Casamentos Casa & Decor 15 anos
Topo

Armazenamento das células-tronco

Deixando toda a polêmica em torno da pesquisa de células-tronco embrionárias de lado (já que não é disso que estamos falando), ao que parece, ainda há bastante discussão sobre o armazenamento particular das células-tronco de cordão umbilical.

Pensando em todas as expectativas e esperanças nos avanços das pesquisas e dos tratamentos (pois, ao que tudo indica, estão ainda em estágio inicial), o armazenamento é uma “aposta”. Uma aposta do tipo “seguro de saúde” –  a gente paga, mas espera nunca precisar usar.

Mas é justamente em torno dessa questão – de quem se beneficiaria do tratamento – que gira a polêmica do armazenamento.

Segundo a Anvisa, já foram feitos mais de 9.000 transplantes de sangue  utilizando como fonte o sangue de cordão umbilical. Mas foram transplantes alogênicos, ou seja, com sangue de cordão umbilical de terceiros (doadores) armazenados em bancos plúbicos. Transplantes em que doador = paciente (autogênicos), com sangue armazenado em bancos privados, parece que foram pouquíssimos.

João Paulo Baccara, coordenador de Política Nacional de Sangue e Hemoderivados, explicou, em reportagem para a revista Época, que “a possibilidade de usar o cordão para a própria criança é mínima: de 1 para 20 mil”, porque “a célula-tronco da criança traz todos os eventuais problemas que aquele adulto desejará tratar no futuro.” Além disso, “o volume de sangue de um cordão é suficiente apenas para um paciente de até 50 quilos, ou seja, pouquíssimos adultos. Nos bancos públicos, podem-se juntar amostras de dois doadores compatíveis”, explica Patrícia Pranke, médica do Laboratório de Células-Tronco e Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical do New York Blood Center, na mesma reportagem.

Em bancos públicos, qualquer paciente na fila de transplante que achar uma amostra compatível pode usar o sangue, sem pagar nada. Em bancos privados, apenas o doador ou, eventualmente, algum parente pode usar.

Ok, o ideal seria que houvesse uma rede de bancos públicos de sangue de cordão umbilical com milhões de unidades armazenadas. Assim, todo mundo que precisasse conseguiria usar. Mas quem aqui conhece alguém que já ficou aaaanos na fila do transplante de órgãos? Eu conheço. Me daria um pouco de medo arriscar de não guardar as células-tronco em banco particular (e assim garantir que, em caso de necessidade, ele estaria lá). Até porque as pesquisas com células-tronco parecem ser tão promissoras e quem sabe no futuro o transplante autogênico não seja mais comum…? Por outro lado, é justamente esse pensamento “egoísta” que impede que a rede de bancos públicos atinja o volume necessário para beneficiar a todos.

Sinceramente, ainda não conseguir formar uma opinião (teoricamente, sim – mas não para a prática).

E vocês, já pensaram a respeito? Já discutiram com seus médicos? Já armazenaram?

UPDATE: É importante que se saiba que o governo arca com todos os custos envolvidos na coleta e doação do sangue do cordão umbilical para a rede pública de bancos. De forma que quem não quiser armazenar particularmente (pelo motivo que for), pode doar sem se preocupar com despesa alguma.

SaúdeSaúde da mãe

12 Comentários

  1. Constance Zahn 25 de junho de 2010

    Pois é, Paty. Acho que os leigos (como eu!) precisam de mais informações.

    Até pouco tempo eu não sabia que as chances de se usar o próprio cordão eram mínimas!

    Eu tinha certeza de que no dia que tivesse um filho armazenaria em banco particular. Hoje, tenho dúvidas!!

    Bjs

  2. Paty Fontes 25 de junho de 2010

    Pois e Constance, na pratica, a chance de voce usar o seu proprio cordao e minima. E atualmente, pelo que sei, o REDOME ja esta acessando o Banco mundial. Qualquer cientista, ou entendido no assunto, e a favor do banco publico. E acho que cada transplante e um transplante. bjs

  3. Mari Silva-Baars 25 de junho de 2010

    Minha filhota faz dois anos em outubro e, quando estava grávida, pensei muito sobre o assunto. Facom minha obstetra e com aquele que se tornaria o pediatra da Bia e desanimei, não armazenei não.

    • Constance Zahn 25 de junho de 2010

      Mas, pelo que li, a doação do sangue do cordão umbilical para a rede pública não tem nenhum custo…

      Acho que é uma alternativa para quem não quiser armazenar particularmente…

      Bjs

  4. Dani Freitas 25 de junho de 2010

    Constance, tem mais um detalhe: você só consegue armazenar em banco particular se o bebê nascer de cesárea agendada (por uma questão de logística da coleta).
    Além disso, não existe, hoje, garantia de que o armazenamento deixe as células viáveis por mais de 20 anos. E imagina-se que a maior parte desta minoria que vai conseguir usar as próprias células-tronco não vai precisar delas tão novinho, né?
    Por estes – e vários outros, como os que você menciona no post – motivos, decidi não fazer o armazenamento particular. Mas quero sim doar para o banco público. Vou ter minha bebê no Einstein e parece que eles fazem parte da rede que coleta para este banco. Vou me informar melhor… e depois conto aqui.

  5. Gabi Bottura 28 de junho de 2010

    Boa questão!
    O Rafael acabou de fazer 2 meses e nós decidimos não armazenar em banco particular. Consultamos vários especialistas antes de tomar a decisão, e todos foram contrários.
    No entanto, infelizmente não é possível armazenar em banco público em todas as maternidades. Isso é bem triste. Minha cunhada que é cientista em Londres disse que lá nem existe isso de banco particular. E TODO mundo armazena no público.
    Poderia ser assim aqui também, né?
    Beijos.

  6. Paty Fontes 28 de junho de 2010

    Constance, eu tive a minha filha aqui nos Estados Unidos, e so nao doei, porque eles nao me davam esta opcao no hospital da UCLA (acredite!) . Se eu tivesse tido ela em Sao Paulo, no Einstein, com certeza teria doado (eles oferecem esta opcao).
    bjs

  7. Sabrina 29 de junho de 2010

    Constance,
    Minha filha tem quase 2 anos e meu marido e eu decidimos não armazenar as células tronco. Queria muito ter doado para um banco público, mas para isso teria de ter feito o parto no Einstein. Não é contraditório um banco público em um dos maiores hospitais privados? E só quem tem bebê lá pode doar?
    Beijos

  8. Ana Carolina 5 de julho de 2010

    Breno tem quatro meses. Durante a gestação a decisão de armazenar ou não me atormentou. Sentia como irresponsbilidade não armazenar… mas os custos são altos, a possibilidade de uso é baixa e, ainda por cima, como não moro em São Paulo, e sim em Curitiba, não poderia doar para um banco público.
    Outra questão que me tirou o sono foi a respeito dos custos para a utilização deste sangue… de que adiantaria armazena-lo se não teria como pagar pelo tratamento…
    Decidi esperar e, quem sabe, numa próxima gestação, se for possivel, doar para o banco público. Acho que devemos fortalecer as políticas publicas a respeito e não fomentar um negócio em torno deste tipo de cura.

  9. marisa 28 de outubro de 2010

    Gostaria de saber o custo para armazenar as células-tronco do cordão umbilical, pois terei 2 bebês em março/2011, e tbm como devo proceder, pois terei os bebês aqui na santa casa de São José dos Campos/SP.

    Grata,
    Marisa

  10. Carine 9 de março de 2011

    Pessoal, temos que lembrar que a politica de saúde pública no Brasil é diferente dos Estados Unidos e outros países onde a Saude pública e Educação funcionam.É muito bonito querer ajudar as pessoas fazemos a nossa parte e depois ela fica parada no meio do caminho, pois não subsídios para o restante ,ou seja, não há quem faça o transporte e nem quem faça o transplante em tempo hábil .Prefiro correr riscos calculados do que arriscar a sorte.
    Se fosse tão fácil a compatibilidade não estariam em fila de espera milhões de pessoas esperando doadores e há uma pesquisa recente que diz que o Redome, tem muitos doadores sim e faz até ligações internacionais entre os Bancos de sangues fora do Brasil e mesmo assim quase nunca se consegue um doador compatível por causa das diferentes etnias. Portanto acredito que a iniciativa do Redome em aumentar bancos públicos é positiva,mas a importancia do privado entra ai.A verdade é que as células tronco tem demonstrado resultados para substituir a medula independente do Banco ser privado ou público e que para armazenarmos em um público, é importante saber que nem sempre ele irá para a pessoa que achamos que estamos doando, ele pode ir para pesquisa ou pode ser rejeitado,por quantidade de volume, testes positivos etc.. e acabamos por julgar de formas diferentes bancos que tem finalidades diferentes,o que nem sempre fica claro para todos .Não é por falta de doadores e sim por falta de compatibilidade que não há os transplantes e a compatibilidade é muito mais além do que numero de bolsas armazenadas. E vamos pensar bem dentro de nós, se você tivesse a oportunidade de tratar seu filho em um hospital público e em um Hospital privado, onde você o levaria? da mesma forma penso assim com os bancos privados e públicos.Não penso que estarei beneficiando apenas eles, ok, pode até ser, mas principalmente será meu filho e meus parentes meu maior beneficiado.Porque não poderia ajudar pessoas próximas de mim?Não podemos nos punir se temos como arcar com as despesas para desejar o melhor para nossos filhos.Como mãe ,temos o direito já que os serviços estão a nossa disposição!E precisamos parar com esse negócio do banco público falar que o privado nao serve para nada, teve essa atitude por conta que alguns privados abordaram o tema de forma sensacionalista, mas as células tronco funcionam tanto em um como para o outro,até porque não são doenças apenas genéticas que se tratam com as celulas tronco e sim doenças metabolicas, doenças auto imunes e outros canceres que aparecem ao longo da vida,outros fatores diferentes da genética, e cabe a cada um essa posição tão pessoal na decisão de armazenar.Eu sou a favor particularmente do privado se vc tiver condições.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *