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Como falar sobre racismo com as crianças

No dia 20 de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra – data criada para conscientizar a população sobre racismo, igualdade racial e outras pautas. No entanto, essas questões devem ser discutidas e trabalhadas todos os dias! Pensando nisso, reunimos várias dicas para ajudar pais e mães a conversarem sobre racismo com seus filhos – e assim, juntos, ajudarmos a criar um futuro inclusivo e respeitoso! Confira:

Foto: Emma Bauso no Pexels

Prepare-se para conversar sobre racismo

Enquanto pais, cuidadores e educadores é nossa obrigação ler e estudar mais sobre as pautas raciais. Não só para ter informações para orientar e educar os pequenos, como também para rever nossos próprios comportamentos – afinal, nós somos exemplos das crianças e nossas falas e atitudes têm um peso enorme!

Então, é essencial que haja estudo e escuta. Ouvir, conversar e consumir conteúdos – vídeos, livros, palestras… – de pessoas negras é um dos passos importantes que nós, enquanto adultos, devemos tomar.

Como falar sobre racismo com as crianças

Não espere seu filho crescer

Diversidade e igualdade racial são temas que não podem esperar – a conversa tem que começar desde o primeiro dia! E aqui, quando falamos de conversa, não estamos falando apenas de palavras. Qual a cor dos brinquedos dos seus filhos? Quais as referências que ele tem de pessoas negras? Qual o contato dele com pessoas negras? Todos esses detalhes fazem parte da conversa sobre diversidade e igualdade.

Quem são as pessoas negras ao seu redor?

Com quantas pessoas negras seu filho terá contato, direta ou indiretamente? Qual a profissão ou papel dessas pessoas na vida do seu filho? Como já comentamos, conversar, ouvir e aprender com pessoas negras – não só sobre racismo, mas sobre os mais diversos temas – é essencial.

É o contato com a pluralidade que gera conversas importantes e mostra para a criança que a pluralidade – de cores, ideias, gostos, etc – existem. Se você não tem essas pessoas ao redor, busque-as.

A presença de referências negras também é importante para as crianças negras. A representatividade é essencial para o fortalecimento da autoestima e autoconfiança dos pequenos!

Foto: Vanessa Loring no Pexels

Exija a presença de pessoas negras

Você já ouviu falar sobre privilégio branco? Na sociedade brasileira, e em muitas outras sociedades ao redor do mundo, ser branco abre portas. E o que você pode fazer com esse privilégio? Ajudar a abrir portas para pessoas negras, que não têm os mesmos acessos ou facilidades.

Quantas professoras negras trabalham na escola do seu filho? Quantas pessoas negras estão em cargos de chefia na escola, na natação, no inglês, etc? Questione as escolas sobre isso. Mas não só sobre a presença de negros em cargos de trabalho, mas também usufruindo dos serviços: afinal, quantos colegas negros seu filho tem na creche ou na escola? Existe alguma política da escola para apoiar o acesso de crianças negras?

Se não houver questionamentos, cobranças e exigências, o cenário não muda. E isso faz parte do diálogo que você tem com seu filho: não só de conversar sobre a importância de pensar nesses cenários, como também garantindo que ele tenha contato com pessoas negras através dessas presenças.

Ofereça referências negras

Desenhos, brinquedos, filmes, música, amigos… As crianças precisam, assim como os adultos, ter referências. Ouvir, ver e conviver com pessoas negras colabora para ampliar a visão de mundo do seu filho, além de torná-lo mais empático e aberto a conviver com diferenças.

É preciso que exista contato para que a criança crie laços afetivos e um entendimento sobre cultura, convivência e respeito na prática. Para as crianças negras, as referências são ainda mais importantes, já que refletem não só a questão da representatividade, como também colaboram com a construção do respeito e conhecimento do passado, da cultura, religiões e tradições.

Foto: Cottonbro no Pexels

Converse abertamente

Muitos pais acreditam que não conversar sobre um assunto faz com que ele não exista – o que não é verdade. Seu filho pode ter contato com racismo na escolinha, na casa do amiguinho, no parque… E mais do que crianças não-racistas, nós precisamos criar crianças anti-racistas.

Bate-papos sinceros podem instruir seu filho a reconhecer uma cena de racismo e ajudar um colega negro, por exemplo. Ele pode identificar o racismo na fala de um colega e ter conversas importantes. Já as crianças negras precisam entender como reagir e se defender durante essas situações – e mais, elas devem entender que podem contar e conversar com a família sobre isso, o que evita que sofram caladas esses tipos de agressão. É por isso que não podemos “poupar” as crianças de conversas difíceis.

Explique ao seu filho que algumas pessoas tratam mal outras por causa da cor da pele – e que isso é errado. Deixe claro que a diferença física de outra pessoa jamais pode ser usada como forma de deboche, “brincadeira” ou ataque: seja cor de pele, deficiência, gênero, etc. Reforce que todos devem ser tratados com respeito, gentileza e educação.

Ensine os pequenos a como reagir, como buscar ajuda e deixe claro que o diálogo sobre o tema é sempre aberto dentro de casa.

Sejamos anti-racistas

Como já citamos, seu filho pode ajudar um colega que está sofrendo racismo – para isso, ele precisa entender o que é racismo e saber como agir nesses casos! Cabe aos pais explicar o que os pequenos podem fazer:

  • Chamar um adulto ou responsável e explicar a situação;
  • Pontuar o racismo nas falas e atitudes da pessoa;
  • Proteger e apoiar a pessoa negra.

E mais uma vez, aqui cabe o exemplo: se você presenciar uma cena de racismo, não se cale. Racismo é crime e deve ser denunciado! Preste apoio à vítima.

 

 

Babies & KidsEducação

Pais em Ação: disciplina não é castigo

Na coluna do Pais em Ação dessa semana, Dani Nogueira traz um debate muito importante: o que é disciplina? Como educar sem punir ou castigar? Qual o efeito do medo no comportamento das crianças? Confira a opinião da nossa colunista sobre o tema:

Foto: Keira Burton

Medo não educa

Através do tempo e da cultura fomos ensinados e acostumados a usar o medo como ferramenta de disciplina: “deixa só seu pai chegar em casa”, “vou te dar uma razão pra chorar”, “vou largar você estatelado aqui no chão do supermercado”, “vou contar até 3” e por aí vai. Um problema com este tipo de educação é que o medo nos leva a agir com a área de luta ou fuga do cérebro, a parte mais primitiva e de sobrevivência. Este lugar nos deixa inconscientes de nossas ações.

Para ter autocontrole a criança depende do desenvolvimento e do funcionamento sadio do córtex pré-frontal frontal. E passar medo não ajuda em nada nesta equação. Sim, você pode até achar bobinho dizer que vai largar o filho no chão do shopping, mas a criança não sabe se isso é pra valer ou não!

Alguns pais podem se perguntar o que a “birra” do filho no supermercado tem a ver com palavras como córtex, cérebro, sobrevivência, luta ou fuga? Tudo. Por favor se acostumem com estes termos, leiam (de boas fontes) saibam que período do desenvolvimento o filho está e entrem em contato com este assunto pois assim vocês estarão mais bem equipados para fazer um bom trabalho educando.

Afinal, educar é um TRABALHO. Algo que exige tempo e dedicação. Ter a cooperação da criança é sempre melhor do que coagi-la. O foco dos pais é um fator decisivo no desenvolvimento dos filhos e no resultado diário na relação com eles: ao invés de como eu FAÇO o meu filho me obedecer, se perguntar como eu AJUDO meu filho a fazer boas escolhas e ser bem sucedido? Afinal, mais do que só nos obedecer, queremos desenvolver habilidades nos nossos filhos!

Disciplina é o que a gente faz enquanto espera que a criança amadureça

Quando falamos de disciplina e criança é importante lembrar que disciplinar é DIFERENTE de punir e que limite é diferente de castigo. Disciplinar quer dizer ensinar – e quem recebe essa disciplina é um pequeno aprendiz e não um danadinho.

Esse é um dos grandes passos para uma disciplina consistente e eficaz: lembrar que a criança ainda está aprendendo como deve se comportar. Pais e educadores têm o privilégio e a responsabilidade de ensinar as crianças a fazerem boas escolhas que os ajudarão a tornarem-se seres humanos mais amáveis e respeitosos – e como o mundo de hoje precisa disso!

Momentos que exigem de nós o maior esforço para disciplinar são também os momentos de maior oportunidade de aprendizado profundo. A disciplina é tão essencial quanto dar carinho e todos os cuidados que uma criança precisa. Isto inclui limites claros e constantes. Sim, iremos repetir mil vezes as mesmas coisas, essa é uma das razões pela qual educar cansa!

Um filho obediente depende de uma relação respeitosa e amorosa entre o adulto e a criança, pois não é possível liderar por muito tempo uma criança cujo coração você não ganhou. Isso se chama apego/attachment e inclusive previne a criança de obedecer a qualquer um.

Disciplinar (ensinar) NUNCA deve incluir ameaças, humilhação, causar dor física, medo ou fazer com que os pequenos sintam que estamos contra eles, isso só nos prejudica a longo e curto prazo. Disciplina (ensinar) deve fazer com que todos os envolvidos neste processo se sintam amados e seguros, mesmo diante de seus erros.

Aliás, queremos ensiná-los através dos erros e não castigá-los por terem errado de novo e de novo. Castigar a criança é aplicar uma punição por ela ter errado/se comportado mal. Disciplinar é o ato de tornar a criança responsável pelos seus próprios erros sem ter de adicionar sofrimento pelo que ocorreu. Sem distraí-la só pensando em seu castigo.

Pesquisas mostram que a curto prazo usar castigo ou punição podem funcionar, mas a longo prazo trazem resultados negativos. Já a disciplina funciona de maneira igual ou melhor e não apresenta nenhum resultado negativo a longo prazo, pelo contrário, os resultados se tornam cada vez mais positivos.

É possível disciplinar (ensinar) sem violência e punição. Dá para ser feito com respeito e a maturidade dos pais é a resposta para o comportamento imaturo dos filhos. Somos nós que temos que impor a ordem na casa, mantê-los seguros e orientar quando a impulsividade, o egocentrismo e a falta de consideração se apoderou dos nossos pequenos via imaturidade.

Não saia acreditando que sua criança não tem jeito ou que talvez não vá ser grandes coisas quando for adulto. Apenas se lembre de que amadurecer leva tempo – e, até lá, vocês dois precisam de vínculo, orientação e disciplina com respeito.

Até a próxima coluna,

Daniela Nogueira.

Daniela Nogueira é psicóloga de formação e educadora de coração. Aprofundou seus estudos sobre a primeira infância na abordagem Pikler pela Associação Pikler-Lóczy França (APL) em Paris e nos fundamentos do RIE, em Los Angeles, EUA. Idealizadora do Pais em Ação, projeto que apoia pais e mães na educação dos filhos oferecendo aconselhamento personalizado, domiciliar ou online, com um olhar de profundo respeito pela criança e sua infância. Daniela está envolvida no universo infantil há mais de 18 anos com experiências em co-educação nos EUA, trabalho terapêutico em instituições para crianças desabrigadas de suas famílias e atuação como professora na educação infantil em escolas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro. Além do aconselhamento parental, ministra palestras e workshops ao vivo e online para escolas, empresas e grupos maternos. É mãe orgulhosa de casal de gêmeos de 5 anos.
ColunasPais em Ação

Como escolher a escolinha ou a creche?

Semana passada, a Dani Nogueira, colunista da Pais em Ação, compartilhou sua opinião sobre a (difícil) questão de creche, escolinha ou babá. No texto, a psicóloga e educadora defende a importância de respeitar o tempo e as necessidades dos bebês. Afinal, na pressa de darmos o melhor para os pequenos, podemos acabar atrapalhando fases importantes do seu desenvolvimento. Compartilhei o texto no nosso Instagram e comentei com nossas seguidoras que estou na fase dessa difícil escolha. Perguntei a elas quais haviam sido os critérios de escolha da escolinha e recebi tantas respostas que achei melhor reuni-las em um post aqui. Para complementar, peguei ainda dicas de especialistas sobre as perguntas você deve fazer antes de matricular seu filho em uma escolinha ou creche. Confira:

como escolher a escolinha

Foto: Yan Krukov no Pexels

Escolinha, creche ou babá: a visão das leitoras

Vocês mandaram dezenas de mensagens contando suas experiências pessoais. Foi possível encontrar relatos sobre as três opções e como isso funcionou para cada família. Veja um resumo da visão das leitoras sobre cada uma delas aqui:

Escolinha ou creche

Colocar os pequenos em uma instituição de ensino não é uma decisão fácil para muitas famílias. Afinal, é uma grande mudança na rotina dos pequenos e da família. No entanto, a maioria opta por esse caminho pelos mesmos motivos. São eles:

  • Maior interação com outras crianças;
  • Mais estímulos para desenvolvimento;
  • Aprender a se comportar convivendo com pessoas que não são da família;
  • Aprender algumas habilidades específicas (como outro idioma).

A maioria das famílias relatou estar feliz com a escolha. O único alerta foi para a escolha da instituição – segundo as mães, é preciso ter claro quais suas necessidades e expectativas para uma escolha assertiva.

Babá

Ter uma babá ainda é uma escolha entre famílias que não querem introduzir os pequenos em instituição de ensino nos primeiros anos. Para essas famílias, o conforto e a segurança do lar são importantes para o bom desenvolvimento das crianças e os estímulos de desenvolvimento podem ser dados pela cuidadora. E a interação com outras crianças pode ser feita em espaços de convivência – como parquinhos, pracinhas ou o play do prédio.

Outro ponto levantado por algumas mães é o das doenças. É comum que as crianças fiquem doentes com certa frequência quando estão na escolinha, já que existe um maior contato com outras crianças e o sistema imunológico ainda está em formação.

como escolher a escolinha

Foto: Lukas para Pexels

Quais os critérios para escolher a escolinha – segundo as mães

Na caixinha de perguntas do Instagram, vocês deixaram uma série de exigências para escolher o local que seus filhos vão estudar. Cada mãe tem seu filtro, mas muitos foram parecidos – então, reunimos aqui os critérios mais comuns entre vocês.

Proximidade de casa

Uma das questões mais abordadas pelas mães nas caixinhas foi a proximidade da escolinha ou creche com a casa. Esse ponto é importante por vários motivos: menor tempo de deslocamento, economia, maior facilidade para buscar a criança no período de adaptação ou caso ocorra algum problema, entre outros.

Acolhimento

Um ponto presente em quase todas as caixinhas é o acolhimento e carinho com as crianças. Como a Dani Nogueira citou em sua coluna, esse é um ponto importantíssimo para as crianças, principalmente até os três anos. No entanto, nem sempre é possível ter certeza desse fato apenas com uma visita agendada ao local.

Por isso, se esse ponto também é importante na sua escolha, veja algumas dicas das mães:

  • Converse com outros pais que têm filhos matriculados no local;
  • Pergunte aos profissionais quais atitudes são tomadas frente a situações comuns, como “manha” e não querer compartilhar um brinquedo;
  • Observe o comportamento das crianças durante sua visita e a relação delas com os funcionários;
  • Se a escola permitir visita não agendada, vá em momentos diferentes do dia para observar.

Número de crianças por cuidador

Esse critério é essencial para garantir que o acolhimento seja uma realidade. Afinal, como os cuidadores vão conseguir acolher e cuidar com atenção se estão sobrecarregados com o número de crianças? Quanto menor o número de crianças por cuidador, maior a chance do cuidado ser mais humano e acolhedor.

Fique atenta se o número de cuidadores é constante: em alguns locais, existem “monitores” que só atuam com as crianças em certos momentos, como na hora da refeição. No entanto, ao longo do dia, elas não trabalham junto com os cuidadores. Portanto, não devem entrar na conta de cuidador por criança.

* Segundo especialistas, o ideal para crianças de até 18 meses é de 1 cuidador para até 3 crianças. Para maiores de 18 meses, a relação é de 1 cuidador para 4 crianças.

Linha pedagógica

Um ponto destacado por muitas leitoras foi a linha pedagógica seguida pela escola. Esse fator é determinante para você saber qual a postura dos cuidadores para com as crianças, a rotina dela, quais estímulos serão apresentados e como isso será feito.

Estrutura da escola

A estrutura da escola foi apontada por diversas leitoras. A grande maioria disse que prefere locais menores e sem “aparência de escola”. Veja alguns critérios usados para analisar os locais:

  • Ventilação;
  • Natureza;
  • Espaço para brincadeiras ao ar livre;
  • Cozinha limpa e bem equipada.

Alimentação

Algumas escolinhas e creches fornecem as refeições e, nesses casos, ela também se torna um fator de escolha. O cardápio oferecido, a procedência dos alimentos (orgânicos ou não?), a cozinha onde os alimentos são preparados, como a comida é oferecida para os pequenos… Todos esses pontos são levados em conta na hora de selecionar.

Ensino bilíngue

A introdução de um segundo idioma – normalmente, o inglês – desde a primeira infância é um ideal de muitos pais.

como escolher a escolinha

Foto: Yan Krukov no Pexels

O que perguntar e avaliar na escolinha – segundo especialistas

Para complementar os conselhos das mães, reunimos as dicas de dois especialistas: Dani Nogueira, nossa colunista, e Daniel Becker, pediatra e sanitarista.

Separamos algumas perguntas-chave que os dois especialistas recomendam. Vamos separá-las em dois blocos: as que se referem ao cuidado com as crianças e as de estrutura e higiene.

Perguntas sobre cuidado, acolhimento e interações

Dani Nogueira, psicóloga e educadora, apontou algumas questões que devem ser feitas antes de fechar a matrícula em qualquer instituição. São elas:

  • Posso ver a agenda escolar/planner das aulas de vocês?

Avaliando o planner das aulas você consegue saber como é, de fato, dividido o tempo entre tarefas, tempo livre, brincadeiras ao ar livre e etc. Peça para ver o planner, já que nem sempre o que é dito é aplicado.

  • Gostaria de ver a rotina diária da turma do meu filho. Pode me mostrar a atual ou a do ano passado?

Essa é outra forma de avaliar como as atividades são distribuídas, os horários dados a cada uma, etc. Assim você pode avaliar, por exemplo, quantas horas de brincadeiras o seu filho tem disponível na agenda dessa escola.

  • Como é feito o uso de telas?

Durante a fase crítica da pandemia, as telas foram aliadas. No entanto, com o controle da doença e volta às atividades presenciais, o uso da tela, principalmente com as crianças menores, é desnecessário. Avalie se elas são usadas e veja se você concorda com essa dinâmica.

  • Qual a conduta da escola quando um aluno não está pronto ou não quer fazer uma das atividades propostas? Qual é o treinamento que vocês dão às professoras nesses casos?
  • Qual é o posicionamento que vocês recomendam para os cuidadores quando há conflitos, disputas de brinquedos e mordidas?
  • O que é feito se a criança faz birra? O que é feito se a criança descumpre uma regra? 

Todas essas perguntas são referentes à postura dos cuidadores frente a desafios comuns no cuidado com as crianças. Avalie se as respostas condizem com a forma que você escolheu educar seu filho.

Foto: Yan Krukov no Pexels

Perguntas sobre estrutura e higiene

No seu Instagram, o pediatra Daniel Becker compartilha diversas dicas para mães, pais e cuidadores. Separamos aqui algumas questões referentes ao ambiente escolar:

Higiene e alimentação

  • Há janelas amplas nos ambientes e se elas ficam abertas para boa circulação do ar?
  • Professores e funcionários usam PFF2?
  • Há álcool em gel disponível em todos os ambientes?
  • Qual o procedimento caso algum aluno, professor ou funcionário tenha sintomas de COVID-19 ou outra doença transmissível?
  • Avalie a limpeza de banheiros e da cozinha.
  • Onde são armazenados os alimentos?
  • Qual o cardápio das refeições?
  • É oferecido açúcar? Industrializados? É necessário avaliar tudo que pode ser oferecido, não só nas refeições principais, mas também nos lanches.

Estrutura e segurança

  • Há redes em todas as janelas e escadas?
  • O piso é antiderrapante?
  • Objetos pesados ou perigosos ficam fora do alcance?
  • Cozinha e áreas de risco para os pequenos ficam isoladas com portas adequadas?
  • Há extintores, plano de evacuação e preparação para incêndios?
  • Como é o chão embaixo dos balanços, trepadores e gangorras?
  • Os brinquedos estão em bom estado? É feita alguma manutenção?
  • O que é feito no caso de emergência ou acidente?
Como escolher a escolinha

Foto: Naomi Shi no Pexels

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Leia mais: O que aprendi com a Daniela Nogueira sobre infância, educação e respeito às crianças

Veja também: Coluna Pais em Ação: Creche, escola ou babá?

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Horta caseira: atividade e educação para as crianças

Quando falamos sobre sustentabilidade, nós precisamos falar sobre alimentação também. Para aumentar a produção dos alimentos e ter maior lucro nas colheitas, a maior parte dos alimentos recebe quantidades gigantescas de agrotóxicos. Segundo dados levantados pela Agência Pública e Repórter Brasil, hoje temos mais de 3400 agrotóxicos comercializados no país. Uma forma de diminuir o consumo desses produtos é comprando alimentos orgânicos e/ou tendo uma horta caseira. No entanto, cultivar alimentos em casa tem uma vantagem muito especial para os pais: é uma ótima atividade para as crianças, que aprendem muito se divertindo. Confira tudo sobre o tema e aprenda a fazer uma horta em casa:

horta caseira

Foto: Filip Urban

Nesse post você encontra:

Todo mundo pode ter uma horta caseira?

Essa é a primeira pergunta que surge sobre o tema. Afinal, somos educados com a ideia de que a produção de alimentos é algo restrito à área rural. No entanto, ter uma horta em casa é possível, mesmo para quem mora em apartamentos ou locais pequenos.

A falta de tempo também não é um problema, caso você escolha os alimentos certos para plantar. Então, sim, todo mundo pode ter uma horta caseira!

Foto: RODNAE Productions

Como ter uma horta em casa?

Existem algumas opções para se ter uma horta caseira. Caso você more em casa e tenha um pedaço, ainda que pequeno, de terra, pode usar esse local. Agora, se você mora em uma casa sem quintal de terra ou em apartamento, pode plantar sua horta em vasos!

Em alguns prédios, as hortas coletivas já são realidade. Elas podem estar em uma parte da área do jardim ou em alguma área comum do edifício e podem ser usadas por todos os moradores. Caso seu prédio não tenha essa medida, vale a pena sugerir na próxima reunião de condomínio!

Se as hortas comunitárias não forem uma opção e você tiver pouco espaço, vale também fazer as hortas verticais, com vasos em paredes ou estantes.

Anote todas as dicas para ter uma horta caseira:

1. Escolha um lugar com sol

O local não precisa de sol o dia todo, mas é importante que em algum momento do dia as plantas tenham contato direto com o sol. Caso o seu apartamento não receba luz do sol diretamente, você deve procurar por plantas que não gostam de sol. Mesmo assim, elas vão precisar de um local com boa troca de ar – seja uma janela ou varanda.

No entanto, fique atenta: sua horta não deve receber nem sol nem vento em excesso. Considera-se sol em excesso mais de 6 horas seguidas de exposição direta.

Caso o seu apartamento não tenha um local fixo onde o sol bate por cerca de seis horas ou só tem locais com sol em excesso, considere uma “horta móvel”. É só colocar seus vasos em uma estante ou mini-bar com rodinhas e mudar a localização da horta caseira de acordo com os raios de sol.

2. Escolha onde plantar

Vasos, jardineiras, canteiros… Escolha a opção mais viável para você e os objetivos da sua horta. Por exemplo: as jardineiras são bons locais para plantar hortaliças, enquanto os vasos são boas formas de separar espécies de plantas e montar cenários decorativos.

Peça dicas para os funcionários das lojas antes de comprar, mas, se você for comprar online, compensa bem mais comprar menos itens e testar. Com o tempo você vai percebendo o que mais e o que menos funciona para sua horta caseira.

horta caseira

Foto: Sandie Clarke

3. Atenção ao solo

Um solo fraco não vai permitir o bom desenvolvimento das suas plantas. Compre uma terra de qualidade e mantenha o solo bem nutrido.

Se você vai fazer uma horta no quintal de casa, verifique a qualidade da terra e, se necessário, troque ou prepare bem o solo antes de plantar qualquer muda ali.

4. Adubo caseiro para horta

Para adubar a terra, você pode usar elementos do dia a dia, como casca de ovo.

  • Dica: Rica em cálcio e potássio, a casca de ovo fornece inúmeros benefícios às plantas. Para fazer o adubo, lave e triture as cascas de ovo com a ajuda de um pilão ou com um pouco de água no liquidificador.

Caso você tenha uma composteira, adubo caseiro não vai faltar! A composteira, ou minhocário, é formada por três caixas. Após o processo de compostagem, a caixa do meio está repleta de húmus (adubo) e na caixa inferior, que tem uma torneirinha, fica armazenado o biofertilizante líquido. Este, rico em nutrientes e livre de agrotóxicos, é ótimo para borrifar nas plantas. Leia tudo que você precisa saber para ter uma composteira no nosso post sobre o tema.

5. Inseticida caseiro para horta

Usar inseticidas caseiros garantem uma horta orgânica e livre de agrotóxicos. E proteger as plantas é mais fácil do que você imagina! O biofertilizante líquido derivado da compostagem, que citamos no tópico anterior, é um excelente inseticida natural.

Além dele, você também pode usar:

  • Alho e cebola: ferva cinco dentes de alho e metade de uma cebola em um litro de água por cerca de dez minutos. Depois de esfriar, é só pulverizar nas plantas afetadas, de preferência durante o sol baixo.
  • Folha de tomate: encha dois copos com folhas de tomate picadas e adicione água. Deixe descansar por cerca de 12 horas e, após, acrescente mais dois copos d’água na mistura. Pronto, agora é só pulverizar durante o sol baixo;
  • Pimenta: bata no liquidificador de cinco a dez pimentas com dois copos de água. Deixe a mistura descansar durante cerca de 12 horas. Depois é só borrifar nas plantas!

Atenção: antes de sair matando bichinhos e plantas “invasoras” na sua horta, pesquise se eles são maléficos ou benéficos para a saúde da sua plantação. As joaninhas, por exemplo, são grandes aliadas! Se você morar em casa, aproveite para também criar abelhas! Elas vivem em caixas de madeira, que podem ser instaladas no jardim ou até mesmo na área de serviço, perto de uma janela. Com isso a polinização da sua horta está garantida!

6. Pesquise antes de comprar as sementes

Nem sempre “comprar o que gosta de comer” é uma boa decisão! Pesquise quais as necessidades e cuidados das plantas do seu interesse e veja se você consegue fornecer o que ela precisa: sol, espaço e outros cuidados. Pesquise também como se dá o desenvolvimento de cada planta para não ser pego de surpresa.

Nós já comentamos sobre 12 verduras e legumes que podem ser plantadas em vasos e sobre quais vegetais podem ser plantados juntos. Há, também, a opção de plantar PANCS, plantas que podem ser comidas cruas!

Outro ponto para ficar atento é quando plantar cada espécie. Nem todas as plantas se desenvolvem bem em qualquer época do ano. Confira algumas:

  • Primavera: hortelã, alecrim, alface, agrião, tomate cereja, abóbora, abobrinha.
  • Verão: alecrim, manjericão.
  • Outono: hortelã, alface, espinafre, agrião, beterraba.
  • Qualquer época do ano: salsinha, cebolinha, couve, brócolis, repolho.

7. As cores das plantas e o que elas dizem sobre a sua saúde

O ideal é consumir o maior número de cores e plantas possível, sempre renovando sua horta. Mas se você quer dar atenção a uma área específica da sua saúde ou da sua família, fique atenta às cores das plantas.

Veja alguns exemplos:

  • Verde

As plantas verdes ajudam a saúde da pele, dos ossos, da visão, nos sistemas imunológico e nervoso. Também auxiliam na digestão, na redução do colesterol e na prevenção de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de câncer. Exemplos de plantas verdes: couve, alface, brócolis, espinafre, agrião, etc.

  • Branco

São anti-inflamatórios naturais, combatem a alergias, atuam no fortalecimento do sistema imunológico e na circulação. Cebola, aipo, couve-flor e alho são alguns exemplos de plantas brancas que você pode cultivar.

  • Vermelho

Atuam no combate do colesterol e das doenças cardiovasculares. Ajuda na prevenção do câncer de próstata, de mama e de estômago. Também colaboram para a saúde da pele, dos vasos sanguíneos e da gengiva! São excelentes para o sistema imunológico e na formação de colágeno. Então, não esqueça de colocar na sua horta: morango, tomate, pimenta e melancia.

  • Roxo

Ajuda na prevenção do câncer e das doenças cardíacas. Também auxiliam na memória e no sistema digestivo. Anote alguns deles: beterraba, repolho roxo, berinjela e alcachofra.

  • Amarelo e laranja

Ajuda na manutenção da pele, da visão, do sistema sexual e do imunológico. Auxiliam também no combate às doenças cardíacas e de alguns tipos de câncer. As mais conhecidas são: cenoura, pimentão e abóbora.

Passo a passo de como montar sua horta caseira

Para ajudar você nessa missão, fizemos um passo a passo para montar sua horta! Veja os materiais que vai precisar e como organizar seu vaso em 5 passos para favorecer o crescimento das plantas:

horta caseira

Fotos: Constance Zahn

Passo 1

Basta colocar uma única camada de argila expandida no fundo da jardineira. É ela que não deixará sua horta encharcada ou seca demais. A argila chupa e armazena a água em excesso.

Passo 2

Use a manta bidin. Sua principal função é filtrar a água, preservando os nutrientes necessários para que as plantas sobrevivam por mais tempo. Recorte a manta do tamanho da jardineira e cubra as bolinhas de argila expandidas.

Passo 3

Chegou a hora da terra! Com uma pá, coloque 2/3 da altura restante.

Passo 4

Acerte o nível, mas não aperte demais. A terra muito compactada cria uma espécie de parede e dificulta a passagem da água.

Passo 5

Nesta etapa, a delicadeza dos movimentos é bem-vinda. Tire as mudas/torrões do plástico e as disponha na jardineira. Tente manter a mesma distância entre elas e evite colocá-las muito próximo das bordas. Na hora de completar com terra, muito cuidado para não enterrar demais, muito mesmo cobrir as folhas. Aqui, o alerta de não compactar a terra é fundamental. Nesta região, se ela estiver muito grudada, a água não penetra, encharca a superfície e a planta morre “afogada”.

Foto: RODNAE Productions

Como incluir as crianças no cuidado da horta caseira?

As crianças podem participar de todo o processo: desde a escolha do que será plantado até a colheita! Os adultos responsáveis devem estar preparados com informação para guiar a criança ao longo desse caminho, sabendo que esse é um momento de aprendizado para os pequenos.

Atribua tarefas de acordo com a idade do seu filho e saiba que, quanto menor a criança, maior deve ser a sua supervisão durante os cuidados com a horta.

Ideias de contribuição dos pequenos na horta:

  • Escolher o que será plantado;
  • Ajudar no plantio das mudas;
  • Regar e adubar os vasos;
  • Checar se as plantas estão saudáveis e crescendo;
  • Colher.

Para deixar o processo mais lúdico, você pode colocar plaquinhas nos vasos com o nome das plantas – escolhidos por vocês, é claro. Você também pode usar as plaquinhas para nomear quem da casa é responsável por cada tipo de planta/vaso.

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Leia mais: Como ensinar sustentabilidade para crianças

Veja também: Como fazer uma compra de mercado sustentável?

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Sustentabilidade

Pais em Ação | Meu filho não sabe compartilhar, e agora?

O conflito entre crianças é inevitável, principalmente quando envolve a disputa de brinquedos e outros itens. Nesses momentos, muitos pais não sabem como reagir quando o filho não sabe compartilhar ou não aceita que o outro não vai compartilhar. Para ajudar a entender esses conflitos e o papel dos pais nesse processo, Daniela Nogueira trouxe sua visão sobre essas situações. Confira:

Foto: Cotonbro

Compartilhar não é fácil, para adultos e crianças

O tópico de hoje é sobre dividir, mas poderia ser sobre exigir da criança maturidade que ela ainda não atingiu ou mesmo, pedir à criança uma coisa que nem você faz com todo mundo, que dirá com estranhos na pracinha. No dicionário, emprestar significa confiar ou ceder temporariamente algo a alguém, esperando respectiva restituição. Porém, para a criança pequena emprestar quer dizer dar. E dar não apenas o brinquedo, mas também sua vontade de brincar com ele.

Ao educar temos que lembrar que o foco do nosso trabalho não é ser juiz de brinquedos e brincadeiras, mas ajudar a desenvolver pessoas autênticas, autônomas e confiantes. Para que o emprestar aconteça de forma autêntica a criança precisa ter desenvolvido empatia, que é a habilidade de se identificar emocionalmente com outra pessoa. Seu filho precisa assimilar a vontade da outra criança de brincar com o que é dele. Viver esta experiência ele mesmo e reconhecer-se nesta mesma posição, a ponto de querer ceder o brinquedo, é um aprendizado interno. É difícil até para adultos serem empáticos, imaginem os pequenos!

Empatia se desenvolve no relacionamento entre pessoas, a começar com os cuidadores: pais, babás, professores, até estender-se aos colegas e estranhos da pracinha. Por isso a importância de deixar que estes conflitos aconteçam e se desenrolem na presença de um adulto “mediador” atento e paciente.

Para aprender a dividir o que é seu, primeiro a criança precisa ter vivido momentos de possuir um objeto, de ser o dono dele e de ter permanecido com ele em seu poder até que estivesse pronto para liberá-lo. É um processo um tanto complexo, que não acontece com três idas ao parque e um adulto interferindo a cada brinquedo que foi disputado.

A maioria das crianças não está pronta para dividir seus pertences antes dos 3 anos e ainda assim pode ser bem difícil depois dessa idade. Confie que que filho irá aprender e que a cada interação no tanque de areia ou na sua casa serve como suporte dessa aprendizagem. Como degraus que precisam ser escalados rumo ao alvo que está mais acima; não tire do seu filho essa escalada com medo de que ele vire um ‘egoísta’. Isto não é egoísmo, é desenvolvimento!

Foto: Cottonbro

Então, qual o papel dos pais?

Em primeiro lugar observe e espere! Muitas vezes as crianças resolverão o conflito sozinhas. Vão disputar até que um permaneça com o objeto ou até que o outro desista, por exemplo. Essa disputa é normal e sem ela não haverá aprendizado.

Pode ser que uma das partes se interesse por outra coisa ou pode acontecer da situação escalonar e você precisará chegar perto. Evite comentários que julguem. Evite mais ainda arrancar o brinquedo da mão de um e colocar na do outro! Afinal, estamos querendo que eles aprendam a não fazer o mesmo.

Para isto você pode se utilizar da técnica de narrar a situação: “Vocês 2 querem o mesmo balde vermelho”; “Pedro está puxando e você não quer soltar.”; “Os 2 estão chateados.”; “vou ficar aqui perto caso precisem de mim”. E se a situação ficar bem tensa a ponto de um bater ou empurrar, coloque sua mão (com firmeza, mas de forma pacífica) bem no meio das crianças para que sua mão impeça uma mordida ou empurrão. Narre esta parte também: “Vou colocar minha mão aqui no meio. Não vou deixar você bater no Pedro.”

Narrar de forma objetiva e sem julgamentos oferece maior esclarecimento da situação, ensina linguagem e inteligência emocional sem que a gente tome partido entre as crianças. Alguns casos merecem atenção e cuidados especiais. Como em casos recorrentes de um querer sempre o brinquedo do outro: “João está com o balde agora. Vou por minha mão aqui e não vou deixar você puxar. Quando ele terminar de usar o balde você poderá pegar. Eu te ajudo a esperar.”.

Ou quando uma criança está no meio de um projeto e seu trabalho ou brincadeira precisa ser protegido. “Vou colocar minha mão aqui perto. Não vou deixar você derrubar a torre que o Lucas está montando”. Reparem nas frases curtas e objetivas! Apenas narre e impeça com sua mão.

Uma dica de ouro é sempre começar com o mínimo de ajuda necessária, às vezes, só a sua presença já transmite confiança para que as crianças se sintam seguras para se resolverem a disputa sozinhas. Não é de primeira que a gente acerta este tipo de intervenção, então, mantenha o bom ânimo e mesmo que você erre e interrompa antes da hora, ou use sua mão com rispidez para impedir alguém de morder ou empurrar, tente de novo!

Cada interação destas você se torna mais sábia e as crianças também. Se interrompemos o tempo todo para resolver o conflito, tiramos essa oportunidade das crianças. Muitos adultos ficam extremamente ansiosos diante uma disputa de brinquedo, mas é importante dar espaço, ajuda e respeito. Quando se trata de dividir e emprestar, estamos numa corrida longa como uma maratona e não nos 50 metros rasos. Acredite que cada passo é importante na construção da empatia e da socialização.

Foto: Cottonbro

E quando meu filho só quer o brinquedo do outro?

Já pararam para pensar no motivo de um brinquedo na mão de um bebê ser mais interessante do que o que está na estante? É porque o brinquedo se mexe! Está “vivo” na mão do outro e, portanto, mais atrativo! Por essa razão algumas crianças parecem fascinadas pelo que está na mão do outro, não porque são implicantes…

O que fazer nesses casos então? O mesmo das situações anteriores: aguarde e observe! Se as crianças estiverem disputando sem se machucar, deixe que vivam esta experiência de conflito, é com a prática que irão aprender como lidar com outro ser humano. Fique junto, pois não se intrometer em tudo na vida dos pequenos não significa deixá-los sozinhos na situação. Sua presença é essencial. Narre objetivamente o que você vê (como citei anteriormente), isso os tranquiliza de que você entende o que elas estão passando.

E se o conflito continuar?

Se depois destes dois primeiros passos (aguardar/observar e narrar) ainda estiverem disputando e a situação ficar mais difícil, você pode olhar em volta e perguntar se um outro objeto interessa a um dos envolvidos. Pode, inclusive, brincar com o objeto – já que isso o torna mais atrativo.

Eu encorajo vocês a só partirem para esse passo depois de permitirem aos filhos a vivência do conflito, pois não se pode fugir dele durante a vida e aprender ao lado de um adulto paciente e atento é muito melhor. Segundo a abordagem de respeito e autonomia que sigo, o adulto deve sempre começar com o mínimo de ajuda possível, justamente para dar espaço à criança. Se toda vez a gente for lá e resolver a “briga” por eles, ou aprenderão a depender de nós/de outro para resolução de problemas ou uma das partes se sentirá injustiçada.

Nossa meta é dar oportunidades para eles aprenderem sem que se machuquem, lembrem do recurso de colocar a mão (suave) na frente de alguma agressão! Caso uma resolução não seja possível e a situação está insustentável, você pode decidir facilitar a paz gentilmente guardando o brinquedo, lembrando que elas terão a chance de brincar com o objeto mais tarde. E lembre-se: é impossível manter o filho feliz o tempo todo e não é esse nosso papel.

Até a próxima coluna,

Daniela Nogueira.

Daniela Nogueira é psicóloga de formação e educadora de coração. Aprofundou seus estudos sobre a primeira infância na abordagem Pikler pela Associação Pikler-Lóczy França (APL) em Paris e nos fundamentos do RIE, em Los Angeles, EUA. Idealizadora do Pais em Ação, projeto que apoia pais e mães na educação dos filhos oferecendo aconselhamento personalizado, domiciliar ou online, com um olhar de profundo respeito pela criança e sua infância. Daniela está envolvida no universo infantil há mais de 18 anos com experiências em co-educação nos EUA, trabalho terapêutico em instituições para crianças desabrigadas de suas famílias e atuação como professora na educação infantil em escolas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro. Além do aconselhamento parental, ministra palestras e workshops ao vivo e online para escolas, empresas e grupos maternos. É mãe orgulhosa de casal de gêmeos de 5 anos.
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