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Nutrição em família

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Alimentos orgânicos são mais saudáveis?

Uma dúvida muito comum quando estamos fazendo compras é se realmente vale a pena investir em alimentos orgânicos. Mas antes de fazermos a escolha, precisamos entender melhor o assunto, certo? Afinal, o que são os alimentos orgânicos?

Uma das minhas recordações de infância era de ouvir minha mãe falando que algumas frutas eram sazonais e que não tinha como comprá-las em determinada época do ano. Por isso, eu esperava pelo fim do inverno para poder me deliciar com morangos ou uvas, por exemplo.

Atualmente, temos acesso a quase que todas as frutas durante o ano todo. Mágica? Não. Isso faz parte de uma cadeia não muito saudável, onde o homem, para atender à necessidade alimentar da população mundial, passou a processar alimentos excessivamente, acelerando a produção de frutas, verduras e carnes por meios não muito adequados.

Na contramão desses alimentos cultivados de forma convencional estão os alimentos orgânicos, que não só representam mais sabor e saúde, mas também uma completa revolução sustentável.

São considerados alimentos orgânicos todos aqueles que utilizam, em todos os seus processos de produção, técnicas que respeitam o meio ambiente e visam a qualidade do alimento. Desta forma, não são usados agrotóxicos, adubos químicos sintéticos, sementes transgênicas e drogas veterinárias. Já os itens processados não recebem aditivos químicos nem irradiação.

Do ponto de vista nutricional, estudos recentes revelam que não há diferenças significativas na concentração de vitaminas e afins entre os alimentos orgânicos e não orgânicos. No entanto, a qualidade do alimento vai além da quantidade de substâncias presentes nele.

 Os alimentos orgânicos, além de serem mais saudáveis e saborosos, como eu disse anterioremente, respeitam o meio ambiente. Sua produção respeita princípios como proteção da biodiversidade, condições de trabalho adequadas e o manejo correto da água e do solo. Ou seja, há uma carga de responsabilidade social incluída aí, um valor importante para passarmos para nossos filhos!

A única desvantagem na opção por produtos orgânicos é na hora da compra.  Eles costumam ser mais caros do que os convencionais, pois são produzidos em menor escala e os custos de produção também são maiores. Além disso, não são encontrados em todos os supermercados.

Mas nada de dúvidas e de economia! Devemos encarar a compra de orgânicos como um investimento à saúde do organismo e do meio ambiente.

Para finalizar, gostaria de dar algumas dicas de higienização de frutas e hortaliças. Não é porque o produto é orgânico que ele está livre do contato de fungos, insetos e bactérias. Todo esse processo é válido para orgânicos e não orgânicos:

1° passo: se seu alimento for uma hortaliça folhosa, livre-se das folhas mais externas. Como elas ficam em contato direto com o solo, estão mais suscetíveis ao contato com impurezas e, no caso das não orgânicas, com uma quantidade maior de agrotóxicos.

2° passo: lave frutas e hortaliças muito bem em água corrente. Se a fruta tiver casca dura (laranja, melancia, melão), esfregue-as com uma esponja própria e macia.

3° passo: deixe-as de molho em soluções cloradas. Siga as recomendações do fabricante. Depois do tempo recomendado, suas frutas ou hortaliças estão prontas para serem utilizadas.

 

Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria.
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Como resistir a tanto chocolate?

Existe coisa mais tentadora e mais deliciosa que chocolate, principalmente na Páscoa? Há duas semanas, ouço queixas dos meus pacientes de quão grande será o desafio de se controlarem com tanta oferta de chocolate nessa época do ano.

Para as mães, não há como resistir àquelas carinhas morrendo de vontade de comer ovo de Páscoa. Mas tenha bom senso, o chocolate é um alimento bem calórico (100 g de chocolate ao leite fornece em média 517 calorias) e pode ainda prejudicar o apetite do seu filho – ainda mais na fase inicial da introdução de alimentos sólidos, entre 6 meses e 1 ano.

O ideal é que uma criança só experimente chocolate a partir de 2 anos e, ainda assim, em pequenas quantidades. Rico em gordura e, em geral, com leite e açúcar na sua composição, o chocolate poderá provocar diarreia e até obesidade se for consumido em excesso.

É preciso ficar de olho ainda em possíveis reações, já que algumas crianças podem ser alérgicas a algum dos ingredientes da fórmula como leite, amendoim ou castanha. Na dúvida, dê um pedacinho inicial junto com alimentos que já fazem parte da dieta do seu filho.

Além disso, o chocolate contém substâncias estimulantes e com poder viciante, tais como a cafeína e teobromina. Ou seja, se o seu bebê provou um dia chocolate, nunca mais deixará de pedir.

O lado bom e bem conhecido de todos nós é que o chocolate, depois de ser metabolizado, causa uma sensação gostosa de bem- estar, devido à liberação de neurotransmissores, como a endorfina e a serotonina.  Contém, ainda, substâncias antioxidantes (que combatem os radicais livres e, assim, diminuem o risco de certas doenças), vitaminas e minerais como magnésio, cobre, zinco, potássio e manganês. Chocolates amargos são os mais saudáveis e recomendados por terem uma menor quantidade de açúcar e leite e serem ricos em substâncias antioxidantes.

Como na Páscoa o consumo de chocolate aumenta muito, a pergunta que vem à tona é: O que fazer quando a criança ganha muitos chocolates e ovos de Páscoa, principalmente se ela estiver com excesso de peso?

Minha resposta nessas ocasiões é sempre usar o bom senso e a criatividade. Acredito que o que faz valer a pena não são só as guloseimas, mas o espírito verdadeiro de tal festividade.

Quantidades pequenas de chocolate não causam nenhum mal. Portanto, aqui vão algumas dicas:

– Negocie com seu filho a troca de alguns ovos de Páscoa por outros presentes (brinquedos, coelhinhos de pelúcia ou qualquer outra coisa que seja do interesse).

– Peça para os familiares, principalmente, avós, tios e tias, darem ovinhos menores.

Faça atividades lúdicas, como pintar casquinhas de ovos e desenhos e decorar uma linda mesa de páscoa com cenourinhas.

Dessa maneira, tenho certeza que mesmo com pouco chocolate a Páscoa de seu filho será mais saudável e a alegria não irá faltar.

Feliz Páscoa a todos!

Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria.
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Ovo: de vilão a super-herói

Ao escrever esse artigo, lembrei-me da minha infância, na qual o ovo quente estava presente todos os dias no meu café da manhã. Como num passe de mágica e para a minha tristeza, de um dia para o outro, minha iguaria matutina sumiu da minha alimentação. Da sua também? Excluído da dieta e tido como vilão nas últimas décadas, o ovo não apenas foi finalmente absolvido, como hoje é tido como um super alimento.

 A má fama do nosso super herói parecia ter um bom motivo. Afinal, a gema de ovo era encarada como uma “bomba de colesterol” e, dessa forma, era capaz de elevar os níveis de colesterol sanguíneo humano. Mas, graças a novos estudos científicos realizados nos últimos anos, esse mal entendido foi esclarecido.

A absolvição aconteceu quando cientistas descobriram na gema do ovo uma substância chamada lecitina (um fosfolipídeo). Trata-se de um emulsificante natural de gordura, que interfere na absorção do colesterol e impede a captação do mesmo pelo intestino. É como se ovo, sabendo ser rico em colesterol, proporcionasse um antídoto natural para que não houvesse um aumento em seus níveis.

Famoso por ser uma excelente fonte proteíca, o ovo ainda é rico em vitamina B12, selênio, colina, vitamina D e antioxidantes.

Outro ponto positivo é que a proteína contida na clara do ovo oferece mais ajuda no aumento da massa muscular do que as proteínas contidas em outros alimentos, devido às altas concentrações de um aminoácido chamado leucina. Além disso, constatou-se também que a proteína do ovo é capaz de manter a saciedade por um longo período de tempo. Ou seja: a fome só aparece muito tempo depois de tê-lo comido, fazendo dele um grande aliado das dietas de emagrecimento.

Pelo que acabamos de ler, percebemos que motivos não faltam para adotarmos o ovo em nossas alimentação e na dos nossos filhos. Mas a dúvida que paira no ar é a de quantas unidades de ovos podemos ingerir. De acordo com uma pesquisa realizada na Escola de Saúde Pública de Harvard, o consumo de até 7 ovos por semana altera muito pouco as taxas de colesterol. Mas, por motivo de prevenção, recomendo para adultos o consumo moderado de até 3 ovos na semana em substituição a outras proteínas (como carne bovina, frango, peixe, leite e derivados). Para crianças acima de 2 anos o ideal que o ovo esteja presente na alimentação duas vezes na semana.

Vale a pena ressaltar que existe um esquema alimentar para a introdução do ovo – e principalmente da clara – na alimentação dos pequenos. A clara do ovo é rica em albumina e, em raríssimos casos, pode causar alergia em crianças. Esse tipo de problema é minimizado em crianças que receberam vacinas preservadas em albumina. Quando o assunto é a introdução da clara do ovo a regra é simples: assim como a introdução da gema deve ser feita em pequenas quantidades no oitavo mês, a clara também deve ser oferecida aos poucos a partir do décimo segundo mês.

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Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria.
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1,2…Feijão com Arroz!

Desde pequenos ouvimos nossas mães e avós dizerem para comermos arroz e feijão para que possamos crescer.  Mas será que elas tinham razão?

Com certeza, sim. Como num casamento perfeito, a união arroz com feijão, mais do que uma saborosa parceria, assegura uma invejável combinação de nutrientes. O que falta em um, o outro fornece e, assim, se completam.

O grão de arroz contém metionina e o feijão, lisina. Esses nomes bem esquisitos nada mais são do que pedacinhos de proteínas ou, na linguagem técnica, aminoácidos. Quando se unem, são muito mais eficientes na reparação de tecidos no organismo.

A fantástica união também equilibra o índice glicêmico – enquanto o arroz sozinho, principalmente o polido, pode aumentar as taxas de açúcar no sangue. O feijão tem o poder de frear esse efeito e manter os níveis de glicose estabilizados. A mistura em quantidades adequadas se torna, assim, uma boa aliada na diminuição do risco de diabetes.

Por todos esses benefícios, a presença do arroz com feijão na alimentação infantil se torna imprescindível na alimentação diária dos pequenos, a partir da liberação dietética do pediatra.

A única coisa que gostaria de alertar é para a quantidade de arroz e feijão no prato. A dica é sempre colocar mais feijão no prato do que arroz. Além disso, escolher a versão do arroz integral para incrementar a quantidade de vitaminas do complexo B é uma boa opção. Quanto ao feijão, não existe regras, fica a gosto da criança. Preto ou branco, carioquinha, fradinho, maravilha ou de corda, todos casam bem com arroz!

Como escuto muitas dúvidas de pais sobre a quantidade de arroz e feijão nos pratos de seus filhos, preparei uma tabela bem simples que ajuda na hora do porcionamento:

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Fácil, não?

Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria.
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Doçura na medida certa: açúcar ou adoçante?

Desde que o açúcar (sacarose, proveniente da cana-de-açúcar ou beterraba) assumiu o papel de vilão na alimentação, uma das maiores dúvidas de pais e mães é a de como adoçar os alimentos na dieta das crianças – principalmente se elas estiverem acima do peso. Açúcar ou adoçante: eis a questão. 

A resposta correta seria nenhum dos dois. O ideal seria habituar as crianças a ingerir apenas o açúcar natural dos alimentos, como a frutose encontrada nas frutas. Estimular as mesmas a conhecer o sabor dos alimentos e de líquidos sem adição de açúcar ou adoçantes como frutas, leites, sucos e chás, seria a atitude mais correta.

Porém, sabemos bem que o ideal está bem distante do real… e, na prática, é inevitável que as crianças consumam alimentos adocicados. Como o excesso de peso adquirido na infância é um fator preponderante para a obesidade na vida adulta, a questão que vem à tona é como combater os excessos. Para tanto, o melhor é entendermos melhor as duas opções, o açúcar e o adoçante.

Açúcar: quando usar e qual usar?

Recomendo o uso moderado de açúcar para as crianças que estão no peso ideal ou com baixo peso para sua idade.

A matéria-prima do nosso açúcar, você sabe, é a cana-de-açúcar. Para facilitar a escolha do melhor açúcar, a regra básica é: quanto mais escuro for o açúcar, mais vitaminas e sais minerais ele terá, e mais perto do estado bruto ele estará. A cor branca significa que o açúcar recebeu aditivos químicos no último processo da fabricação, o refinamento.

Sendo assim, o açúcar mais recomendado para crianças é o mascavo – desde que o consumo não ultrapasse 10% da dose de carboidratos ingerida diariamente.

De modo geral, pode-se dizer que 1g de açúcar fornece ao organismo 4 calorias. Dessa maneira, 1 colher (sopa) de açúcar (12 g) fornece 48 calorias.

Em média, a dieta de uma criança em idade escolar é de 1600 kcal. Os 10% equivalem a 160 kcal, que é igual a 40g de açúcar.

Mas o importante é salientar que nesses 40g de açúcar não só consideramos o açúcar de adição, mas o que está presente em bolachas, sucos industrializados, refrescos em pó, refrigerantes, balas, chocolates etc.

Adoçante: quando usar e qual usar?

Recomendo o uso de adoçantes para crianças com excesso de peso ou diabéticas. Mas, assim como não se prega o consumo indiscriminado de açúcar, o mesmo vale para os adoçantes.

Os adoçantes dietéticos são compostos por edulcorantes, substâncias naturais ou artificiais diferentes do açúcar de cem a seiscentas vezes mais doces do que ele.

Os melhores adoçantes para o consumo são aqueles à base de sucralose (artificial) e estévia (natural).

Sucralose

Recentemente aprovada para o uso como adoçante nos Estados Unidos, a sucralose é o único adoçante artificial feito a partir da sacarose. Adoça 600 vezes mais que o açúcar. A sucralose não é reconhecida pelo corpo como um açúcar e por essa razão atravessa-o inalterada. A IDA (Ingestão Diária Recomendada) é de 5 mg por quilograma de peso corporal para todas as idades, inclusive para as crianças e mulheres gestantes. A vantagem desse edulcorante é que é termoestável e, portanto, pode ser utilizado em preparações culinárias tais como bolo, biscoitos e tortas doces.

Estévia

A estévia é uma planta nativa da América do Sul que, há séculos, vem sendo utilizada como adoçante. A segurança da estévia para consumo humano foi estabelecida através de pesquisas rigorosas revisadas. Igualmente, termoestável a estévia tem a capacidade de adoçar 400 vezes mais do que o açúcar.  A dose máxima recomendada por dia 5,5 mg/KG/D.

Importante dizer que a sucralose e a estévia não aumentam os índices glicêmicos, ou seja, a quantidade de açúcar no sangue. A sucralose tem sabor bastante parecido com o açúcar tradicional, o que é bom, porque contribui para evitar a rejeição infantil. A estévia, por sua vez, tem sabor residual amargo, que pode não agradar o paladar da criança.

Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria.
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