gera lixos desnecessários, além de ir contra a ideia do consumo consciente que já conversamos aqui.

10. Água: um recurso finito

Seu filho sabe que a água pode acabar? Claro, não é preciso explicar esse ponto de forma apocalíptica – a ideia não é deixar as crianças com medo! Mas é necessário explicar que, assim como a maioria das coisas da vida, a água acaba. Por isso, a criança deve consumir com consciência.

Banhos rápidos, desligar a torneira quando for escovar os dentes e não jogar água fora sem necessidade são alguns pontos para ensinar as crianças.

sustentabilidade para crianças

Foto: Cottonbro

11. Economizar energia

Criar hábitos sustentáveis para crianças é mais fácil quando usamos elementos lúdicos. Por isso, uma forma de lembrar os pequenos de apagar as luzes é colocar adesivos de personagens nos interruptores, por exemplo.

Ter um elemento no quarto que brilha no escuro pode ajudar também. Estimule o uso da luz do sol e atividades que não precisem de energia.

12. Mostre a natureza com frequência

Assim como aprender a origem dos alimentos é importante, visualizar outros elementos da natureza também é. Por isso, estimule o contato com a natureza sempre! Idas ao parque, a lagos, ao zoológico, fazendas e outros locais ajudam a criança a visualizar a importância da sustentabilidade.

Apesar das crianças usarem muito a imaginação, tudo que se torna real tem um impacto maior – afinal, a criança consegue ver, ouvir, tocar e cheirar. É mais fácil do pequeno se importar em proteger os peixes depois de vê-los de perto, do que apenas imaginando como eles são, por exemplo.

Deixe seus filhos tocarem o chão, as plantas, os animais (quando for seguro) e se envolver em tarefas e brincadeiras nesses espaços. A sujeira é bem-vinda!

sustentabilidade para crianças

Foto: Charles Parker

13. Criança também limpa

Dar pequenas tarefas de limpeza para os pequenos ajuda no entendimento da produção de lixo, do descarte e dos desperdícios. Claro, você deve levar em consideração a idade dos pequenos na hora de separar as atividades de limpeza!

Retirar os pratos da mesa e limpar a mesa depois de uma brincadeira são dois exemplos possíveis. Para melhor colaboração das crianças e maior aprendizado, não coloque essas atividades como uma regra chata: torne esse momento parte das atividades, algo natural. Mais uma vez, usar elementos lúdicos pode ajudar!

sustentabilidade para crianças

Foto: Ekaterina Bolovtsova

14. Cada um tem seu copo

Em vez de pegar um copo toda vez que for beber água, a criança pode aprender, desde pequena, a usar sua garrafinha reutilizável. Com isso, você cria mais um hábito positivo e sustentável. Melhor ainda é criar o costume de levar a garrafinha sempre que sair de casa – evitando comprar garrafas de plástico ou usar copos de plástico na rua.

15. Livros, jogos e música

Grandes aliados do aprendizado! Você consegue encontrar diversos livros, desenhos, filmes, jogos e músicas infantis que abordam o tema sustentabilidade. Apresentar esse material para as crianças ajuda no ensino da sustentabilidade na infância e na criação de hábitos sustentáveis. Uma vantagem desse recurso é que pode ser usado desde os primeiros meses de vida, assim os temas, imagens e ações já fazem parte do imaginário da criança desde cedo!

Foto: Karolina Grabowska

. . . . . . . 

Leia mais: 9 produtos sustentáveis de higiene pessoal 

Veja também: Marcas de produtos de limpeza ecológicos

Já segue a gente no Instagram e no Pinterest?

Sustentabilidade

10 livros sobre maternidade recomendados pelas seguidoras

Depois de compartilhar 9 livros de maternidade que li durante a gravidez, perguntei no Instagram quais livros mais impactaram vocês na maternidade. E recebi vááárias indicações! Escolhi os dez livros mais citados (que ficaram de fora da minha lista de leitura) para compartilhar aqui. 

Alguns são crônicas, outros explicam técnicas e teorias para a criação dos filhos e há livros “de mãe para mãe“, com conversas sinceras sobre maternar, muitos são best-sellers… Como não li nenhum deles ainda, peguei as sinópses de cada obra. Os links nos títulos de cada livro levam para o site da Amazon, que entrega em todo o Brasil. 

Boa leitura!

livros de maternidade 60 dias de neblina

60 dias de neblina – Rafaela Carvalho

Um dos livros mais citados entre as leitoras! “60 dias de neblina” é uma coletânea de contos sobre a vida materna, em todas as suas dores e delícias. A escritora Rafaela Carvalho descreve como “​​um livro sobre nós, e sobre essa jornada enlouquecedora, incrível que é a maternidade”. Mães de primeira, segunda e muitas viagens recomendam essa leitura na gestação e no puerpério. O livro é tipo por elas como acolhedor, tranquilizador e escrito “de mãe para mãe”.

É fase – Rafaela Carvalho

Outra coletânea de crônicas da escritora best-seller. Assim como “60 dias de neblina”, É fase traz conflitos do dia a dia, histórias do cotidiano em família, com todas as suas dificuldades e privilégios. As leitoras elogiam o tom bem humorado do texto e como é fácil se identificar com o que é compartilhado. 

. . . . . . . .

livros de maternidade bésame mucho

Bésame Mucho: Como criar seu filho com amor – Carlos González

Outro best-seller, o livro foi escrito pelo pediatra espanhol Carlos González para ajudar pais que querem criar seus filhos baseados no amor, no respeito e na liberdade. No livro, o autor apresenta estudos, questiona o senso comum e estimula os pais a seguirem seus instintos. As mães recomendam ler na gestação, mas pode ser lido em qualquer momento. Apesar do tema mais denso, a obra é conhecida pela leitura fácil.

O cérebro da criança – Daniel J. Siegel e Tina Payne Bryson

Os autores, o neuropsiquiatra Daniel J Siegel e a psicoterapeuta Tina Payne Bryson, têm como objetivo ensinar pais e educadores a ajudar crianças no amadurecimento da sua inteligência emocional. Com linguagem acessível, os autores explicam como funciona o cérebro da criança, seu lento desenvolvimento, de onde vêm certos sentimentos e “explosões” e como conduzir situações de forma positiva. Além das estratégias para cada idade, ilustrações ajudam pais e filhos a se comunicarem de forma mais efetiva. 

. . . . . . . .

livros de maternidade disciplina positiva

Educar na curiosidade – Catherine Lecuyer

A autora Catherine Lecuyer acredita na criança como protagonista da própria educação. No livro, ela aborda as dificuldades de se educar em um mundo onde a criança já recebe tantos estímulos externos desde cedo e como lidar com esses obstáculos. Mesmo com o tema denso, a leitura é leve e rápida, recomendada para pais e educadores.

Disciplina positiva – Jane Nelsen

A psicóloga, educadora e mãe de sete filhos, Jane Nelsen, acredita em uma educação que respeite o indivíduo, independentemente da idade. Por isso, sua técnica pode ser usada não só com crianças, mas também com adolescentes e adultos. A autora se baseia nas teorias de Alfred Adler e Rudolf Dreikurs e consegue passar as informações de forma simples. A leitura é válida em qualquer fase da maternidade, já que suas técnicas podem ser aplicadas em qualquer idade. 

. . . . . . . .

livros de maternidade encontro com a própria sombra

A maternidade e o encontro com a própria sombra – Laura Gutman

A psicoterapeuta familiar e autora best-seller Laura Gutman, entende que a maternidade, desde a gestação, é “ponto de partida para a vivência de inúmeros sentimentos e emoções aos quais as mulheres nunca foram apresentadas”. Por isso, de forma leve e sensível, a autora traz elementos da psicologia para ajudar as mulheres a entenderem seus sentimentos com uma visão nada romantizada da maternidade. Diferente de outros livros de maternidade, também aborda o papel do pai. A leitura é recomendada para gestantes, pós-parto e também para pais.

Eu não nasci mãe – Lua Barros

A educadora parental e mãe de quatro, Lua Barros, escreve sobre a perspectiva do que é preciso desaprender para aprender a ser mãe. Em vez de um manual com regras a serem seguidas, a autora, conhecida por suas reflexões postadas no Instagram, convida o leitor a refletir sobre as múltiplas formas de parentalidade e como isso mexe com os pais. Lua traz algumas teorias, conceitos e, principalmente, muitos questionamentos. 

. . . . . . . .

livros de maternidade educar crianças feministas

Para educar crianças feministasChimamanda Ngozi Adichie

Em forma de carta para uma amiga, a renomada autora Chimamanda Adichie compartilha com o mundo conselhos simples e precisos de como criar filhos dentro de uma perspectiva feminista. A autora utiliza de exemplos do cotidiano para expressar suas ideias e reforça que elas podem e devem ser aplicadas na criação de meninos e meninas, oferendo uma formação igualitária a todas as crianças – o que se inicia com uma divisão justa de tarefas entre pais e mães.

Educação Não Violenta – Elisama Santos

Consultora de comunicação não violenta e comunicação consciente, educadora parental e mãe de duas crianças, Elisama Santos propõe uma conversa com pais e mães que desejam construir relações e aprendizados baseados no respeito e no diálogoe querem estimular autoestima, autonomia, autodisciplina e resiliência em si mesmos e nos filhos. A autora apresenta conceitos que podem ajudar pais e filhos a se aproximarem, conectando-se com os próprios sentimentos e comunicando-os ao outro de forma objetiva e respeitosa

. . . . . . . 

Leia mais: 9 livros sobre maternidade que li durante a gravidez

Veja também: O que faz uma doula no parto?

Já segue a gente no InstagramFacebook?

ColunasDe Mãe Para Mãe

No Ninho: Fernanda + Thábata e Vitor

Todo mundo conhece alguém que “nasceu para ser mãe”, que sonhou como plano de vida casar e construir uma família. E a mãe do No Ninho de hoje é uma delas. A artista plástica Fernanda Tamanaha, mãe da Thábata, 11 anos, e Vítor, 6 anos, é daquelas mãezonas DIY que faz para os filhos: brinquedos, fantasias, jogos, oficinas… E foi na casa dela que passamos um dia ao lado da fotógrafa Mel Albuquerque, que registrou todos os detalhes, inclusive um passo a passo que fez com os pequenos (que está neste link). Em um longo bate-papo, Fernanda nos contou suas impressões sobre a maternidade, as dificuldade do dia a dia e as surpresas do caminho, que mesmo para ela, que “nasceu para ser mãe”, não foram fáceis. Vem ver:

COMO FOI O COMEÇO? COMO É TER UM BEBÊ EM CASA?

Em ambas as vezes, meu marido foi muito importante. E acho que o processo foi “tranquilo” em ambas as situações, justamente porque ele estava comigo. Na primeira vez, ele conseguiu me ajudar mais, então dividíamos as tarefas, revezávamos em levantar de madrugada… Quando o Vitor chegou, ele conseguiu me ajudar um pouco menos. Mas eu já estava mais segura também.

AMBAS AS GESTAÇÕES FORAM PLANEJADAS. VOCÊS SEMPRE QUISERAM DOIS FILHOS?

No começo o André, meu marido, não queria um segundo filho. Por ele, ficaríamos só com Tháta. Por mais que entendesse o lado de ele, das dificuldades práticas e financeiras, eu queria. Para mim, que cresci com irmãs e perdi minha mãe, acredito que deva ser muito difícil “ficar sozinho”. Conversamos muito antes de partir para o segundo. E até acho que no começo, quando o Vitor chegou em casa, a não participação completa do meu marido, ou pelo menos igual a da primeira gravidez, tem relação com isso. Foi um processo (acredito eu difícil) para ele também. Hoje ele é um pai excelente, e ainda mais por ser menino, que ele fica babando.

A casinha de papelão com fechadura, telhado, luz, cortina…. Tudo feito por Fernanda

A THÁTA PEDIA UM IRMÃO? COMO VOCÊ A PREPAROU PARA A CHEGADA DO IRMÃO?

Nunca me pediu, mas quando fiquei grávida, conversamos muito com ela. Não fizemos nada espalhafatoso, nem demos presentes ou coisas do gênero. O que fizemos foi sentar e conversar, várias vezes, para ela entender, assimilar e tirar as dúvidas que surgiam conforme minha barriga ia crescendo.

HOUVE ALGUM INCOMODO/CIÚMES QUANDO ELE NASCEU?

Perto de nós não, mas no começo teve alguns momentos mais delicados na escola. Recebia, às vezes, bilhetes da professora dizendo que ela estava triste, ou calada demais. E sempre que isso acontecia, sentávamos novamente e conversávamos.

ELA TE AJUDAVA COM ELE?

Sim, sempre! Na verdade, aqui em casa todo mundo se ajuda. Uma das coisas que aprendi com minha família e que faço questão que eles entendam é que somos um time. Se um perder, todos perdem. E isso também é uma questão de respeito um com o outro. Não adianta a cama dela estar arrumada e a dele não, porque no final a casa como um todo não está arrumada. Essa questão de responsabilidade sempre foi muito importante para nós. As coisinhas deles, como guardar roupa, arrumar a cama, tomar banho, escovar os dentes, arrumar a mochila… são tarefas deles. Supervisiono, mas não faço, e nem preciso pedir.

VOCÊ DESENVOLVE MUITO O LADO CRIATIVO DELES TAMBÉM. ISSO SEMPRE FOI UMA VONTADE SUA OU ELES QUE PEDEM?

Isso vem da minha infância. Me lembro da minha mãe fazendo as coisas para mim e minhas irmãs. Foi muito natural, e um processo de mão dupla. No começo, cantava e lia para eles. Conforme foram crescendo e querendo coisas diferentes, comecei a sentir necessidade de fazer eu mesma, e ensinar eles a fazerem os próprios brinquedos e atividades, assim como minha mãe fazia. Como sou artista plástica, sei o quanto é legal você fazer seu próprio carrinho/boneca. O processo é até mais divertido que o final. E foi também a forma que encontrei de entretê-los sem precisar sair de casa a toda hora.

TEM UMA REGRA PARA AS BRINCADEIRAS?

Sim. Terça-feira, quinta-feira e fim de semana são dias livres, que eles podem usar, por exemplo, para jogar videogame e mexer no iPad. No restante, eles precisam arrumar outra coisa, que não eletrônicas, para fazer e brincar. Pode ser oficina, desenhar, jogar bola… Coloco essas regras, porque se deixar livre, eles só querem os eletrônicos.

O QUE VOCÊS COSTUMAM FAZER NO FIM DE SEMANA?

Eles gostam muito de jogos de tabuleiro, principalmente porque dá para jogar toda a família. Além disso, como eu e meu marido conhecemos muita gente que participa de oficinas culturais (ele é ilustrador), sempre que podemos levamos eles para participar. Tudo sempre ligado à arte.

QUE CUIDADOS OU EXIGÊNCIAS VOCÊ TEVE NA HORA DE ESCOLHER A LINHA EDUCACIONAL DELES?

Foi muito importante escolher uma instituição que tivesse liberdade de adotar o material didático de acordo com a evolução da turma. Não gosto de escolas com apostila. Nada contra, mas sempre quis que eles ficassem mais livre do cronograma, respeitando seus estágios e limites, e também podendo ir além do material caso fosse possível.

VOCÊ PENSA EM MAIS UM FILHO?

Nãooo rs! Sempre quis casar, ter filhos, uma família, mas não é fácil. Brinco que não vou ficar para titia porque minhas irmãs não querem bebês. Mas hoje vejo que se não querem, não têm que ter mesmo. Para ser mãe, ou pai, você precisa se desprender muito das coisas, das suas vontades, dos seus planos, mesmo que por hora. E não é fácil.

VOCÊ ACHOU QUE IA SER MAIS FÁCIL? ABRIU MÃO DAS COISAS MAIS DO QUE JÁ PLANEJAVA?

A gente sempre acha que vai ser mais fácil. Quando chega o bebê, você descobre que seus planos eram 10% da realidade. Ao mesmo tempo, como eu queria muito, meu mantra de vida sempre foi: “eu quis, eu quero e eu vou dar meu máximo para fazer direito.” E todo dia é dia de ajuste. Não existe uma formula. A cada novo desafio ou fase da vida deles, uma nova demanda aparece. Quando disse que você abre mão de muitas coisas, não quis dizer que é para sempre. Coisas que abri mão lá atrás, hoje já se encaixam novamente. Outras que não precisei deixar, hoje preciso repensar. O difícil é você entender, naquele momento da sua vida, que passa e não vai ser sempre assim.

QUAL A MAIOR DIFICULDADE DE EDUCAR UM FILHO?

A divergência de ideias e criações entre os pais. Tem coisas que penso muito diferente do meu marido. No começo cada um fazia do seu jeito e depois falava com o outro, o que dava problema. A grande questão é que ambos estão certos – porque querem fazer o melhor – mas um meio termo precisa existir. Hoje conversamos antes de qualquer decisão.

E O QUE VOCÊ ACHA QUE FEZ/FAZ DIFERENTE DOS SEUS PAIS?

É difícil não repetir, mas me policio porque sempre lembro de algumas coisas que eles faziam e eu não gostava. Minha mãe, por exemplo, escolhia as minhas roupas, e não adiantava não gostar, tinha que usar. Cresci achando que detestava algumas coisas, que hoje descobri que gosto e ficam bem em mim. Adoro saia e vestido, e tento sempre sugerir para a Tháta. Adoraria que ela usasse, mas ela não gosta, não adianta. Me policio para respeitá-la.

VOCÊ MUDOU MUITO COM A MATERNIDADE?

Completamente. Sempre fui “boba” e medrosa. Quando a Tháta nasceu, minha mãe estava no hospital e eu não podia contar com ela. Era literalmente só eu e meu marido. Passei por situações delicadas, nas quais ou eu me posicionava, ou já era. Então mudei nisso, hoje não tenho mais medo, nem sou boba. Aprendi a me virar, a não ter vergonha de fazer qualquer pergunta, por mais idiota que ela seja. Quando você se torna mãe, é você por eles, e não dá para falhar. Pedir ajuda às vezes, não vejo problema, mas não acho certo deixar os filhos sempre com alguém. Não é justo com quem fica, porque não são os pais, e nem com os filhos, que não terão a companhia e os ensinamentos dos pais.

(Fotos: Mel Albuquerque)

Veja também: O passo a passo de porta-caneta que fizemos com Fernanda, Thabata e Vitor

MãesNo ninho

No Ninho: Monica Salgado e Bernardo

Pensa em uma dupla divertida e animada. Agora multiplica por três e você tem um breve resumo de como foi nossa manhã na casa da diretora de redação da revista Glamour, Monica Salgado, e do pequeno Bernardo, de cinco anos. A farra, clicada pela lentes da querida Vivi Guimarães, foi palco para o No Ninho de hoje. Em um longo papo, Mônica nos contou como se preparou para o parto, sua visão nada glamourosa sobre a maternidade e como se surpreendeu ao ver a dificuldade que as gestantes enfrentam para conseguir um médico disposto a ir até o final com parto normal.

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

COMO ESTAVA SUA VIDA QUANDO ENGRAVIDOU?

Engravidei com cinco anos de casada. Tinha tirado o DIU para tentar, mas não esperava que fosse tão rápido. Era um momento bastante turbulento na minha vida profissional. Eu era redatora-chefe da revista Vogue e estávamos em transição para a nova empresa que iria responder pela publicação no Brasil. Era tudo tenso, a gente não sabia o que iria acontecer e com sete meses de gravidez trocamos de escritório, de empresa, de tudo. Foi muito difícil, minha cabeça estava divida entre o bebê e a nova fase do trabalho. E apesar de querer muito um filho e estar super feliz, tinha a sensação de que estava perdendo alguma coisa, não curti tanto quanto gostaria.

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

A GESTAÇÃO FOI TRANQUILA? 

Super tranquila. Fiz ginástica, trabalhei, não tive enjoos fortes, fiquei surpresa. Como queria muito parto normal, mudei de médico três vezes até me sentir segura.

POR QUE NÃO SE SENTIA SEGURA?

É triste, mas os médicos super forçam você a ter cesária. Você precisa ter quase um médico xiita para conseguir ter parto normal no Brasil. Se não for um super partidário, em algum momento ele vai te convencer que a cesária é a melhor coisa. E que mãe vai contrariar se o médico falar que seu filho corre risco? O Bernardo nasceu de 40 semanas, no dia 20 de dezembro. Eu estava super bem, queria esperar, mas meu médico achou arriscado. Podia esperar? Ele corria mesmo risco? A gente nunca vai saber, a gente só sabe que poucos médicos querem ficar em função dos bebês. Foi muito triste ver isso.

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

ELE NASCEU BEM?

Muito bem, graças a Deus!

VOCÊ FICOU COM ELE EM CASA POR QUANTO TEMPO?

Como tirei alguns dias antes dele nascer, acabei ficando apenas três meses e meio. Olha, vou te dizer que como sou muito ativa, não lidei muito bem com a ideia de ficar em casa. Pirei um pouco. Claro que tudo faz parte do momento da mulher. Hoje, se engravidasse de novo, seria diferente. Minha maturidade e percepção de mundo são outras.

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

OS PRIMEIROS MESES FORAM DIFÍCEIS EM ALGUM ASPECTO?

Um pouco. Na conta final é positivo, mas o percurso é complicado. Todo mundo te diz que você tem que sentir aquela magia da maternidade, que tudo é lindo. Eu não senti nada disso neste momento, pelo contrário. Tinha a sensação de que nada ia ser mais como antes, que estaria presa naquela rotina na qual eu não mando. O primeiro filho é para os fortes, e tem uma coisa que acredito que mulher moderna nenhuma está preparada: a “perda da liberdade”. Claro que depois tudo passa e só fica melhor, mas neste começo é muito difícil. O medo de te julgarem por você não sentir isso tudo é grande, e se você não tem um autoconhecimento mínimo, a tendência é você jogar essas sensações para baixo do tapete, e lá na frente pode ser muito difícil.

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

E COMO É A ROTINA DO BERNARDO, COMO VOCÊ CONSEGUE CONCILIAR SUA VIDA PROFISSIONAL (QUE É INTENSA), COM A AGENDA DELE?

Dirigir uma revista não é nada quando você descobre o quão trabalhoso é alimentar, dar banho, vestir pijama e fazer uma criança dormir. Rs! Estou brincando, mas o que aprendi é que ter uma rotina regrada é muito importante quando você tem filho e trabalha. Claro que sei o quão privilegiada sou de ter uma pessoa que cuida da minha casa e uma babá noturna, mas para mim é muito importante passar o maior tempo possível com ele. Entro tarde no trabalho, então passo as manhãs com o Bernardo. Levo no futebol, no inglês… Dou almoço e levo para a escola. Tenho pouco tempo com ele, mas com muita qualidade. E aos fins de semana meu tempo é todo dele.

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

E ONDE O “BICHO PEGA” HOJE NA SUA CASA?

Na disciplina. Ele está naquela fase de desafiar, então já viu, né? É muito cansativo, chega um momento que você quer dar um berro porque sabe que vai funcionar, mas não pode.

E FALANDO EM EDUCAÇÃO, COMO VOCÊ ESCOLHEU O TIPO DE EDUCAÇÃO PARA O BERNARDO?

Talvez por ser jornalista e prezar muito pela escrita, não quis colocar ele em escola bilíngue ou internacional. Pode ser que um dia eu mude de ideia, mas neste momento quero que ele tenha uma alfabetização apenas em português. Pesquisei, me informei, e como sou uma pessoa mais conservadora e tradicional com este assunto, acredito que a criança precise ter regras, disciplina e comprometimento. Na hora de escolher a escola dele, isso que me fez decidir. Se depois, quando crescer, quiser quebras as regras e os parâmetros, dai é com ele aguentar as consequências.

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

VOCÊ TEM ALGUMA DICA BOA DE PROGRAMA PARA FAZER EM SÃO PAULO?

É difícil, né? Gosto muito de viajar, ir para hotel fazenda próximo de São Paulo, mas quando estou aqui, adoro fazer programas alternativos e que abram a mente do Bernardo. Minhas sugestões são: Espaço Catavento Cultural e os tradicionais do centro histórico de São Paulo, como Teatro Municipal, Pinacoteca…

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

E DE ROUPA DE CRIANÇA, QUAIS AS MARCAS QUE MAIS GOSTA?

Aqui no Brasil gosto muito da Zara Kids, Mini US e Reserva Mini. São mais descoladinhas e ele adora. É uma pena que eles crescem tão rápido e perdem tudo.

E PARA FECHAR, NO QUE A MATERNIDADE TE MUDOU?

Me ensinou a ter autoconhecimento. Você está à prova a todo momento. Coisas que você tinha cristalizada sobre as pessoas e mundo vão se transformando. Você volta a ser criança, sua relação com sua mãe muda da água para o vinho. É muito louco que do nada você está fazendo exatamente o que sua mãe fazia e que você jurou nunca faria igual. Eu só fico pensando o quão privilegiada eu sou de Deus ter me dado a honra de ser mãe. Não consigo ver minha vida e minha alegria sem o Bernardo.

No ninho, Ensaio, Família, Monica Salgado, Vivi Guimarães

(Fotos: Vivi Guimarães)

Veja também: Vem ver outro ensaio com um pequeno cheio de energia

E mais: Os benefícios da shantala para o bebê

MãesNo ninhoSem categoria

No Ninho: Ana Paula + Laura e Angelina

O No Ninho de hoje traz um trio muito querido. A chef Ana Paula Carrazza, da Fleur de SucreFornecedoresFLEUR DE SUCREBolos & Doces Bolos & DocesSão Paulo, São Paulo (Capital) São Paulo, São Paulo (Capital)Leia mais, abriu as portas de sua casa para uma tarde de fotos e muita brincadeira ao lado das filhas Laura e Angelina. A Carla D’Aqui, que já é a fotógrafa oficial da família, fez cliques lindos e de muito amor entre as irmãs. Aproveitamos o encontro para bater um longo papo com a mãezona, que mostrou que a disciplina que tem na cozinha de seu negócio foi, talvez sem querer, a escola para ser uma boa mãe. Vem ver como ela preparou a Laura para a chegada da Angelina, o que aprendeu com a maternidade e como foi voltar ao comando de sua empresa de bolos e docinhos para festas e casamentos. Vem ver as dicas dela:

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui10

QUANDO DESCOBRIU QUE ESTAVA GRÁVIDA PELA PRIMEIRA VEZ, O QUE PASSOU NA SUA CABEÇA? 

Na primeira vez, estava tentando engravidar fazia uns meses e naquele mês, minha menstruação não desceu no dia previsto. Fiz o teste à noite, no mesmo dia. Quando apareceu aqueles dois pauzinhos, entrei em pânico. Chamei meu marido e ficamos lendo as instruções para ver se estava certo mesmo. Bom, naquela noite não dormi, pensando em como minha vida mudaria, o que seria daqui pra frente, em como eu contaria para todos… Até você se acostumar, a palavra que define é pânico rs!

VOCÊ SE PREPAROU DE ALGUMA FORMA PARA O PARTO? 

Não fiz muita coisa não. Gostaria de ter feito mais, mas acho que como me sentia muito bem e disposta, nem lembrava que estava grávida. Minha sorte foi que enjoei de doces (talvez por trabalhar com isso e sentir o cheiro o dia todo). Eu queria muito um parto normal, mas da primeira vez, a Laura estava sentada. Fiz de tudo, mas ela não virou, então partimos para cesariana. Da segunda vez, a Angelina virou, mas não encaixou. Minha pressão começou a subir e tivemos que partir para outra cesárea. Ou seja, já aprendi desde cedo que em maternidade nem sempre a gente consegue fazer as coisas do jeito que a gente quer.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui8

COMO VOCÊ PREPAROU A LAURA PARA A CHEGADA DA ANGELINA? 

Tentei de forma muito natural ir introduzindo o tema e falando do bebê que viria. Mas procurava não falar nisso o tempo todo, para não criar ansiedade demais. Ela sabia que tinha um bebê crescendo na barriga da mamãe, mas tentei ao máximo não deixar que isso interferisse na rotina dela. Compramos uma caminha de princesa, já que o berço ia para a irmã, e uma casinha de boneca/estante pra ficar no lugar da cômoda.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui6

O QUE DEU CERTO CONTIGO E PODE COMPARTILHAR? 

Nesse caso das irmãs, foi tentar mostrar pra Laura que ela não deixou de ser importante. No dia que a Angelina nasceu, levamos ela para conhecer e a deixei pegar no colo, olhar, tocar. Coloquei para mamar e expliquei que a irmãzinha dela se alimentava assim. Ela levou um presente para a irmã e a irmã trouxe um para ela (essa dica foi dada por uma amiga e deu super certo!). Também tentei casar, assim que possível, o horário das mamadas com o horário que a Laura não estivesse em casa, ou estivesse descansando. Assim, ela não ficava com a sensação que eu só ficava com o bebê. Tentei fazer coisas só com ela, como brincar, ir ao hortifrúti, ou voltar a buscar na escola assim que fui liberada para dirigir. Tirante alguns poucos episódios de birra, acho que deu tudo certo.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui5

A LAURA TEM/TEVE CIÚMES DA IRMÃ? 

A Laura é uma criança muito tranquila e que já se expressa bem e entende tudo. Então, tirante o primeiro mês caótico da chegada do bebê e estabelecimento da nova rotina em casa, foi tudo bem. Claro que ela teve ciúmes da irmã. Principalmente comigo, pois várias vezes ao dia eu tinha que me isolar com a Angelina para amamentar. Mas com o tempo, as mamadas ficaram mais curtas, a Laura se acostumou, e hoje é raro ela ter ciúmes. Meu marido também ajudou muito nesse processo, ficando muito mais com a Laura, explicando que só a mamãe podia amamentar, fazendo brincadeiras. Acho que nessa hora, o pai tem um papel importantíssimo e que faz toda a diferença. Nós não podemos nos dividir, mas se a criança já tem uma ligação boa com o pai e se ele já participa da rotina, fica tudo mais fácil.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui3

COMO FOI VOLTAR AO TRABALHO NOS DOIS CASOS?

Acho que voltar ao trabalho é sempre difícil. Uma parte de mim queria muito voltar, “ter minha vida de volta”, até porque amo o que faço. Já a outra não queria deixar aquele bebezinho indefeso “sozinho”. Faz parte do instinto materno querer proteger a cria. Voltei por meio período, fazendo parte das coisas de casa. Depois fui ficando mais e mais no trabalho de forma gradativa. Mas ainda fujo muitas vezes para poder estar presente.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui7

HOJE, NO QUE ELAS MAIS TE SURPREENDEM? 

É engraçado ver como o irmão mais novo simplesmente idolatra o mais velho desde tão cedo. Angelina olha a Laura sempre com um olhar de extrema admiração. E a Laura também ama demais a irmãzinha. Adora falar sobre ela, abraçar, beijar. Gosto de ver o carinho entre as duas, é realmente emocionante ver que tão pequenas já se amam.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui13

O QUE FUNCIONOU PARA A ROTINA DO SONO DELAS? 

Elas dormem super bem. Com as duas, a rotina foi estabelecida mais ou menos igual. Até os 3 meses, tive sorte quando conseguia dormir 4 horas seguidas. Depois foi espaçando. Com uns 4 meses, consegui chegar a 5, 6 horas. Fui espaçando as mamadas da noite com a ajuda da chupeta, deixando elas esperarem um pouco no berço quando acordavam (sem deixar chorar, claro) As vezes, o bebê acorda, da uma resmungada, e volta a dormir sozinho. Com 6 meses, dormiam às 20h30, mamavam às 24h e acordavam entre 7 e 8h. Com 9 meses, tirei a mamadeira da meia noite.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui23

Outra coisa que fez diferença foi o fato de ambas sempre dormiram sozinhas no berço, e não no colo. Acho essencial o bebê dormir sozinho. Isso ajuda a voltarem a dormir sozinhas no meio da noite se derem aquela micro acordada. E é bom para os pais também dormirem, conversarem, jantarem sossegados, manterem a rotina do casal. Talvez eu tenha tido apenas sorte, mas quando alguém me pergunta como foi eu digo: estabelecimento de rotina + espaçamento das mamadas noturnas + ensinar a dormir sozinho. Aqui funcionou 2 vezes.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui22

QUAIS RECURSOS RECORRE NA HORA DE ENTRETER? 

Tablets e celulares só são permitidos para cortar a unha e fazer inalação… Televisão a Laura pode ver aos domingos de manhã, e todos os dias, depois do jantar, por mais ou menos 1 hora, 1:30. Angelina ainda não vê. A Laura adora desenhar, brincar de cozinhar, cuidar das bichinhos de pelúcia, montar quebra-cabeças, ir ao parquinho, ler livros. Que fique claro, não sou contra TV, tablet e essas coisas, nem mesmo xiita. Só acho que temos que tomar cuidado, se não essa geração passa 100% do tempo fazendo isso. Procuro criar brincadeiras, incentivar a leitura (leio para elas desde bem pequenininhas) e brincar ao ar livre sempre que dá.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui2

HOJE, QUAL O MOMENTO MAIS “DIFÍCIL” NA SUA CASA? 

Nesse momento, o mais difícil é que a rotina e horários das duas está muito diferentes. O que pega é que ainda não consigo passar o dia sozinha com elas. Tem que ter mais um adulto. Admiro muito quem consegue, mas aqui não está rolando não. O horário pior é quando coloco a Angelina pra dormir e a Laura esta esperado na sala. Ela ainda é muito pequena pra ficar sozinha tanto tempo. Enfim, tenho certeza que tudo vai melhorar quando os horários forem os mesmos.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui1

VOCÊ ESTÁ FAZENDO ALGO DIFERENTE NA CRIAÇÃO DA ANGELINA? 

Procuro fazer tudo mais ou menos igual, mas naturalmente com a Angelina eu fico menos encanada. Ela tem uma rotina, mas se tivermos que sair dela, não é o fim do mundo (com a Laura eu ficava louca se saísse da rotina). Fora isso, quando a Laura era bebê, o mundo girava em torno dela. Agora, por mais que eu tente, não tem como os horários serem feitos em função da Angelina. Outra coisa, é que cada criança tem uma personalidade. Ainda não senti tanto isso com a Angelina, mas logo veremos essas diferenças.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui11

ALGUMA DICA PARA MONTAR O ENXOVAL? 

Fiz o enxoval da Laura em Miami. Peguei lista de muitas amigas, juntei tudo e sai comprando feito doida. Obvio que comprei demais, e várias coisas que nem foram úteis. Por isso a dica que dou é contratar uma consultora de lá para ajudar nas compras. Quando fui, nem sabia que existiam bicos diferentes de mamadeira, por exemplo. Perdi um tempão caçando coisas nas lojas. O enxoval da Angelina eu fiz aqui mesmo. A verdade é que guardei quase tudo da Laura. Quase não comprei roupinhas para a Angelina. O pouco que precisei amigas que foram trouxeram para mim. O resto comprei aqui.

O QUE COMPROU E USOU MUITO? E O QUE NUNCA USOU? 

Acho isso super relativo. Vou dar um exemplo: aquecedor de lenço umedecido. Não comprei porque minhas filhas nasceram na primavera, já era calor. O que eu nunca usei: sugador elétrico de nariz (não consegui). O que usei muito e não vivo sem: termômetro de testa. Muito úteis também: esterilizador de mamadeira para microondas, potinhos para transportar leite em pó, bomba elétrica de tirar leite.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui14

ALGUM PRODUTO DE BELEZA QUE DEU CERTO COM ELAS? 

A Laura tem alergia de pele e usa sabonete e hidratante especifico desde os 8 meses. Na Angelina uso os de bebê da Mustela e Granado. Amo o shampoo da Granado. Pomada de assadura é Desitim (azul de dia e roxa à noite, principalmente quando está um pouco assada). Na Laura, quando precisa, uso Bepantol, porque não suja tanto a calcinha.

GOSTA DE ROUPINHAS DE ONDE? 

Uso muito Carters e Gap, porque essas marcas americanas não estragam, são fáceis de lavar e são muito fofas. Para uma roupa mais descolada, Zara e marcas menores. E vestido de festa, gosto dos da Paola Da Vinci.

NA HORA DE ESCOLHER A ESCOLA DA LAURA, QUAL LINHA PREFERIU SEGUIR?

A Laura entrou na escolinha com 1 ano e 5 meses, porque achei importante que ela começasse a conviver com outras pessoas e crianças. Ela já fazia aulinhas livres de movimento e música na Steps Baby Lounge e eu quis conhecer o método deles para o Sementinha (que é a escolinha que eles tem, até os 4 anos). Simplesmente me apaixonei. Eles usam um método italiano, da Reggio Emilia, que incentiva a criança a descobrir o mundo por si mesma.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui15

O QUE APRENDEU COM A MATERNIDADE E GOSTARIA DE DIVIDIR COM AS FUTURAS MAMÃES?

1. Aceite toda a ajuda possível, da mãe, da sogra, da irmã, da vizinha… A gente não quer desgrudar do bebê, nosso instinto manda isso, mas ainda assim, você precisa comer, tomar banho, descansar o quanto puder. Minha mãe, por exemplo, me levava comida todos os dias e ficava com as meninas para eu tomar banho.

2. Se tiver problema com a amamentação, chame logo uma especialista para te ensinar. Nem sempre a amamentação ocorre de maneira natural como imaginamos. Muitas vezes precisa de um esforço extra. Minhas duas filhas tiveram que tomar complemento desde muito cedo (Laura com 7 dias, Angelina com 20), e mesmo assim amamentei até os 7 meses a Laura e os 8 meses a Angelina. É possível, não desistam.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui20

QUEM ERA A ANA PAULA ANTES DA MATERNIDADE? E QUEM É HOJE? 

Acho que, como toda mãe, passei a me preocupar mais com minhas filhas do que comigo. Pode faltar pra mim, mas nunca pra elas. Elas são a prioridade da minha vida, a parte mais importante dela. Também passei a dar mais valor com coisas que antes não tinha tanta importância. Por exemplo, me manter bem para estar bem para cuidar delas; Dirigir mais devagar; Preferir alimentos orgânicos. Coisas que, sinceramente, não passavam pela minha cabeça antes de ser mãe. Hoje sou também uma pessoa mais compreensiva, menos dura. E quando vejo uma criança que sofreu algo ruim no noticiário, choro junto, pensando no sofrimento de sua mãe. Também passei a entender muito mais minha mãe. Acho inevitável mudarmos quando nos tornamos mães. Eu tenho certeza que hoje sou uma pessoa melhor.

no-ninho-ensaio-infantil-mae-e-filha-carla-daqui18

(Fotos: Carla D’Aqui)

Veja também: As impressões sobre a maternidade da mamãe Flávia

E mais:  Outra experiência de mãe que tem dois filhos

MãesNo ninho