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O que aprendi com a Daniela Nogueira sobre infância, educação e respeito às crianças

Vez ou outra eu reposto no Instagram os Stories da Daniela Nogueira, que comanda o @pais.em.acao, mas a verdade é que a minha vontade era de repostar o conteúdo dela todo santo dia! Sigo o perfil dela há muito tempo, bem antes de engravidar, porque educação é um tema que me toca. Mas, naturalmente, o conteúdo dela passou a fazer muito mais sentido para mim depois que me tornei mãe. 

Já fiz aconselhamentos com a Daniela, já fiz workshops online e sigo religiosamente as postagens. Para mim, os ensinamentos dela foram transformadores! E eu sou imensamente grata a ela por ter aberto a minha cabeça e os meus olhos. Por isso, pedi à Dani autorização para compartilhar alguns textos dela aqui no site, semanalmente.

Aproveitei o Dia das Crianças para dividir com vocês, no IGTV, como a Daniela TRANSFORMOU a minha visão sobre infância, educação e respeito. Agora, compartilho esse conteúdo com vocês aqui no site também.

Como diz a Magda Gerber, educadora que é uma das referências da Daniela, “muito dano foi feito em nome do amor, mas nenhum dano pode ser feito em nome do respeito”. Confira os 7 aprendizados que tive com a Daniela Nogueira:

Crédito: Vlada Karpovich

1 – A IMATURIDADE DAS CRIANÇAS

Acho que esse é um ponto crucial para a compreensão do que é uma criança: é um ser humano pequeno e indefeso, com muita inteligência, mas pouca maturidade. Entender que choros, teimosias ou “birras” não são um ataque pessoal, não são uma forma de manipulação, não são uma demonstração explícita de malcriação, nos ajuda a encarar as situações de outra forma, com muito mais paciência e maturidade.

“Mas a criança precisa aprender a se controlar!” Claro! E esse é o nosso papel! Ensinar a criança a reconhecer seus sentimentos e a se auto-regular. Afinal, ninguém quer que seu filho se torne um adulto que parte para a agressão física ou verbal em vez de dialogar, não é mesmo? Só que existe um processo até que a criança aprenda isso e existe um tempo para o cérebro amadurecer, neurologicamente falando. 

Então, a gente tem que entender que crianças choram, que crianças têm explosões emocionais, que isso é da natureza humanaE tem duas maneiras de se educar. Uma é à base do medo, com o famoso “engole o choro” ou “vai pro cantinho do pensamento”, e a outra é à base do acolhimento. 

 

2- DISCIPLINA E RESPEITO PODEM COEXISTIR

E é isso o que muitas pessoas não entendem, e eu mesma demorei um bom tempo para entender, é que dá para educar, ensinar valores, ensinar os códigos de comportamento da sociedade, ensinar os deveres e as responsabilidades, ensinar tudo isso e, ao mesmo tempo, ter respeito pela criança

Uma educação acolhedora não significa que seja permissiva. A criança chorar é uma forma de protesto natural diante de um ‘não’ indesejado, por exemplo. Permissivo seria se os pais cedessem diante do choro e voltassem atrás no ‘não’. A disciplina está em se manter firma nas regras. O acolhimento está em não calar o choro, em estar ao lado da criança para ajudá-la na auto-regulação. 

 

3- BEBÊS E CRIANÇAS MERECEM O MESMO RESPEITO QUE ADULTOS 

Quando temos dúvidas sobre o que significa respeito para com bebês e crianças, é só tentar se colocar no lugar delas: “você gostaria que fizessem o mesmo com você?”. Vou dar alguns exemplos: você gostaria postassem na internet um vídeo em que você foi tratado como objeto ou ridicularizado? Você gostaria que alguém te pegasse no meio de uma atividade na qual está entretido sem aviso prévio, sem te  falar o porquê ou pra onde vão te levar? Você gostaria que ficassem tentando enfiar uma colher de comida à força na sua boca quando você já sinalizou que não quer mais comer? Você gostaria que mandassem você engolir o choro quando você precisa extravasar um sentimento? 

O que aprendi com a Daniela é que o respeito com o bebê começa no dia 1. Está na maneira como a gente cuida dele, na troca de fraldas, no banho, em como falamos ele. Hoje, quando vejo os vídeos que viralizam nas redes sociais por serem supostamente engraçados, mas que na verdade são desrespeitosos com bebês, sinto um desconforto enorme! E eu já fui uma pessoa que achou graça e repostou alguns deles. 

A Daniela tem nos Destaques dela duas séries de Stories intituladas “Viralizou” e “Fofo?”, onde ela analisa minuciosamente esses vídeos. Mostra as reações de medo, de desconforto dos bebês, entre outras coisas. Vale a pena assistir!  

 

4- OS SENTIMENTOS SÃO A BÚSSOLA DA VIDA

Essa frase ouvi da minha psicóloga semana passada e só reafirmou o que eu aprendi com a Daniela. Como podemos nos relacionar com o mundo se não reconhecemos nossos sentimentos? Se fomos ensinados a calar os sentimentos?

Sempre acreditei que a disciplina à moda antiga fosse a única maneira de se ter filhos bem educados. E nunca tinha parado para pensar na importância que foi ter uma mãe super hiper mega acolhedora. A sabedoria dela e o acolhimento foram FUNDAMENTAIS para me ajudar a navegar em momentos difíceis mantendo certa estabilidade emocional. 

Hoje, entendo que o nosso papel como pais não é só o da educação de modos, valores e conhecimento, mas também o da educação emocional, se é que posso chamar assim. Ajudá-los a reconhecer e a lidar com toda sorte de sentimentos que são humanos – da alegria à frustração, ao luto. Isso também prepara a pessoa para a vida adulta.

 

5- O CHORO ESCONDE SEGREDOS

Falando em sentimentos, não tem como não lembrar do vídeo maravilhoso que a Dani intitulou como “O choro que parece à toa… guarda segredos dentro dos soluços”. Nele, ela conta um episódio em que a filha começou a chorar porque fez alguma coisa “errada” na cozinha… uma reação que parecia exagerada diante do problema, mas que aos poucos foi revelando o que estava lá no fundo: inseguranças e medos que a filhinha dela carregava no peito e que nada tinham a ver com o ocorrido na cozinha. 

Talvez seja porque eu fui e continuo sendo muito chorona – tanto em momentos de felicidade, como nos de tristeza -, mas me identifiquei demais com o vídeo da Daniela e me lembrei de quantas vezes o meu choro esteve relacionado a dores mais profundas na infância. 

A gente precisa ter um outro olhar para o choro dos pequenos. 

 

6- EDUCAR DÁ TRABALHO

Quando a Daniela posta certas coisas, algumas pessoas dizem  “Ah, falando assim parece até que é fácil”. Ao que ela costuma responder “Não, eu não falei que era fácil”.  

Educar dá trabalho! Educar é trabalho físico, intelectual e emocional! E a educação baseada no respeito consome muito mais do que a baseada no medo. Por exemplo, enquanto o pai que coloca de castigo fica “livre” para fazer as suas coisas, o que fica ao lado do filho enquanto ele atravessa as explosões emocionais “perde seu tempo”. Toma mais tempo, requer mais paciência… mas, curiosamente, a sociedade acha que o pai que coloca de castigo é o único que está educando, que está fazendo o seu trabalho. O outro é visto como mole. 

Quando o Luis Felipe começou a vocalizar, ele ficava gritando bem alto a toda hora, e eu fiquei com medo de aquilo ser um sinal de que ele seria uma criança barulhenta em espaços públicos. E então conversei sobre isso com a Daniela em um dos aconselhamentos. 

Ela me contou como foi o processo de “iniciação” a restaurantes com os filhos. Ela começou levando-os a uma padaria para comer lanche (que normalmente é servido mais rápido que uma refeição completa), sentando-se nas mesas da calçada (onde era mais fácil acolher um eventual choro, incomodaria menos pessoas). Foi um processo gradual para ensiná-los a esperar sem o recurso de telas, para ensiná-los a se portar, até que pudessem frequentar restaurantes. Isso é só um exemplo, porque tudo na educação é um processo. A gente não pode esperar que só porque a gente falou uma coisa, a criança vá assimilar automaticamente e se comportar perfeitamente. 

E foi por isso que a Dani colocou o nome no insta dela de “pais em ação”, porque nós, pais, temos que agir muito, e não só falar, ordenar. Temos que colocar a mão na massa na educação

 

7- “FUI CRIADA ASSIM E SOBREVIVI”

O que muita gente pensa, e eu me incluo nisso novamente, é que pelo fato de a gente ter recebido uma educação baseada no medo e ter sobrevivido, claro, que está tudo bem.

Mas como a Dani diz, a que custo? Que marcas internas ficaram que a gente levou pra vida adulta? Quanta gente precisa de anos de terapia para curar feridas da infância? 

E mais, será que obediência pura e simples vem sempre acompanhada de real aprendizado? É aquela coisa, a mãe ordena que a criança peça desculpas, e ela o faz, mas muitas vezes é da boca pra fora. Não é porque ela falou “desculpa” que necessariamente sentiu o remorso ou que entendeu por que aquela atitude não foi respeitosa, só para dar um exemplo.  

Bom, como todo mundo sabe, filho não vem com manual. Mas tem muita informação boa à nossa disposição, baseada em estudos mais recentes, que não haviam na época dos nossos pais e avós.

E das tantas coisas que eu vejo e leio, a Daniela Nogueira, para mim, é uma voz muito sensata! Meu sonho é que essa ideia do respeito à criança se espalhe, que atinja o maior número de pessoas possível. Por isso, a partir da semana que vem teremos a coluna do Pais em Ação no nosso site. 

Eu acredito que um novo olhar para a primeira infância tem o poder de mudar a sociedade e o mundo para melhor.

Veja também: 10 atividades para fazer com as crianças em casa

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Como a língua presa atrapalha a amamentação?

Dores e dificuldades com a pega são dois grandes motivos para o desmame precoce. Por isso, nesse Agosto Dourado, a Dra Gabriela Ochoa (CRM 162.456) traz mais informações sobre a língua presa, quadro que causa diversos problemas, como a pega incorreta, fissuras e dores na amamentação. Na coluna de hoje, você aprende a identificar os sinais, entende quais são os impactos na amamentação, como o problema pode ser corrigido e mais. Confira:

Créditos: Google Imagens

Como o freio lingual pode ser um problema na amamentação?

Para uma mamada efetiva, o bebê precisa fazer diversos movimentos com a língua. Com a língua presa, ele não consegue realizar todos os movimentos para sugar o peito ou os faz de forma ineficaz. É um tipo de pega inadequada – o que gera uma série de problemas para mãe e para o bebê.

Na maioria dos casos, as mães têm fissuras que não cicatrizam e sentem dores ao amamentar. Os bebês se cansam nas mamadas, têm dificuldade em ganhar peso e podem engasgar. Esses são apenas alguns exemplos das diversas formas que a língua presa pode atrapalhar a amamentação!

Como identificar a língua presa?

O diagnóstico pode ser feito por alguns profissionais, como: pediatra, odontopediatra, fonoaudiólogo e consultora de amamentação. Para concluir se o bebê tem língua presa, mãe e bebê são avaliados, assim como a mamada.

Os sinais mais frequentes são:

  • Pega incorreta;
  • Bebê com dificuldade de ganhar peso;
  • Engasgos;
  • Fissuras no mamilo que não cicatrizam;
  • Dores fortes no mamilo durante a mamada, que não melhoram.

O ideal é que esse diagnóstico seja feito de forma precoce, para garantir um bom desenvolvimento da amamentação. Por isso, é importante procurar profissionais especializados. A dor na amamentação é comum, mas não é normal – então, se a dor persistir, vale procurar a opinião de outro profissional.

O que deve ser feito depois do diagnóstico de freio lingual?

Depois do diagnóstico, é recomendado realizar um procedimento simples e seguro chamado Frenotomia. A técnica aplicada nesse procedimento depende do tipo de freio lingual do paciente, mas em todos os casos a língua é desprendida. Os riscos são quase inexistentes e o alivio da dor é praticamente imediato!

É importante que a Frenotomia seja feita por um profissional especializado. Quanto mais cedo o procedimento é realizado, menos impactos negativos a língua presa terá na amamentação.

Como manter a amamentação em casos de língua presa?

Como já citado, é importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes, para que a Frenotomia seja realizada e a amamentação siga de forma normal. No entanto, mesmo antes do diagnóstico ser feito, já é possível ter alguns cuidados para a manutenção da amamentação no peito.

O estímulo da produção de leite por bomba ou massagem são uma opção quando o bebê não está conseguindo mamar de forma efetiva (lembrando que o uso das bombas não é indicado caso a mãe esteja com fissuras mamilares). Dessa forma, a mãe não sofre com diminuição na produção e pode usar o leite coletado para alimentar o bebê de forma complementar.

Em alguns casos, a fórmula pode ser indicada até a situação ser normalizada. Nesses casos, se a mãe não quer abrir mão da amamentação no peito, é necessário tomar alguns cuidados. A fórmula deve ser oferecida em itens sem bico, como a colher dosadora ou copo aberto – o mesmo vale se você for oferecer leite materno extraído. O estímulo para produção de leite também deve estar presente para que, se possível, o bebê volte a se alimentar exclusivamente de leite materno após esse período de fórmula.

Até a próxima coluna,

Dra. Gabi Ochoa

Pós-graduada em Emergências Pediátricas pelo Hospital Albert Einsten; Nutrologia Pediátrica pela Boston University School of Medicine e Nutrição Materno Infantil pela FAPES; e consultora de amamentação e sono; a médica pediatra Gabriela Ochoa tira todas as dúvidas das mães sobre o bem estar dos bebês e das crianças na coluna “Saúde dos Pequenos”.

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Leia mais: A importância do vérnix par a recém-nascido

Veja também: Como evitar que o bebê fique com a cabecinha amassada?

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Meu filho perdeu interesse pelo peito. E agora?

Agosto é mês de incentivo à amamentação – conhecido como Agosto Dourado. Esse ano, pensamos em focar nos motivos que levam ao desmame precoce.  E, perguntando às nossas seguidoras no Instagram que amamentaram menos do que gostariam, um dos motivos mais citados do desmame precoce foi “meu bebê perdeu o interesse pelo peito“.

O bebê “negar” ou se afastar do peito durante as mamadas preocupa muitas mães, que ficam com medo de os pequenos ficarem com fome ou de ter que oferecer o leite por outros meios. Se isso estiver acontecendo com você, saiba que existe solução para a “perda de interesse” pelo peito. E essa falta de foco na mamada não quer dizer que o bebê não queira mais o leite materno.

Por isso, é importante entender os motivos que podem levar a esse aparente desinteresse e o que se pode fazer para contornar a situação! Para colaborar com essa conversa, entrevistamos a enfermeira e consultora em amamentação, Marianne Freire.

Meu filho perdeu o interesse pelo peito. E agora?

Foto: Shutterstock

Por que os bebês perdem o interesse pelo peito?

A “perda de interesse” pode ter diversas causas. A principal delas é a confusão de bico/fluxo, causada por bicos de silicone, chupetas, mamadeiras, copos de transição e afins, que pode surgir em qualquer fase. Até bebês já crescidos, que mamavam super bem, podem passar a recusar o peito por conta da confusão de bico/fluxo de uma hora para a outra.

O uso de chupetas, bico de silicone e outros bicos artificiais causa a confusão de bico por conta das sucções diferentes que o bebê tem que fazer em cada bico. Esses estímulos diferentes, principalmente nos primeiros meses de vida do bebê, atrapalham a pega correta nos seios. A dificuldade em sugar o peito leva ao desmame precoce. Esse tipo de confusão pode surgir em qualquer idade, mas se a introdução de bicos artificiais acontecer nas primeiras semanas, as chances da amamentação não se estabelecer são altas. Vale lembrar que chupetas não são recomendadas por outros motivos também, como atrapalhar o bom desenvolvimento das estruturas da boca (o que prejudica o crescimento dos dentes e a fala, por exemplo). Mas, caso a família opte pelo uso da chupeta, a recomendação é que ela, pelo menos, não seja introduzida até que a amamentação esteja bem estabelecida e que, após essa fase, seu uso seja feito de forma pontual.

A confusão de fluxo acontece quando o bebê recebe leite materno/ fórmula/ chá/ suco/ água ou qualquer outro líquido na mamadeira ou copos de transição. O fluxo do líquido na mamadeira é muito maior que o do leite no seio, o que torna a sucção mais “fácil”. Quando essa criança volta a mamar no peito, o esforço para sugar é muito maior e o fluxo menor, o que leva à rejeição ao peito. Mesmo quando a mamadeira é oferecida raras vezes ou uma vez na semana, corre-se o risco de causar confusão de fluxo. Se esse é o caso, é preciso ensinar o pequeno a voltar para o peito com muita paciência. Quando for ofertar o leite ou fórmula, use métodos mais seguros, como a colher dosadora e o copo aberto.

Uma ponto importante no “desinteresse” pelo peito é que, principalmente, a partir dos 3 meses, muitos bebês acabam ficando distraídos nas mamadas. Algumas ações comuns são: afastar o peito, se movimentar muito (e acabar largando o peito), querer levantar/sair sem concluir a mamada. Esse comportamento é esperado a partir dessa idade já que os pequenos estão com melhor visão e coordenação motora. Esse comportamento, entretanto, não significa que eles não queiram mais o peito ou leite materno! “Eles começam a enxergar e entender melhor o ambiente, têm mais força no tronco e no pescoço. É normal que eles se distraiam mais nessa fase”, explica Marianne, “A mãe muito distraída também pode levar o bebê a se distrair ou a tentar chamar sua atenção. Nesses casos, o bebê fica agitado e até morde para se fazer notado”.

Outro momento que leva algumas mães a crerem que houve um “desinteresse” pelo peito é a fase da Introdução Alimentar, quando alguns bebês passam a mamar menos e a produção de leite se regula para atender a demanda. Mesmo mamando com menor frequência do que antes, não quer dizer que o bebê não queira ou não precise mais do leite materno!

O que fazer quando o bebê “perde interesse” pelo peito?

É importante avaliar qual o motivo do desinteresse e qual a frequência. Se em toda mamada o bebê afasta o seio ou não foca, é importante conversar com sua pediatra e sua consultora de amamentação para checar se está tudo fluindo bem. No entanto, se a distração não é a regra, tudo bem! Quando o bebê não mamou bem em uma das mamadas, ele vai “compensar” na próxima. O importante é, no fim do dia, seu filho ter conseguido mamar bem – mesmo que não em todas as mamadas do dia.

Descartada a possibilidade de confusão de bico/fluxo (derivada de chupeta, mamadeira, copo de transição), há algumas técnicas que você pode aplicar para ajudar o bebê a focar no peito! Confira:

  • Ambiente tranquilo

Quando o pequeno estiver agitado, vale a pena procurar um ambiente tranquilo e esperar o bebê se acalmar. Às vezes, só mudar de cômodo é suficiente. Se você estiver fora de casa, pode tentar amamentar no carro, por exemplo. Em casa, desligar a TV e sons altos pode ajudar. Colocar ruído branco colaboram muito para acalmar o bebê e isolar outros sons!

  • Prepare o bebê para a mamada

Para quem faz livre demanda, essa missão pode ser um pouco complicada – mas é possível. Você pode ter um pequeno ritual antes de colocar o pequeno no peito, nem que seja um momento de conversa e olho no olho, um carinho ou algo que acalme e gere conexão entre vocês. Esses rituais antes das atividades comuns do dia a dia ajudam muito o bebê a entender o que vai acontecer em seguida. Com isso, eles tendem a ficar mais calmos e cooperar mais.

  • Gere conexão durante a mamada

O bebê está olhando para a mãe durante todo o tempo, então a conexão é um ponto chave para manter o foco dos pequenos. Como a mamada pode durar muito, é normal que a mãe se distraia ou use esse tempo para alguma outra atividade. O importante é lembrar de olhar nos olhos do seu bebê, conversar com ele e fazer um carinho durante esse tempo, para que ele não se sinta ignorado.

Se o bebê já está distraído, gerar conexão é essencial. Traga a atenção dele para você, conversando, cantando e olhando nos olhos. Pode demorar uns minutinhos, mas costuma funcionar bem!

  • Tenha um objeto para o bebê focar

Um recurso para o bebê ter uma atividade enquanto mama e não se sinta “entediado” é ter um objeto preso na sua roupa ou um colar de brinquedos/de amamentação. É importante que seja algo chamativo e que o bebê possa tocar e puxar. Uma dica é que esse objeto esteja preso na mãe, evitando que ele caia no chão ou saia da linha de visão da criança.

O bebê não focou e “perdeu” a mamada. O que fazer?

Você tentou aplicar as técnicas, mas mesmo assim o bebê não focou e rejeitou o peito – tudo bem! Insistir muito pode deixar o pequeno estressado e levar a um ciclo negativo. Se o bebê não está focando, vale a pena parar e esperar até a próxima mamada. Como já comentamos, ele provavelmente vai “compensar” mamando mais depois.

Um ponto de atenção é não deixar o peito cheio. Se o bebê não mamou e você está com os seios cheios, vale a pena fazer a ordenha – manual ou com bomba. Pular mamadas pode afetar a produção de leite, principalmente para mães que não fazem livre demanda. Então, fique atenta!

O importante é saber que nem sempre seu bebê vai colaborar. Assim como nós, adultos, nem sempre estamos dispostos a comer ou a colaborar. Com fome, ele não fica – quando sentir a necessidade, vai pedir!

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Leia mais: Meu leite é insuficiente para o meu bebê. O que posso fazer?

Veja também: A amamentação depois do primeiro mês

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Enxoval da amamentação: o que comprar e o que evitar

Estamos no Agosto Dourado, mês de incentivo a amamentação, e não podemos deixar de falar dos itens que ajudam – e até salvam! – esse processo. O enxoval da amamentação não é obrigatório, mas algumas peças ajudam no sucesso do aleitamento materno – e algumas peças podem ser adaptadas com o que você já tem em casa!

Confira os itens que vale a pena comprar e quais você deve evitar:

ALMOFADA DE AMAMENTAÇÃO

Enxoval da amamentação

Almofada de amamentação na Amazon

A almofada é um alívio para as longas mamadas, garantindo o conforto da mãe e do bebê. Elas ajudam a mãe, principalmente nos primeiros meses a manter uma boa postura e a não sentir dores nos braços e nas costas por ficar segurando os pequenos por muito tempo. E podem ser boas aliadas para variar as posições do bebê – o que é recomendado para que todas as glândulas mamárias trabalhem igualmente, evitando o acúmulo de leite em algumas delas e uma consequente mastite. 

Existe uma almofada que seja boa para todo mundo? Não. Depende da altura da mãe, da poltrona usada, da rigidez ou maciez da almofada… o ideal seria fazer um “test drive” antes, tentando simular as posições de amamentação no cantinho escolhido na casa para isso.

Não quero comprar uma almofada” Você pode até usar um travesseiro… mas o formato em U da almofada facilita o manuseio dela e do bebê. 

SILVERETTE

Enxoval da amamentação

As conchas de prata da SilveretteFornecedoresSILVERETTE®Enxoval do Bebê Enxoval do BebêSão Paulo, São Paulo (Capital) São Paulo, São Paulo (Capital)Leia mais são consideradas milagrosas por muitas mães, como já contamos aqui. Como são de prata pura, têm ação ​​antimicrobiana, antifúngica e antibacteriano natural, além de conter agentes antiinflamatórios. Por isso, ajudam a curar cortes, feridas e rachaduras em poucos dias de uso. E a ação antifúngica ajuda a prevenir a candidíase mamária

Não conhecia as conchas quando passei pela fase mais difícil da amamentação, mas, quando contei meu relato, recebi muitas mensagens de mães no Instagram recomendando as conchas, dizendo que eu tinha que comprar (mesmo já não tendo mais feridas!rs), porque eram milagrosas e haviam sido o melhor investimento que fizeram!

COLHER DOSADORA OU COPINHO AMERICANO

Enxoval da amamentação

Colher dosadora Buba na Amazon

Se em algum momento você precisar oferecer leite materno fora dos seios ou até mesmo fórmula, não precisa recorrer à mamadeira. O mais indicado pelas consultoras de amamentação é que o leite seja oferecido nas colheres dosadoras ou nos famosos copinhos americanos (ou “de pinga”), que a maioria das pessoas tem em casa. Dessa forma, diminui-se as chances de confusão de bicos ou confusão de fluxo, que levam ao desmame precoce.

Meu filho tomou fórmula no copinho na maternidade e, em casa, dei algumas vezes na colher dosadora quando estava com fortes dores nos seios e quis dar um descanso para os mamilos feridos, tirando leite na bomba (próximo item da lista).

BOMBA DE LEITE E POTES DE ARMAZENAMENTO

Bomba dupla elétrica da Medela da Amazon

A bomba de leite não serve apenas para mães que trabalham ou vão dar leite materno na mamadeira. Elas podem ajudar também a aumentar a produção de leite, aliviar os seios cheios e a criar um estoque de leite materno.

Ter seu armazenamento de leite é recomendável, pois se, em algum momento, você precisar se ausentar ou tiver que parar de oferecer o peito (por conta de uma medicação, por exemplo), terá leite materno para oferecer de outras formas. 

Entre a bomba manual e a elétrica, a segunda opção é, sem dúvida nenhuma, a mais prática! Seguindo a recomendação de amigas, escolhi uma bomba dupla para que a extração fosse mais rápida.

Já ouvi falar de serviços de aluguel de bomba. Pode ser uma opção para não fazer um alto investimento de cara.

SUTIÃS DE ALGODÃO

Sutiãs de amamentação 92% algodão na Amazon

Os sutiãs da lactante devem ser confortáveis e permitir que a pele respire. Por isso, devem ser de algodão, sem aro ou bojo e com boa sustentação. Hoje em dia, é difícil achar modelos 100% algodão, mas procure os que têm as maiores porcentagens em sua composição.

Mas preciso mesmo comprar aqueles sutiãs horrendos de amamentação?” Bom, tem uns que não são tão feios assim… rs Você pode até não comprar modelos específicos de amamentação (que abrem o triangulinho) – eu, por exemplo, tive poucos assim -, mas você provavelmente vai precisar de um novo jogo de sutiãs de tamanho maior do que costumava usar antes da gestação.

“Quantos comprar?” Depende de quantas vezes por semana irão para a máquina de lavar. É preciso ter alguns sutiãs na gaveta, já que devem ser trocados constantemente. Isso porque os seios podem vazar e a região não pode ficar úmida, para se evitar candidíase mamária. Então, tenha em mente que as trocas devem ser frequentes, todos os dias. Muitos sites recomendam 5, mas eu comprei mais e não me arrependo.

SLING

Sling Wrap na Amazon

O sling é um acessório que dá liberdade à mãe, ao mesmo tempo que traz aconchego para o bebê. Com as mãos livres, você pode fazer muitas coisas enquanto passeia com o bebê ou faz alguma atividade em casa (não esportiva, claro). O bebê pode ficar no sling para dormir, passear, ficar aninhado acordado e até mamar. Deixo aqui um link com dicas e cuidados que se deve tomar para que o bebê possa mamar e dormir em segurança no sling.

A vantagem do sling em relação ao canguru, principalmente nos primeiros meses, é que oferece diferentes amarrações e posições variadas e confortáveis para o bebê.  

QUE ITENS EVITAR? 

Muitos itens famosos nas listas de enxoval não são indicados pelas consultoras de amamentação, por contribuírem para o desmame precoce ou até mesmo por desencadearem problemas de saúde para a mãe. Separamos aqui alguns deles:

  • Conchas de silicone e absorventes de seios: sufocam os seios e criam o ambiente perfeito para desenvolver candidíase mamária;
  • Bicos de silicone: não são indicados pelas consultoras de amamentação, pois atrapalham a pega e podem agravar feridas;
  • Pomadas para os mamilos: se usadas de forma incorreta (o que é comum), podem atrapalhar a pega do bebê, o que agrava feridas;
  • Mamadeiras: podem causar a confusão de bico e fluxo, que faz com que o bebê se desinteresse pelo peito. Por isso, o indicado é a colher dosadora ou copo americano (indicados anteriormente) no lugar da mamadeira. 

Se você estiver com dificuldades para amamentar, vale a pena procurar uma consultora de amamentação. O serviço pode ser contratado inclusive antes do nascimento, para preparar a mãe e/ou para assistência imediata no pós-parto. 

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Leia mais: 8 coisas sobre amamentação que você precisa saber

Veja também: Tudo o que você precisa saber sobre apojadura e pega

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Dores fortes no mamilo: conheça o Fenômeno de Raynaud

Durante o Agosto Dourado, mês de incentivo à amamentação, a coluna Gestar traz temas importantes para auxiliar as mães nesse processo! Hoje, vamos falar sobre o Fenômeno de Raynaud de mamilos, motivo de muita dor e desgaste para algumas lactantes. Muitas mães nos contaram para a gente nos Stories que essa foi a causa do desmame precoce. Por isso, pedi ao ginecologista e obstetra Dr Jorge Farah Neto (CRM 126.525) nos explicar tudo o que precisamos saber sobre o assunto:

Método contraceptivo

O que é Fenômeno de Raynaud de mamilos?

No geral, o Fenômeno de Raynaud é um problema que acontece em mãos, pés e orelhas, mas existe também o Fenômeno de Raynaud mamilar, que atinge 20% das mulheres em idade fértil.. É um quadro onde a mãe apresenta fortes dores no mamilo, sensibilidade extrema e, por vezes, mudanças de cor nessa região.

O que acontece é um problema na circulação do sangue na região, geralmente desencadeado pelo frio e/ou estresse vascular. A dor causada pela má circulação do sangue pode surgir durante a mamada e também se estender por mais tempo, mesmo após a sucção. O fenômeno pode aparecer em qualquer fase da amamentação.

Quais são as causas para o Fenômeno de Raynaud de mamilos?

Esse fenômeno pode ser primário ou secundário. Se for primário, não tem relações com outras doenças e é mais fácil de tratar. A causa pode ser o aumento do nível do hormônio estrogênio no corpo, somado ao estresse e ao frio.

Já o Fenômeno de Raynaud secundário tem relação com outras doenças e seu tratamento pode ser mais complexo. As causas mais comuns aqui são as doenças autoimunes, reumatológicas, endócrinas, vasculares e neurológicas.

A sucção não causa Fenômeno de Raynaud mamilar. Mas a dor decorrente do fenômeno leva muitas mães a desistirem da amamentação – por isso, é essencial um diagnóstico precoce e tratamento eficaz. O tratamento pode ser feito sem que haja o desmame.

Fenômeno de Raynaud mamilar

Como identificar esse quadro?

Não existe um exame específico para detectar o Fenômeno de Raynaud de mamilos. Por isso, o médico faz uma avaliação de sintomas e de respostas a tratamentos. O sintoma mais comum é a dor mamilar (moderada a intensa) com duração igual ou superior a quatro semanas.

Depois desse sintoma, serão avaliados outros quatro pontos:

  • Modificação da coloração do mamilo, principalmente por exposição ao frio;
  • Sensibilidade ou modificação de cor das mãos e/ou pés por exposição ao frio;
  • Resposta negativa ao tratamento com medicamentos antifúngicos por via oral;
  • Resposta positiva ao tratamento específico para o Fenômeno de Raynaud.

Importante lembrar que outros problemas também causam dores mamilares, como as fissuras, candidíase e mastite. O Fenômeno de Raynaud não causa feridas.

Quando o diagnóstico de Fenômeno de Raynaud mamilar é feito precocemente, evitamos o tratamento equivocado de mastite, por exemplo, o que permite o sucesso do aleitamento materno, sem dor. Dessa forma, tanto a mãe quanto o bebê podem usufruir dos benefícios imunológicos, psicológicos, nutricionais e sociais da amamentação.

Qual o tratamento quando confirmado o problema?

A recomendação principal é que as mulheres mantenham as mamas e mamilos aquecidos, evitem temperaturas frias e substâncias vasoconstritoras, como nicotina e cafeína. O uso de bombas mamárias também pode ser recomendado. Há um medicamento autorizado para uso, com ação vasodilatadora, mas que apresenta alguns efeitos colaterais, como náusea e taquicardia. O melhor tratamento deve ser acordado entre a lactante e seu médico.

A pega correta, claro, é sempre o ideal, para que o bebê não comprima a ponta do bico do peito. No entanto, ajeitar a pega não é um tratamento para o fenômeno, apenas uma forma de evitar problemas na mama.

Tenho Fenômeno de Raynaud. Devo interromper a amamentação?

Não é necessário interromper a amamentação. A sucção não causa nem piora o Fenômeno de Raynaud. No entanto, algumas pacientes têm dores muito fortes, que tornam a amamentação inviável até o fim do tratamento.

Caso exista vontade de continuar com aleitamento materno, é possível tentar a coleta do leite por bombas. É uma forma de manter a produção ativa e o bebê consumindo leite materno. Se for oferecido em métodos seguros, as chances são altas de o bebê voltar a mamar no peito após o fim do tratamento. Tudo depende do nível de dor da mãe e quão sensível estão os mamilos para essa extração.

Por fim, é essencial que as pacientes sejam informadas de que o Fenômeno de Raynaud mamilar pode ocorrer novamente em outras gestações. Dessa forma, ela manterá os cuidados e um diagnóstico futuro pode ser mais rápido.

Até a próxima coluna,

Dr. Jorge Farah Neto

Ginecologista e obstetra, o Dr. Jorge Elias Farah (CRM 126.525 | RQE 59579 | TEGO 184/2011), da Clínica Ginevra, aborda na coluna GESTAR os mitos e verdades da gestação e do parto, e responde as principais dúvidas das mães.
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