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Pais em Ação: disciplina não é castigo

Na coluna do Pais em Ação dessa semana, Dani Nogueira traz um debate muito importante: o que é disciplina? Como educar sem punir ou castigar? Qual o efeito do medo no comportamento das crianças? Confira a opinião da nossa colunista sobre o tema:

Foto: Keira Burton

Medo não educa

Através do tempo e da cultura fomos ensinados e acostumados a usar o medo como ferramenta de disciplina: “deixa só seu pai chegar em casa”, “vou te dar uma razão pra chorar”, “vou largar você estatelado aqui no chão do supermercado”, “vou contar até 3” e por aí vai. Um problema com este tipo de educação é que o medo nos leva a agir com a área de luta ou fuga do cérebro, a parte mais primitiva e de sobrevivência. Este lugar nos deixa inconscientes de nossas ações.

Para ter autocontrole a criança depende do desenvolvimento e do funcionamento sadio do córtex pré-frontal frontal. E passar medo não ajuda em nada nesta equação. Sim, você pode até achar bobinho dizer que vai largar o filho no chão do shopping, mas a criança não sabe se isso é pra valer ou não!

Alguns pais podem se perguntar o que a “birra” do filho no supermercado tem a ver com palavras como córtex, cérebro, sobrevivência, luta ou fuga? Tudo. Por favor se acostumem com estes termos, leiam (de boas fontes) saibam que período do desenvolvimento o filho está e entrem em contato com este assunto pois assim vocês estarão mais bem equipados para fazer um bom trabalho educando.

Afinal, educar é um TRABALHO. Algo que exige tempo e dedicação. Ter a cooperação da criança é sempre melhor do que coagi-la. O foco dos pais é um fator decisivo no desenvolvimento dos filhos e no resultado diário na relação com eles: ao invés de como eu FAÇO o meu filho me obedecer, se perguntar como eu AJUDO meu filho a fazer boas escolhas e ser bem sucedido? Afinal, mais do que só nos obedecer, queremos desenvolver habilidades nos nossos filhos!

Disciplina é o que a gente faz enquanto espera que a criança amadureça

Quando falamos de disciplina e criança é importante lembrar que disciplinar é DIFERENTE de punir e que limite é diferente de castigo. Disciplinar quer dizer ensinar – e quem recebe essa disciplina é um pequeno aprendiz e não um danadinho.

Esse é um dos grandes passos para uma disciplina consistente e eficaz: lembrar que a criança ainda está aprendendo como deve se comportar. Pais e educadores têm o privilégio e a responsabilidade de ensinar as crianças a fazerem boas escolhas que os ajudarão a tornarem-se seres humanos mais amáveis e respeitosos – e como o mundo de hoje precisa disso!

Momentos que exigem de nós o maior esforço para disciplinar são também os momentos de maior oportunidade de aprendizado profundo. A disciplina é tão essencial quanto dar carinho e todos os cuidados que uma criança precisa. Isto inclui limites claros e constantes. Sim, iremos repetir mil vezes as mesmas coisas, essa é uma das razões pela qual educar cansa!

Um filho obediente depende de uma relação respeitosa e amorosa entre o adulto e a criança, pois não é possível liderar por muito tempo uma criança cujo coração você não ganhou. Isso se chama apego/attachment e inclusive previne a criança de obedecer a qualquer um.

Disciplinar (ensinar) NUNCA deve incluir ameaças, humilhação, causar dor física, medo ou fazer com que os pequenos sintam que estamos contra eles, isso só nos prejudica a longo e curto prazo. Disciplina (ensinar) deve fazer com que todos os envolvidos neste processo se sintam amados e seguros, mesmo diante de seus erros.

Aliás, queremos ensiná-los através dos erros e não castigá-los por terem errado de novo e de novo. Castigar a criança é aplicar uma punição por ela ter errado/se comportado mal. Disciplinar é o ato de tornar a criança responsável pelos seus próprios erros sem ter de adicionar sofrimento pelo que ocorreu. Sem distraí-la só pensando em seu castigo.

Pesquisas mostram que a curto prazo usar castigo ou punição podem funcionar, mas a longo prazo trazem resultados negativos. Já a disciplina funciona de maneira igual ou melhor e não apresenta nenhum resultado negativo a longo prazo, pelo contrário, os resultados se tornam cada vez mais positivos.

É possível disciplinar (ensinar) sem violência e punição. Dá para ser feito com respeito e a maturidade dos pais é a resposta para o comportamento imaturo dos filhos. Somos nós que temos que impor a ordem na casa, mantê-los seguros e orientar quando a impulsividade, o egocentrismo e a falta de consideração se apoderou dos nossos pequenos via imaturidade.

Não saia acreditando que sua criança não tem jeito ou que talvez não vá ser grandes coisas quando for adulto. Apenas se lembre de que amadurecer leva tempo – e, até lá, vocês dois precisam de vínculo, orientação e disciplina com respeito.

Até a próxima coluna,

Daniela Nogueira.

Daniela Nogueira é psicóloga de formação e educadora de coração. Aprofundou seus estudos sobre a primeira infância na abordagem Pikler pela Associação Pikler-Lóczy França (APL) em Paris e nos fundamentos do RIE, em Los Angeles, EUA. Idealizadora do Pais em Ação, projeto que apoia pais e mães na educação dos filhos oferecendo aconselhamento personalizado, domiciliar ou online, com um olhar de profundo respeito pela criança e sua infância. Daniela está envolvida no universo infantil há mais de 18 anos com experiências em co-educação nos EUA, trabalho terapêutico em instituições para crianças desabrigadas de suas famílias e atuação como professora na educação infantil em escolas particulares de São Paulo e Rio de Janeiro. Além do aconselhamento parental, ministra palestras e workshops ao vivo e online para escolas, empresas e grupos maternos. É mãe orgulhosa de casal de gêmeos de 5 anos.
ColunasPais em Ação

Purê de maçã

Purê de maçã é um livro belga, que mostra a importância da relação de cumplicidade entre pai e filho. Com ilustrações fofinhas, é um ótima leitura para os pequenos entenderem que disciplina não quer dizer rejeição.

O vídeo abaixo mostra um pouquinho do livro:

Livros

Comer ou não comer? Não é nossa decisão...

Mommies,

Se vocês têm filhos que também se increveram no curso para virar Faquir, vão se identificar com esse post, ou melhor, com esse desabafo!!

A minha filha, hoje com 1 ano e 5 meses, está fazendo uma escola incrível em como NÃO COMER durante as refeições. Parece estar querendo virar PhD nisso! Vale ratificar que é durante as refeições, porque claro, entre elas, se deixar ela mata um dogão com purê e batata palha!

Desde que fiz a transição do leite para a papinha já havia percebido que a vida não seria muito fácil nesse quesito. Enfim, eu já testei de tudo para ser bem sucedida! Fiz palhaçada, dancei, usei peruca (aquelas que a gente ganha em casamento, sabe?), coloquei DVDs mil, Kit Mágica, Bolinha de Sabão… ou seja, praticamente usei todos os apetrechos dos camelôs da Rua 25 de Março. AH! Tambem descobri uma super colher na Amazon.com, que você coloca a papinha dentro, ela sai direto na colher, e a criança não vê a comida!

Estive empenhada, acreditem!!! Afinal me cobrava cada colherada que ela punha pra dentro! A babá, se já não me conhecesse bem antes de eu dar à luz, provavelmente teria aberto mão do salário dela para me internar num sanatório!

Óbvio que crianças são espertas e se desenvolvem, e o “truque” da semana anterior, já não tinha mais graça na semana seguinte. E lá ia eu usar minha criatividade… até que CANSEI! Toda minha energia para o circo foi se transformando em irritação. Já nem mais presenciava o momento da comida, delegava para a babá e ficava só de longe ouvindo o chororô, angustiada até a alma.

Eis que uma noite, depois de uns dois dias que ela ficou praticamente no leite, eu liguei para o pediatra. E qual foi a diretriz dele?
– DESENCANA, CELINA!
– Perae!! Como desencanar? Ela já não tem gordurinhas sobrando, anda para um lado e para o outro o dia inteiro, vai ficar como sem comer??
Eis que ele me fala a frase que até hoje me consola:
– Criança que tem comida na frente, não morre de fome!!
E ainda complementou:
– O mais importante: você não deve substituir a refeição por nada mais! Se ela não quiser comer naquele horário, agora só vai comer na próxima refeição. Disciplina, hein?! Nada de coração mole e adiantar o horário do lanche!

Well, foi o que eu fiz! No começo, com mais peso na consciência que hoje em dia (ainda não sou 100% rédea curta!), mas conforme converso com minhas amigas, fico mais sossegada em saber que quase todo mundo passa por isso, e que seus filhos não deixaram de se desenvolver.

Hoje em especial to escrevendo esse post porque tive uma recaída. Me peguei na hora do almoço pendurando a pontinha de uma trena no ventilador de teto para ver se ela olhava pra cima, e assim engolia a comida. Em 5 minutos cai em mim, parei de insistir e sai. Sabem o que aconteceu? A babá me ligou falando que quando foram pra cozinha, ela comeu todo o arroz e feijão do prato que era do almoço da empregada.

Acho que me senti mais impotente do nunca!!!

Beijos e bom final de semana,

Celina

AlimentaçãoMamãe a bordo