Babá or not Babá?
Hello, mummies!
Quando cheguei ao Brasil, há uns sete anos, meu lado revolucionário francês (temos isso no sangue, é mais forte que a gente!) não se conformou com algumas coisas. Entre uma delas, a babá. Retificação: a babá, vestida de branco que sempre acompanha toda a família, seja no shopping, no cinema, no restaurante etc. Culturalmente falando, foi uma tapa na cara. Primeiro porque, por ser às vezes um pouco intransigente e brava, eu vi nisso uma volta (será que saiu?) ao colonialismo. Segundo, não entendia como pais não podiam não sair sozinhos com os filhos nos fins de semana.
Depois de alguns anos de prática no país, entendo melhor, mesmo se não me conformei.
Na verdade, é como tudo na vida, depende do ângulo de vista. Deixem-me explicar um pouco como funciona na França para vocês entenderem melhor meu ponto.
Lá, a babá é uma exceção. A ideia é sempre conseguir uma vaga na creche, o que vale ouro (em Paris pelo menos), porque tem quota. E, quem tem menos dinheiro tem preferência. Na verdade, assim que você engravida, já tem que procurar a creche mais perto da sua casa e entrar com a papelada para garantir um espaço para sua cria. Se você tem sorte, beleza.
As menos sortudas precisam de um plano b: a “babá compartilhada”. A ideia é dividir mesmo os serviços de uma babá com outra família que tem um bebê mais ou menos da mesma idade. Geralmente, alternando um dia na casa de um, o dia seguinte na casa do outro. Hoje, todos meus amigos entraram com esse esquema e me falam o quanto é legal e, que também, o custo fica mais em conta. Eu estou louca para achar alguém que faça isso aqui! Não somente pelo preço, mas também com a ideia de não deixar meu filho na mão de uma pessoa só.
Quem ganha suuuuuuuuuper bem, contrata uma babá (bem caro por sinal na Europa).
Agora que tenho um filho eu vejo as grandes virtudes das babás no Brasil, porém ainda não contratei nenhuma. O pequeno vai para escola o dia todo, o pai leva, a mãe busca, e é só rezar muito para ele não pegar conjuntivite ou outra doencinha que vai afastá-lo do berçário. Senão, neste caso quem fica é a mamãe. E a mamãe tem que trabalhar. Eu tenho certeza de que isso acontece com muitas de vocês. Como vocês fazem para gerenciar? Eu não gosto da ideia de deixar o bebê com uma pessoa que provavelmente vai deixá-lo na frente da TV ou vai dar besteira para comer ou, pior, bater nele. Eu sou e sempre serei a favor do berçário que acho melhor até para socializar, para estimular, para se divertir. Porém, chegou a hora que não vou poder mais voltar para casa cada vez que o pequeno está doente a não ser se eu parar de trabalhar (o que, cá entre nós, é impossível para minha saúde mental e para as finanças da família).
Como vocês resolveram organizar a vida de vocês entre trabalho e filho? Vocês preferem berçário ou babá? Vocês tem outra alternativa?
Proo é mãe de primeira viagem, francesa, ariana e não tão cabeçuda quanto o marido fala. Ama o blog da Constance, o Brasil e queria compartilhar com as colegas de fraldas: dicas, “bons plans”, diálogos, endereços (muitos em Paris e alguns aqui!).
fim