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No ninho: Cissa Sannomiya e Felipe

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Foi em um dia chuvoso, no comecinho de novembro, que Cissa Sannomiya nos recebeu em sua casa, na região sul de São Paulo. Seu lado profissional nós conhecemos bem. Responsável pelos cliques de alguns dos casamentos mais badalados da cidade, ela aparece com frequência no nosso blog dedicado ao assunto. Por aqui, Cissa nos mostra um pouco do seu dia-a-dia com a família. Mãe de um menino lindo, o Felipe, de 2 anos, ela concilia muito bem sua agenda lotada de festas com as dores e delícias da maternidade.

A responsabilidade de registrar a top fotógrafa com seu pequeno ficou por conta de outro grande talento, a Aline Inagaki, que fez um registro lindo da dupla! Em seguida, batemos um papo descontraído com Cissa. Tranquila e super “pé no chão”, ela nos contou sobre a rotina do sono do bebê, falou sobre as dificuldades dos primeiros meses e deu bons conselhos para as mamães de primeira viagem.

Fotografia Infantil

 

Ser mãe de menino

“Eu adoro! Sempre achei que fosse ser mãe de menino. É mais prático! Menino é mais solto, mais brincalhão, não tem tanta frescura. Por outro lado, meninos têm muito mais energia. O Felipe não para um minuto, é 24 horas correndo pra lá e pra cá!”

 

Carreira x maternidade

Eu trabalhei até os 8 meses de gravidez, e desde o começo eu sabia que seria assim. Nunca pensei em parar de trabalhar. Depois de um mês, já voltei à minha rotina de casamentos. A vantagem é que minha profissão me permite fazer meus horários. Hoje, por exemplo, estou em casa de manhã cedo, então eu consigo estar bastante presente na vida dele. Ele se acostumou desde pequenininho a essa realidade, ele sabe que eu saio pra trabalhar, não é um problema. Outra coisa bacana é que meu marido faz home office, está sempre aqui em casa, ele adora“.

Mas ter voltado a trabalhar rapidamente também teve seus perrengues. Como amamentei até os seis meses, o peito ficava muito cheio de leite e doia! Então eu tinha que parar no meio do evento, tirar o leite e voltar para as fotos. Não foi fácil, mas era necessário. Sou autônoma, não tinha como ficar muito tempo sem trabalhar.”

 

Cuidados durante a gravidez

“Eu me alimentei bem. Evitei refrigerante durante toda a gravidez e durante a amamentação, porque dizem que tudo que você come vai para o leite. Tomava suco verde diariamente, a pedido do meu médico. Semprei fui muito atleta, mas parei antes de engravidar. Eu fazia treinamento pra corriga, yoga, natação. Na gestação, fazia hidroginástica duas vezes por semana, exercícios mais leves”.

 

Rotina do sono

O Felipe não é uma criança que dorme a noite inteira. Mas o processo de gravidez já te prepara para noites mal dormidas, já é um tanto desconfortável. No início, eu deixava ele dormindo no berço e dormia na cama ao lado. Nunca tive babá para acompanhá-lo à noite. Acordava de três em três horas, dava de mamar e voltava a dormir.

Quando ele estava com 8 meses, fiz a técnica do livro ‘Nana, Nenê’. Foi sofrido e, apesar de ter dado certo, não faria novamente. Ele chorou por uma hora seguida. Pela técnica, você tem que entrar no quarto de 5 em 5 horas, mas não pode tocá-lo, apenas acalmá-lo com palavras. Ele passou a dormir direitinho, mas, depois de um tempo, a gente desacostumou o Felipe novamente! Ele vinha dormir com a gente de vez em quando, mas não achava nada demais. Depois, resolvi partir para um método mais light, não tão radical. Em vez de largá-lo na cama chorando, eu fico ali do lado, espero ele dormir e saio“.

 

Enxoval: necessários x desnecessários

“Fiz o enxoval em Miami. Comprei absolutamente tudo que estava na lista que as amigas me passaram. As mamadeiras usadas de 0 a 6 meses foram inúteis para mim, já que amamentei nesse período (e só parei depois disso porque meu leite secou). Também me falaram para comprar vários paninhos (paninho de babador, paninho específico para a criança arrotar etc), e eu achei uma frescura! Os mais úteis foram a maquininha de tirar leite materno da Aventi e o saquinho para armazená-lo. Como não parei de trabalhar, esses utensílios foram uma mão na roda.”

 

Moda

“Eu faço uma compra boa por ano fora do Brasil, em Miami. É algo bem pensado. Dificilmente vou ver algo numa vitrine e comprar de forma impulsiva. Mas claro que tem acessórios que nos chamam atenção. Meu marido é surfista e skatista, então quando ele vê um tênis legal, diferente, tem vontade de comprar para o Felipe.”

O Felipe ama tênis estilosos!

O Felipe ama tênis estilosos!

 

Escolha da escola

“Ele vai entrar na escolhinha no início do ano que vem, mas ainda não tomei a decisão final. Estou levando em conta vários aspectos: se a escola tem um bom espaço aberto, salas arejadas, o tempo de brincar oferecido…Estou analisando o que ela tem a oferecer para o meu filho, como aula de música, aula de inglês, esportes etc. E, claro, a qualidade dos professores, mas isso é algo que se percebe mais com o tempo. O Portinho (Colégio Visconde de Porto Seguro), uma escola super rígida que eu estudei, é minha primeira opção. Mas estou também entre outras duas escolas de inicialização, a Ursinho Branco e a Quintal. Em seguida, penso na Miguel de Cervantes, que é uma escola bilíngue que está entre as melhores de São Paulo.”

 

Alimentação

Sou ‘chata’ nesse quesito e exigente com a rotina! Ele come de tudo, só não gosta de peixe. Ele adora frutas e legumes, come arroz, feijão, carne, frango…Açúcar só aos finais de semana, quando ele sai com os primos que comem bastante doce. Nessas horas, não tem como negar uma guloseima. Mas enquanto eu puder controlar, eu vou controlar! No dia-a-dia, nada de refrigerante, chocolate etc.

Fotografia Infantil

Quando chegamos o Felipe tinha acabado de acordar. Apesar de ser um dia atípico, Cissa fez questão de manter a rotina. “Sou rígida com os horários dele. Todo dia tem que tomar café, brincar, tomar lanche, almoçar, jantar e dormir nos momentos certos”, explica.

 

Passeios

“Quando está sol, nós gostamos de ir ao Parque do Povo. Ele adora jogar bola, é a brincadeira predileta. Quando dá, nós vamos à praia, mas é algo raro, já que trabalho aos fins de semana. O Felipe também brinca muito com os primos mais velhos, de 3 e 6 anos. Ele gosta de crianças mais velhas. Como a casa tem cobertura, aproveitamos alguns domingos para fazer um churrasco e chamar a criançada. Tentamos ao máximo fazer atividades ao ar livre, acho fundamental. Também almoçamos fora uma vez por semana.”

 

De mãe pra mãe

“Todo mundo pinta que a gravidez e os primeiros meses de vida são uma fábula, mas não são mesmo! Eu tive um pouco de depressão pós-parto, algo mais comum do que se imagina. Então não se sinta culpada se, logo no começo, você não estiver explodindo de felicidade. Na primeira semana você não dorme, porque você fica preocupada com cada reação da criança. A gente checa até a respiração de hora em hora! Na segunda semana, você só chora por causa do baby blues (melancolia pós-parto que, segundo estimativas, atinge de 50% a 80% das mulheres). Alguém te pergunta como você está, e você começa a chorar! E na terceira semana você pensa: ‘Eu amo meu filho, mas como vai ser minha vida a partir de agora?’ Tudo ali é muito novo, sua vida muda completamente com o primeiro filho. Principalmente para as mulheres mais ativas, que sempre trabalharam. Depois, claro, as coisas começam a entrar nos eixos. Não se desespere. Depois você até se arrepende um pouquinho de não ter curtido tanto esses primeiros meses.”

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Um conselho

“Não dê tanto ouvido a opiniões alheias. Quando eu tinha alguma dúvida, perguntava ao pediatra. Além disso, você aprende muita coisa sozinha. Faz algumas besteiras, claro, mas isso é normal, não é nada demais. As pessoas falam para não deixar seu filho dormir no colo, e, sim, no berço. Mas você ouve seu filho se acabando de chorar…Você aguenta deixá-lo assim? A mesma coisa com a amamentação. Dizem que o correto é amamentar de três em três horas, porque se você amamentar num período de tempo menor, ele vai ficar mal acostumado. Mas cada criança é de um jeito, não tem regra. Se eu tiver um segundo filho, por exemplo, tenho certeza que ele vai ser completamente diferente do Felipe. Se adapte a sua situação.”

 

Um orgulho

Quando ele me dá um beijinho, a primeira vez que ele falou ‘mamãe’…são esses pequenos momentos…O Felipe é um menino muito carinhoso, eu me derreto.

Fotos: Aline Inagaki

No ninho

No Ninho: Paula e Felipe

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A gente decidiu começar o No Ninho desta semana de forma diferente, com uma foto, para você já entender quanta gostosura vem pela frente! Esse é o Felipe, filho da médica Paula Guglielmetti. Com apenas seis meses, ele é a alegria da família, que conta com vovô, vovó e titios babões. “A gravidez foi muito desejada e programada. A vida estava muito tranquila. Sem querer ser clichê, faltava apenas o Felipe para torná-la completa.”

Batemos o maior papo com essa mãezona, que deu várias dicas valiosas sobre enxoval, hora do sono, papinha e o retorno da vida marido e mulher. E sabe o que mais gostamos? E que a Dra. Paula mostrou que mesmo sendo pediatra neonatologista, a maternidade é algo surpreendente (até para quem entende muito sobre bebês)!

Os cliques pra lá de fofos são da fotógrafa e nossa parceira Carla D’Aqui!

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COMO FOI A GESTAÇÃO DO FELIPE?: “Tive uma gestação inicialmente tranquila, sem enjoos ou outros sintomas. Mas, acabei evoluindo com um quadro de polidrâmnio (que é quando se tem muito líquido amniótico no útero). Com isso, tive bastante contrações e fiquei de repouso no último trimestre. O Felipe nasceu com 39 semanas.”

FEZ ALGUMA PREPARAÇÃO FÍSICA PARA O PARTO?: “Fiz atividade física direcionada para gestantes, drenagens linfáticas acompanhamento nutricional para ganhar peso adequadamente (mas a vontade de comer era tão grande, que confesso que não fui muito comedida).”

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COMO FOI O RETORNO ÀS ATIVIDADES PROFISSIONAIS?: “Voltar é sempre difícil. Parte de mim queria muito sair de casa e retomar a profissãomas deixar meu Felipe aos cuidados de outra pessoa foi muito doloroso. Ainda mais porque não tive muita sorte com babás. Contratei com antecedência para me sentir segura, mas me decepcionei muito com a falta de profissionalismo dessa primeira. Quando voltei de licença, a babá nova estava no terceiro dia de trabalho em casa. Fiquei bastante tensa!

ALIÁS, COMO É PARA VOCÊ A QUESTÃO DA CARREIRA X MATERNIDADE?:Antes de engravidar, achava que tiraria essa questão de letra. Sempre me vi matriculando meu filho novinho em uma escolinha. Sempre defendi as mães que trabalham e achava essa escolha bastante saudável para o relacionamento mãe-filho. Depois que o Felipe nasceu, não tive coragem de colocá-lo na escolinha. Com isso, hoje tento ao máximo conciliar a pediatra Paula com a mamãe Paula!! Quando estou em casa, sou 100% do meu filho. Brincamos, dou as papas e mamadeiras, sou responsável pelo banho… tentamos curtir ao máximo o momento. Quando trabalho, confio os cuidados do Felipe à babá e a minha sogra.”

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A MEDICINA TE AJUDA EM QUAIS MOMENTOS DA VIDA DE MÃE?: “Ser médica, pediatra e neonatologista me ajudou a não ter medo de cuidar de um bebê. Nunca senti medo de dar banho no Felipe, trocá-lo ou pegá-lo no colo. Mas tem horas que a gente esquece que é médica, e é saudável ser apenas mãe em alguns momentos. Felipe tem uma pediatra que o acompanha e que inclusive puxa a minha orelha naquilo que erro tentando fazer o melhor, como toda mãe. Na verdade, cheguei à conclusão que ser mãe é que me ajudou muito na pediatria. Viver na prática aquilo que sei na teoria fez muito diferença.”

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O QUE MAIS OUVIU DAS SUAS PACIENTES QUE FAZ TODO SENTIDO AGORA QUE É MÃE?: “Sinceramente? A queixa de cólica. Idealmente, a primeira consulta de um bebê deve ser com alguns dias de vida. E, frequentemente, ouvia a queixa de que o bebê sentia cólica e se contorcia bastante. Explicava para as mães que aquilo provavelmente não era cólica, já que aprendemos na faculdade que a cólica do lactente começa na segunda semana de vida e pode ir até o quinto mês. Mas tive que pagar a minha língua. Com 6 dias de vida, Felipe se contorcia, gemia e chorava. Melhorava depois que eliminava alguns gases. Sempre pontuei com as mães dos meus pacientes que era importante ter paciência e evitar medicar o bebê. Tentei ser bastante paciente e tolerar as noites em claro com o Felipe gemendo e se espremendo. Mas confesso que lancei mão de remédios para gases, analgésicos, fitoterápicos e pró-bióticos.”

“A verdade é que é muito difícil ver o filho sofrer e não ter uma postura ativa. A sensação de impotência é muito grande. Outra coisa que me impressionou bastante foi o baby blues. Gente, ele existe de verdade!!! Escolhi ser mãe e planejei a minha gestação com todo o cuidado. Sonhei em ter meu filho nos braços, mas não conseguia entender de onde vinha tantas lágrimas. Fiquei assoberbada com aquela sensação de melancolia e solidão durante a madrugada! Logo passou, ainda bem. Mas descobri que realmente não é fácil ser mãe.”

QUEM ERA A PAULA ANTES DO FELIPE, E QUEM É A PAULA AGORA?: “A Paula de hoje é bastante diferente daquela pré-Felipe, eu acho. Aprendi a ter um pouco mais de paciência e de que nem tudo será da forma que planejamos. Descobri que criticar as atitudes alheias é fácil quando não estamos vivenciando aquela situação.”

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COMO É A ROTINA DO FELIPE? EM QUE MOMENTOS VOCÊ PARTICIPA?: “Brinco que o Felipe é um bebê baladeiro. Ele dorme tarde e acorda tarde. O dia começa mesmo às 10h da manhã, quando ele acorda de fato. Normalmente, ele mama e depois brinca até a hora do almoço. Depois, tira uma soneca. Quando acorda, come fruta e brinca mais um pouco. Em dias quentes, vamos para a piscina nos refrescar. Dai vem o jantar, seguido do banho e uma mamadeira. Ai ele dorme mais um pouquinho. Quando acorda, brinca comigo e com o meu marido até a hora de dormir. Apesar de dormir tarde, Felipe costuma dormir a noite toda. Quando não trabalho, ele fica comigo praticamente o dia inteiro. Acho importante esse contato intenso. Tento não delegar muito os cuidados dele para a babá porque faço questão de ser a referência do meu filho.”

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ELE DORME BEM? COMO LIDA COM A ROTINA DO SONO?: “Felipe dorme maravilhosamente bem. Mas não foi sempre assim. Até o terceiro mês, ficava chocada com o quão pouco ele dormia. Ele passava das 23h até de manhã se contorcendo com cólica e simplesmente não dormia. Como pediatra, minha cabeça deu um nó. Não entendia como um bebê conseguia ficar quase 12 horas seguidas acordadas. Como em um passe de mágica, os três meses chegaram, e com isso, a cólica foi embora e Felipe passou a dormir a noite toda. Colocávamos ele acordado no berço e ele adormecia sozinho.”

“Dormir é essencial para o meu bom humor, mas também para o desenvolvimento e crescimento dele. Por isso, estabeleci uma rotina do sono que começa com o banho. Deixamos a casa mais escura e tentamos não fazer muita bagunça, para que ele relaxe progressivamente. Tem dias (a maioria deles) que funciona super bem e ele adormece tranquilamente. Mas confesso que tem dias que o Felipe precisa ser ninado até dormir.”

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COMO PREPARA O CARDÁPIO DELE?: “Adoro preparar as papas dele. Um pouco antes de iniciá-lo, fiz caldo de carne e frango e congelei em cubinhos de gelo. Esses caldos são a base de todas as papas salgadas dele. De tempos em tempos, preparo a papa e congelo. Sempre tem um tipo de carne, o caldo correspondente, uma verdura, pelo menos um legume e algum grão (arroz, macarrãozinho, feijão…). Depois de pronto, amasso no garfo e corto aquilo que não é ”amassável” em pedacinhos bem pequenininhos. Gosto de variar tanto o cardápio salgado quanto as frutas.”

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COMO É A RELAÇÃO DO FELIPE COM O RESTANTE DA FAMÍLIA?: Quando descobrimos a gravidez, nos mudamos para bem perto da minha sogra. A intenção era estar perto dela para quando precisássemos, mas também para que o Felipe crescesse bem perto dos avós. Infelizmente minha mãe é falecida e não tive um pai presente. Por isso, Felipe tem apenas os avós por parte de pai. E só tenho a agradecer, porque eles são maravilhosos!! Tanto que eles são os padrinhos do meu filho. Sexta-feira é o dia da vovó. Ele fica na casa dos avós o dia todo. Aos sábados, normalmente Felipe é ”corujado” pelos meus irmãos. E domingo sempre tem almoço de família, onde juntamos os tios, primos e avós.”

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COMO E ONDE FEZ O ENXOVAL DO FELIPE? PODE DAR ALGUMA DICA BOA PARA AS FUTURAS MAMÃES?: “Me programei bastante para esse enxoval. Juntei listas de amigas que tinham tido filho recentemente e criei a minha. Fui para Orlando (Estados Unidos) e me esbaldei nos outlets, shoppings e lojas de produtos infantis. Acho importante fazer uma lista de roupas por idade e estação do ano. É muito fácil se empolgar na hora das compras e levar pra casa muitas peças para uma idade ou estação e deixar de comprar para outras. Também acho legal pesquisar as lojas existentes, assim como os endereços de outlets e shoppings para não depender de internet por lá. Quando estava em Orlando, aluguei um carro e um GPS que era um hot spot. Dessa forma, tinha internet 4G para onde quer que fosse.”

O QUE COMPROU E USOU MUITO, E O QUE NÃO USOU?: “Comprei bastante coisa!! Daquilo que comprei, usei muito a pomada Desitin roxa, o esterilizador de micro-ondas, os produtos da Skip Hop (que aqui custam uma fortuna), meu carrinho travel system da Britax (que é extremamente prático), a babá eletrônica e a bomba de ordenha da Medela. Em compensação, comprei algumas roupas que nunca usei. Principalmente aquelas de muito frio.”

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DE TUDO O QUE VOCÊ COMPROU, QUAL É O SEU ITEM FAVORITO?: Sou apaixonada pelo carrinho do meu filho. Ele é um travel system, da marca Britax. O bebê conforto é super confortável e de simples instalação no carro. O carrinho é de fácil montagem, para abrir e fechar não precisa mais do que uma mão. Dá pra fazer isso com o Felipe no colo.”

QUAIS SEUS PRODUTINHOS DE BELEZA FAVORITOS PARA ELE?: “Adoro a linha da cabeça aos pés da Johnson (aquele laranjinha). É muito cheiroso e nunca ardeu os olhos do Felipe durante o banho. A pomada Desitin roxa também é fenomenal. Bastava o bumbum dele ficar meio vermelhinho que essa pomada resolvia rapidamente.”

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E PARA TERMINAR, UMA QUESTÃO MUITO DELICADA PARA AS NOVAS MAMÃES É COM RELAÇÃO A NOVA VIDA MARIDO E MULHER E SUAS ADAPTAÇÕES. COMO MÃE E MÉDICA, ALGUM CONSELHO, CUIDADO OU DICA?: “Um bebezinho em casa muda absolutamente tudo! Sair de uma vida de casal para a de mãe e pai é uma mudança muito grande. Nessa fase, contar com a ajuda da mãe, sogra ou de uma funcionária é muito importante. Eu tentei ser uma super mulher e mãe, mas o que consegui foi ficar super cansada e estressada. Portanto, recomendo aceitar ajuda das pessoas amadas e pedir quando sentir necessidade. Também acho muito legal reservar um período do dia para tomar aquele banho longo e relaxante, fazer alguma atividade física ou dar um pulinho na manicure para levantar a autoestima. No nosso caso, deixamos o Felipe algumas vezes com os meus sogros para irmos ao cinema e jantar fora. Foi muito bom para termos alguns momentos de marido e mulher, com a certeza que o filho estava sendo muito bem cuidado. Recomendo!!!”

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(Fotos: Carla D’Aqui)

Neste link tem outros ensaios lindos! 

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No Ninho: Bruna Tamer + Thomas

O No Ninho desta semana está com bochechas e sorrisos para dar e vender. A dupla da vez é Thomas, de sete meses, e Bruna Tamer, mãezona de primeira viagem. Casada com o fotógrafo Roberto Tamer, que assina os cliques deste ensaio, ela nos contou o que tem dado certo no dia a dia do pequeno, como foi tomar a decisão de dar um stop na carreira para ser mãe em tempo integral, e as principais mudanças que o Thomas trouxe para a sua vida. Vem ver como é um dia de farra na família Tamer!

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COMO FOI A GESTAÇÃO DO THOMAS? “Logo que descobri que estava grávida, tive um sangramento que me deixou muito preocupada. Depois disso foi bem tranquila, não tive enjoos, tonturas e desejos. Com aproximadamente quatro meses, passei a ter enxaquecas – sempre tive, mas durante a gestação não podia tomar o medicamento que estava acostumada -. As crises me levavam direto ao pronto socorro, quase fiquei internada. Só foram passar aos sete meses. Dali para frente curtir sem preocupação o fim da gravidez.”

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VOCÊ OPTOU POR DEIXAR SEU EMPREGO PARA SE DEDICAR AO THOMAS. QUAIS AS CONSIDERAÇÕES QUE FEZ PARA DECIDIR? “Não estava 100% satisfeita na minha profissão e o Thomas foi o empurrão que faltava para tomar a decisão de não voltar a trabalhar neste momento. Antes da maternidade, julgava facilmente as mães que tinham feito essa escolha, mas hoje, vejo que nada é tão simples. Sempre achei que voltaria sem problemas e colocaria ele em um berçário, fácil assim. Mas definitivamente, quatro meses de licença-maternidade não é o suficiente para uma mãe retomar uma rotina e se afastar em período integral do bebê.”

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“Porém, desde o momento que optei por não voltar a trabalhar fora, comecei a buscar projetos que me dessem a flexibilidade que precisava. Hoje, me descobri no ramo de festas infantis e embarquei no Mar de Festas, que tem me trazido muito retorno e prazer, principalmente agora que estou envolvida nesse mundo infantil.”

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E COMO É FICAR O DIA TODO EM FUNÇÃO DELE? NÃO FICA EXAUSTA, QUERENDO UMA PAUSA? “Sim!!! Com certeza!!! Assim como nós, ele tem dias mais fáceis e outros nem tanto. Um bebê precisa estar envolvido com alguma atividade praticamente o dia todo. Recorro muito à minha mãe, e meu marido ajuda bastante quando está em casa. À noite, vou para a aula de zumba enquanto ele dá o jantar. As manhãs também são dele, assim consigo dormir um pouco mais.

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COMO É A ROTINA DO THOMAS? “É bem tranquila. Dorme até às 6h, quando acorda para mamar. Volta para o berço e só levanta mesmo às 10h, quando tomamos o café da manhã juntos. Ele ainda dorme bastante, mas no meio da tarde passeamos pela cidade, condomínio e casa dos avós. Lá penas 22h, ele toma banho e vai para a cama. Li em vários lugares que a rotina é de extrema importante, mas acho válido repassar um ensinamento da pediatra dele: “o bebê precisa se adaptar a rotina da casa, e não o contrário.

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E COMO FAZ PARA ELE DORMIR RÁPIDO E A NOITE INTEIRA? “Aprendi algumas boas técnicas. Acho que o banho não precisa ser uma festa, então ele só tem um brinquedo, que é uma esponja. Deixo só a luz do espelho acessa, assim já cria uma calmaria. Depois que tiro da banheira, que é super relaxante, levo ele para o quarto, que também está no escuro, para mamar. É o tempo de colocá-lo no berço e ele já capota.

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QUAIS RECURSOS USA NA HORA DE BRINCAR? TEM ALGUMA RESTRIÇÃO AOS ELETRÔNICOS? Uso todos! Ouvimos músicas, dançamos, temos livrinhos, ursinhos e aqueles bichinhos de plástico bem baratinhos que ele adora. O Zion, nosso cachorro, ajuda muito também. O Thomas adora brincar com ele. E, às vezes, coloco ele na frente da televisão com alguns brinquedos. Sei que não é o mais recomendado, mas tem horas que não sei mais o que fazer.”

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VOCÊ MUDOU MUITO DEPOIS DA MATERNIDADE? “Existe a Bruna a.T. e d.T (antes do Thomas e depois do Thomas). Eu era bem mais séria, quase nunca sorria, nem nas fotos! Era mais estressada e me cobrava muito. Hoje sou mais tranquila, amorosa, brincalhona (tudo para ver ele sorrindo). Também sorrio mais, muito mais, e choro também (virei uma manteiga derretida). E o mais importante, não julgo mais nada, nem ninguém.”

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COMO E ONDE FEZ O ENXOVAL? “Em Miami, onde meu pai mora. Peguei várias listas de amigas e da internet e criei a minha própria. Tentei ser bem prática e exclui itens desnecessários, como aquecedor de lencinhos. Uma dica boa, que fez toda diferença, foi optar por mais roupas grandes do que RNs (recém-nascido). Aos sete meses, o Thomas já usou quase tudo e não desperdicei nada.”

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O QUE COMPROU E USOU/USA MUITO, E O QUE NUNCA USOU? “Uso muito o esterelizador de microondas, o tapete para brincadeiras no chão, a cadeirinha que substitui o cadeirão, as pomadas desitin e AD+, além dos básicos carrinho, bebê conforto e babá eletrônica. O Colic Calm também foi muito útil nos dias que ele teve cólica, tirava com a mão. Agora, o que não usei foram protetores de seio, e o termômetro de ouvido, para nós, não funcionou, cada hora apontava uma temperatura.”

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COMO ESCOLHEU O CARRINHO? “Olha, não existe carrinho perfeito. Você precisa sempre focar em uma qualidade, porque ou é leve, ou confortável, ou prático. No meu caso, escolhi o conforto do meu bebê. E para isso, tive que me acostumar com o modelo mais robusto e pesado. O do Thomas é o QuinnyBuzz.”

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E PARA VOCÊ, O QUE DEU CERTO? Creme para estrias Mustela e Palmers (como um é bem caro e o outro bem barato, eu revezava). Só tive uma estria, mesmo engordando 17 kg!”

LOGO, LOGO, ELE COMPLETA UM ANO. JÁ PENSOU NA FESTINHA? “Pensei em vários temas, como circo, monstros… mas nada me convencia. Principalmente porque que se ele nunca foi ao circo, não faz sentido ter uma festa com esse tema. Quero algo que realmente represente o primeiro ano de vida dele, então o tema para essa comemoração vai ser: Thomas! Vou reunir tudo que fez parte desse primeiro ano de vida e fazer o mundo dele, com a cara dele! Os convidados serão aqueles que estiveram presentes, as pessoas que fizeram questão de participar desses meses.”

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(Fotos: Roberto Tamer)

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No Ninho: Lucianna de Lorenzo + Maria

O No Ninho de hoje veio de longe, ou melhor, veio daqui de perto, mas com histórias da Big Apple. Lucianna de Lorenzo, administradora de empresas e mãe de uma menina linda, a Maria, abriu as portas de seu apartamento em São Paulo e conversou com a gente sobre a decisão de ter filho no exterior, os medos de uma gestação longe da família, a carreira x maternidade e onde o “bicho pega” quando o assunto é a rotina da pequena de um ano e oito meses. Os cliques são da fotógrafa e amiga da família (e nossa também!) Aline Inagaki.

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A CARREIRA ASCENDENTE EM NOVA YORK E O SONHO DE SER MÃE: “Sempre tive vontade de ser mãe, era um dos meus maiores sonhos. Só que no meio do percurso, após meu casamento, eu e meu marido fomos morar nos Estados Unidos e daí parei de pensar um pouco. Na verdade, estávamos muito focados em carreira, curtir Nova York recém-casados… Depois de um tempo, acabei engravidando e foi uma alegria só.”

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GRAVIDEZ LONGE DE CASA: “No começo fiquei um pouco nervosa de ter filho lá fora, mas conheci uma médica brasileira – meio brasileira, meio chinesa na verdade – com quem vários brasileiros que moram em Nova York se consultam. Ela foi perfeita comigo, acabou que me apaixonei por completo pelo trabalho dela.”

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“Claro que ter filho longe da família é difícil, ainda mais nos Estados Unidos, onde não há tantos serviços como aqui. Mas, acho que só tive segurança nas escolhas que fiz, porque o João comprou, desde o início, a ideia de ter um filho. Ele sempre foi meu parceiro. Aqui em casa é assim, cada dia um levanta a noite, todo mundo troca fralda, todo mundo brinca…”

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DICA DE BELEZA NA GESTAÇÃO: “A maior surpresa pra mim foi o creme de estrias da Palmers. Achei maravilhoso, com cheirinho suave, bem sequinho e da muito resultado! Fora que tem em todas as farmácias dos Estados Unidos e custa só US$ 10.”

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A HORA DE FAZER AS MALAS E VOLTAR PARA CASA: “Fiquei a licença-maternidade toda em Nova York, e após quatro meses que estava trabalhando novamente, surgiu o convite profissional para voltarmos para o Brasil. Queríamos ficar mais tempo, mas como também tínhamos a vontade de criar ela perto das nossas famílias, decidimos aproveitar a oportunidade e fazer as malas. Nosso medo era de não aceitar, ficar com vontade depois de alguns meses e não ter mais a vaga de emprego para o João.”

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CARREIRA X MATERNIDADE: “Brinco que tenho um ‘full time job’ e um ‘full time mom’. Ou seja, quando estou trabalhando, estou 100% trabalhando. Mas quando estou com a Maria, estou totalmente com ela. Neste momento não tem celular, não tem trabalho, só tem ela. Acho que essa divisão, que é dura de conseguir, me ajudou muito naquela culpa que bate de vez em quando com relação a não participar de tudo da vida dela.”

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“De manhã, acordo, dou o leite, arrumo, levo para a escola e vou trabalhar. De noite, quando chego em casa, ela está terminando de jantar, daí a gente brinca até o horário do banho, que é um ritual meu e do João. Virou até uma coisa engraçada entre nós, porque um fica aflito pelo outro se acontece alguma coisa que impossibilita um dos dois de participar. É nesse momento que a gente brinca, conversa e tem uma coisa bem família.

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“Acho que faz muito bem ter uma vida pessoal e profissional independente da família. Se não trabalhasse, seria uma daquelas mães grudadas com o filho. E percebi ainda mais isso quando ela entrou na escola. Hoje, a Maria vai para a escola, tem os “compromissos” dela, os amiguinhos dela… É claro que no dia a dia não é assim tão bonito como parece. Toda mãe sente essa culpa, esse peso de não estar com o filho em todos os momentos, mas é tudo uma questão de entender. O que acontece comigo é que não levo as coisas para o negativo. Por exemplo, não perdi a primeira vez que ela andou, que ela falou, que ela caiu… para mim, ela tem a vida dela, eu tenho a minha e a gente vive intensamente os momentos de mãe e filha que nos cabem. Não sinto que perdi nada, só que ganhei nos momentos certos.

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DIFICULDADES DO DIA A DIA: Delegar é muito difícil. Para mim, passar os cuidados, e aqui não acho que é criar, do dia a dia para alguém é muito difícil e o que mais me faz falta. Já na criação dela, como sempre fui muito regrada com horários e com o meu sono, minha dificuldade são as noites. Não posso reclamar, porque ela dorme super bem, mas quando não dorme é muito complicado. Agora que ela começou na escola, é mais complicado ainda, porque fica doente, daí acorda à noite, fica mais frágil… Então não sei se é uma dificuldade na criação, mas é uma dificuldade minha, porque preciso dormir bem para não cair doente na cama.”

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O QUE DEU CERTO NA PELE DA MARIA: “Para a Maria, os produtos da Mustela são meus preferidos. Uso o sabonete líquido, o shampoo e o creme pra fazer massagem depois do banho. Todos suaves e deliciosos. O perfuminho da marca também é muito gostoso. Já pomada de assaduras, minha preferida é a Desitin.”

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LOJINHAS FAVORITAS: “Acabo comprando muita coisa para ela na Ralph Lauren e na Gap. Mãe de menina não resiste em comprar milhões de vestidos, um mais lindo que o outro, mas o que a Maria gosta mesmo de usar é legging, camiseta e tênis. Ela pede: ‘tênis, mamãe!’ Uma loja que descobri há pouco tempo que é muito boa pra comprar roupinhas pro dia a dia é a Old Navy, dos mesmos donos da Gap, só que ainda mais em conta. Além disso, sou a maluca dos laços, ela tem uma coleção.”

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O MOMENTO EM QUE A FICHA CAIU DA RESPONSABILIDADE DE CRIAR: “É engraçado, mas só comecei a sentir essa preocupação depois que a Maria nasceu. E, na verdade, sinto que ela acontece no dia a dia, porque só me bate alguma insegurança quando olho para ela e penso: ‘eu sou responsável por uma pessoa’. Por exemplo, nunca entendia a preocupação exagerada dos pais sobre qual escola colocar os filhos. Hoje, como tenho que escolher a da Maria, faz todo sentido. O que quero dizer é que só faz sentido pra mim a preocupação na hora que ela for pertinente na minha vida.

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A DIFÍCIL ESCOLHA DA ESCOLA DA MARIA, FILHA DE MÃE COM ESTUDO TRADICIONAL E PAI BILÍNGUE: “Os dois adoram as duas opções, mas não batemos o martelo de qual é a melhor opção. Pelo fato dela ser americana, até o momento a escola bilíngue é a melhor opção, porque pode ajudá-la mais para frente, caso ela queira fazer uma faculdade lá.”

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UM VALOR QUE APRENDEU COM A MÃE QUE PASSA PARA A FILHA: “Além da importância da família e dos amigos, acho que é você ser autêntica em todos os momentos. Essa simplicidade e transparência da honestidade foi o que aprendi com meus pais, e que faço questão que ela tenha. Hoje, espero que ela cresça levando a vida com essa inocência do espirito infantil. Acho a Maria tão pura no dia a dia, que quero muito que ela entenda que esta é a melhor forma para resolver quase tudo.”

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(Fotos: Aline Inagaki)

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No Ninho: Mariana Amaral + Antonia, Catarina e Valentina

Após uma tarde muito gostosa de fotos e bate-papo, fibra (valor que ela aprendeu com a mãe) é a melhor palavra para definir a entrevistada de hoje do No Ninho, a jornalista e relações públicas Mariana Amaral. No dicionário, entre os significados estão: força de vontade e firmeza de caráter. Mas, pra gente, a descrição fica completa se acrescentarmos: fé, coragem e determinação.

Mãe de três meninas, Valentina, de 8 anos, e as gêmeas Antonia e Catarina, 3 anos, a jornalista à frente da Mariana Amaral Comunicação – assessoria de luxo, design, arte e decoração – é uma bom exemplo de superação. A filha mais velha nasceu meses após uma briga feia com Deus, tudo pela dolorosa morte do pai, seu melhor amigo, vítima de um câncer terminal. “Não conseguia aceitar ter pedido tanto, ter rezado tanto, e ver meu pai naquela situação, indo embora.”

Já as gêmeas, fruto de uma gestação tripla, na qual o único menino não resistiu, trouxe para ela três meses de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com as pequenas e mais uma prova de fé. “Fiquei preocupada, lógico, mas sempre acreditei que ia dar certo.” E se você acha que isso a tornou uma pessoa deprimida ou insegura, errou. Mariana hoje é uma muralha, uma mãe ao extremo, uma protetora. “Tenho três filhas mulheres, minha função é dar o exemplo. Sou independente, tenho minha carreira e meu caminho. Não preciso pedir nada para ninguém.”

A conversa foi longa e cheia de histórias de mãe e filhas. Os cliques são da nossa amiga e parceira Mel Albuquerque.

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VAMOS COMEÇAR PELA GRAVIDEZ DOS TRIGÊMEOS. COMO ACONTECEU? “Tive uma gravidez super rara, natural e sem querer. Era uma gestação de um menino e duas meninas idênticas, mas perdi o menino logo no começo. Como era de risco, ia ao médico três vezes por semana para fazer os acompanhamentos. Lá pelo quinto mês, uma das meninas não estava crescendo, nem se alimentando direito. Entrei em estado total de alerta. Quando completei 32 semanas, meu médico me mandou ir para o hospital e disse: ‘você precisa fazer uma cesárea, se não vai perder uma das meninas’.”

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COMO FOI PARA VOCÊ ESSE PERÍODO? “Fiquei preocupada, lógico, mas sempre acreditei que ia dar certo. Tenho muita fé. Briguei com Deus quando meu pai morreu, mas fiz as pazes quando minha primeira filha nasceu.

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POR QUE BRIGOU COM DEUS? “Meu pai era meu melhor amigo. Um obstetra brilhante que um belo dia passou mal, foi diagnosticado com câncer em metástase, e da noite para o dia tinha apenas dois meses de vida, segundo os médicos. Ele tinha 56 anos e eu 29. Desse dia em diante, minha família nunca mais foi a mesma. Pedi demissão, voltei para o Rio e morei com ele os três meses que passou no hospital. Dava banho, cuidava, alimentava… vi meu pai ir se despedindo, enfraquecendo e emagrecendo. Fiquei arrasada e briguei com Deus, não conseguia aceitar ter pedido tanto, ter rezado tanto, e ver ele naquela situação, indo embora.”

E COMO FOI A RECONCILIAÇÃO? “Quando meu pai morreu, fiquei muito deprimida, tomava remédio para dormir e para acordar. Um período muito difícil, sem rumo algum. Até que, poucos meses depois, descobri que estava grávida. Acredito que a Valentina foi um presente do meu pai para mim. Ela é muito parecida comigo, com ele. Tão parecida que nasceu com a mesma marca de nascença dele no pescoço!

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E QUAL A DIFERENÇA DESSA PRIMEIRA GRAVIDEZ PARA A SEGUNDA? A primeira foi tão tranquila, que sai de uma mostra Artefacto, passei em casa, tomei banho, me maquiei e fui para o hospital dar à luz. Ela nasceu linda, cheia de saúde e perfeitinha. Foi muito bom para mim e para a minha família. Criança sempre dá uma animada.”

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CARREIRA X MATERNIDADE: “Nossas famílias são do Rio, então não temos ninguém por aqui. Por esse motivo, me cerco de pessoas competentes e qualificadas para me ajudar. Administro minha casa do escritório. Moro perto, duas quadras, e minha secretária ajuda a arrumar a rotina das meninas com os funcionários.”

Morar perto do trabalho é sempre bom, porque você consegue participar mais. Amamentei o período máximo e, hoje, quando quero almoçar com elas, só andar um pouquinho.”

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“Assim como na vida profissional, na pessoal invisto em qualidade de tempo. Não adianta ser aquela mãe que fica o dia inteiro trancada no quarto, enquanto o filho brinca na sala. Quando chego em casa, na hora do jantar, meu tempo é delas. Dou banho, brinco, coloco para dormir, o pai conta história… É um tempo curto, mas é de qualidade.”

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E ONDE “O BICHO PEGA” NA CRIAÇÃO DELAS? “Não sei se ‘o bicho pega’, porque quando você decide ser mãe, você precisar ter consciência de que não é fácil, nem perfeito. Porém, o legal é justamente isso, é viver com as imperfeições da melhor forma possível. Várias vezes já cheguei em casa e aquela bagunça toda me deixou louca, mas é uma fase, sei que vai passar.

“Sou boa de regras, então elas obedecem. Mas também acho bom estimular as novidades. Hoje, elas estão na idade de serem brincalhonas, de inventarem atividades. Dia de dormir com o papai e a mamãe, de comer na varanda, de correr pelo quintal…”

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VOCÊ SENTE CULPA POR TRABALHAR TANTO? Nenhuma. Se tenho algum evento mais tarde e não posso levá-las, converso e explico a situação. Mais que elas sofrerem hoje de eu não estar tão presente, quero que, lá na frente, minhas filhas tenham orgulho da mãe que têm. Tenho três mulheres, minha função é dar o exemplo. Sou independente, tenho minha carreira e meu caminho. Não preciso pedir nada para ninguém. Hoje, não trabalho porque preciso de dinheiro, trabalho porque amo o que faço.”

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QUE VALORES DE FAMÍLIA VOCÊ ACHA IMPORTANTE PASSAR PARA ELAS? Ter fibra. E fibra é uma palavra que se encaixam várias coisas: coragem, ética, correr atrás do que quer, ter respeito pelos outros e ser respeitada… Minha mãe sempre me deixou claro que tipo de pessoa sou, e o quão importante é se valorizar.”

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A EDUCAÇÃO DAS MENINAS: “A Valentina chegou a estudar em uma escola bilíngue, mas percebi que não era o fundamental. Queria uma boa base, com uma grade que formasse bem minhas filhas. Claro que é importante falar outras línguas, mas hoje é tão comum ver crianças, e até adultos, falando e escrevendo tudo errado. Empregar verbos está cada vez mais difícil.”

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“Depois que tirei ela de lá, quis uma escola de ensino integral. Isso sempre me ajudou por eu trabalhar o dia todo. Lá, ela pode fazer ballet, música, informática… Outra coisa que pesou, foi uma formação religiosa. Acho fundamental a criança acreditar em algo maior. Como somos religiosos lá em casa, faço questão de mostrar os valores católicos para elas. Se, no futuro, quiserem mudar de crença, tudo bem, porque sei que conheceram a nossa.”

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A SUA VIDA GIRA EM TORNO DE ARQUITETURA, DESIGN E ARTE… COMO VOCÊ APRESENTA ESSE MUNDO PARA ELAS? “É muito natural. As minhas amizades e as pessoas que frequentam a minha casa estão, na maioria das vezes, inseridas do mercado de trabalho que vivo. Levo elas para as mostras de decoração, de arte, para restaurantes da estrela que for. Me orgulho de dizer que todas sabem, mesmo que na visão delas, entender e se comportar em qualquer lugar. É desde cedo que se ensinam as coisas. Para mim, um jovem que não gosta de ler é porque ninguém contou historinhas para ele quando criança.”

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UM BOM PASSEIO EM SÃO PAULO: “Não gosto muito de ficar passeando em shopping. Se tenho que ficar aqui, levo para o teatro, exposições e ao parque do Ibirapuera. Mas gosto mesmo é de ir para o interior, onde elas correm descalças, andam à cavalo, dão cenoura para os coelhos… Uma vida mais solta, que me agrada muito.”

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COM TRÊS FILHAS E UM ESCRITÓRIO GRANDE, SOBRA TEMPO PARA O MARIDO? COMO FICA O CASAMENTO? “Sobra, claro. Como sempre fomos só eu e ele aqui em São Paulo, isso fortaleceu demais nossa relação e hoje somos cúmplices de tudo. Com a gente nunca teve aquele problema comum entre casais de: na casa de qual família vai ser o almoço do fim de semana? Rs!”

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“E uma coisa boa que nos aconteceu, foi ter filho aos 30 anos, cinco anos depois do casamento. Aliás, deixo essa tranquilidade para as mulheres que acham que está ficando tarde. Curti muito os primeiros anos do meu casamento, viajei tudo o que queria, aproveitei ao máximo com o Glaucio. Então hoje somos tranquilos, não temos uma fobia de estarmos perdendo nossa relação.”

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Fotos: Mel Albuquerque

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