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Pais em Ação | Elogios: como usá-los corretamente?

A Dani Nogueira, do Pais em Ação, traz hoje uma reflexão sobre os elogios. Como devemos elogiar os pequenos? Elogiar demais pode ser um problema? Leia a coluna e veja mais sobre o ponto de vista da nossa colunista:

Foto: Josh Willink no Pexels

O elogio como uma recompensa preciosa

Usado de maneira assertiva o elogio é um meio poderoso de aumentar a chance das crianças repetirem boas ações. Elogios são recompensas preciosas para os pequenos desde que não se tornem vazios de significado, ditos a todo momento e a qualquer oportunidade.

Acho importante dizer aos pais que autoestima saudável NÃO se constrói com elogios, mas sim com nossas ações diárias de respeito pela criança, sua autonomia e tudo o que envolve sua vida. Então como elogiar de modo produtivo e educativo? Aqui vai a regra de ouro: Elogie o COMPORTAMENTO ou a atividade específica que aconteceu e não a criança.

Por exemplo: depois que o filho guardou os brinquedos no lugar, faça um elogio descritivo: “Uau, a sala ficou toda arrumada! Você fez um ótimo trabalho guardando os brinquedos no lugar!”. Esta frase tem mais informação, mais direção do que fazer novamente e é mais eficaz para os filhos do que dizer generalizações vazias de conteúdo, como: “Que princesa linda você é!” ou “Que menino bonito, guardou tudo!”.

O motivo é que sendo descritivo os pais oferecem no elogio informações que ajudam e orientam a criança a ampliar sua confiança. E, dessa forma, alcançar novos patamares de competência.

Como elogiar para incentivar

Imagine a situação do pai assistindo o jogo de futebol do filho. Quando o garoto marcou o gol e foi comemorar com o pai este lhe disse: “Muito bem filho, você chutou a bola no canto do gol na hora certa!”. Essas palavras reforçam à criança as ações corretas que ela fez, vão ajudá-la a se lembrar disto no próximo jogo e, assim, com confiança, adquirir novas aptidões.

E se o pai tivesse dito:”Aê filhão, você é o melhor! É um campeão mesmo, o próximo Lionel Messi do mundo!”? Estudos (Carol Dweck) sugerem que uma vez que as crianças tenham internalizado esse tipo de elogio, elas verdadeiramente acreditam que são “o máximo” naquilo em que foram elogiadas. Isso faz com que se esforcem menos para a tarefa na próxima vez (afinal, se elas já são “naturalmente” talentosas, para que se esforçar?) e elas ainda tentam evitar tarefas mais desafiadoras que empregam essas habilidades no futuro com medo de não corresponderem às expectativas.

Para facilitar o elogio descritivo, pense num verbo, por exemplo: “obrigada por ter emprestado seu brinquedo” ou “você fez seu dever de casa com muito capricho e atenção, ficou muito bom!” ou “Gostei que você jogou seu palito de sorvete no lixo!”.

Atenção ao extremismo tão comum na parentalidade: não é pra deixar de elogiar autenticamente o filho, o motivo de aprender mais sobre elogios e desenvolvimento infantil é para nos ajudar na tarefa de criar pessoas saudáveis, autônomas de pensamento e ações e livres para agir no mundo sem medo de errar ou perder sua autoimagem por conta dos riscos que decidem tomar.

Até a próxima coluna,

Daniela Nogueira.

Daniela Nogueira é psicóloga de formação e educadora de coração. Aprofundou seus estudos sobre a primeira infância na abordagem Pikler pela Associação Pikler-Lóczy França (APL) em Paris e nos fundamentos do RIE, em Los Angeles, EUA. Idealizadora do Pais em Ação, projeto que apoia pais e mães na educação dos filhos oferecendo aconselhamento personalizado, domiciliar ou online, com um olhar de profundo respeito pela criança e sua infância. Daniela está envolvida no universo infantil há mais de 18 anos com experiências em co-educação nos EUA, trabalho terapêutico em instituições para crianças desabrigadas de suas famílias e atuação como professora na educação infantil em escolas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro. Além do aconselhamento parental, ministra palestras e workshops ao vivo e online para escolas, empresas e grupos maternos. É mãe orgulhosa de casal de gêmeos de 5 anos.
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Como criar uma criança livre de preconceitos por Alexandra Loras

Durante essa semana, por conta do Dia da Consciência Negra, nós trouxemos diversos posts abordando a temática. Falamos sobre como conversar sobre racismo com as crianças e indicamos livros, filmes e desenhos com protagonistas negros. Para acrescentar mais riqueza a essa conversa, compartilhamos aqui nesse post o vídeo da ativista e consultora de lideranças femininas, Alexandra Loras, sobre como criar uma criança livre de preconceitos. Confira:

https://www.instagram.com/tv/CAnh2yyA68A/?utm_medium=copy_link

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Leia mais: Como escolher a escolinha ou creche?

Veja também: O que aprendi sobre educação e respeito às crianças com Daniela Nogueira

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Babies & KidsEducação

Como falar sobre racismo com as crianças

No dia 20 de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra – data criada para conscientizar a população sobre racismo, igualdade racial e outras pautas. No entanto, essas questões devem ser discutidas e trabalhadas todos os dias! Pensando nisso, reunimos várias dicas para ajudar pais e mães a conversarem sobre racismo com seus filhos – e assim, juntos, ajudarmos a criar um futuro inclusivo e respeitoso! Confira:

Foto: Emma Bauso no Pexels

Prepare-se para conversar sobre racismo

Enquanto pais, cuidadores e educadores é nossa obrigação ler e estudar mais sobre as pautas raciais. Não só para ter informações para orientar e educar os pequenos, como também para rever nossos próprios comportamentos – afinal, nós somos exemplos das crianças e nossas falas e atitudes têm um peso enorme!

Então, é essencial que haja estudo e escuta. Ouvir, conversar e consumir conteúdos – vídeos, livros, palestras… – de pessoas negras é um dos passos importantes que nós, enquanto adultos, devemos tomar.

Como falar sobre racismo com as crianças

Não espere seu filho crescer

Diversidade e igualdade racial são temas que não podem esperar – a conversa tem que começar desde o primeiro dia! E aqui, quando falamos de conversa, não estamos falando apenas de palavras. Qual a cor dos brinquedos dos seus filhos? Quais as referências que ele tem de pessoas negras? Qual o contato dele com pessoas negras? Todos esses detalhes fazem parte da conversa sobre diversidade e igualdade.

Quem são as pessoas negras ao seu redor?

Com quantas pessoas negras seu filho terá contato, direta ou indiretamente? Qual a profissão ou papel dessas pessoas na vida do seu filho? Como já comentamos, conversar, ouvir e aprender com pessoas negras – não só sobre racismo, mas sobre os mais diversos temas – é essencial.

É o contato com a pluralidade que gera conversas importantes e mostra para a criança que a pluralidade – de cores, ideias, gostos, etc – existem. Se você não tem essas pessoas ao redor, busque-as.

A presença de referências negras também é importante para as crianças negras. A representatividade é essencial para o fortalecimento da autoestima e autoconfiança dos pequenos!

Foto: Vanessa Loring no Pexels

Exija a presença de pessoas negras

Você já ouviu falar sobre privilégio branco? Na sociedade brasileira, e em muitas outras sociedades ao redor do mundo, ser branco abre portas. E o que você pode fazer com esse privilégio? Ajudar a abrir portas para pessoas negras, que não têm os mesmos acessos ou facilidades.

Quantas professoras negras trabalham na escola do seu filho? Quantas pessoas negras estão em cargos de chefia na escola, na natação, no inglês, etc? Questione as escolas sobre isso. Mas não só sobre a presença de negros em cargos de trabalho, mas também usufruindo dos serviços: afinal, quantos colegas negros seu filho tem na creche ou na escola? Existe alguma política da escola para apoiar o acesso de crianças negras?

Se não houver questionamentos, cobranças e exigências, o cenário não muda. E isso faz parte do diálogo que você tem com seu filho: não só de conversar sobre a importância de pensar nesses cenários, como também garantindo que ele tenha contato com pessoas negras através dessas presenças.

Ofereça referências negras

Desenhos, brinquedos, filmes, música, amigos… As crianças precisam, assim como os adultos, ter referências. Ouvir, ver e conviver com pessoas negras colabora para ampliar a visão de mundo do seu filho, além de torná-lo mais empático e aberto a conviver com diferenças.

É preciso que exista contato para que a criança crie laços afetivos e um entendimento sobre cultura, convivência e respeito na prática. Para as crianças negras, as referências são ainda mais importantes, já que refletem não só a questão da representatividade, como também colaboram com a construção do respeito e conhecimento do passado, da cultura, religiões e tradições.

Foto: Cottonbro no Pexels

Converse abertamente

Muitos pais acreditam que não conversar sobre um assunto faz com que ele não exista – o que não é verdade. Seu filho pode ter contato com racismo na escolinha, na casa do amiguinho, no parque… E mais do que crianças não-racistas, nós precisamos criar crianças anti-racistas.

Bate-papos sinceros podem instruir seu filho a reconhecer uma cena de racismo e ajudar um colega negro, por exemplo. Ele pode identificar o racismo na fala de um colega e ter conversas importantes. Já as crianças negras precisam entender como reagir e se defender durante essas situações – e mais, elas devem entender que podem contar e conversar com a família sobre isso, o que evita que sofram caladas esses tipos de agressão. É por isso que não podemos “poupar” as crianças de conversas difíceis.

Explique ao seu filho que algumas pessoas tratam mal outras por causa da cor da pele – e que isso é errado. Deixe claro que a diferença física de outra pessoa jamais pode ser usada como forma de deboche, “brincadeira” ou ataque: seja cor de pele, deficiência, gênero, etc. Reforce que todos devem ser tratados com respeito, gentileza e educação.

Ensine os pequenos a como reagir, como buscar ajuda e deixe claro que o diálogo sobre o tema é sempre aberto dentro de casa.

Sejamos anti-racistas

Como já citamos, seu filho pode ajudar um colega que está sofrendo racismo – para isso, ele precisa entender o que é racismo e saber como agir nesses casos! Cabe aos pais explicar o que os pequenos podem fazer:

  • Chamar um adulto ou responsável e explicar a situação;
  • Pontuar o racismo nas falas e atitudes da pessoa;
  • Proteger e apoiar a pessoa negra.

E mais uma vez, aqui cabe o exemplo: se você presenciar uma cena de racismo, não se cale. Racismo é crime e deve ser denunciado! Preste apoio à vítima.

 

 

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Pais em Ação | Meu filho não sabe compartilhar, e agora?

O conflito entre crianças é inevitável, principalmente quando envolve a disputa de brinquedos e outros itens. Nesses momentos, muitos pais não sabem como reagir quando o filho não sabe compartilhar ou não aceita que o outro não vai compartilhar. Para ajudar a entender esses conflitos e o papel dos pais nesse processo, Daniela Nogueira trouxe sua visão sobre essas situações. Confira:

Foto: Cotonbro

Compartilhar não é fácil, para adultos e crianças

O tópico de hoje é sobre dividir, mas poderia ser sobre exigir da criança maturidade que ela ainda não atingiu ou mesmo, pedir à criança uma coisa que nem você faz com todo mundo, que dirá com estranhos na pracinha. No dicionário, emprestar significa confiar ou ceder temporariamente algo a alguém, esperando respectiva restituição. Porém, para a criança pequena emprestar quer dizer dar. E dar não apenas o brinquedo, mas também sua vontade de brincar com ele.

Ao educar temos que lembrar que o foco do nosso trabalho não é ser juiz de brinquedos e brincadeiras, mas ajudar a desenvolver pessoas autênticas, autônomas e confiantes. Para que o emprestar aconteça de forma autêntica a criança precisa ter desenvolvido empatia, que é a habilidade de se identificar emocionalmente com outra pessoa. Seu filho precisa assimilar a vontade da outra criança de brincar com o que é dele. Viver esta experiência ele mesmo e reconhecer-se nesta mesma posição, a ponto de querer ceder o brinquedo, é um aprendizado interno. É difícil até para adultos serem empáticos, imaginem os pequenos!

Empatia se desenvolve no relacionamento entre pessoas, a começar com os cuidadores: pais, babás, professores, até estender-se aos colegas e estranhos da pracinha. Por isso a importância de deixar que estes conflitos aconteçam e se desenrolem na presença de um adulto “mediador” atento e paciente.

Para aprender a dividir o que é seu, primeiro a criança precisa ter vivido momentos de possuir um objeto, de ser o dono dele e de ter permanecido com ele em seu poder até que estivesse pronto para liberá-lo. É um processo um tanto complexo, que não acontece com três idas ao parque e um adulto interferindo a cada brinquedo que foi disputado.

A maioria das crianças não está pronta para dividir seus pertences antes dos 3 anos e ainda assim pode ser bem difícil depois dessa idade. Confie que que filho irá aprender e que a cada interação no tanque de areia ou na sua casa serve como suporte dessa aprendizagem. Como degraus que precisam ser escalados rumo ao alvo que está mais acima; não tire do seu filho essa escalada com medo de que ele vire um ‘egoísta’. Isto não é egoísmo, é desenvolvimento!

Foto: Cottonbro

Então, qual o papel dos pais?

Em primeiro lugar observe e espere! Muitas vezes as crianças resolverão o conflito sozinhas. Vão disputar até que um permaneça com o objeto ou até que o outro desista, por exemplo. Essa disputa é normal e sem ela não haverá aprendizado.

Pode ser que uma das partes se interesse por outra coisa ou pode acontecer da situação escalonar e você precisará chegar perto. Evite comentários que julguem. Evite mais ainda arrancar o brinquedo da mão de um e colocar na do outro! Afinal, estamos querendo que eles aprendam a não fazer o mesmo.

Para isto você pode se utilizar da técnica de narrar a situação: “Vocês 2 querem o mesmo balde vermelho”; “Pedro está puxando e você não quer soltar.”; “Os 2 estão chateados.”; “vou ficar aqui perto caso precisem de mim”. E se a situação ficar bem tensa a ponto de um bater ou empurrar, coloque sua mão (com firmeza, mas de forma pacífica) bem no meio das crianças para que sua mão impeça uma mordida ou empurrão. Narre esta parte também: “Vou colocar minha mão aqui no meio. Não vou deixar você bater no Pedro.”

Narrar de forma objetiva e sem julgamentos oferece maior esclarecimento da situação, ensina linguagem e inteligência emocional sem que a gente tome partido entre as crianças. Alguns casos merecem atenção e cuidados especiais. Como em casos recorrentes de um querer sempre o brinquedo do outro: “João está com o balde agora. Vou por minha mão aqui e não vou deixar você puxar. Quando ele terminar de usar o balde você poderá pegar. Eu te ajudo a esperar.”.

Ou quando uma criança está no meio de um projeto e seu trabalho ou brincadeira precisa ser protegido. “Vou colocar minha mão aqui perto. Não vou deixar você derrubar a torre que o Lucas está montando”. Reparem nas frases curtas e objetivas! Apenas narre e impeça com sua mão.

Uma dica de ouro é sempre começar com o mínimo de ajuda necessária, às vezes, só a sua presença já transmite confiança para que as crianças se sintam seguras para se resolverem a disputa sozinhas. Não é de primeira que a gente acerta este tipo de intervenção, então, mantenha o bom ânimo e mesmo que você erre e interrompa antes da hora, ou use sua mão com rispidez para impedir alguém de morder ou empurrar, tente de novo!

Cada interação destas você se torna mais sábia e as crianças também. Se interrompemos o tempo todo para resolver o conflito, tiramos essa oportunidade das crianças. Muitos adultos ficam extremamente ansiosos diante uma disputa de brinquedo, mas é importante dar espaço, ajuda e respeito. Quando se trata de dividir e emprestar, estamos numa corrida longa como uma maratona e não nos 50 metros rasos. Acredite que cada passo é importante na construção da empatia e da socialização.

Foto: Cottonbro

E quando meu filho só quer o brinquedo do outro?

Já pararam para pensar no motivo de um brinquedo na mão de um bebê ser mais interessante do que o que está na estante? É porque o brinquedo se mexe! Está “vivo” na mão do outro e, portanto, mais atrativo! Por essa razão algumas crianças parecem fascinadas pelo que está na mão do outro, não porque são implicantes…

O que fazer nesses casos então? O mesmo das situações anteriores: aguarde e observe! Se as crianças estiverem disputando sem se machucar, deixe que vivam esta experiência de conflito, é com a prática que irão aprender como lidar com outro ser humano. Fique junto, pois não se intrometer em tudo na vida dos pequenos não significa deixá-los sozinhos na situação. Sua presença é essencial. Narre objetivamente o que você vê (como citei anteriormente), isso os tranquiliza de que você entende o que elas estão passando.

E se o conflito continuar?

Se depois destes dois primeiros passos (aguardar/observar e narrar) ainda estiverem disputando e a situação ficar mais difícil, você pode olhar em volta e perguntar se um outro objeto interessa a um dos envolvidos. Pode, inclusive, brincar com o objeto – já que isso o torna mais atrativo.

Eu encorajo vocês a só partirem para esse passo depois de permitirem aos filhos a vivência do conflito, pois não se pode fugir dele durante a vida e aprender ao lado de um adulto paciente e atento é muito melhor. Segundo a abordagem de respeito e autonomia que sigo, o adulto deve sempre começar com o mínimo de ajuda possível, justamente para dar espaço à criança. Se toda vez a gente for lá e resolver a “briga” por eles, ou aprenderão a depender de nós/de outro para resolução de problemas ou uma das partes se sentirá injustiçada.

Nossa meta é dar oportunidades para eles aprenderem sem que se machuquem, lembrem do recurso de colocar a mão (suave) na frente de alguma agressão! Caso uma resolução não seja possível e a situação está insustentável, você pode decidir facilitar a paz gentilmente guardando o brinquedo, lembrando que elas terão a chance de brincar com o objeto mais tarde. E lembre-se: é impossível manter o filho feliz o tempo todo e não é esse nosso papel.

Até a próxima coluna,

Daniela Nogueira.

Daniela Nogueira é psicóloga de formação e educadora de coração. Aprofundou seus estudos sobre a primeira infância na abordagem Pikler pela Associação Pikler-Lóczy França (APL) em Paris e nos fundamentos do RIE, em Los Angeles, EUA. Idealizadora do Pais em Ação, projeto que apoia pais e mães na educação dos filhos oferecendo aconselhamento personalizado, domiciliar ou online, com um olhar de profundo respeito pela criança e sua infância. Daniela está envolvida no universo infantil há mais de 18 anos com experiências em co-educação nos EUA, trabalho terapêutico em instituições para crianças desabrigadas de suas famílias e atuação como professora na educação infantil em escolas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro. Além do aconselhamento parental, ministra palestras e workshops ao vivo e online para escolas, empresas e grupos maternos. É mãe orgulhosa de casal de gêmeos de 5 anos.
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Como ensinar sustentabilidade para crianças? Confira 15 dicas práticas

Toda sexta-feira, você encontra aqui no site uma nova dica sobre sustentabilidade e como aplicar as mudanças de forma prática na sua casa. No entanto, muitas vezes, parece difícil ensinar sustentabilidade para crianças e a importância do tema. Nós, adultos, sabemos sobre a finidade dos recursos e como isso impacta a vida de todos – mas como explicar isso aos pequenos de uma maneira natural e gostosa? Nesse texto, vamos falar sobre o conceito da sustentabilidade e como ensinar as crianças. Confira:

O que é sustentabilidade?

Podemos dizer que sustentabilidade é sobre gerenciar recursos no presente para que não faltem no futuro. Isso engloba o consumo consciente, o descarte correto, a reciclagem e a distribuição correta de recursos, dentre outros pontos.

Uma vida sustentável respeita as necessidades do indivíduo sem ignorar as necessidades do coletivo e a saúde do planeta. É uma dinâmica onde todos os envolvidos ganham: você, a sociedade e o planeta.

Foto: Karolina Grabowska

Qual a importância de ensinar sustentabilidade para crianças?

A sustentabilidade é necessária. O planeta está pedindo socorro há anos – aquecimento global e extinção de espécies são dois exemplos de que as coisas não vão bem. Portanto, não podemos deixar para amanhã as mudanças que podemos começar a aplicar hoje. E as crianças devem ser parte desse processo.

Se cabe aos pais ensinar as crianças a melhor forma de se comportar socialmente, também cabe ensinar qual a melhor forma de se comportar em relação ao meio ambiente. Se as crianças aprenderem sobre sustentabilidade, elas serão adultos conscientes e com hábitos enraizados de boas posturas com o planeta.

Quando começar a ensinar sustentabilidade para crianças?

As crianças aprendem muito observando, desde bebês. Portanto, você pode ensinar desde o primeiro dia, com as suas escolhas e ações do dia a dia. Conforme a criança for crescendo, você pode ir apresentando o estilo de vida sustentável e estimulando atitudes conscientes. Nas nossas 15 dicas para ensinar sustentabilidade para crianças, você vai encontrar formas de introduzir um estilo de vida sustentável para todas as idades!

sustentabilidade para crianças

Foto: Jessica Ticollezzi

15 dicas para ensinar sustentabilidade para crianças

1. Seja exemplo

Crianças aprendem muito observando – até mais do que ouvindo! Quantas vezes seu filho não fez algo e você pensou: “quem ensinou isso?”. Na maioria das vezes, ele está apenas reproduzindo algo que observou ser feito por alguma pessoa com quem conviveu recentemente ou viu nas telas.

O maior exemplo dos pequenos são os adultos ao seu redor, então lembre-se disso. Se seu filho ver você fazendo o que você fala sobre sustentabilidade, ele vai aprender de forma efetiva. Agora, se você fala uma coisa e faz outra, vai enfrentar questionamentos – válidos e justos! – e barreiras das crianças que não vão querer apenas obedecer.

Então, fique atento até mesmo nas suas pequenas ações do dia a dia!

Créditos: Cottonbro

2. Separar o lixo

Ações simples e que fazem muita diferença! O ideal é você ter os lixos separados já em casa, então a criança desde pequena aprende a jogar os itens separadamente. Para deixar o processo mais lúdico, você pode usar sacos de lixo coloridos, adesivos e desenhos que lembrem a criança sobre qual lixo é reciclável e qual é orgânico.

Estimule a criança a ir até o lixo e jogar os itens fora. Nesse momento, você pode aproveitar para ensinar o nome dos materiais – plástico, papel, etc. – e sobre reciclagem. Vocês podem, por exemplo, pensar juntos sobre o que a garrafa pet pode se tornar depois de reciclada. Esse exercício de pensar e criar cenários positivos com as ações estimula a participação dos pequenos nessas tarefas.

Foto: Monstera

3. Recicle em casa

Já pensou em quantos “lixos” podem se tornar brinquedos? Rolos de papel higiênico, caixas de papelão, papéis antigos, roupas velhas… Tudo isso (e muito mais!) podem ser transformados em itens de diversão.

Além de você ensinar sobre sustentabilidade para seu filho, você também cria um ambiente de criatividade e atividades muito divertidas! Se você quer ter ideias do que fazer em casa com os pequenos, temos esse texto com 10 ideias de brinquedos para fazer em casa e esse com o passo a passo para fazer teatrinho com colher de pau.

4. Tenha uma composteira

A composteira é um local para reciclagem de lixos orgânicos em casa! É uma ótima forma de ensinar sobre sustentabilidade, se divertir e ter seu próprio adubo. Nela, você vai poder jogar vários itens, como: frutas, verduras, legumes, grãos, sementes, borra e filtro de café, casca de ovo, saquinho de chá, serragem, gravetos, papelão, palito de fósforo e outros.

Se você quer saber mais sobre compostagem e como fazer em casa, leia nossa matéria completa sobre como ter uma composteira.

5. Sustentabilidade também é sobre alimentação

Recentemente, nós conversamos sobre compras sustentáveis no mercado. A indústria alimentícia gera muitos impactos ao meio ambiente: desde o desmatamento e agrotóxicos na produção dos alimentos até o uso excessivo de plástico nas embalagens. Nossas escolhas de compra podem diminuir o incentivo a esses comportamentos da indústria. Consumir alimentos orgânicos e de produtores locais, evitar industrializados e não comprar de marcas irresponsáveis são algumas medidas que podemos tomar.

E como incluímos as crianças? Deixando que elas participem dos processos! Você pode levá-las para a feira, para hortas coletivas ou pontos de vendas de produtores locais. Converse sobre a origem dos alimentos, a importância da comida e como devemos evitar os desperdícios. Também é interessante deixar a criança conversar com as pessoas ao redor, aprender mais sobre os alimentos e como funcionam as plantações e criações.

É uma forma também de ajudar na associação dos pequenos. Nem sempre a criança vai entender, só com nomes, que a vaca se torna a carne no prato, por exemplo. Não só contar, mas mostrar os processos, isso colabora demais para o desenvolvimento dos pequenos! E, sabendo da origem das carnes, por exemplo, as crianças conseguem entender melhor o porquê o consumo deve ser reduzido.

sustentabilidade para crianças

Foto: Gustavo Fring

6. Horta caseira

Falando em saber a origem dos alimentos, que tal ter uma horta em casa? Além de ajudar no aprendizado, cuidar da horta também é uma excelente atividade para ser feita em família. Seu filho pode sentir muito mais prazer em consumir alimentos que ele mesmo plantou, cuidou e colheu – o que ajuda a estimular a alimentação saudável!

Você também pode ter outras plantas em casa, mas plantas que podem ser consumidas são mais interessantes para os pequenos. Deixe que eles se envolvam no processo: mexer na terra, regar, cuidar. É diversão na certa!

7. Não ao consumismo

Aprender a consumir de forma consciente também é sustentabilidade! O acúmulo de brinquedos, roupas e sapatos é danoso para o meio ambiente, para a saúde financeira e para a própria criança. Afinal, como ela vai conseguir explorar um brinquedo em sua totalidade se está sempre sendo exposta a algo novo ou tem muitas opções ao redor?

Por isso, cabe aos pais ensinar sobre o consumo sustentável, além da necessidade de reutilizar, reciclar e doar.

8. Doação

Doar roupas, brinquedos e sapatos é um ato de sustentabilidade e de responsabilidade social. Portanto, ensinar os pequenos sobre a importância de doar é essencial! Você pode implementar uma rotina (a cada X meses separamos itens para doar, por exemplo) ou fazer de forma casual. O importante é manter o diálogo com os pequenos dos motivos das doações.

9. Ensine a evitar desperdícios

Colocar pequenas porções de comida no prato, usar os dois lados do papel para desenhar, pegar apenas a quantidade que precisa… Esses são alguns exemplos de como ensinar a evitar desperdícios. Explique para o seu filho como o desperdício gera lixos desnecessários, além de ir contra a ideia do consumo consciente que já conversamos aqui.

10. Água: um recurso finito

Seu filho sabe que a água pode acabar? Claro, não é preciso explicar esse ponto de forma apocalíptica – a ideia não é deixar as crianças com medo! Mas é necessário explicar que, assim como a maioria das coisas da vida, a água acaba. Por isso, a criança deve consumir com consciência.

Banhos rápidos, desligar a torneira quando for escovar os dentes e não jogar água fora sem necessidade são alguns pontos para ensinar as crianças.

sustentabilidade para crianças

Foto: Cottonbro

11. Economizar energia

Criar hábitos sustentáveis para crianças é mais fácil quando usamos elementos lúdicos. Por isso, uma forma de lembrar os pequenos de apagar as luzes é colocar adesivos de personagens nos interruptores, por exemplo.

Ter um elemento no quarto que brilha no escuro pode ajudar também. Estimule o uso da luz do sol e atividades que não precisem de energia.

12. Mostre a natureza com frequência

Assim como aprender a origem dos alimentos é importante, visualizar outros elementos da natureza também é. Por isso, estimule o contato com a natureza sempre! Idas ao parque, a lagos, ao zoológico, fazendas e outros locais ajudam a criança a visualizar a importância da sustentabilidade.

Apesar das crianças usarem muito a imaginação, tudo que se torna real tem um impacto maior – afinal, a criança consegue ver, ouvir, tocar e cheirar. É mais fácil do pequeno se importar em proteger os peixes depois de vê-los de perto, do que apenas imaginando como eles são, por exemplo.

Deixe seus filhos tocarem o chão, as plantas, os animais (quando for seguro) e se envolver em tarefas e brincadeiras nesses espaços. A sujeira é bem-vinda!

sustentabilidade para crianças

Foto: Charles Parker

13. Criança também limpa

Dar pequenas tarefas de limpeza para os pequenos ajuda no entendimento da produção de lixo, do descarte e dos desperdícios. Claro, você deve levar em consideração a idade dos pequenos na hora de separar as atividades de limpeza!

Retirar os pratos da mesa e limpar a mesa depois de uma brincadeira são dois exemplos possíveis. Para melhor colaboração das crianças e maior aprendizado, não coloque essas atividades como uma regra chata: torne esse momento parte das atividades, algo natural. Mais uma vez, usar elementos lúdicos pode ajudar!

sustentabilidade para crianças

Foto: Ekaterina Bolovtsova

14. Cada um tem seu copo

Em vez de pegar um copo toda vez que for beber água, a criança pode aprender, desde pequena, a usar sua garrafinha reutilizável. Com isso, você cria mais um hábito positivo e sustentável. Melhor ainda é criar o costume de levar a garrafinha sempre que sair de casa – evitando comprar garrafas de plástico ou usar copos de plástico na rua.

15. Livros, jogos e música

Grandes aliados do aprendizado! Você consegue encontrar diversos livros, desenhos, filmes, jogos e músicas infantis que abordam o tema sustentabilidade. Apresentar esse material para as crianças ajuda no ensino da sustentabilidade na infância e na criação de hábitos sustentáveis. Uma vantagem desse recurso é que pode ser usado desde os primeiros meses de vida, assim os temas, imagens e ações já fazem parte do imaginário da criança desde cedo!

Foto: Karolina Grabowska

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Leia mais: 9 produtos sustentáveis de higiene pessoal 

Veja também: Marcas de produtos de limpeza ecológicos

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