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A amamentação depois do primeiro mês

O Luis Felipe já está com 7 meses. Que loucura! O primeiro mês, sobre o qual falei neste post aqui, foi tão intenso que parecia não ter fim… no entanto, tenho a impressão de que pisquei os olhos e 6 meses se passaram! Por aqui, continuamos exclusivamente no leite materno, então pensei de fazer esse post para contar um pouco sobre como tem sido a amamentação depois do primeiro mês.

Rotina de amamentação e Livre demanda

Como comentei no vídeo sobre Livre demanda x Rotina, estabeleci uma rotina “flexível” de mamadas 3h em 3h. Me baseava nesse intervalo para poder organizar meu dia, para trabalhar e para eventuais (e raras) saídas de casa. A partir do quarto mês, o pediatra disse que já poderia estender para 4h em 4h, mas eu achava que de 3h em 3h estava funcionando tão bem, que resolvi não mudar totalmente. Quando dava 3 horas desde a última mamada, começava a observar – se ele não desse sinais de fome ou estivesse cochilando, tudo bem, esperava mais um pouquinho para oferecer o peito, caso contrário, não esperava… Esse esquema funcionou bem para nós dois. Ele sempre fez mamadas efetivas, ganhou (bastante!) peso e eu pude voltar a ter um pouco de vida própria.

Quando ele fez 5 meses, estávamos com um probleminha de muitos despertares à noite e fui reler os livros de sono que tinha aqui em casa (“A encatadora de bebês” e “12 horas de sono com 12 semanas de vida”). Ambos recomendam veementemente mudar a rotina de amamentação para intervalos de 4 horas. Como o pediatra também era a favor disso, resolvi tentar. Porém, o problema do sono não foi resolvido, achava que ele não estava mamando o suficiente durante o dia e, ao fim do quinto mês, vi que ele ganhou menos peso do que nos meses anteriores (porque mamou menos? porque estava acordando muito e isso atrapalhou seu crescimento? porque é normal? não sei…). Enfim, não vi vantagem… rs

Daí, quando o Luis Felipe completou 6 meses, iniciamos a introdução alimentar e não consegui mais manter uma rotina de mamadas tão certinha. Ele tem os horários para comer, mas as mamadas não são todas fixas, como antes, porque às vezes mama mais, às vezes mama menos, às vezes não quer mamar… Agora, diria que estou mais pra livre demanda.

Mamada na madrugada

Desde o terceiro mês, o Luis Felipe passou a fazer uma mamada na madrugada. Ele mama por volta das 18h30, dorme e acorda por volta das 2h para uma mamada. Nunca fizemos a “mamada dos sonhos” (que costuma ser entre 22h e 23h) , porque não tinha coragem de acordá-lo… e de apenas um despertar na madrugada eu dava conta.

No quinto mês, quando as coisas “desandaram”, ele começou a despertar mais vezes (chegou a acordar de hora em hora!) e eu, consequentemente, amamentei mais vezes para tentar fazer com que dormisse (eu sei, eu sei, não é o ideal… mas uma mãe exausta na madrugada usa todas as suas armas! rs).

Felizmente, essa fase passou. No sexto mês, ele voltou a acordar somente uma vez na madrugada. Agora, estou com ajuda de uma consultora de sono para ver se consigo eliminar essa mamada de maneira gentil. Em termos de capacidade gástrica, sei que ele pode ficar sem mamar na madrugada. É mais uma questão de hábito. Já conseguimos adiar o horário dessa mamada e, em algumas noites, ele dormiu direto. Ao que tudo indica, estamos tendo sucesso.

Bomba de leite

Se não estivesse fazendo home office (o lado bom da pandemia), sinceramente, não sei se teria conseguido amamentar por tanto tempo. Normalmente, trabalho por longas horas no escritório e temos muitos eventos à noite… não sei como teria feito. Estando em casa, não precisei tirar leite no dia-a-dia. Foram apenas duas vezes, quando tive compromissos fora de São Paulo. E não me dei tão bem com a bomba.

Comprei uma bomba de leite elétrica da Medela de uma amiga. Por ser dupla, é de fato bastante prática. Assisti a alguns vídeos no YouTube para ver como faz para tirar o leite, mas, provavelmente, fiz algo errado. Ou talvez o bocal não seja do tamanho ideal para mim… O que sei é que meus mamilos ficaram com algumas partes roxas. Eu até tinha planos de tentar estocar leite para o futuro (para quando meu peito secasse), mas desisti. Quando meu leite secar, acabou.

Bebê inquieto durante a amamentação

Com 4 meses, o Luis Felipe começou a ficar muito agitado durante algumas mamadas. Ele chegava a largar o peito, berrar e depois voltar a mamar, largar, berrar, mamar, largar, berrar, mamar. Achei esse comportamento bem estranho! Cheguei a comentar sobre isso nos Stories (@constancezahn_babies) e algumas mães inclusive me questionaram se não seria alergia à proteína do leite de vaca, APLV (parece que um dos sintomas é a recusa do bebê ao peito – se você estiver passando por isso, assista a esse vídeo aqui).

Bom, no meu caso não era alergia. Percebi que duas coisas estavam acontecendo:

1) ele se distraia mais durante a amamentação – com as nossas cachorras, com alguém que entrasse no quarto para falar comigo, com algum barulho da casa… e tudo parecia mais interessante que o peito. A minha consultora de amamentação indicou comprar um colar de amamentação (que nada mais é que um grande colar de contas), o bebê fica focado em mexer no colar e mama melhor. Acabei não comprando, mas passei a amamentar no quarto com ele sozinha, sempre;

2) os ciclos de largar peito-berrar-mamar aconteciam na mamada antes de dormir, quando ele estava muito cansado. A princípio, sem entender o motivo daquela reação dele, comecei a amamentá-lo em pé, ninando-o. Depois que entendi, passei a amamentar um pouco mais cedo e, aí sim, o problema foi resolvido. Percebi que o cansaço deixa ele muito nervoso, até para mamar.

Hoje, com  7 meses, ele está ainda mais atento ao ambiente. Reconhece os passos das cachorrinhas se aproximando do quarto dele, o interfone que toca ao fundo, a campainha de casa… tudo vira distração. E como não se alimenta mais só de leite, durante o dia não tem mais aquela fome de leão de antes, então pára de mamar mais rapidamente quando se distrai.

Candidíase mamária

Encerrei o post sobre o primeiro mês de amamentação comentando en passant sobre a candidíase mamária que tive. Disse que ela era persistente – e era mesmo! Consegui tratá-la após uma troca de mensagens com uma seguidora que leu meu post e me orientou a procurar outro médico. Assim como aconteceu com ela, o tratamento que fiz inicialmente foi fraco demais. No fim das contas, acabei descobrindo que, muitas vezes, um dermatologista cuida melhor de candidíase mamária que um ginecologista.

Enfim, mas como a minha candidíase mamária era persistente, quando o Luis Felipe estava com uns 5 meses, a fofa voltou. Foi a terceira vez! Percebemos porque o Luis Felipe teve sapinho de novo… E lá fui eu fazer meu tratamento de choque (com remédio prescrito!) novamente. No meu caso, a candidíase mamária não chegou a atrapalhar a amamentação, mas sentia algumas pontadas incômodas nos seios

Mordidas

Sempre temi as mordidas! Sei que às vezes elas causam feridas e não queria ter um flashback das feridas do primeiro mês! Os dois dentinhos de baixo do Luis Felipe nasceram quando ele estava com 5 meses e meio. No início, não tivemos nenhuma ocorrência. Mas depois que ele passou a comer, e ter menos apetite para o leite, ficou mais “brincalhão” também e aí resolveu dar suas dentadas. Foram poucas vezes, mas quando aconteceu, disse que doía, que me machucava. Ele me olhava e parava.

De todo modo, percebi que a mordida vinha quando ele já não queria mais mamar e achava que estava na hora de brincar com o peito. Como dá para perceber quando ele está prestes a dar um nhac, passei a colocar meu dedo na boca dele, entre as gengivas, para evitar mordidas. E agora fico bem mais atenta ao comportamento dele: parou de mamar efetivamente, peito recolhido! Por sorte, as mordidas não chegaram a ferir.

Manias do bebê

O Luis Felipe sempre teve algumas manias enquanto mamava. No começo, colocava sempre uma mão no meu soutien e a outra acariciava meu braço. Depois, começou a beliscar meu braço. Quando cresceu e seu pé alcançou a almofada, ficava passando o pé nela, meio que sentindo a textura… Mais tarde, começou a mexer e puxar a orelha. Até que, por volta dos 5 meses, ele começou a se bater enquanto mamava – eram socos mesmo com a mãozinha na própria cabeça! Aí fiquei preocupada!! Pensei que pudesse ser algum tipo de transtorno (não me julguem, não sabia o que pensar…).

Conversei com a Natália Rodrigues (minha consultora de amamentação) e ela explicou que é comum os bebês desenvolverem manias ao mamar. Dar socos pode ser uma delas, por mais curioso que isso possa parecer. Mas de tanto que impedi protegendo a cabeça dele, em dado momento, ele parou de se socar. A mania da vez é dar uns tapinhas no meu braço. Vamos ver qual será a próxima! rs

Ingestão de água

Apesar de o pediatra ter liberado a ingestão de água desde o quarto mês, preferi manter só leite materno mesmo, aumentando as mamadas em dias mais quentes. Meu medo era que ele passasse a mamar menos – por confusão de bico, confusão de fluxo, por matar a sede e enganar a fome… Só comecei a dar água a partir da introdução alimentar.

Produção de leite reduzida

Depois da introdução alimentar, minha produção de leite diminuiu bastante, já que a demanda dele também diminuiu. Meus peitos demoraram um pouco para se ajustar à nova demanda. Ficaram empedrados algumas vezes, o que resolvi colocando ele para mamar.

Acontece que agora ele tem menos paciência para sugar e como o seio esquerdo já produzia menos (imagino que devia sair menos leite dele), o Luis Felipe meio que desistiu de mamar nele. Hoje, ele só mama no seio esquerdo quando está muito sonolento. Caso contrário, se irrita e larga. Isso significa que meus seios estão assimétricos? Significa.

Até conversei com a Natália Rodrigues (sempre recorro a ela! rs) sobre aumentar a produção do seio esquerdo com a bomba elétrica, seguindo um protocolo de bombeamento específico para isso que ela me passou. Mas como não me dei com a bomba e como fiquei com medo de aumentar a produção e ele não mamar e, consequentemente, ganhar uma mastite de brinde, desisti da ideia.

Quando a amamentação se tornou prazerosa

Sei que existe uma cobrança enorme por parte das mães (e por parte de terceiros) em relação à amamentação. E, entre outras coisas, isso pode gerar muitas frustrações quando a mãe não gosta de amamentar. Eu, sinceramente, nunca havia imaginado que fosse gostar, não sonhava com esse momento…

No fim do meu relato anterior, contei que uma amiga havia me perguntado se eu já estava gostando de amamentar, porque ela não estava. Ela teve uma série de problemas (entre eles, mastites recorrentes), e apesar de as minhas dificuldades não serem tão grandes quanto as dela, naquela época eu ainda não podia afirmar que estava gostando de amamentar. Gostava de ficar com ele no meu colo, da troca de olhares, da mãozinha dele em mim… mas isso eu também poderia ter com uma mamadeira em mãos. Com as feridas saradas, não diria que estava sendo um sofrimento amamentar (longe disso – até porque se fosse um sofrimento, teria parado), mas tampouco diria que estava amando.

Quando o Luis Felipe estava completando 3 meses, passei a curtir mais a amamentação. Posso dizer que é um momento prazeroso mesmo para mim. E agora, mais perto do fim dessa fase, sinto que passou rápido e que ficarei com saudades.

Até quando ele vai mamar?

Não sei. A princípio, a minha meta era 3 meses. Quando atingi a meta, dobrei. rs E não fiz uma nova meta porque, para mim, depois de 6 meses de amamentação exclusiva, todo mês a mais é lucro. Vejo muitas vantagens na amamentação – em termos de saúde pra ele, principalmente, pelos meus anticorpos que passam pelo leite; em termos de praticidade pra mim, principalmente, por não ter que preparar mamadeiras. Se eu tiver leite até ele completar um ano, ficarei muito feliz. Vamos ver…

 

MãesAmamentaçãoDe Mãe Para Mãe

Alimentação da mãe durante a amamentação, cólicas e alergia à proteína do leite de vaca

No quinto e último episódio do nosso Especial Amamentação, conversei com a consultora Natália Rodrigues, da Maternamente Consultoria, sobre a alimentação da mãe durante a amamentação, as temidas cólicas do bebê e as possíveis alergias – em especial, a alergia à proteína do leite de vaca.

Abordamos os mitos sobre alimentos x produção de leite, como deve ser a dieta da lactante, o que podemos ou não comer, e o que causa de fato as cólicas (se é que devemos chamá-las assim) nos bebês. Sobre a alergia à proteína do leite de vaca, este foi um tema sobre o qual muitas mães me mandaram DMs no Instagram (@babies_cz) e fiquei impressionada com a quantidade de bebês APLV. Por isso, queria que a Natália explicasse quais são os primeiros sinais de alergia à proteína do leite de vaca e o que as mães devem fazer em caso de suspeita.

https://www.instagram.com/tv/CEzcLeChoE8/?utm_source=ig_web_copy_link

Por fim, espero que tenham gostado dessa série especial de vídeos, que foi feita com muito carinho! Como disse tantas vezes nos Stories, acredito que ter informação pode ajudar – e muito – as mães que desejam amamentar. Não são poucos os desafios ao longo do caminho. Mas há coisas que podemos evitar; em outros casos, ajuda saber que vão passar. O começo costuma ser meio turbulento, mas, depois, fica muito bom! Quando me falavam isso nos primeiros dias eu nem conseguia imaginar…! rs Amamentação é um aprendizado, tanto para o bebê quanto para a mãe. E por isso mesmo, continuaremos falando do assunto por aqui. Porque sempre tem novas coisas para a gente aprender!

Se você ainda não viu os outros episódios do Especial Amamentação, seguem os links:

Ep. 1 – Dicas gerais
Ep. 2 – Apojadura e pega
Ep. 3 – Livre demanda x Rotina
Ep. 4 – Feridas, mastite, candidíase mamária, etc

MãesAmamentação

Tudo o que você precisa saber sobre apojadura e pega

Está no ar o segundo episódio do Especial Amamentação (quem não viu o primeiro vídeo com dicas gerais sobre amamentação, está neste link!). E neste segundo bate-papo com a consultora de amamentação Natália Rodrigues, da Maternamente Consultoria, falamos sobre apojadura e pega. 

A apojadura é a descida do leite, que ocorre alguns dias após o parto. É uma fase, digamos, complicada. Os seios ficam muito inchados, dificultando a amamentação e ainda há risco de que o leite empedre, o que pode levar à obstrução de dutos ou até mesmo a uma mastite. Para evitar esses problemas, Natália deu dicas preciosas no vídeo, explicando os cuidados que a mãe deve ter na apojadura.

E a pega, que é a maneira como o bebê suga, é o ponto principal para se ter uma amamentação de sucesso. Falamos sobre como posicionar o bebê, como identificar se ele está fazendo a pega correta ou não, o que é sucção nutritiva e sucção não-nutritiva, as feridas causadas pela pega errada, entre outras coisas.

Enfim, são dois temas muito importantes na amamentação! Espero que gostem! E, caso tenham ainda alguma dúvida sobre apojadura e pega que não tenha sido esclarecida no vídeo, deixem aqui no post ou lá no Instagram (@babies_cz).

https://www.instagram.com/tv/CDzYhGYDDD1/

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Leia mais: 8 dicas sobre amamentação

Veja também: Os desafios da amamentação no primeiro mês

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8 coisas sobre amamentação que você precisa saber

Após sancionada a lei pela Presidência da República, no dia 12 de abril de 2017, Agosto passou a ser o mês do aleitamento materno, um mês inteirinho pró-amamentação. Portanto, uma das intenções do projeto “Agosto Dourado” é intensificar ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno. Eu já fiz um post aqui no site com a minha experiência sobre os desafios da amamentação no primeiro mês. Porém, o tema é muito amplo e assuntos não faltam. Por isso, hoje começo o “Especial Amamentação” no iGTV (@babies_cz), uma série de vídeos com a consultora de amamentação Natália Rodrigues, da Maternamente Consultoria, que foi meu anjo da guarda neste comecinho. Espero que vocês gostem, e deixem aqui no post ou lá no Instagram (@babies_cz) suas dúvidas e sugestões para os próximos vídeos.

Mas antes do vídeo, vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde (MS), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Academia Americana de Pediatria (AAP) preconizam o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e complementado até os 2 anos ou mais.

TEMAS SOBRE AMAMENTAÇÃO

Tem que assistir ao vídeo, mas para facilitar, neste primeiro episódio são dicas gerais, por exemplo, Tomar sol e passar bucha no bico do peito são boas técnicas de preparo durante a gestação?; Como é a pega correta na amamentação?; O que fazer quando não tem bico para amamentar?; Golden hour: O que é hora dourada no parto?; Como é bom amamentar?; Concha e bico de silicone funcionam?; Laserterapia é a solução para lesões na amamentação?; “Você dá só o peito?” – Será que tem algum erro com isso?

Aperte play!

https://www.instagram.com/p/CDeOprPjGuR/

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Leia mais: Os desafios da amamentação no primeiro mês

Veja também: Será que meu leite é fraco?

MãesAmamentação

Os desafios da amamentação no primeiro mês

A maior preocupação que surgiu no fim da gravidez foi em relação à amamentação. Afinal, quando dá certo, amamentar é basicamente o que a gente mais faz depois que o bebê nasce… E ao longo dos anos, lendo sobre maternidade para o blog, aprendi que a amamentação está bem longe de ser um mar de rosas! Pelo menos no início.

Não são raros os relatos de fissuras, dores que fazem as mães “ver estrelas” ao amamentar, empedramentos, mastites, entre outras coisas. Por tudo isso, queria me preparar e, se possível, evitar os contratempos.

Li e assisti muita coisa… mas mesmo achando que estava “teoricamente” preparada, encontrei alguns desafios. O primeiro mês é importante para que a amamentação dê certo, só que esse começo pode ser bem difícil. Claro que para cada mulher é diferente, cada uma encontra suas dificuldades (apesar de haver umas sortudas que tiram de letra desde o início). Aqui, vou contar como foi comigo e espero assim ajudar de alguma maneira as lactantes.

ANTES DO PARTO

Antes do parto, não tem muito o que fazer a não ser se informar e “preparar o peito”.

Destaco dois vídeos que considero bons para preparar as futuras mães:

Neste, dá para ver bem como posicionar o bebê de duas maneiras, como o bebê deve fazer a pega (“chin first” grudou na minha cabeça!rs) e, super importante (!!!), como tirar o bebê do peito: 

Já neste vídeo da Juliana Goes, a consultora de amamentação, Sandra Abreu, dá boas dicas, como: fazer o “shake“, usar a rosquinha, ordenhar o peito antes de oferecê-lo ao bebê, entre outras coisas…

Sobre “preparar o peito”, a primeira recomendação que recebi foi de passar bucha nos mamilos durante o banho (há quem diga que não é necessário) e tomar sol neles. Passei bucha (vegetal) religiosamente, mas não consegui tomar sol…

NA MATERNIDADE

Já ouviram falar da golden hour ou hora de ouro? É o termo usado para a primeira hora de vida do bebê, em que há a oportunidade – de ouro – de ficar com o bebê pele a pele, o que é muito bom tanto para ele quanto para a mãe. Vou deixar aqui o link de uma matéria que explica tudo direitinho. Mas falando especificamente do tema do post, a golden hour traz benefícios para a amamentação, porque quando o bebê mama nesse momento (vale até se ele não conseguir sugar), libera-se na mãe a prolactina, o hormônio responsável pela produção de leite. Depois do parto, os níveis desse hormônio caem bastante e, após a hora de ouro, o bebê fica muito sonolento para mamar. Por isso, esse primeiro contato com o peito contribui para o sucesso da amamentação mais tarde. Sabendo disso, fazia questão de ter a golden hour – mesmo para quem faz cesárea é possível. E na sala de parto mesmo, o Luis Felipe já mamou um pouquinho.

Depois, no quarto, é uma outra história. Uma amiga tinha me contado que a experiência dela em relação à amamentação na maternidade havia sido confusa, pois cada enfermeira dava orientações diferentes. E comigo foi exatamente assim!

Brincando de expectativa x realidade, como eu pensei que fosse ser na maternidade: a enfermeira viria, me ajudaria a colocar o bebê no peito, ficaria ao meu lado vendo se eu estava fazendo direitinho, se o bebê estava mamando, me mostraria como devo fazer para ele arrotar… e na mamada seguinte, a mesma coisa. Ou seja, pensei que houvesse um acompanhamento, nem que fosse só no primeiro dia. A realidade: uma enfermeira veio, me ajudou a colocar ele no peito e saiu do quarto. Depois de um tempinho, o bebê largava o peito, eu não sabia colocar ele corretamente no peito outra vez porque ele era molinho e ficava se mexendo muito, eu não conseguia “manejar” ele direito… logo, o bebê fazia a pega errada, eu não sabia por quanto tempo deveria deixá-lo mamando, ele dormia no peito, “chupetava” ao invés de mamar (o que machuca o mamilo). Depois vinha outra enfermeira, falava para eu colocar ele no peito de uma maneira diferente… mas também saia do quarto e os desdobramentos eram iguais. Isso se repetiu algumas vezes, até que resolvi reassistir ao primeiro vídeo que coloquei aqui no post. Pensei, “vou seguir esse tutorial!”. E quando fui tentar reproduzir um posicionamento do bebê, veio uma enfermeira e disse que aquela posição estava errada… meu Deus!

Me senti 1) “desamparada” e 2) confusa com orientações diferentes. E o resultado disso foi que voltei para casa já com feridas no peito – coisa que eu imaginava que só aconteceria alguns dias depois. Afinal, foram apenas 48 horas na maternidade!

A pior das feridas, que levou pouco mais de um mês para cicatrizar, poderia ter sido facilmente evitada. Como falei acima, o primeiro vídeo mostra como tirar o bebê do peito, o que é super importante! Como isso pode ser feito? Colocando o nosso dedo mindinho no canto da boquinha deles para “desplugar” o bico. Eu sabia disso, tinha visto no vídeo! Acontece que fui para a maternidade com as unhas lindamente feitas… e longas! Não pensei nisso na véspera, não lixei a unha… e, na hora H, não quis colocar o dedinho na boca dele por medo de machucar a gengiva. O que eu não imaginava era o tamanho do estrago que isso faria no meu peito! Se eu soubesse que puxar o peito da boca dele enquanto ele estava “mordendo” fosse causar a ferida que tive, teria arranjado uma lixa lá mesmo! E por que essa ferida foi tão chata? Porque foi na junção entre o mamilo e a aréola e, nessa localização, temos menos “recursos” para ajudar na cicatrização. As demais feridas, bem na ponta do mamilo, foram mais tranquilas.

Por conta do Coronavírus, a maternidade proibiu visitas. Ficamos apenas meu marido e eu no quarto todo o tempo. Por um lado, senti falta da minha mãe e de uma ou duas amigas-mães que poderiam ter me ajudado… mas, por outro, fiquei pensando em todo o sufoco de tentar amamentar + o cansaço + a indisposição por conta da dor da cesárea e concluí que foi melhor assim, sem ter que “fazer sala” para um monte de gente. Foi um momento de descoberta recíproca, entre meu filho e eu, e tive tranquilidade e privacidade para isso.

EM CASA

A primeira semana foi bem difícil. Porque o recém-nascido dorme muito e o Luis Felipe dormia enquanto mamava, o que prolongava demais o processo de amamentar. Vocês sabem que quando dizem que temos que amamentar de 2 em 2 horas ou de 3 em 3 horas (dependendo do bebê), isso é contado a partir do início da mamada? Então, aqui era assim: até ele mamar nos dois seios dava quase 1h30, daí para arrotar era mais de meia hora porque ele dormia no meu ombro, depois ia trocar a fralda, e aí já era hora de mamar de novo!! E aquela história da mãe descansar enquanto o bebê tira uma soneca?? Na primeira semana, foi praticamente impossível! Fiquei exausta, chorosa, minha imunidade caiu… e ainda estava com bastante dor (ou sensibilidade aguda) da cesárea, pernas inchadas… Coloquei como meta aguentar até o fim desses primeiros 7 dias, depois os próximos 7, até que as coisas foram melhorando, semana a semana. Na quarta semana, eu diria que a amamentação já estava acontecendo sem grandes problemas.

Pensei em contar sobre as experiências por tópicos:

CONSULTORA DE AMAMENTAÇÃO

Há quem não precise, mas, para mim, ter a ajuda de uma consultora de amamentação foi fun-da-men-tal! Minha amiga Thais Senna (que vocês devem conhecer, do @vamosreceber) me indicou a Natália, da Maternamente Consultoria, que foi um anjo na minha vida! rs

Combinei com ela de fazer uma consulta assim que viesse a apojadura (= quando o leite de verdade desce, antes é só colostro). O que eu não sabia é que a apojadura viria tão rápido. Dei à luz na quinta-feira, vim para casa no sábado. Pelo que li por aí, imaginei que a apojadura fosse demorar alguns dias ainda por ter feito cesárea. Mas no sábado à noite, meus seios já estavam e-nor-mes e muuuito rígidos, fiquei até assustada!  Domingo de manhã, a consultora de amamentação veio em casa para me salvar! rs Porque além de explicar tudo, ela me acompanhou enquanto eu amamentava e corrigiu quando necessário, falou sobre os cuidados com as mamas e o que não se deve fazer (por exemplo, ela desaconselha o uso de concha, absorventes para os seios, entre outras coisas – mas ainda farei um post a respeito), sobre reações do bebê… enfim, foi uma orientação bem completa. Depois, tive mais duas consultas presenciais para fazer sessões de laser nas feridas, mas ela aproveitou os encontros para checar a maneira como eu estava amamentando e corrigiu algumas coisinhas.

A PEGA

A pega é o X da questão na amamentação. Se não acertamos a pega, o bebê não suga direito (e não se alimenta), logo a mãe não produz leite e ainda machuca o peito. Ou seja, tem que acertar! E para que isso aconteça, é preciso que o bebê abra bem a boca para abocanhar o bico + aréola, e depois fazer a famosa boca de peixinho. O “sanduíche” (amassar o peito como mostrado no segundo vídeo acima) ajuda. Quando a mama está muito inchada, o bico fica duro e é mais difícil para o bebê pegar, e para facilitar, é bom fazer o “shake” (também no segundo vídeo) e ordenhar manualmente – o bico logo amolece.

Para mim, o mais difícil era colocar ele no peito – a cabecinha ficava se mexendo, ele colocava as mãos na frente, não abria a boca… Nas primeiras semanas, precisei de ajuda – uma pessoa segurava os bracinhos dele, enquanto eu pegava na cabecinha para posicionar corretamente. Às vezes, parecia que ele estava com um bocão bem aberto, mas quando pegava mesmo o peito via que estava médio. Aí, tinha que tirar ele do peito e colocar novamente. Assim que ele abocanhava, sentia dor, mas melhorava quando ele começava a mamar de fato.

FERIDAS & CUIDADOS COM A MAMA

Como disse antes, já cheguei em casa com feridas nos dois peitos. Nas consultas com a consultora de amamentação, fizemos sessões de laser. Mas também tive que ter alguns cuidados para ajudar na cicatrização, como tomar 15 minutos de sol nos peitos todos dos dias, passar o próprio leite nas feridas e também um gel para as casquinhas.

Um dia, tive a (não tão) brilhante ideia de passar a pomada de lanolina e foi uma catástrofe! Não sabia que ela devia ser passada apenas em cima da ferida e numa quantidade mínima… pensei “vou passar logo no bico todo para sarar as feridas e prevenir futuras”. O resultado? O bico ficou escorregadio, o Luis Felipe teve mais dificuldade de sugar e machucou ainda mais.

Em alguns momentos, por conta da dor, tentei usar apetrechos. Primeiro, foi o bico de silicone. Não funcionou para mim (ao contrário do que aconteceu com amigas), pois a fricção das feridas no silicone também foi dolorosa… e dor por dor, preferi a de amamentar sem nada. Depois, tentei tirar o leite com a bomba para dar um descanso aos mamilos machucados. Fiquei com medo de dar o leite no copinho e o Luis Felipe engasgar, então a consultora de indicou a colher dosadora (que parece uma mamadeira com uma colher na ponta). Mas também achei aflitivo porque parecia que ele ia engasgar… e desisti.

Um susto que tomei na segunda semana foi ao entrar no quarto do Luis Felipe e ver a fraldinha de boca, a blusa da enfermeira, a roupinha dele, tudo ensanguentado. A quantidade de sangue era bem assustadora, parecia que ele tinha tido uma hemorragia! Mandei fotos para a pediatra, ao que ela respondeu: “Ele deve ter engolido sangue do seu peito. Você reparou se sangrou quando amamentou?”. De fato, era meu sangue misturado no regurgito. Não tinha visto sangue no meu peito, mas reparei em mamadas seguintes que, de vez em quanto saía, sim. Por essa eu não esperava! rs

Na terceira semana, as feridas da ponta do bico estavam cicatrizadas. Só faltou aquela grande, entre bico e aréola, que demorou pouco mais de um mês. Na quarta semana, comecei a passar nela a pomada alemã Garmastan e experimentei colocar o Luis Felipe para mamar na posição cavalinho (para que a gengiva dele não pegasse bem no local da ferida). Aliás, variar a posição da mamada a cada vez ajuda a não machucar tanto… por isso, deixo aqui o link para um post que mostra 6 posições de amamentação.

E agora, passado o primeiro mês, os cuidados no dia-a-dia são basicamente: tomar sol, evitar banho super quente (porque os vasos dilatam e aumenta a produção de leite, o que pode levar ao empedramento), e deixá-los ao ar livre sempre que possível (para não dar fungos).

BEBÊ DORMINHOCO x MAMADA EFETIVA 

Minha pediatra orientou a amamentar de 2 em 2 horas ou de 3 em 3 horas, dependendo da fome do Luis Felipe. Na primeira semana, tive que despertá-lo (com uma dor no coração gigante!) algumas vezes porque, se deixasse, ele dormiria mais que 4 horas seguidas e corria o risco de ficar com hipoglicemia. Na maternidade, ele teve hipoglicemia uma vez e teve que tomar fórmula (graças a Deus foi só uma vez), não queria que isso se repetisse. Depois, com o bom ganho de peso, a pediatra liberou alguns intervalos mais longos, caso ele quisesse dormir mais.

Nosso objetivo deve ser uma mamada efetiva – ou seja, bebê sugando e engolindo, e não apenas “chupetando”. Já ouviu falar que não existe leite materno fraco? É verdade, não existe leite fraco, o que existe é bebê que não está mamando direito (por n motivos). E para se certificar de que ele está mamando de fato, repare se o maxilar está se mexendo (dá para ver o movimento abaixo da orelha) ou se ele está fazendo barulhinho de engolir (que é diferente de estalo – estalinho é quando está entrando ar na sucção). Para garantir uma mamada efetiva do meu bebê dorminhoco, tinha que despir um pouco ele (aquecidinhos, eles dormem mais), apertar a mãozinha, a perninha, as bochechas… a consultora também me orientou a espremer bem o peito para que saísse mais leite. Além disso,  passei a colocar para arrotar e trocar a fralda entre um peito e outro (ao fim dos dois, colocava para arrotar uma segunda vez). Mesmo assim, era difícil acordá-lo. Nas semanas seguintes, ele começou a ficar mais tempo acordado ao longo do dia… mas raras vezes não dormia uma vez que começava a mamar. O leite deve ter sonífero! rs

Ficava na dúvida em relação ao tempo de mamada, e a consultora me orientou que 10 a 15 minutos de mamada efetiva em cada peito era o suficiente. Para cronometrar o tempo, baixei um aplicativo chamado “Diário da Amamentação”. Simples e ótimo, a gente marca o tempo de amamentação em cada mama e as trocas de fralda (de nr. 1 e nr. 2).

Quando os intervalos das mamada à noite se estenderam, o leite começou a empedrar um pouco. Parecia que estava na apojadura de novo, com peitos inchados e bem rígidos. Para amaciá-los, além do shake, espremia as mamas com as duas mãos, bem forte mesmo (brinco que parecia uma mamografia de tão espremidas) ou fazia uma “massagem” mais forte na pedra, em direção ao bico. Apenas uma vez, fiz compressa quente – por pouquíssimos minutos – antes da massagem. Fiquei com medo de fazer a compressa quente, porque ela pode ter efeito rebote (causar mais empedramento), mas, no meio da madrugada, com dor e com medo de dar mastite, fiz. Depois, conversando com a consultora de amamentação, ela disse que fiz direitinho (pouco tempo + massagem + logo colocar para mamar, tudo bem).

PASSADO O PRIMEIRO MÊS

Como disse antes, as feridas cicatrizaram e, consequentemente, a dor mesmo passou. Ainda sinto uma certa sensibilidade em alguns momentos, mas bem tolerável. Uma amiga me perguntou esses dias “Você está amando amamentar?“, porque ela ainda está com dores e queria saber quando esse momento de amar a amamentação chegaria… Considero muito cansativo e isso pesa para mim. Além disso, estou enfrentando agora uma candidíase mamária (que passou para o Luis Felipe na forma de sapinho na boca e depois na região do períneo). Mas gosto muito de ficar com ele no colo, pegando na mãozinha dele, admirando esse serzinho mamar (seja quase dormindo ou bem acordado, olhando de volta pra mim). Penso que essa fase vai passar tão rápido que tento curtir cada minuto, apesar dos pesares.

Me and you, just us two.

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