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Parto normal x parto humanizado: as principais diferenças

Você sabe as diferenças entre parto normal x parto humanizado?  Será que todo parto humanizado é normal? E será que todo parto humanizado é feito em casa? Estas são algumas das dúvidas que o médico e mestre em obstetrícia e ginecologia pela USP Dr. Wagner Hernandez tirou em entrevista ao blog. Vem ver as explicações que ele nos deu:

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O QUE É O PARTO HUMANIZADO?

A primeira coisa que deve ficar clara é que o chamado “Parto humanizado” não é um tipo de parto. “Parto humanizado” é a maneira na qual a assistência ao parto ocorre da maneira mais natural possível. Praticamente sem nenhuma intervenção, respeitando o processo natural. A nomenclatura “humanizada” no meu modo de ver é inadequada, pois dá a impressão que o parto que não segue todos estes preceitos seria “desumanizado” ou “animalizado”, o que não é real, e na maioria das vezes injusto.

QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS DELE PARA O PARTO NORMAL?

O parto normal é o resultado final. Ou seja, todo parto chamado de humanizado, ou não, que acontecer pela via vaginal será um parto normal. A diferença é como ele será conduzido para que ele aconteça. No parto normal / tradicional (ou “não humanizado”) que segue os ensinamentos da obstetrícia clássica, existem alguns passos feitos muitas vezes de rotina, como por exemplo, romper a bolsa das águas entre 6 e 8 centímetros de dilatação. No parto, chamado humanizado, a bolsa deve estourar espontaneamente ou pode até ocorrer o parto sem a sua rotura. O que deve ficar muito claro é que o parto normal bem assistido, com as intervenções corretas, também é excelente se assim desejar a parturiente. Não dá para se criar a ideia de que o parto humanizado é o parto do bem e os outros são os partos do mal.

QUALQUER GESTANTE É APTA A REALIZAR O PARTO HUMANIZADO?

Toda gestante saudável que tenha uma gravidez única, de baixo risco, sem intercorrências no pré-natal, de termo (mais de 37 semanas) tem condições de ter um parto humanizado.

EM QUAIS CASOS NÃO É RECOMENDADO O PARTO HUMANIZADO?

Algumas gestações de alto risco não permitem que a paciente possa ser a protagonista do seu parto e que não haja intervenções que ela julgue fora das condições “humanizadas”. Um bom exemplo seria em um parto prematuro iminente de 26 semanas, onde o feto pesa 500g. Nestes casos, o que promove o melhor resultado neonatal para estes fetos é que o parto aconteça por meio de uma cesariana e que antes de ter contato imediato com seu filho, sejam dados os primeiros cuidados pela pediatra. Outro exemplo, é um parto normal de gêmeos no qual após o nascimento do primeiro bebê algumas vezes fazemos a extração pélvica imediata para diminuir complicações ou é necessária o uso da ocitocina sintética para o parto do segundo.

EXISTE ALGUM TREINAMENTO QUE O MÉDICO PRECISA FAZER PARA REALIZAR UM PARTO HUMANIZADO?

O mais difícil para um médico praticar um parto humanizado é que ele deve “desaprender” algumas intervenções rotineiras que se aprende durante a faculdade e residência médica que são as vezes ensinadas como dogmas. O melhor treinamento que um médico pode fazer é participar e observar partos humanizados conduzidos por profissionais mais experientes nesta área. A ideia do parto humanizado é deixar o parto acontecer espontaneamente até o fim, por isso conhecer a fisiologia do parto normal também é fundamental.

QUALQUER HOSPITAL REALIZA UM PARTO HUMANIZADO?

Não. Nem todos hospitais oferecem estrutura para o parto humanizado, nem os profissionais que o façam. Por isso, algumas gestantes tem buscado o parto domiciliar e com profissionais não médicos onde apenas o parto humanizado é possível.

PENSANDO NOS RISCOS QUE MÃE E FILHO CORREM EM QUALQUER PARTO, ELES SÃO IGUAIS OU MAIORES EM UM PARTO HUMANIZADO? 

A tentativa de parto normal com uma boa assistência e com bom senso, sempre será a melhor escolha para mãe e filho. O que os coloca em risco na tentativa de um parto vaginal é não respeitar as boas práticas que levam sempre em consideração a segurança de ambos. Estes riscos, independente de ser um parto que segue os preceitos “humanizados” ou não, acontecem geralmente por completa omissão do profissional em reconhecer que alguma intervenção é necessária. Ou o outro extremo, onde intervenções desnecessárias podem prejudica-los. Em alguns casos, o uso fórcipe, que geralmente envolve uma episiotomia (evitados no parto “humanizado”), no momento certo podem salvar a vida de uma criança. Por outro lado, o uso indiscriminado de ocitocina num parto que acontece espontaneamente pode levar um feto saudável ao seu sofrimento e complicações graves e a uma cesárea desnecessária.

ALGUMAS MÃES OPTAM POR TER UMA DOULA ACOMPANHANDO DURANTE A GESTAÇÃO E PARTO. A DOULA PARTICIPA DO PARTO? 

As doulas são profissionais que dão suporte a parturiente na hora do parto. Este apoio pode ser físico e/ou emocional. Para ser doula não há necessidade de nenhum grau de instrução, nem conhecimento técnico. Nesses casos, a doula não sabe e não pode executar nenhum procedimento de enfermagem nem médico. Muitas equipes, como a nossa, tem enfermeiras obstétricas e médicos(as) obstetras que também dão o apoio físico e emocional que a gestante necessita, sendo nestes casos a presença de uma doula dispensável. Muitas vezes a parturiente pode receber também este apoio do próprio marido ou do acompanhante que ela quiser neste momento tão especial que é a chegada de um bebê. Fato é que este apoio é fundamental e independe de quem o fará!

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PARTO NORMALPARTO HUMANIZADO
INÍCIO DO TRABALHO DE PARTOCaso hajam condições de favoráveis para um parto normal, a indução do trabalho de parto é bem vinda em algumas situações.Idealmente, sempre espontâneo.
MEDICAMENTOS USADOS DURANTE O PARTOO uso da ocitocina sintética, em casos que não se tenha contrações adequadas ou se faz necessária, é bem vinda.Idealmente, o uso de ocitocina costuma ser evitado ao máximo.
DURAÇÃO DO TRABALHO DE PARTOO período de dilatação pode ser mais curto, por permitir medidas artificiais para a correção de eventuais falhas, porém período expulsivo (depois que o colo está completamente dilatado e a mulher faz força para o nascimento) pode ser mais longo (ao redor de 1 hora a mais) pela presença frequente da anestesia que pode tornar a força menos eficiente por dificuldade na percepção de onde e como aplicá-la.O período de dilatação costuma ser mais longo por não contemplar o uso da ocitocina sintética nem a rotura da bolsa, porém sem anestesia a mulher com dor tende a fazer força de maneira mais eficiente reduzindo o tempo do período expulsivo. (ao redor de 1 hora a menos).
POSIÇÃO DA GESTANTE DURANTE O PARTOPela presença da anestesia costuma ocorrer mais frequentemente na posição horizontalizada, mas pode ocorrer em qualquer posição.Dá mais liberdade de posição por não ter anestesia, mas prioriza o parto verticalizado.
ANESTESIAOferecida e utilizada a qualquer momento do trabalho de parto de acordo com a paciente ou necessidade médica.Geralmente são usadas medidas não farmacológicas como: o banho de imersão e massagem, para evitar o uso da anestesia farmacológica (que exige ambiente hospitalar e a presença de um médico).
LOCAIS POSSÍVEIS DE SEREM REALIZADOSHospitalarHospitalar, casas de parto ou domiciliar.
EPISIOTOMIANão é feita de rotina, mas é feita com maior freqüência.Evitada sempre. Quase nunca é realizada.

 

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