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No Ninho: Fernanda + Thábata e Vitor

Todo mundo conhece alguém que “nasceu para ser mãe”, que sonhou como plano de vida casar e construir uma família. E a mãe do No Ninho de hoje é uma delas. A artista plástica Fernanda Tamanaha, mãe da Thábata, 11 anos, e Vítor, 6 anos, é daquelas mãezonas DIY que faz para os filhos: brinquedos, fantasias, jogos, oficinas… E foi na casa dela que passamos um dia ao lado da fotógrafa Mel Albuquerque, que registrou todos os detalhes, inclusive um passo a passo que fez com os pequenos (que está neste link). Em um longo bate-papo, Fernanda nos contou suas impressões sobre a maternidade, as dificuldade do dia a dia e as surpresas do caminho, que mesmo para ela, que “nasceu para ser mãe”, não foram fáceis. Vem ver:

COMO FOI O COMEÇO? COMO É TER UM BEBÊ EM CASA?

Em ambas as vezes, meu marido foi muito importante. E acho que o processo foi “tranquilo” em ambas as situações, justamente porque ele estava comigo. Na primeira vez, ele conseguiu me ajudar mais, então dividíamos as tarefas, revezávamos em levantar de madrugada… Quando o Vitor chegou, ele conseguiu me ajudar um pouco menos. Mas eu já estava mais segura também.

AMBAS AS GESTAÇÕES FORAM PLANEJADAS. VOCÊS SEMPRE QUISERAM DOIS FILHOS?

No começo o André, meu marido, não queria um segundo filho. Por ele, ficaríamos só com Tháta. Por mais que entendesse o lado de ele, das dificuldades práticas e financeiras, eu queria. Para mim, que cresci com irmãs e perdi minha mãe, acredito que deva ser muito difícil “ficar sozinho”. Conversamos muito antes de partir para o segundo. E até acho que no começo, quando o Vitor chegou em casa, a não participação completa do meu marido, ou pelo menos igual a da primeira gravidez, tem relação com isso. Foi um processo (acredito eu difícil) para ele também. Hoje ele é um pai excelente, e ainda mais por ser menino, que ele fica babando.

A casinha de papelão com fechadura, telhado, luz, cortina…. Tudo feito por Fernanda

A THÁTA PEDIA UM IRMÃO? COMO VOCÊ A PREPAROU PARA A CHEGADA DO IRMÃO?

Nunca me pediu, mas quando fiquei grávida, conversamos muito com ela. Não fizemos nada espalhafatoso, nem demos presentes ou coisas do gênero. O que fizemos foi sentar e conversar, várias vezes, para ela entender, assimilar e tirar as dúvidas que surgiam conforme minha barriga ia crescendo.

HOUVE ALGUM INCOMODO/CIÚMES QUANDO ELE NASCEU?

Perto de nós não, mas no começo teve alguns momentos mais delicados na escola. Recebia, às vezes, bilhetes da professora dizendo que ela estava triste, ou calada demais. E sempre que isso acontecia, sentávamos novamente e conversávamos.

ELA TE AJUDAVA COM ELE?

Sim, sempre! Na verdade, aqui em casa todo mundo se ajuda. Uma das coisas que aprendi com minha família e que faço questão que eles entendam é que somos um time. Se um perder, todos perdem. E isso também é uma questão de respeito um com o outro. Não adianta a cama dela estar arrumada e a dele não, porque no final a casa como um todo não está arrumada. Essa questão de responsabilidade sempre foi muito importante para nós. As coisinhas deles, como guardar roupa, arrumar a cama, tomar banho, escovar os dentes, arrumar a mochila… são tarefas deles. Supervisiono, mas não faço, e nem preciso pedir.

VOCÊ DESENVOLVE MUITO O LADO CRIATIVO DELES TAMBÉM. ISSO SEMPRE FOI UMA VONTADE SUA OU ELES QUE PEDEM?

Isso vem da minha infância. Me lembro da minha mãe fazendo as coisas para mim e minhas irmãs. Foi muito natural, e um processo de mão dupla. No começo, cantava e lia para eles. Conforme foram crescendo e querendo coisas diferentes, comecei a sentir necessidade de fazer eu mesma, e ensinar eles a fazerem os próprios brinquedos e atividades, assim como minha mãe fazia. Como sou artista plástica, sei o quanto é legal você fazer seu próprio carrinho/boneca. O processo é até mais divertido que o final. E foi também a forma que encontrei de entretê-los sem precisar sair de casa a toda hora.

TEM UMA REGRA PARA AS BRINCADEIRAS?

Sim. Terça-feira, quinta-feira e fim de semana são dias livres, que eles podem usar, por exemplo, para jogar videogame e mexer no iPad. No restante, eles precisam arrumar outra coisa, que não eletrônicas, para fazer e brincar. Pode ser oficina, desenhar, jogar bola… Coloco essas regras, porque se deixar livre, eles só querem os eletrônicos.

O QUE VOCÊS COSTUMAM FAZER NO FIM DE SEMANA?

Eles gostam muito de jogos de tabuleiro, principalmente porque dá para jogar toda a família. Além disso, como eu e meu marido conhecemos muita gente que participa de oficinas culturais (ele é ilustrador), sempre que podemos levamos eles para participar. Tudo sempre ligado à arte.

QUE CUIDADOS OU EXIGÊNCIAS VOCÊ TEVE NA HORA DE ESCOLHER A LINHA EDUCACIONAL DELES?

Foi muito importante escolher uma instituição que tivesse liberdade de adotar o material didático de acordo com a evolução da turma. Não gosto de escolas com apostila. Nada contra, mas sempre quis que eles ficassem mais livre do cronograma, respeitando seus estágios e limites, e também podendo ir além do material caso fosse possível.

VOCÊ PENSA EM MAIS UM FILHO?

Nãooo rs! Sempre quis casar, ter filhos, uma família, mas não é fácil. Brinco que não vou ficar para titia porque minhas irmãs não querem bebês. Mas hoje vejo que se não querem, não têm que ter mesmo. Para ser mãe, ou pai, você precisa se desprender muito das coisas, das suas vontades, dos seus planos, mesmo que por hora. E não é fácil.

VOCÊ ACHOU QUE IA SER MAIS FÁCIL? ABRIU MÃO DAS COISAS MAIS DO QUE JÁ PLANEJAVA?

A gente sempre acha que vai ser mais fácil. Quando chega o bebê, você descobre que seus planos eram 10% da realidade. Ao mesmo tempo, como eu queria muito, meu mantra de vida sempre foi: “eu quis, eu quero e eu vou dar meu máximo para fazer direito.” E todo dia é dia de ajuste. Não existe uma formula. A cada novo desafio ou fase da vida deles, uma nova demanda aparece. Quando disse que você abre mão de muitas coisas, não quis dizer que é para sempre. Coisas que abri mão lá atrás, hoje já se encaixam novamente. Outras que não precisei deixar, hoje preciso repensar. O difícil é você entender, naquele momento da sua vida, que passa e não vai ser sempre assim.

QUAL A MAIOR DIFICULDADE DE EDUCAR UM FILHO?

A divergência de ideias e criações entre os pais. Tem coisas que penso muito diferente do meu marido. No começo cada um fazia do seu jeito e depois falava com o outro, o que dava problema. A grande questão é que ambos estão certos – porque querem fazer o melhor – mas um meio termo precisa existir. Hoje conversamos antes de qualquer decisão.

E O QUE VOCÊ ACHA QUE FEZ/FAZ DIFERENTE DOS SEUS PAIS?

É difícil não repetir, mas me policio porque sempre lembro de algumas coisas que eles faziam e eu não gostava. Minha mãe, por exemplo, escolhia as minhas roupas, e não adiantava não gostar, tinha que usar. Cresci achando que detestava algumas coisas, que hoje descobri que gosto e ficam bem em mim. Adoro saia e vestido, e tento sempre sugerir para a Tháta. Adoraria que ela usasse, mas ela não gosta, não adianta. Me policio para respeitá-la.

VOCÊ MUDOU MUITO COM A MATERNIDADE?

Completamente. Sempre fui “boba” e medrosa. Quando a Tháta nasceu, minha mãe estava no hospital e eu não podia contar com ela. Era literalmente só eu e meu marido. Passei por situações delicadas, nas quais ou eu me posicionava, ou já era. Então mudei nisso, hoje não tenho mais medo, nem sou boba. Aprendi a me virar, a não ter vergonha de fazer qualquer pergunta, por mais idiota que ela seja. Quando você se torna mãe, é você por eles, e não dá para falhar. Pedir ajuda às vezes, não vejo problema, mas não acho certo deixar os filhos sempre com alguém. Não é justo com quem fica, porque não são os pais, e nem com os filhos, que não terão a companhia e os ensinamentos dos pais.

(Fotos: Mel Albuquerque)

Veja também: O passo a passo de porta-caneta que fizemos com Fernanda, Thabata e Vitor

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No Ninho: Renata + Catarina

A fotógrafa Rejane Wolff compartilhou com a gente um ensaio lindo que fez com a mãe de primeira viagem Renata e sua pequena Catarina. Adoramos as fotos bem “mãe e filha” e aproveitamos para bater um papo com Renata sobre maternidade, gestação, parto, rotina do sono e amamentação. Vem ver as dicas do que funcionou na casa dela, e os cliques cheios de estilo que Rejane fez:

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QUANDO DESCOBRIU QUE ESTAVA GRÁVIDA, QUAL A PRIMEIRA COISA QUE PASSOU NA SUA CABEÇA?

A única coisa que passava pela minha cabeça todos os dias era o desejo que aquela gestação finalmente desse certo. Era minha terceira gravidez no período de apenas um ano, uma vez que as duas anteriores não vingaram. Na primeira foi diagnosticado anembrionária (quando o óvulo fecundado se instaura no útero, mas o bebê não se desenvolve) e na segunda, ectópica (quando o óvulo fecundado implanta-se fora do útero). Então, cada resultado positivo significava um misto de alegria, medo e incertezas.

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COMO ESTAVA SUA VIDA NESTE MOMENTO?

Minha vida estava completamente voltada ao desejo da maternidade, pois eu sempre amei crianças e simplesmente não entendia porque a minha não chegava logo. Eram consultas infinitas, exames e mais exames, novenas e promessas, além da superação dos traumas anteriores. Até que um dia, no momento certo, apenas com a intervenção divina, tudo se encaixou perfeitamente.

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COMO FOI A GESTAÇÃO DA CATARINA? ELA NASCEU DE QUANTOS MESES?

A gestação da Catarina foi muito tranquila. Não tive enjoos, nunca passei mal, fiz exercícios e trabalhei até praticamente o último instante. Com 37 semanas e 4 dias, ela simplesmente resolveu que era hora de nascer, rompeu a minha bolsa e antecipou um pouquinho a sua vinda ao mundo, nos surpreendendo desde o nascimento.

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VOCÊ CHEGOU A PESQUISAR AS DIFERENÇAS DE PARTOS? TINHA ALGUMA RESTRIÇÃO OU PREFERÊNCIA?

Não sou de pesquisar muito sobre essas coisas. Tinha preferência pelo parto normal e meu obstetra me incentivou muito a fazê-lo, mas quando realmente chegou a hora, a única coisa que pedi foi: “faça o que for melhor e mais seguro para a minha filha”. E assim, de coração aberto, sem qualquer frustração, vivi intensamente o momento mais emocionante da minha vida, da maneira como foi possível: parto cesárea.

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VOCÊ SE PREPAROU DE ALGUMA FORMA PARA O PARTO, FEZ ALGUMA COISA QUE TE AJUDOU E PODE COMPARTILHAR COM A GENTE?

Fiz diversas coisas: caminhada, pilates, hidroginástica, drenagem e terapia, além de tomar muito cuidado com a alimentação. Não consegui ter o parto normal, porque não tive nenhum dedo de dilatação. Porém, de todas as coisas que fiz, três foram fundamentais para uma gestação saudável e até mesmo para um melhor pós-parto: 1) Suco verde em jejum todas as manhãs, para o regular funcionamento do intestino, o qual incorporei na minha vida e tomo até hoje; 2) Hidroginástica, para controlar o peso e aliviar o inchaço; e 3) Terapia, sempre, antes e depois, para cuidar da minha mente e auxiliar na compreensão do que estava por vir.

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COMO FORAM OS PRIMEIROS DIAS DA CATARINA EM CASA? ALGUMA DICA PARA AS MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM?

Essa é uma questão complexa que as mães não costumam falar e eu, sinceramente, não entendo o porquê. Quando a mulher está grávida, ninguém fala a ela que existe um lado “B” da maternidade ou que o tal “amor incondicional” pode não surgir imediatamente. E por mais que a Catarina tenha sido extremamente desejada e desde o começo uma criança muito boazinha, os primeiros dias foram dificílimos. Sempre cuidei de crianças, mas, naquele momento, não sabia lidar com o fato de estar há várias noites sem dormir, passar o dia inteiro com o mesmo pijama cheirando a leite, ficar três dias sem lavar o cabelo… Se para tudo o que é novo na vida nós precisamos de um período de adaptação, com a maternidade não poderia ser diferente.

Assim, minha dica é: não dê ouvidos a tantos palpites, nem exponha demais ou compare o seu filho com outras crianças. Siga seus instintos e faça o que for melhor para a vida e a rotina de vocês dentro de casa. Quando nasce um filho, automaticamente nasce uma mãe, a qual em pouco tempo superará todas as suas dificuldades e não conseguirá imaginar uma vida sem a experiência da maternidade.

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FOI TRANQUILA A AMAMENTAÇÃO? ELA MAMA OU PAROU QUANDO?

Passados os primeiros dez ou quinze dias, nos quais eu tinha vontade de chorar a cada mamada, uma vez que os bicos dos meus seios ficaram quase em carne viva, tudo transcorreu naturalmente. Não tive qualquer dificuldade, visto que a Catarina já teve uma pega boa desde a maternidade. Mamou até o primeiro ano, quando entrei com o complemento.

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ALGUMA DICA QUE RECEBEU OU DO QUE FEZ QUE PODE COMPARTILHAR?

Aqueles bicos de silicone foram fundamentais nos primeiros dias, pois quando eu estava com muita dor, intercalava as mamadas, uma com o bico e outra sem. Funcionou super bem para mim, não atrapalhou a pega nem a amamentação.

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JÁ DEU PARA COLOCAR UMA ROTINA DO SONO E ALIMENTAÇÃO? O QUE FUNCIONOU E O QUE NÃO FUNCIONOU NO SEU CASO?

Passada a adaptação inicial, a partir do primeiro mês comecei a estipular horários, por exemplo: não amamentar com intervalo inferior a duas horas; às 21h00 escurecer a casa e fingir que todos estavam dormindo; ou dar banho todos os dias no mesmo horário. Para mim funcionou perfeitamente, pois com dois meses a Catarina era praticamente um reloginho, com quase todos os horários definidos.

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QUAIS RECURSOS RECORRE NA HORA DE BRINCAR?

Gostamos de sentar no chão, pintar com tinta, correr na rua, aproveitar um parque… Sempre fiz isso com as crianças da minha família, então não seria justo deixar de fazer com a minha própria filha. Celulares e tablets ainda são proibidos. Televisão, uns quarenta minutos, mais ou menos, após o jantar. Esses artifícios eletrônicos deixo apenas para os momentos de maior necessidade, como um passeio longo de carro ou um jantar em um restaurante.

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COMO E ONDE VOCÊ FEZ O ENXOVAL? PODE DAR UMA BOA DICA PARA AS MÃES QUE ESTÃO COMEÇANDO A PLANEJAR OS SEUS?

Sempre tive vontade de fazer o enxoval fora do país, principalmente pelo custo-benefício, mas em decorrência das perdas anteriores, tive muito medo de viajar e ter algum problema no exterior. Então, minha sogra e cunhada foram a Miami no meu lugar. Nesse aspecto, minha dica para as mamães, em especial as de primeira viagem, é: contrate um personal shopper! Assim, você certamente economizará, comprando apenas o necessário.

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O QUE COMPROU E USOU/USA MUITO? E O QUE NUNCA USOU?

Body, muitos bodies. A Catarina vive de body até hoje, pois acho demais a aparência de “bebezona”, que poderia durar para sempre. A máquina de fazer papinha foi o produto do enxoval pelo qual mais me apaixonei, uma vez que é muito prática. Ela descongela e cozinha os legumes no vapor (super saudável!), e desliga automaticamente quando estiver pronto (sensacional!), além de triturar os alimentos, caso as mães sejam adeptas disso. Como vivo na correria, adoro esses produtos que facilitam as nossas vidas.

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ALGUM PRODUTINHO DE BELEZA QUE DEU CERTO COM ELA?

A pomada Calêndula Babycreme, da Weleda. A Catarina tem a pele muito sensível, com alergia até à nistatina, que é exatamente o princípio ativo do tratamento de assaduras. Então, após várias tentativas, essa pomada foi a mais natural que encontrei nas farmácias e ela se adaptou direitinho.

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QUAIS MARCAS DE ROUPAS VOCÊ RECOMENDA?

Para o dia a dia, se tiver a facilidade de comprar fora, certamente Carters é tudo de bom: boa, bonita e barata. Também adoro o estilo da Gap e da Polo Ralph Lauren, além de ser completamente apaixonada pela Janie and Jack. Para comprar no Brasil, gosto da modinha e custo-benefício da Zara. Para ocasiões mais especiais, amo Paola da Vinci e Salamê Minguê.

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COMO É A PARTICIPAÇÃO DO PAI? VOCÊS DIVIDEM AS TAREFAS?

Aqui em casa não tem essa história de pai se vangloriar porque trocou uma fralda ou então ser intitulado “ajudante de mãe”. Pai é pai, com os mesmos deveres e responsabilidades da mãe. A partir do momento em que o meu marido chega em casa, ele ajuda em tudo. De segunda-feira o futebol dele é sagrado, então fico sozinha com ela. De quinta-feira eu janto com as minhas amigas, então ele se vira. E assim vamos nos ajudando, longe de vivermos em um comercial de margarina, mas sempre tentando mostrar à nossa filha que ela pode contar igualmente com os dois, pois ambos somos e sempre seremos o seu porto-seguro.

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(Fotos: Rejane Wolff)

Veja também: As impressões de Monica Salgado sobre a maternidade

E mais: Dicas valiosas para curtir as férias com crianças na praia

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No Ninho: Monica Salgado e Bernardo

Pensa em uma dupla divertida e animada. Agora multiplica por três e você tem um breve resumo de como foi nossa manhã na casa da diretora de redação da revista Glamour, Monica Salgado, e do pequeno Bernardo, de cinco anos. A farra, clicada pela lentes da querida Vivi Guimarães, foi palco para o No Ninho de hoje. Em um longo papo, Mônica nos contou como se preparou para o parto, sua visão nada glamourosa sobre a maternidade e como se surpreendeu ao ver a dificuldade que as gestantes enfrentam para conseguir um médico disposto a ir até o final com parto normal.

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COMO ESTAVA SUA VIDA QUANDO ENGRAVIDOU?

Engravidei com cinco anos de casada. Tinha tirado o DIU para tentar, mas não esperava que fosse tão rápido. Era um momento bastante turbulento na minha vida profissional. Eu era redatora-chefe da revista Vogue e estávamos em transição para a nova empresa que iria responder pela publicação no Brasil. Era tudo tenso, a gente não sabia o que iria acontecer e com sete meses de gravidez trocamos de escritório, de empresa, de tudo. Foi muito difícil, minha cabeça estava divida entre o bebê e a nova fase do trabalho. E apesar de querer muito um filho e estar super feliz, tinha a sensação de que estava perdendo alguma coisa, não curti tanto quanto gostaria.

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A GESTAÇÃO FOI TRANQUILA? 

Super tranquila. Fiz ginástica, trabalhei, não tive enjoos fortes, fiquei surpresa. Como queria muito parto normal, mudei de médico três vezes até me sentir segura.

POR QUE NÃO SE SENTIA SEGURA?

É triste, mas os médicos super forçam você a ter cesária. Você precisa ter quase um médico xiita para conseguir ter parto normal no Brasil. Se não for um super partidário, em algum momento ele vai te convencer que a cesária é a melhor coisa. E que mãe vai contrariar se o médico falar que seu filho corre risco? O Bernardo nasceu de 40 semanas, no dia 20 de dezembro. Eu estava super bem, queria esperar, mas meu médico achou arriscado. Podia esperar? Ele corria mesmo risco? A gente nunca vai saber, a gente só sabe que poucos médicos querem ficar em função dos bebês. Foi muito triste ver isso.

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ELE NASCEU BEM?

Muito bem, graças a Deus!

VOCÊ FICOU COM ELE EM CASA POR QUANTO TEMPO?

Como tirei alguns dias antes dele nascer, acabei ficando apenas três meses e meio. Olha, vou te dizer que como sou muito ativa, não lidei muito bem com a ideia de ficar em casa. Pirei um pouco. Claro que tudo faz parte do momento da mulher. Hoje, se engravidasse de novo, seria diferente. Minha maturidade e percepção de mundo são outras.

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OS PRIMEIROS MESES FORAM DIFÍCEIS EM ALGUM ASPECTO?

Um pouco. Na conta final é positivo, mas o percurso é complicado. Todo mundo te diz que você tem que sentir aquela magia da maternidade, que tudo é lindo. Eu não senti nada disso neste momento, pelo contrário. Tinha a sensação de que nada ia ser mais como antes, que estaria presa naquela rotina na qual eu não mando. O primeiro filho é para os fortes, e tem uma coisa que acredito que mulher moderna nenhuma está preparada: a “perda da liberdade”. Claro que depois tudo passa e só fica melhor, mas neste começo é muito difícil. O medo de te julgarem por você não sentir isso tudo é grande, e se você não tem um autoconhecimento mínimo, a tendência é você jogar essas sensações para baixo do tapete, e lá na frente pode ser muito difícil.

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E COMO É A ROTINA DO BERNARDO, COMO VOCÊ CONSEGUE CONCILIAR SUA VIDA PROFISSIONAL (QUE É INTENSA), COM A AGENDA DELE?

Dirigir uma revista não é nada quando você descobre o quão trabalhoso é alimentar, dar banho, vestir pijama e fazer uma criança dormir. Rs! Estou brincando, mas o que aprendi é que ter uma rotina regrada é muito importante quando você tem filho e trabalha. Claro que sei o quão privilegiada sou de ter uma pessoa que cuida da minha casa e uma babá noturna, mas para mim é muito importante passar o maior tempo possível com ele. Entro tarde no trabalho, então passo as manhãs com o Bernardo. Levo no futebol, no inglês… Dou almoço e levo para a escola. Tenho pouco tempo com ele, mas com muita qualidade. E aos fins de semana meu tempo é todo dele.

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E ONDE O “BICHO PEGA” HOJE NA SUA CASA?

Na disciplina. Ele está naquela fase de desafiar, então já viu, né? É muito cansativo, chega um momento que você quer dar um berro porque sabe que vai funcionar, mas não pode.

E FALANDO EM EDUCAÇÃO, COMO VOCÊ ESCOLHEU O TIPO DE EDUCAÇÃO PARA O BERNARDO?

Talvez por ser jornalista e prezar muito pela escrita, não quis colocar ele em escola bilíngue ou internacional. Pode ser que um dia eu mude de ideia, mas neste momento quero que ele tenha uma alfabetização apenas em português. Pesquisei, me informei, e como sou uma pessoa mais conservadora e tradicional com este assunto, acredito que a criança precise ter regras, disciplina e comprometimento. Na hora de escolher a escola dele, isso que me fez decidir. Se depois, quando crescer, quiser quebras as regras e os parâmetros, dai é com ele aguentar as consequências.

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VOCÊ TEM ALGUMA DICA BOA DE PROGRAMA PARA FAZER EM SÃO PAULO?

É difícil, né? Gosto muito de viajar, ir para hotel fazenda próximo de São Paulo, mas quando estou aqui, adoro fazer programas alternativos e que abram a mente do Bernardo. Minhas sugestões são: Espaço Catavento Cultural e os tradicionais do centro histórico de São Paulo, como Teatro Municipal, Pinacoteca…

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E DE ROUPA DE CRIANÇA, QUAIS AS MARCAS QUE MAIS GOSTA?

Aqui no Brasil gosto muito da Zara Kids, Mini US e Reserva Mini. São mais descoladinhas e ele adora. É uma pena que eles crescem tão rápido e perdem tudo.

E PARA FECHAR, NO QUE A MATERNIDADE TE MUDOU?

Me ensinou a ter autoconhecimento. Você está à prova a todo momento. Coisas que você tinha cristalizada sobre as pessoas e mundo vão se transformando. Você volta a ser criança, sua relação com sua mãe muda da água para o vinho. É muito louco que do nada você está fazendo exatamente o que sua mãe fazia e que você jurou nunca faria igual. Eu só fico pensando o quão privilegiada eu sou de Deus ter me dado a honra de ser mãe. Não consigo ver minha vida e minha alegria sem o Bernardo.

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(Fotos: Vivi Guimarães)

Veja também: Vem ver outro ensaio com um pequeno cheio de energia

E mais: Os benefícios da shantala para o bebê

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No Ninho: Carla Palermo + Alice

Sempre de malas prontas, a dupla do nosso No Ninho de hoje tem passaporte carimbado. Carla e Alice adoram viajar, e não seria diferente. À frente da empresa NovaSafari, Carla é expert em criar roteiros de viagens personalizados para famílias. Aproveitamos uma tarde ao lado delas, tudo registrado pelas lentes da querida fotógrafa Isabel Becker, para bater um papo longo com a mãezona, que falou sobre maternidade, rotina do sono e, claro, deu boas e valiosas dicas na hora de planejar a mala e a viagem! Vem ver:

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– COMO ESTAVA SUA VIDA NO MOMENTO DA GRAVIDEZ?

Super agitada, foi um ano de muito trabalho, muitas viagens. Na verdade eu estava às vésperas de uma nova viagem e fiquei um pouco apreensiva se deveria mudar os planos. Mas meu médico é sensacional, me deixou super segura e continuei viajando durante toda a gestação. Até para a África eu fui!

– VOCÊ SE PREPAROU DE ALGUMA FORMA PARA O PARTO, FEZ ALGUMA COISA QUE TE AJUDOU?

Sempre tive uma preocupação muito grande com alimentação, então não precisei mudar muita coisa nos meus hábitos, só passei a consumir mais alimentos com cálcio e ferro, e tomei algumas vitaminas que meu médico receitou. Fiz drenagem, acupuntura, yoga e natação, estas até o penúltimo dia!

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– COM FOI VOLTAR AO TRABALHO?

O começo é uma loucura! Voltar ao trabalho com um bebê recém-nascido em casa não é fácil! Todo nosso foco e nossa energia estão voltados para o bebê, e não é algo que você faz racionalmente, é totalmente instintivo. Sair desse mundo mãe e voltar ao mundo profissional foi um esforço tremendo, mas por sorte tenho meu negócio e pude fazer um horário mais flexível. Isso é um privilégio. E hoje acho maravilhoso sair pra trabalhar e depois voltar pra casa pra ficar com minha filha. Me sinto realmente completa e realizada. E exausta, claro!! Rs!

– NO QUE MAIS A ALICE TE SURPREENDE?

Na sensibilidade que ela tem pra perceber coisas, sentimentos, medos, ansiedades… Nunca imaginei que eles tivessem tanta consciência tão cedo. E também na desenvoltura que ela tem pra se comunicar, desde bem pequena ela consegue se expressar com muita facilidade.

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– COMO É A ROTINA DELA?

Ela acorda e trago ela pra nossa cama, ficamos curtindo juntos aquela preguiça da manhã por uns 15/20 minutoss (- uma delícia!). Depois, tomamos café da manhã juntos. Alice dorme uma horinha por volta das 11h. Acorda, almoça, toma banho e vai pra escola. Busco ela e voltamos pra casa. Esse momento é uma delícia, ela conta o que fez, canta músicas. Esse é o meu momento com ela: brincamos, dou jantar e banho. Depois conto uma história e coloco pra dormir.

– ALGUMA DICA QUE FUNCIONOU PARA CRIAR UMA ROTINA DO SONO?

Escalda pé + historinha + mantras + massagem! Essa á minha formula secreta!! Alice nunca foi uma criança muito dorminhoca, é super agitada e demora pra desligar. Então fui tentando criar um ritual, a partir de dicas de amigas e coisas que fui lendo: Trago ela pro quarto, coloco os pezinhos dela em um balde de água morna (muitas vezes ela acaba entrando inteira na agua!). Depois, coloco pijama e já baixo a luz. Conto uma historinha, ela vai pro berço e coloco mantras pra ela ouvir (fiz uma seleção no spotify e ela adora).

Faço massagem nos pezinhos e nas mãozinhas. Normalmente, ela pega no sono durante a massagem. Costuma funcionar, mas não dá pra dizer que é infalível. Com criança, cada noite é uma noite. Está aí uma conquista que não é definitiva: não tem um dia que você fale: pronto, aprendeu a dormir.

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– QUAIS RECURSOS RECORRE NA HORA DE BRINCAR?

Aqui em casa sempre teve muito livro, muita música, brinquedos de madeira, de encaixe, lápis, papel, massinha. Tento trazer essa coisa mais orgânica, mais manual pra rotina dela. Uma coisa que acho super bacana é o “cesto dos tesouros”, que é basicamente um cesto que você coloca objetos (não brinquedos) pra criança explorar de forma mais criativa. Acho legal, pois incentiva a criança a “criar a brincadeira”, não é um brinquedo pronto que ela aperta e assiste. O estímulo parte da criança e não do brinquedo/objeto. Aprendi na escola dela e adotei em casa também.

– COMO E ONDE VOCÊ FEZ O ENXOVAL? PODE DAR UMA BOA DICA PARA AS MÃES QUE ESTÃO COMEÇANDO A PLANEJAR OS SEUS?

Fiz nos Estados Unidos, mas não pirei. Peguei uma lista de algumas amigas minhas, sentei na frente do computador, entrei no site da Carters e da Gap e foi na matemática, tipo planilha de Excel. Uma dica: compre pouca roupa. Eles crescem muito rápido e não dá tempo de usar. Tente ser o mais racional e prática possível e seguir a risca a lista que você tiver em mãos. Sem falar que você vai ganhar muitos presentes…

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– O QUE COMPROU E USOU/USA MUITO? E O QUE NUNCA USOU?

Sabe que eu usei muito uma coisa que parece boba, mas foi ótima: uma almofadinha de camomila que comprei na Weleda. Colocava ela no microondas pra ficar bem quentinha e aliviava a cólica da Alice. Um item super baratinho e bem útil.

– SE VOCÊ PUDESSE ESCOLHER O PRODUTO QUE MAIS TE AJUDOU/AJUDA, QUAL SERIA ELE?

Colic Calm! é um produto fitoterápico para cólicas, que vende nos EUA.

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– ALGUM PRODUTINHO DE BELEZA QUE DEU CERTO COM A ALICE?

Adoro o óleo de massagem da Mustela, tem um cheirinho ótimo e é bem gostoso pra fazer massagem neles.

– QUAIS MARCAS DE ROUPAS VOCÊ RECOMENDA?

A Mini Boden tem as roupinhas mais lindas. E aqui no Brasil eu amo a It Babies e a Luca + Jack que são super estilosas!

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– COMO VOCÊ TRABALHA COM VIAGENS, QUAIS DICAS PODE DAR SOBRE PLANEJAMENTO, CUIDADOS ESPECIAIS OU MESMO DOS ITENS BÁSICOS E PRÁTICOS PARA SE LEVAR EM QUALQUER VIAGEM?

Tem sempre que levar a farmacinha completa. Mas além disso, gosto de levar umas comidinhas pro avião: papinhas da Papa Baba, Bolachas de arroz, uva passa, granola.
No avião, tenha sempre 2 trocas de roupa pro bebê e 1 troca de roupa pra você, pode acontecer algum “acidente”.

No ninho, Isabel Becker, Carla Palermo, Ensaio

Estas são algumas coisas que adoto e funcionam pra mim no planejamento da viagem:

Não queira fazer todas as programações que você faria se estivesse viajando sem crianças. Vai ser impossível e pode virar uma frustração. Adote o estilo “slow travel” e quem sabe você pode até gostar de fazer tudo com mais calma!
– Tente sempre incluir um parque, praia, lugar ao ar livre em um pedaço do dia. Leve uma canga na mochila e pronto, aproveite pra relaxar enquanto seu filho corre e brinca.
– Mesmo que no dia a dia você seja rigorosa com horários, em viagens relaxe! Querer dar almoço às 12h em ponto pode virar um stress pra todo mundo. Prefira dar uma mamadeira fora de hora e curtir uma refeição em família num restaurante gostoso mais tarde, se for o caso. (até porque não vai dar pra jantar fora toda noite, então capriche nos almoços!)
– Tente levar livros ou coisas que façam parte da rotina de dormir do seu filho, eles costumam ficar mais agitados fora de casa e é legal ter esses objetos/rituais para ajudá-los a entender que mesmo fora de casa também tem uma rotina.
– Se você vai pra praia, tem uma dica sensacional! Leve sempre talco e quando chegar na hora de tirar o biquíni/sunga molhado pra colocar a roupinha, seque o pequeno com a toalha e depois passe talco no corpinho dele todo. A areia sai TODA! Seu filho fica limpinho, cheiroso e sequinho na praia. Alice sempre dorme nessa hora e eu ganho umas horinhas tranquilas pra mim!

No ninho, Isabel Becker, Carla Palermo, Ensaio

(Fotos: Isabel Becker)

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No Ninho: Juliana e os trigêmeos Bento, Bernardo e Gabriela

O No Ninho de hoje é ao cubo! Bento, Bernardo e Gabi nos “receberam” ao lado da mãezona Juliana para um ensaio lindo. As fotos da querida Carla D’Aqui registraram o dia a dia desta família, enquanto nosso bate-papo trouxe diversas dicas, surpresas e aflições desta mãe com a chegada de trigêmeos. Vem ver o que funcionou com ela, as diferenças da gravidez trigemelar e o que muda no dia a dia:

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COMO ESTAVA SUA VIDA ANTES DE ENGRAVIDAR? 

Eu e meu marido, meu namorado na época, havíamos decidido morar juntos há seis meses apenas. Então tínhamos uma vida social agitada. Gostávamos muito de sair com os amigos e receber as pessoas em casa. Fora isso, estava em uma vaga no meu trabalho que costumava viajar muito, muito mesmo! Passava uma semana do mês fora do Brasil.

JÁ PLANEJAVA UMA GRAVIDEZ NESTE MOMENTO? 

Ninguém planeja uma gravidez trigemelar, acredite! (Risos). Era algo que planejávamos sim, mas acabou sendo antecipado pois tive apendicite e fiz uma cirurgia de emergência. Os remédios que tive que tomar decorrente a cirurgia cortaram o efeito do anticoncepcional. Logo em seguida engravidei.

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O QUE SENTIU QUANDO DESCOBRIU QUE ESTAVA GRÁVIDA? 

No começo foi um susto. Foi uma mistura de sentimentos pois sentia uma felicidade tremenda e ao mesmo tempo medo por saber que era uma gravidez de risco. Acho que meu marido foi peça fundamental. Por ser mais velho que eu, acho que aceitou melhor no começo e me tranquilizou muito.

E O QUE SENTIU QUANDO DESCOBRIU QUE ERAM 3? 

Primeiro a médica visualizou dois e perguntou se havia histórico de gêmeos na família. Disse que sim, mas não caiu a ficha na hora que poderiam ser dois, três então… Quando ela disse que havia “mais um”, minha resposta foi “exame para fazer?” (Risos). Como estava muito no começo, a médica disse que a chance dos três “vingarem” era pequena, mas duas semanas depois fizemos o exame novamente e estava “todo mundo” lá. Ai acho que a ficha começou a cair e todos os sentimentos começaram a triplicar, literalmente. Depois descobri outras mães de trigêmeos e até um grupo no WhatsApp de Trimamães que me ajudou bastante. Dá um certo alívio saber que você não está sozinha e pegar dicas com outras mães que estão passando, ou já passaram, pelo mesmo que você está vivendo.

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QUAL FOI SEU MAIOR MEDO NESTE MOMENTO? E A MAIOR ALEGRIA? 

Meu maior medo, sem dúvida, era da prematuridade extrema. Chorava só de pensar neles na UTI. Mas no final essa fase foi super tranquila felizmente. E a maior alegria era saber que haviam três vidas dentro de mim. Sabia que era algo raro e me sentia muito especial por isso. Sempre acreditei que na vida nada acontece por acaso e se havia acontecido comigo é porque eu daria conta do recado.

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COMO FOI A GESTAÇÃO? ELES NASCERAM DE QUANTO TEMPO?

A gestação até o sexto mês foi muito tranquila. Não tive nem enjoo. Trabalhei normalmente e mesmo grávida passei no processo seletivo interno na empresa que trabalho para a vaga que almejava! Fiz tudo o que tinha direito. Viajei para fazer enxoval, fiz ensaio fotográfico de gestante e chá de bebê. Minha médica me alertou que teria que fazer tudo o que queria até a 20ª semana. Então até o quinto mês tinha tudo pronto, exceto alguns detalhes dos quartinhos que contaram com a ajuda da vovó e titia para serem finalizados depois.

Com 25 semanas entrei em repouso e tive que ficar 23h deitada por dia. Aqui tive que trabalhar muito o lado psicológico, não estava preparada para o repouso. Como me sentia muito bem antes, me pegou de surpresa, por mais que minha médica tivesse me avisado. Da 25ª até a 28ª semana, que é considerado prematuridade extrema caso o bebê nasça, foi meio tenso ficar deitada, mas tive sorte que não cheguei a ficar internada. Eles nasceram com 33 semanas e super bem. Ficaram internados na UTI sem intensiva por um mês para ganhar peso e aprender a fazer sucção (mamar).

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O QUE MUDA DE UMA GESTAÇÃO DE UM ÚNICO BEBÊ? 

No meu caso eles estavam todos em placentas separadas o que era ótimo, pois todos tinham a oportunidade de se alimentar igualmente. Mas o principal risco é o da prematuridade extrema. Então, basicamente você tem que fazer de tudo o que for possível para evitá-la. Fazia exames com muito mais frequência que uma gestante de apenas um bebê, pois tínhamos que controlar anemia, infecção urinaria… Tomei progesterona, remédio para inibir contrações e muitas, muitas vitaminas. Mas o principal problema é a espessura do colo do útero. Quando chega a 2,5cm é necessário fazer repouso. Existe o risco literalmente do útero “abrir” e o bebe nascer. Eles nasceram com 2kg, 1.8kg e 1,7kg, então o peso que o útero carrega em uma gestação trigemelar é muito maior do que uma gestação única.

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VOCÊ SE PREPAROU DE ALGUMA FORMA PARA O PARTO? FEZ ALGUMA COISA QUE TE AJUDOU? 

Fiz hidroginástica até o quinto mês, drenagem e acompanhamento nutricional até o final. Além disso, eu costumo dizer que praticamente “mergulhava” nos potes de cremes contra estrias. Para mim os melhores eram da marca Mustela e Palmer´s. Usava também óleo corporal no banho. E super funcionou! Apesar da barriga grande, não tive estrias!

COMO FOI VOLTAR AO TRABALHO? 

Admito que quando assisti ao documentário “O começo da vida”, disponível no NetFlix, senti um nozinho na garganta. Sei da importância da presença da mãe na vida da criança, principalmente nos primeiros anos de vida. Além disso, não é nada fácil ver aqueles sorrisos banguelas lindos, fechar a porta e sair. Admiro muito quem decide parar de trabalhar. Mas sou muito agitada, muito mesmo. Ficar em casa acho que não seria saudável para mim e consequentemente para eles. Agora tento me policiar e não chegar tão tarde e tenho flexibilidade de fazer Home Office.

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JÁ CONSEGUE VER CARACTERÍSTICAS DIFERENTES EM CADA UM? 

Eles são totalmente diferentes. O Bento acorda sorrindo e é super agitado. O Bernardo é mais calmo e manhoso. A Gabi é super independente, só chora se tem um problema, ou seja, se precisa trocar a fralda, comer…

ALIÁS, COMO FOI ESCOLHER OS NOMES? 

Foi uma negociação com meu marido. Eu escolhi os nomes Bento, Bernardo e Gabriela e ele ficou com dois casais de padrinhos para escolher e eu apenas um casal. Mas ambos tínhamos o poder de veto sob a decisão do outro.

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ACREDITO QUE MUITA GENTE QUER SABER COMO FUNCIONA A ROTINA NA SUA CASA. JÁ CONSEGUIU CRIAR HORÁRIOS? 

Com trigêmeos não tive muitas escolhas. Tive que ter ajuda de outras pessoas. Tive uma enfermeira que é bem especializada em múltiplos e ela me ajudou bastante a estabelecer uma rotina para eles. Ela era bem “general” (risos). Mas acho que com gêmeos ou trigêmeos o grande segredo é ter a rotina bem definida. Hora para mamar, dormir, banho e etc.

Amamentei até os quatro meses, obvio que não exclusivamente. Eu dormia à noite e ficava com eles de manhã enquanto a enfermeira descansava. No começo eles mamavam de três em três horas porque eram prematuros e precisavam ganhar peso. Mas com o tempo fomos tirando as mamadas da madrugada. Mas acho que tivemos sorte também. Nenhum deles teve cólicas fortes ou refluxo. Difícil mesmo era controlar meu marido que é um super pai e sempre queria pegar as crianças quando chegava em casa, trazer para nossa cama e etc.

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A AMAMENTAÇÃO EM CASO DE TRIGÊMEOS FUNCIONA DE QUE MANEIRA? 

É uma loucura! Fazíamos um rodízio. Em cada vez um bebê  em cada peito por 15 minutos, um de cada vez e não os dois ao mesmo tempo. Achava que era o meu momento individual com cada um deles. Afinal eles não tem culpa por terem nascido ao mesmo tempo e acho super importante ter meus momentos com cada um deles. O terceiro mamava na mamadeira. Na mamada seguinte quem tinha tomado na mamadeira ia para o peito. Tínhamos um caderninho para controlar. Mas eu dava até a mamada da meia noite e pulava a da madrugada para descansar e “pegava no batente” às 6 da manhã de novo.

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NESTE MOMENTO, AONDE O “BICHO PEGA” NA SUA CASA? 

Descobri que existe a Síndrome do Crepúsculo (minha avó chama de “Hora da Cólica”). Todos os dias, religiosamente, até mais ou menos os quatro meses, próximo às 18h, os três abriam um berreiro ao mesmo tempo. Parecia uma orquestra sinfonia, digna de apresentação do Teatro Municipal de São Paulo (risos). Durava cerca de 20-30 minutos, eles se acalmavam e simplesmente passava. No começo eu ficava desesperada. Chorava junto. Depois de um tempo, não saia do lado deles obviamente e esperava passar.

COMO AS FAMÍLIAS RECEBERAM A NOVIDADE?

A primeira reação de todas as pessoas era achar que estávamos brincando. Decidimos filmar, com o celular mesmo, a reação das pessoas que contávamos. Depois fizemos um perfil no Instagram (@trigemeospopnoinsta) e postamos os melhores. O perfil existe até hoje e vamos postando fotos do crescimento deles para nossas famílias e amigos que moram longe poderem acompanhar. Mas teve de tudo: gente pedindo para doarmos um, gente chorando de emoção outros de desespero, gente pedindo ultrassom para comprovar. Hoje a gente assiste e morre de rir e acho que no futuro eles também vão gostar.

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COMO E ONDE FEZ O ENXOVAL? 

Eu e meu marido fizemos uma viagem juntos para a Califórnia com 10 semanas de gravidez, mas não sabíamos os sexos dos bebês ainda. Então trouxemos coisas que independiam de saber se eram meninos ou meninas para comprar, como carrinho de gemêos (temos um de gêmeos e um individual), babás eletrônicas, etc. Depois meu marido foi novamente para Miami e trouxe roupinhas basicamente. Mas também comprei bastante coisa por aqui.

O QUE COMPROU E USA MUITO? 

Quando eles iniciaram a fase da alimentação me deu meio pânico pois não caberiam três cadeirões na minha cozinha. Ai acabei comprando três cadeirinhas de alimentação, que nem sabia que existia, que você coloca na cadeira mesmo. Foi uma super otimização de espaço e ainda era mais barato que os tradicionais cadeirões.

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E O QUE NUNCA USOU? 

Termômetro para medir a água da banheira. Como em casa é “linha de produção” usamos o método da época da minha mãe mesmo de colocar o cotovelo e ver se a temperatura está boa. Impossível parar para medir a temperatura a toda hora que trocamos a água da banheira.

QUAIS MARCAS DE ROUPINHA VOCÊ GOSTA E RECOMENDA? 

De fora do Brasil gosto muito da linha baby da H&M, Gap e Carter´s. No Brasil amo a Jouer para roupinhas pois são super confortáveis e descoladas. Também amo comprar acessórios na IT_Babies.

ALGUM PRODUTINHO DE BELEZA COM O QUAL SE ADAPTOU BEM? 

Para o banho amo o sabonete de lavanda da Granado. Creme uso o da Mustela, mas a minha melhor descoberta foi para colar os laços na cabeça da Gabi, achei uma colinha ótima que chama “Girlie Glue” que depois sai super fácil (Esta cola vende na Laçaroty).

E PARA FECHAR, O QUE VOCÊ FALARIA PARA AS FUTURAS MAMÃES DE TRIGÊMEOS?

Calma, vai dar tudo certo! Seus filhos já vão nascer tendo com quem brincar. Talvez as pessoas no começo se assustem e você ouça coisas que de deixe ainda mais em pânico. É difícil, eu sei, mas eles não fazem por mal, apenas estão preocupados com vocês.

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(Fotos: Carla D’Aqui)

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