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Pasta de dente com ou sem flúor?

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Olá! Acho que este assunto talvez seja um dos que mais trazem dúvidas para as mamães, certo? De fato, as fontes de informação são ainda muito divergentes….Vou falar um pouco sobre o assunto.

Antigamente era comum que os pediatras e odontopediatras recomendassem às mães que utilizassem pasta de dente sem flúor para seus filhos. Isso porque as crianças geralmente engolem parte da pasta colocada na escova por dois principais motivos: primeiro porque não sabem ainda cuspir e, em segundo, porque as pasta infantis são geralmente saborosas. Temia-se então que o flúor ingerido pudesse causar o que chamamos de fluorose dentária ou mesmo que pudesse ser tóxico para a criança.

(Foto: Shutterstock)

(Foto: menininha escovando os dentes via  Shutterstock)

A fluorose é caracterizada por machas esbranquiçadas que podem aparecer nos dentes permanentes quando a criança ingere flúor em grande quantidade no período em que estes estão ainda em formação, isto é, dos 0 aos 6 anos de idade (por isso algumas pastas trazem no rótulo “acima de 6 anos”). O que acontece é que este cuidado é bastante exagerado, uma vez que a criança precisa ingerir uma enorme quantidade de pasta fluoretada constantemente para que a fluorose aconteça. Tanto que a maioria das mães provavelmente não conheça alguém que tenha tido apresentado este problema, certo? Mas por outro lado, e a cárie dental?

Pois é, esta com certeza você deve conhecer ou ter contato com alguém que já teve. A cárie dental é considerada uma doença e é ainda bastante prevalente, apesar de poder ser facilmente prevenida. Esta sim é de difícil tratamento, podendo causar dor e até perda do dente, mesmo os de leite. E o flúor é nosso maior aliado para evitar que seu filho tenha cárie, por isso, esse conceito de que criança não pode usar pasta com flúor está hoje ultrapassado.

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Baseado em diversos estudos sobre o tema, hoje é indicado que se utilize a pasta de dente com flúor na formulação uma vez ao dia apenas, colocando-se na escova de dente uma quantidade igual a um grão de arroz. Parece pouco, mas o flúor age pela sua concentração e não pela quantidade. É importante que esta escovação seja realizada pelos pais ou responsáveis, para que tenham certeza do quanto está sendo colocado na escova. Nas demais escovações feitas ao longo do dia pode-se usar a pasta sem flúor, ideal para deixar na escolinha, para que a própria criança use ou em outras situações como na casa dos amigos, etc. Dessa forma, tem-se a proteção diária do flúor conta a cárie ao mesmo tempo em que previne-se a fluorose, pois o flúor nesta quantidade é insuficiente para causá-la.

Não deixe de levar seu filho ao odontopediatra para que ele avalie e indique o dentifrício ideal para o pequeno, ok?

Até a próxima!

Gostou? Veja outros posts da Dra. Camila aqui! 

Dra. Camila Guglielmi é graduada em odontologia. Especialista, Mestre e Doutora em odontopediatria pela Universidade de São Paulo (USP), atua em consultório junto à Clínica Biella Odontologia. Aqui, ela abordará mitos e verdades sobre a dentição das crianças e responderá as principais dúvidas das mães.
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A cárie pode ser transmitida de pai para filho?

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Olá mamães!

Quem nunca ouviu falar que a cárie é transmissível e que por isso não se deve compartilhar a colher com os filhos nem assoprar a comida deles para resfriar? Pois é, essas informações já foram bastante divulgadas, até por dentistas, mas não condizem com a realidade.

De fato, a cárie é uma doença de origem bacteriana, mas ela precisa de vários fatores para acontecer. É preciso que haja exposição frequente a carboidratos e que eles permaneçam por algum tempo sobre a estrutura dental, ou seja, que não haja escovação ou que ela seja feita de maneira insuficiente para removê-los. Desta forma sim podem aparecer aqueles “buraquinhos” que vão destruindo o dente, causando muitas vezes também dor.

Resumindo, a bactéria causadora da cárie pode sim ser transmitida de pai para filho, mas isso não significa que a criança que a adquiriu irá desenvolver a doença. Aliás, a questão da transmissão não deveria nem nos trazer preocupação, uma vez que a principal bactéria causadora da cárie é super comum e praticamente toda a população a possui! De qualquer forma, o bebê irá adquiri-la em algum momento, já nos primeiros dias de vida. O que devemos nos preocupar é com a higienização logo que nascem os primeiros dentinhos, isso sim irá prevenir de fato que seu filho tenha cárie. Portanto, ao contrário do que geralmente ouvimos por aí, a doença cárie não é transmissível!

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É também importante que se saiba que não é só o açúcar refinado que serve de substrato para as bactérias causadoras da cárie, qualquer tipo de carboidrato pode servir. O açúcar refinado (presente principalmente nos doces) é apenas mais rapidamente metabolizado por elas, por esse motivo ele é tão falado. E qual refeição que está totalmente livre de carboidratos? Difícil, não é? Por isso a importância da higiene bucal apropriada. Costumamos dizer que é muito mais provável que uma criança tenha cárie quando se transmite hábitos de higiene inadequados do que quando se transmite a bactéria!

Até a próxima!

Dra. Camila Guglielmi é graduada em odontologia. Especialista, Mestre e Doutora em odontopediatria pela Universidade de São Paulo (USP),  atua em consultório junto à Clínica Biella Odontologia. Aqui, ela abordará mitos e verdades sobre a dentição das crianças e responderá as principais dúvidas das mães.
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Quando e como tirar a chupeta?

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O hábito de sucção é um comportamento instintivo e natural para o bebê, iniciado muitas vezes ainda no útero materno. Este reflexo é importante para o desenvolvimento da sua musculatura oral e para sua própria sobrevivência, já que dele depende a amamentação, sua primeira fonte de alimentação.

No entanto, com o tempo ele passa a adquirir outro significado, acalmando a criança e gerando uma sensação de conforto, daí a importância da chupeta no início da vida. A chupeta não deve ser totalmente condenada, pois sabemos que ela ajuda bastante os pais no primeiro ano de vida e que os danos trazidos por esse hábito só se tornam irreversíveis se o uso for prolongado. Ao contrário, o hábito de chupar o dedo deve ser desencorajado dede o início, pois cria rapidamente uma relação de dependência por estar facilmente disponível para a criança, trazendo sempre maior dificuldade para ser removido.

Tanto o hábito de chupar o dedo quanto a chupeta, conhecidos como sucção não nutritiva, podem trazer sérias consequências no desenvolvimento das arcadas da criança se prolongados além dos 3 anos de idade, interferindo também na fonação e respiração. Não são apenas os dentes que podem ficar mal posicionados (para cima e para frente), o osso da criança é ainda bastante maleável e pode ficar deformado, o que interfere em todo o crescimento e desenvolvimento da face. Felizmente, se removidos até esta idade, essas deformidades podem ser revertidas pela força natural da musculatura dos lábios e da língua, uma vez na posição correta.

Por esse motivo, tanto a Associação Brasileira de Odontopediatria quanto o Ministério da Saúde recomendam que o uso da chupeta não ultrapasse os 3 anos de vida. Porém ambos reconhecem também que o melhor momento para remoção deste hábito é por volta dos 2 anos de idade ou até antes, uma vez que a criança torna-se cada vez mais apegada a chupeta e o processo fica cada vez mais difícil. Afinal, uma criança de 3 anos já é bem mais “esperta” que a de 2.

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Se seu filho já passou desta idade, não desista! Quanto antes o hábito for removido, melhor! Para isso, aqui vão algumas dicas para tirar a chupeta:

1. É preciso que todos aqueles que estão próximos da criança no dia a dia estejam envolvidos no processo. A retirada também não deve ser feita em momentos em que a criança esteja passando por alguma situação diferente, por exemplo: iniciando na escola, quando está para ganhar um irmãozinho, quando os pais estão viajando ou quando está com algum problema de saúde.

2. Comece devagar. Vá restringindo aos poucos e negociando com seu filho os momentos que pode usar a chupeta, por exemplo, somente durante a noite. Assim que ele pegar no sono, você pode retirá-la, até ele perceber que consegue ficar sem ela.

3. Tente perceber em qual momento a criança costuma pegar a chupeta para que possa trocá-la por algum outro objeto ou atividade. Se for para dormir, por exemplo, um bichinho novo de pelúcia pode substituí-la com o tempo.

4. Seja criativo e tente fazer da despedida da chupeta um jogo. Você pode montar um calendário decorado de acordo com os dias em que ele conseguir ficar sem usá-la ou até fazer uma “festa” de despedida da chupeta.

5. Com o consentimento da criança, vá cortando a cada semana um pedacinho da ponta da chupeta até que ela não tenha mais o que chupar. Para muitas delas é mais fácil que ela mesma vá se separando aos poucos da chupeta “por conta própria” do que ter ela tomada.

6. Aproveite a proximidade de datas festivas como Natal, Páscoa, Dia das Crianças ou aniversário para falar para seu filho que ele deve entregar a chupeta em troca de algum presente. Vá preparando-o antes para a chegada daquele dia.

7. Incentive seu filho e reconheça sempre o esforço dele para conseguir deixar a chupeta. Frases negativas não ajudam em nada. E lembre-se de nunca deixar chupetas à vista da criança, tentando distraí-la sempre que ela se lembrar do hábito.

Boa sorte, mamães, vale a pena!

Dra. Camila Guglielmi é graduada em odontologia. Especialista, Mestre e Doutora em odontopediatria pela Universidade de São Paulo (USP),  atua em consultório junto à Clínica Biella Odontologia. Aqui, ela abordará mitos e verdades sobre a dentição das crianças e responderá as principais dúvidas das mães.
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O teste da Linguinha do ponto de vista do odontopediatra

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Olá, mamães!

Este mês gostaria de falar com vocês à respeito do Teste da Linguinha, já que em junho fez um ano da aprovação da Lei que o tornou obrigatório em todas os hospitais e maternidades do Brasil.

Sim, agora além do teste do pezinho e da orelhinha, temos também o teste da linguinha como protocolo para avaliação do recém-nascido! Ele é simples de ser feito e pode evitar diversas dificuldades futuras. Vamos entender um pouco mais?

A chamada “língua presa” (anquiloglossia) ocorre quando o tecido que liga a língua ao assoalho da boca, que deveria desaparecer espontaneamente durante a gestação, permanece até o nascimento do bebê, trazendo limitações ao seu movimento. Muitos acham que pode haver regressão deste tecido conforme o crescimento do bebê, porém isso não é verdade. A sua detecção é importante, pois o freio persistente pode impedir ou dificultar a amamentação, fazendo com que muitas mães desistam deste processo tão importante, às vezes sem nem saber exatamente por que o bebê não está conseguindo mamar. E é por este motivo que o exame deve ser feito ainda na maternidade.

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O teste é padronizado, baseia-se num sistema de scores, e pode ser feito pelo odontopediatra, médico ou fonoaudiólogo, não havendo contraindicações. Além de verificar sua inserção e espessura, o profissional deve observar o bebê chorando e sugando. Quando a anomalia é evidente, a cirurgia já está indicada, porém em alguns casos mais duvidosos é feito um reteste em aproximadamente 30 dias para que a função possa ser melhor avaliada (tempo necessário para que mãe e bebê já estejam mais adaptados ao processo de amamentação).

A amamentação é o primeiro problema a ser enfrentado, porém movimentos da língua aparentemente simples podem ser difíceis para a criança com anquiloglossia, a começar pela fonação. Sabemos, por exemplo, que o correto desenvolvimento da maxila se dá pela posição certa da língua repousando na cavidade bucal, isto é, com sua ponta tocando o céu da boca, logo atrás dos dentes da frente. Isso é praticamente impossível quando se tem a língua presa, podendo causar alterações tanto de conformação facial quanto de posicionamento dentário.

É importante saber que nem todo bebê com dificuldade de amamentação possui anquiloglossia e vice-versa, daí a importância do correto diagnóstico. Da mesma forma, nem sempre há a indicação cirúrgica, mas se for o caso, ela certamente trará enormes benefícios. Não é preciso que ela seja feita em hospital, mas é utilizada anestesia local, afinal o recém-nascido sente dor assim como qualquer criança. Geralmente ocorre também pouco sangramento e a cicatrização é rápida, não havendo necessidade de pontos.

Dra. Camila Guglielmi é graduada em odontologia. Especialista, Mestre e Doutora em odontopediatria pela Universidade de São Paulo (USP),  atua em consultório junto à Clínica Biella Odontologia. Aqui, ela abordará mitos e verdades sobre a dentição das crianças e responderá as principais dúvidas das mães.

*Quer saber mais sobre o teste da linguinha? Clique aqui!

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Antibiótico faz mal para os dentes das crianças?

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A ideia de que antibiótico faz mal para os dentes é bastante difundida entre todos, principalmente entre as mamães, porém trate-se, pelo menos em parte, de um mito!

Existe apenas um grupo de antibiótico que interfere diretamente com a saúde dos dentes, são as tetraciclinas. Quando administrada, a tetraciclina pode se depositar nos dentes permanentes da criança que, apesar de ainda não terem nascido, já estão em formação, alterando sua cor. Assim, conforme estes dentes aparecem na boca, nos deparamos com manchas acastanhadas ou escurecidas. Essa pigmentação se dá por via sistêmica, ou seja, a substância entra em contato na corrente sanguínea após o antibiótico ser ingerido e chega até os ossos maxilares, onde os dentes permanentes estão se formando. Por esse motivo, apenas os dentes permanentes são afetados, não os de leite, que já se formaram. Mesmo assim, é necessário que a tetraciclina seja administrada em grande quantidade e alta frequência para que isso aconteça.

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Assim, as tetraciclinas nunca são receitadas por médicos ou dentistas na fase da vida em que os dentes permanentes estão se formando (que vai de 0 a 11 anos, aproximadamente). Depois desta fase, nem mesmo as tetraciclinas causam algum problema.

Os outros grupos de antibióticos não interferem em nada com a saúde dos dentes de leite ou permanentes, podendo ser utilizados com tranquilidade. Sendo assim, não há sentido nenhum pensar que os dentes do seu filho ficaram “fracos” pelo fato de ele ter tomado antibiótico quando bebê.

O que pode acontecer é que quando os antibióticos são formulados em solução ou xarope para serem administrados às crianças, é adicionada alguma forma de açúcar para deixar o sabor mais adocicado e facilitar a ingestão. Aí sim eles podem trazer problemas se utilizados com alta frequência pelas crianças, mas não pelo antibiótico em si, e sim pelo açúcar, que é de fato o grande vilão!

Portanto, vale o cuidado: apesar deste conhecimento ser bem difundido entre pediatras e odontopediatras, confira sempre qual tipo de antibiótico está sendo receitado para os pequenos!

Dra. Camila Guglielmi é graduada em odontologia. Especialista, Mestre e Doutora em odontopediatria pela Universidade de São Paulo (USP),  atua em consultório junto à Clínica Biella Odontologia. Aqui, ela abordará mitos e verdades sobre a dentição das crianças e responderá as principais dúvidas das mães.
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