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Amamentação

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Doação de leite: mitos e verdades

Assistindo ao programa “Fantástico”, da Globo, desse domingo, vimos a história da Sofia e o quão importante foi para ela receber doações de leite materno. E, depois de algumas sessões de No Ninho que fizemos, percebemos que muitas mamães encontraram dificuldades ou falta de informações para doar.

Pensando nisso, lemos bastante sobre o assunto, perguntamos para quem já doou e reunimos em um tira-dúvidas as principais questões e procedimentos para você também conseguir realizar a doação de leite materno sem problema. Vem ver:

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A DOAÇÃO PODE INTERFERIR NA AMAMENTAÇÃO DO MEU FILHO? 

MITO – Pelo contrário. A verdade é que, quanto mais a mãe estimular a produção do leite, mais ela o terá. Assim que a mama é esvaziada, o corpo recebe um sinal para preparar mais. A retirada para doação é uma forma de estímulo e, dessa forma, não faltará para o bebê.

O PRAZO DE DOAÇÃO É DE 24H APÓS A RETIRADA? 

MITO – O prazo para doar o leite é de 10 dias, contando a partir da primeira retirada. O importante é colocar o pote com o leite no freezer ou no congelador logo depois que tirá-lo. E não esqueça de colocar a data e o horário na tampa para ter certeza de que o doará no prazo correto.

HÁ UMA QUANTIDADE MÍNIMA DE LEITE PARA SER DOADO? 

MITO – Qualquer quantidade doada é relevante para bebês que estão em UTIs. Um litro de leite materno pode alimentar por um dia até 10 recém-nascidos prematuros.

MEU LEITE PODE SER FRACO PARA ALGUM BEBÊ? 

MITO – Nenhum leite materno é fraco, nem o de uma mulher desnutrida. A qualidade do leite da mulher desnutrida é tão boa quanto a do de uma mulher nutrida. O fato é que o bebê acorda mais rápido quando toma o leite materno porque a sua digestão é mais rápida e atendendo as necessidades da criança.

POSSO AMAMENTAR PRIMEIRO E, SÓ DEPOIS, RETIRAR O LEITE PARA DOAR? 

VERDADE – O leite doado pode ser retirado antes ou depois de amamentar seu bebê. Também não importa o horário. A única orientação nesse sentido é: despreze as primeiras gotas ou jatos de leite.

HÁ UM RITUAL ESPECÍFICO PARA TIRAR O LEITE?

VERDADE – Sim, para se ter leite em boas condições e nutritivo é necessário seguir as orientações do Banco de Leite Humano. Primeiro, separe um frasco limpo de vidro, com boca larga e tampa de plástico. Retire o rótulo e o papelão da parte interna da tampa. Lave-os com água e sabão. Depois, ferva-os por 15 minutos e seque sobre um pano limpo, sem colocar as mãos na parte interna do vidro. (Teoricamente você pode retirar o kit nos bancos de doações, informe-se se há disponível no mais próximo)

Chegou a sua vez de se preparar. Lave as mãos, os braços (até o cotovelo). As mamas, lave apenas com água e seque com uma toalha limpa. Cubra o cabelo com uma touca. Nariz ou boca também deve ser coberto com um pano ou uma fraldinha limpa.

Massageie os seios com a ponta dos dedos, com movimentos circulares, e inicie a coleta diretamente no pote. Encha o pote até faltarem dois dedos para completá-lo e, caso seja necessário, recomece uma nova coleta em outro pote higienizado. Identifique o pote com seu nome e a data em que retirou o leite pela primeira vez. Para completar um pote que já está no congelador, faça a coleta em um copo de vidro e depois despeje no pote. O leite pode ser entregue em qualquer banco de doação, ou agendado para ser retirado pelo Corpo de Bombeiros, através do Disque Saúde (136)!

O Ministério da Saúde preparou um vídeo institucional que também pode ajudar:

https://youtu.be/U6qyA-Cp6T0

Veja também: Translactação, uma alternativa para as mamães com dificuldade de amamentar

E mais: Dicas para uma amamentação tranquila

SaúdeAlimentaçãoMãesAmamentaçãoAntena de mãe

Amamentação em público: lei prevê multa de R$ 500 para quem proibir

Finalmeeente, na última semana, entrou em vigor a lei que prevê multa de R$ 500 a quem impedir qualquer mãe de amamentar em público. (Meio óbvio, não?) A medida, publicada no Diário Oficial de São Paulo, punirá quaisquer estabelecimentos “destinados a atividades comerciais, culturais, recreativas ou à prestação serviço público ou privado”. Ou seja, agora as mães podem ficar tranquilas ao alimentarem seus bebês.

E tem mais, o decreto ainda prevê multa dobrada em caso de reincidência. As denúncias devem ser feitas, de forma escrita ou oral, à subprefeitura da região, e não podem ser anônimas.

Para quem não se lembra, o projeto de lei é do vereador Aurélio Nomura, e foi sancionado em abril de 2015 pelo prefeito Fernando Haddad. Nos autos do documento, Haddad fez questão de salientar que nenhum estabelecimento precisa ter uma área própria para o aleitamento materno. “Todo estabelecimento localizado no Município de São Paulo deve permitir o aleitamento materno em seu interior, independentemente da existência de áreas segregadas para tal fim. Para fins desta lei, estabelecimento é um local, que pode ser fechado ou aberto, destinado à atividade de comércio, cultural, recreativa ou prestação de serviço público ou privado”, ressalta o documento.

proibir aleitamento materno em público gera multa

Dizer em que momento um bebê pode sentir fome sempre foi um absurdo para nós! (Na foto, a atriz Olivia Wilde posa para a revista Glamour!)

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Translactação: uma alternativa para as mães com dificuldades para amamentar

No começo deste mês, Fernanda Gentil compartilhou um texto sobre amamentação em seu Facebook. Nele, a apresentadora da Globo conta que seu leite secou, o que a fez se sentir culpada, e sobre a chegada da mamadeira na rotina do pequeno Gabriel, de dois meses. (o relato completo está aqui). Seu depoimento levantou um grande debate na internet, imagino que muitas de vocês tenham lido. Bom, eu li muuuuita coisa – algumas relevantes e outras nem tanto. Li sobre a pega correta (que já tinha ouvido, em uma palestra sobre o tema, não ser “óbvia” nem para a mãe nem para o bebê), sobre o trabalho de enfermeiras que auxiliam as mães nesse processo (que não necessariamente são encontradas na maternidade), entre outras coisas. Mas de tudo, o que achei mais interessante e uma verdadeira novidade para mim foi a translactação!

Com toda a minha ignorância sobre amamentação (apesar de já ter lido um bocado a respeito, ainda não tive a experiência), sempre achei que a mamadeira fosse o único destino para as mães que, por diversos motivos, não conseguissem amamentar seus filhos. Já sabia que a sucção do bebê induzia a produção de leite, mas não entendia até que ponto isso poderia ser poderoso! Por isso, achei que seria importante fazermos um post sobre a sonda de translactação. Encontramos uma mãe que fez uso dela e uma pediatra que explicou melhor o processo.

Para começar, vamos à definição: a sonda de translactação é um dispositivo que leva, através de um caninho, o leite de um recipiente ou seringa até o bebê enquanto ele mama o peito. Desta forma, o bebê continua a pegar o peito, mas consegue mamar tanto leite materno ordenhado, quanto fórmulas (quando necessário!). E é a sucção do bebê estimula a produção do leite materno, dispensando o uso da sonda depois de um tempo. Hoje existem kits próprios no mercado para a translactação, como o Sistema de Nutrição Suplementar ou relactador das marcas Medela e MamaTutti.

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À esquerda, a opção da Medela, e à direita, da MamaTutti

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A fisioterapeuta Thays Simões nos contou que enfrentou dificuldades no início da amamentação e que foi a sonda de translactação que a libertou da mamadeira.

Aqui ela divide conosco a sua experiência: “Tive muitos problemas para amamentar meu filho. Meus mamilos se machucaram muito logo nos primeiros dias e cada mamada era um sofrimento enorme para mim. No começo, tirava o leite do peito com uma bombinha elétrica e dava para o meu bebê em uma mamadeira. O problema foi que usando a mamadeira, o Bernardo não pegava mais o meu peito porque desacostumou, e foi ai que conheci a sonda de translactação. Eu fazia assim: tirava com uma bombinha o leite do seio que estava mais machucado, depois colocava meu bebê para mamar no outro seio e, com uma sondinha, fazia como se fosse um canudinho, que ia do leite que tinha acabado de tirar até a boquinha dele. Dessa maneira, ele mamava meus dois seios de uma vez só, fazendo menos esforço e aprendendo a pegar direitinho no seio para não me machucar mais. Para mim, foi a salvação da amamentação. Esse processo durou apenas três semanas e foi o responsável por eu ter conseguido levar a amamentação até o sétimo mês do meu filho. Ví a traslactação como a salvação para continuar amamentando.”

E o mais curioso, é que a Thays conheceu e fez o uso da sonda por conta própria. Segundo ela, uma prática comum dos médicos para “agilizar” esse processo de adequação é a entrada, ainda na maternidade, do uso de fórmulas e mamadeiras. Os médicos não me apoiaram e olhavam com cara de ‘logo ela vai desistir, isso dá muito trabalho’. Ouvia a todo momento para dar suplementos, tanto da obstetra quanto do pediatra. O apoio que tive foi da enfermeira do aleitamento materno, que me incentivou à translactação.”

Thays e Bernardo, hoje com quatro anos

Thays e Bernardo, hoje com quatro anos

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QUALQUER MÃE PODE USAR A SONDA?
“É recomendada para situações em que haja necessidade de estimular a produção de leite pela sucção do recém-nascido, seja nas mães de prematuros ou naquelas com produção insuficiente pelos mais diversos motivos. Também é recomendada para bebês que estão ganhando peso insuficiente por baixa produção materna e necessitam de complemento (podendo ser a fórmula infantil ou o leite materno) sem o uso de bicos artificiais. Outra situação bastante interessante é nos casos de mães adotivas. A translactação permite que essa mãe seja estimulada a produzir leite (junto a medicamentos), o que aumenta o vínculo mãe-bebê.”

ENTÃO UMA MÃE ADOTIVA PODE SE TORNAR UMA MÃE LACTANTE?
“Sim. Junto a medicações que estimulam a produção do leite, a sucção feita pelo bebê é capaz de permitir à mãe adotiva amamentar o seu filho.”

ESSE PROCEDIMENTO TEM ALGUM PREJUÍZO PARA O BEBÊ?
Não há prejuízos se for utilizado com critério. A translactação é um mecanismo de relactação, e deve ser utilizada com o propósito de promover a amamentação. Dessa forma, ela tem um prazo final, não sendo recomendada por períodos longos. Isto, porque o leite sai com maior facilidade pela sonda do que pelo mamilo, e se for utilizada por muito tempo, o bebê pode ‘desaprender’ a sugar o seio quando a sonda não for mais usada.”

E TEM ALGUMA CONTRAINDICAÇÃO? 
“Não é indicada em casos onde a amamentação já é desaconselhada, como mãe portadora do vírus HIV e em tratamento quimioterápico, por exemplo. Nesses casos, a translactação não impede que o bebê ingira o leite materno durante a sucção da sonda junto ao mamilo da mãe, expondo-o a situações de risco. Mães que possuem leite e não necessitam de maior estímulo para produção, a translactação também não é a melhor forma de se oferecer leite.”

E SEMPRE DÁ CERTO?
“Nem sempre. Em bebês com dificuldade de pegar o peito, a translactação por si só não fará a correção. Nesses casos, é interessante a ajuda do pediatra ou de algum profissional especialista em amamentação para que a mãe consiga posicionar o bebê adequadamente na mama, favorecendo uma pega correta e a sucção efetiva.”

E antes de encerrar nosso bate-papo, a dra. Paula aproveitou para desmentir um mito muito comum, e que Fernanda fala em seu relato: o da amamentação como algo banal e simples. “Amamentar não é intuitivo e nem fácil. Nas novelas e nos filmes vemos bebês mamando com a maior facilidade, mas a verdade é que amamentar envolve um processo de aprendizagem tanto da mãe quanto do bebê, além de diversos outros fatores nutricionais e emocionais. Mães que amamentam devem beber muita água, se alimentar adequadamente e descansar (sim, o sono é muito importante). Ainda na maternidade é importante buscar todo tipo de orientação para que esse processo seja mais tranquilo após a alta. E se houver dúvida, ela deve sempre consultar o pediatra e/ou algum profissional especialista em amamentação.”

Dra. Paula Woo Guglielmetti
Telefone: 3081-2928
Site: http://consultorioped.blogspot.com.br

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Não se prenda a horários! Respeite o apetite do bebê com a amamentação em livre demanda

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Quando me sugeriram para escrever esse post, entrei em pânico ao me lembrar da minha experiência com a amamentação. Sempre achei que por ter o conhecimento técnico e saber da importância dela, amamentaria com muita facilidade meu filho. Ledo engano, a teoria não se aplicou à prática devido a muitos fatores, entre eles, a pressão e a rigidez nos horários das mamadas.

Lembro-me como se fosse hoje. Cada pessoa que me visitava na maternidade dava um palpite ou tinha uma dica infalível. “Coma canjica com leite para aumentar o leite; Espere para amamentar, ainda não deu tempo dele sentir fome; Não dê muito colo, ele ficará mal acostumado; Não dê o peito toda hora, você ficará escrava dessa criança; O que você comeu para dar cólica nessa criança?”

Com certeza, algumas dessas frases você já deve ter ouvido na sua vida, o que colaborou ainda mais para te confundir. Mas, o que podemos fazer para que esse momento tão importante para construção do vínculo mãe-filho não seja tão traumático?

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Desmistificando a livre demanda

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o leite materno deve ser oferecido até os 6 meses como o titular da alimentação de um bebê. Depois, ele deve ser mantido, mas aliado com a introdução de novos alimentos, até que a criança complete 2 anos.

Há 17 anos, quando meu filho nasceu, se recomendava uma amamentação de 3 em 3 horas. Atualmente, a mais recente cartilha de pediatria publicada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) revisou antigas recomendações sobre cuidados com os bebês. Entre elas, a que talvez mais chame a atenção e seja libertadora para as mães, se refere aos horários da amamentação. Agora, a mãe é aconselhada a dar o peito sempre que seu filho solicitar. Ou seja, o bebê deve mamar quando e quanto quiser.

A livre demanda é mais do que o aleitamento materno sem horários rígidos, é permitir que mãe e filho tenham um ritmo próprio, de maneira que o bebê vá se autorregulando na alimentação e no sono. Isso não significa que a mãe precise oferecer o seio a cada chorinho do bebê. Embora não tenha nada de errado nisso, principalmente nas primeiras semanas, nas quais mãe e filho estão aprendendo se ajustar um ao outro.

Principais vantagens

Uma das principais vantagens da livre demanda se baseia na liberdade de horário na alimentação. Geralmente, o bebê que mama quando quer perde menos peso depois do nascimento, e estimula mais a produção de leite da mãe.

A mamada livre também previne a dor e o endurecimento da mama pelo leite congestionado, além de colaborar para conter a ansiedade do bebê. Quando a criança vai ao peito com muita fome e vontade, é comum que ela machuque o seio da mãe.

Além disso, o bebê, aos poucos, irá aprender a lidar com a saciedade, o que no futuro pode reduzir o risco de obesidade.

Importante salientar que a recomendação de alimentar o bebê em intervalos regulares de três horas é mais adequada aos casos em que a criança está sendo alimentada com fórmulas infantis – como leite de vaca modificado. Devido à composição e à difícil digestibilidade desses leites, o esvaziamento gástrico e a sensação de fome podem demorar mais.

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Com que frequência eu devo amamentar meu bebê?

A amamentação em livre demanda é o reflexo da dupla mãe-bebê. Infelizmente, não é possível quantificar o número de mamadas que um bebê faz no início de sua vida. Como não é ritmada logo após o nascimento, pode ser que ele mame em um dia, e menos em outro.

A frequência na amamentação varia de acordo com as necessidades do bebê. Pouco a pouco, ao longo dos primeiros meses, mãe e filho irão imprimir um ritmo próprio e natural que leve em consideração não só as necessidades do bebê, como a da mãe também.

O mais importante nesse processo é que a mãe reconheça os sinais de fome e aprenda a diferenciá-los de outros tipos de choro.

Vou me tornar escrava dessa situação?

Algumas mães entendem, ou sentem, a livre demanda como uma escravidão, já que estar à disposição fisicamente, e ser constantemente solicitada pelo bebê, é desafiador para qualquer uma de nós.

No entanto, se por ventura você tiver este tipo de sentimento, tente desenvolver um novo olhar. A livre demanda nos permite a maior das liberdades: a liberdade de decidir.

O relógio acaba sendo mais escravizante do que você pensa. Tentar controlar os horários nos dá uma falsa sensação de saber o que fazer. No entanto, elepode nos levar a pôr a perder a naturalidade da livre demanda e a auto-regulação.

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Não desista!!! Persista!!!

Diferentemente do que se idealiza, muitas vezes, as mulheres se deparam com alguns desafios que podem desestimular a amamentação. O bico dos seios racham e doem no começo, existe o cansaço físico e emocional da mãe e, principalmente, o peso da cobrança da sociedade e da família. Mesmo com tantos motivos para desistir, ainda sim, há inúmeros motivos para persistir.

Para começar, os benefícios para a saúde do bebê, já que o leite materno carrega nutrientes e garante os anticorpos essenciais de que ele precisa. A proximidade e o aconchego no momento da mamada reforçam o vínculo entre mãe e bebê. Sem contar no empurrãozinho que a amamentação proporciona na recuperação da forma da mulher depois do parto.

Lembre-se, seu filho precisa de você, e você em livre demanda. Permita-se ser sugada, amamente sem reservas.

Agora, regras, comparações e manuais não importam. O que vale nessa fase é a sua tranquilidade e ter seu bebê bem aconchegado no peito.

Heloísa Tavares é nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em pediatria clínica pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP, graduada em pedagogia na Faculdade de Educação da USP e atua há mais de 10 anos em consultório junto à Clínica Len de Pediatria. Contato: helotavares@terra.com.br.
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Teste da Linguinha é obrigatório na maternidade

Desde o fim de 2014, um novo teste chegou às maternidades para dividir as atenções com o já consagrado Teste do Pezinho. Com o nome de Teste da Linguinha, a ideia do diagnístico é conferir se o bebê tem língua presa.

É comum algumas mães acharem que o bebê não gosta do seu leite ou que o seu “leite é fraco” (coisa que não existe!) quando, na verdade, o que ocorre é uma dificuldade do bebê na sucção! Além da dificuldade na amamentação e, muitas vezes, o desmame precoce, futuramente a língua presa afeta a mastigação e a fala da criança.

Desde o início de 2015, o exame é obrigatório, ou seja, não deixem passar. Para ajudar as futuras mamães, fizemos um guia básico de entendimento. Espero que gostem, afinal, com a saúde dos pequenos não se pode brincar!

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(Foto: Divulgação/ABRAMO)

O que é?

O Teste da Linguinha nada mais é que a observação do frênulo (membrana que fica abaixo da língua, que “segura” a mesma ao maxilar) por um especialista/fonoaudiólogo durante as primeiras amamentações. Não dói nada, podem ficar tranquilas. O protocolo do exame é composto pela avaliação anatomofuncional e pela avaliação da sucção não-nutritiva e nutritiva

Quando deve ser feito?

Na triagem neonatal (nas primeiras 48 horas de vida do bebê), é realizada apenas a avaliação anatomofuncional, que detecta os casos mais sérios de língua presa. Para estes, é possível que o médico indique a micro-cirurgia ainda na maternidade. Nos casos em que há dúvida, o bebê deve ser encaminhado para um reteste com 30 dias de vida.

E se a maternidade não realizar o teste? 

Comunique o seu pediatra – o quanto antes. Ele deverá encaminhar para os locais que estejam preparados para realizar o teste.

Quais os riscos de se ter a língua presa?

Se corrigido no tempo certo, não há risco algum. Porém, se isso não acontecer, seu bebê pode ter problemas de amamentação, o que dificultará o ganho de peso e, consequentemente, seu desenvolvimento natural. E a longo prazo, pense que é um processo de traumas: bebês com dificuldades de amamentação → perda de peso → desmame precoce → crianças com dificuldade de mastigação → adolescentes com dificuldades para beijar → adultos com distorções na fala e com problemas de relacionamentos sociais e comunicativos.

Como se corrige?

Dependendo do grau (há níveis de língua presa), o odontólogo ou o médico escolherá o procedimento mais indicado. Nos casos mais simples (e comuns),  faz-se um corte bem simples e pequeno (um pique) no frêmulo para “soltar” a língua. Se vai doer? Não! Pense duas coisas nesse momento: seu bebê ficará bem e a cicatrização é igual, ou até mais rápida, que se você tivesse machucado a boca.

É comum ter crianças com língua presa?

Ainda não se pode dizer em números quantas crianças são atingidas, porém, uma pesquisa da Universidade de Cincinnati, EUA, publicada em 2002, constatou que cerca de 16% dos bebês com dificuldades com a amamentação tinham a língua presa. Já em 2004, o Hospital Geral de Southampton, Reino Unido, chegou ao número de 10% dos bebês nascidos por lá. No Brasil, temos a ABRAMO (Associação Brasileira de Motricidade Orofacial) à frente do assunto.

Fonte: Cartilha do Teste da Linguinha (nela, vocês encontram mais informações a respeito!) e ABRAMO

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