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Como ensinar o bebê a dormir

Nos posts anteriores, compartilhei dicas de seguidoras para fazer o bebê dormir, depois expliquei como funciona o sono do bebê e listei 15 motivos comuns de noites mal dormidas. Agora, chegou o momento de falar como ensinar o bebê a dormir. Embora saiba que esse post foi muito aguardado, gostaria de reiterar que não sou especialista em sono! Tudo o que posso oferecer aqui é a minha experiência pessoal e um resumo do que aprendi em livros, consultoria e cursos. Se essa série de posts lhe ajudar, ficarei muito feliz! Se não, não desanime e procure ajuda profissional.

Se comentei antes que não há consenso entre os especialistas de sono em torno de vários pontos, é justamente em relação à maneira de ensinar o bebê a dormir que percebi as maiores discordâncias! Um livro assegura que não há mal algum em deixar o bebê chorar; o outro, que não pode deixar chorar porque causa danos psicológicos no bebê. Uma especialista diz para não pegar o bebê no colo de jeito nenhum; a outra, que pode pegar, se colocar de volta no berço logo em seguida. Alguns dizem para intervir primeiro só com a mão e, apenas se necessário, falar algo; outros afirmam que é melhor tentar acalmar o bebê primeiro com algum som (como shhhh ou uma frase curta) e se não funcionar, aí, sim, encostar no bebê. Poderia continuar apontando as divergências por horas. Fato é: se até os especialistas parecem não saber de fato o que é para fazer, imagine a gente! rs

Brincadeiras à parte, concluí que há pontos principais em relação aos quais a maioria concorda. Então, vamos a eles?

ensinar o bebê a dormir

DO QUE É PRECISO PARA CONSEGUIR ENSINAR O BEBÊ A DORMIR?

Antes de tudo, consistência e paciência. Essas são palavras mágicas no processo de ensinar o bebê a dormir!

Consistência significa manter-se firme no método que você escolher, para passar uma mensagem clara ao bebê. Se um dia você decide fazer um ritual do sono X e, no outro, faz Y; se um dia leva para dormir na cama, mas, no outro, não; se um dia amamenta quando chora e, no outro, não; enfim, se muda muito “as regras do jogo”, o bebê fica sem entender quais são as regras. Isso não quer dizer que você não tenha nenhuma flexibilidade, mas tome cuidado com a inconsistência.

Paciência é do que precisamos sempre, na maternidade, mas ainda mais ao ensinar o bebê a dormir. Os resultados não surgem do dia para a noite, por isso é importante persistir. Em todos os cursos, livros, etc, dizem que é possível alcançar bons resultados em 10, 15 dias. Para quem está exausto, há meses sem dormir, parece muito tempo. Mas ter esse prazo como meta ao fim do túnel pode motivar a enfrentar os momentos mais difíceis.

Dá para para fazer isso sozinha? Por tudo o que vi, dá. Mas se a mãe tiver alguém para ajudá-la, é bem melhor. O desmame noturno do Luis Felipe, por exemplo, só foi possível porque a babá me ajudou – em duas noites seguidas, ela não me chamou para amamentar (lembrando que sabíamos que não era fome, porque ele se alimenta muito bem de dia). Ela conseguiu acalmá-lo de outra forma, ninando-o novamente até que dormisse. Sozinha, eu teria cedido e amamentado, com certeza!

Dois bons conselhos que podem ajudar no processo de ensinar o bebê a dormir: 1) revezar o turno noturno com o marido a cada 2 noites, assim, cada um tem 2 noites completas de sono e 2) começar numa sexta-feira, já que as primeiras noites são as mais difíceis e os pais podem se revezar para descansar de dia no dim de semana.

AMBIENTE DO SONO

Como é o ambiente do sono do bebê? Acho que essa pode ser a primeira coisa a se verificar (até porque é a mais simples de ajustar!rs). O ambiente ideal tem:

  • Temperatura: 22-23ºC (se você não tem ar-condicionado, indicam ventilador não direcionado ao bebê e se for de teto, no modo exaustor)
  • Luminária com luz amena para o ritual do sono ou para atender o bebê nos despertares (falarei mais disso no tópico Rotina do Sono)
  • Black-out nas janelas (para o bebê não despertar com os primeiros raios de sol)
  • Aparelho (ou iPhone/iPad) de ruído branco (para acalmar o bebê e amenizar sons externos)
  • Difusor com aromas relaxantes (não é fundamental, mas ajuda)

*Sobre a escuridão do quarto, na hora de dormir, no curso da Little Z’s a especialista diz que se você colocar a mão na frente do rosto e enxergá-la, é porque está claro. Ela indica não apenas o black-out, como também rolo para cobrir a fresta da porta. É escuridão total!

**Aqui em casa, desisti do ruído branco. Sempre coloquei uma música relaxante (Meditation, do app The Wonder Weeks) para ninar o Luis Felipe e, depois, colocava um som de chuva durante a noite (do app Sound Sleeper). Como não percebi nenhuma influência positiva no sono dele (continuava despertando no meio da noite e continuava acordando cedo pela manhã), com o tempo, acabei tirando. Maaaas todos os especialistas super recomendam o ruído branco! Então, na dúvida, coloque. A música de ninar eu continuo usando e acho que ajuda.

ROTINA

Não vi nenhum especialista que não acredite na importância da rotina para o bebê. Porque ela traz previsibilidade, segurança e atende as necessidades dele. A questão é: como criar uma rotina adequada para o seu bebê?

Lembram que falei no post 3 que a rotina pode estar desalinhada com o relógio biológico do seu filho? E que uma rotina desalinhada pode resultar nas batalhas na hora de dormir (seja no momento das sonecas ou à noite), porque os horários não batem com o momento em que o bebê sente sono? Pois bem, é por isso que se deve tomar cuidado com rotinas prontas (de livros ou da internet). Passei meses tentando seguir rotinas pré-fabricadas e não foi legal.

É muito comum a gente ver tabelas que dizem assim: para bebê de X meses, o intervalo entre cada soneca é de Y horas. Foi no curso da Little Z’s que descobri que os intervalos em que o bebê fica acordado não são necessariamente os mesmos ao longo do dia! Essa informação me libertou para redesenhar a rotina do Luis Felipe de uma maneira completamente diferente. Me baseei na rotina sugerida pelo pediatra + na rotina de uma nutricionista infantil + na rotina sugerida no curso da Little Z’s + na observação dos sinais de sono do Luis Felipe. Comecei a partir do horário em que ele acorda e do horário em que vai dormir, e aí desenhei a rotina dele entre esses dois horários principais. No fim, cheguei a uma rotina em que o primeiro intervalo acordado é mais curto, o segundo é médio e o terceiro é longo.

Quais são os horários ideais? Cada bebê é único e, claro, depende da fase em que está. Para os bebês que já estão com o ritmo circadiano estabelecido, os especialistas dizem que o horário de dormir à noite deve ser entre 12h-13h depois do despertar matinal. O Luis Felipe, por exemplo, acorda às 6h e dorme por volta das 19h (às vezes, um pouquinho antes; às vezes, um pouquinho depois). Existe um horário limite para o bebê dormir? Dizem que, idealmente, o bebê deve dormir até às 20h. Em relação às refeições, para aqueles que já comem, os horários indicados giram em torno de 7h-8h para o café da manhã, 11h-12h para o almoço e 17h-18h para o jantar. Estou colando esses horários aqui só para dar uma noção… afinal, cada casa tem uma dinâmica.

Os pontos principais na rotina, a meu ver, são: hora de acordar, de se alimentar, das sonecas e de dormir. Na minha experiência, não muda muito se as atividades entre uma coisa e outra variam. Por exemplo, se o passeio de carrinho na praça um dia é pela manhã e no outro é à tarde, não interfere no sono do Luis Felipe (talvez possa interferir para outros bebês…). Em relação aos horários de se alimentar, amamentei o Luis Felipe seguindo uma rotina de mamadas até começar a Introdução Alimentar. E quando começam a comer, os bebês costumam ter horário para as refeições. Portanto, não sei como se desenha a rotina do bebê quando a mãe amamenta em livre demanda (antes da Introdução Alimentar). Não estou dizendo que seja impossível, nem que a mãe não deva amamentar em livre demanda, apenas que eu não sei como se faz porque não foi o meu caso. Mas uma coisa é certa: para dormir bem, à noite ou nas sonecas, o bebê precisa estar bem alimentado. Bebê com fome acorda. E o inverso é verdadeiro: para se alimentar bem, o bebê precisa estar descansado. Bebê com sono, normalmente, não come direito. Por isso é importante casar bem os horários.

A Dra Angélica Rabelo (pediatra especialista em sono, que adoro) sempre fala da importância de se perceber os sinais do sono do bebê para colocá-lo para dormir na hora certa. Além do bocejo, alguns exemplos de sinais de sono são: coçar os olhos, esfregar a orelha, puxar o nariz, olhar parado para o infinito, perda de interesse nos brinquedos, ficar molinho, não se sustentar mais sentado ou em pé… O choro também é um sinal de sono, mas um sinal tardio – ou seja, precisamos estar atentas aos primeiros sinais, antes de chegar ao ponto do choro! A pegadinha é quando você tem um bebê elétrico, como o meu, que nem sempre dá sinais de sono. Tem vezes que o Luis Felipe está brincando normalmente quando dá a hora da soneca (segundo a minha rotina) e eu fico observando se ele demonstra cansaço e nada… espero mais um pouco e nada… aí, para não passar demais da hora da soneca, pego ele no colo. É só encostar a cabecinha no meu braço que o sapeca fecha os olhos! rs Falarei mais das sonecas no próximo tópico.

Por fim, por que dizem que a rotina deve ser flexível? Porque bebês não são robôs. Então, a gente precisa prestar atenção nos acontecimentos do dia para ir ajustando a sequência. Por exemplo, quando o Luis Felipe faz sonecas muito curtas, dorme à noite um pouquinho mais cedo (para não entrar em efeito vulcânico). Quando ele ainda está com muita energia na hora do ritual do sono noturno, fico mais tempo com ele antes de colocá-lo no berço, para evitar batalha no berço, o que acaba atrasando um pouquinho a hora de dormir… e assim, vamos adaptando.

JANELAS DE SONO

Se você já leu alguma coisa sobre ensinar a dormir, já deve ter visto esse termo. Só gostaria de dizer que, apesar de amplamente usado, detesto as “janelas de sono”! Primeiro, porque sua definição diverge. Segundo, porque é muito irritante quando a pessoa fala “a janela do sono está se fechando”! Nem sei explicar muito bem o porquê, mas esse conceito me exaspera e só me atrapalhou! Quando parei de pensar em janela de sono, e pensei nos intervalos acordados (sem a rigidez do relógio), é que as coisas fluíram para mim.

Se você já conhece, gosta e faz uso do conceito das janelas de sono, maravilha. Siga assim.

SONECAS

Como falei nos posts 2 e 3, o sono noturno é reflexo do dia. E não há especialista no assunto que não diga e repita: bebês precisam fazer sonecas revigorantes! 

Muita gente estranha essa ideia (principalmente pais e avós que não estão atualizados no assunto…rs) e acredita que é justamente o contrário: que o melhor é deixar o bebê bem cansado para que ele “capote” à noite. Seguindo essa estratégia, é bem mais provável que se tenha um bebê chorando, em estado vulcânico pelo acúmulo de cansaço (como falei no post 3), do que um bebê dormindo como um anjinho.

E o que é uma soneca revigorante? É uma soneca de, pelo menos, 1 hora, da qual o bebê acorda felizinho, com carinha de descansado. “Ah, mas meu bebê acorda super descansado depois de 40min de sono!” Que bom! É fácil alcançar essa meta de sonecas longas? Aqui em casa, não. Continua sendo um desafio, para falar a verdade. O Luis Felipe não gosta de fazer sonecas, fica irritado quando se inicia o ritual de sono da soneca (falarei disso no próximo tópico) e chora. Apesar de tudo isso, quando apago as luzes e ele encosta a cabeça no meu braço, dorme rápido! rs Ou seja, a resistência dele não é por falta de sono, é porque quer brincar mesmo. E não sei por que, tem vezes que dorme 30 minutos e tem vezes que dorme 2 horas… E tem vezes que ele dorme 30 minutos, não consigo ajudá-lo a dormir mais, e ele acorda bem. Vá entender… Outra curiosidade: consigo fazer ele dormir sozinho no berço, mas nas sonecas ainda não consegui.

Qual é o ambiente ideal para sonecas? Tem gente que acha que só pode ser no berço, para o bebê entender que ali é o lugar de dormir. Há quem diga que o ideal é no carrinho, de modo que quando os pais estiverem fora (ou em uma viagem), não tenham grandes problemas no horário da soneca. Alguns dizem que o bebê precisa se acostumar a dormir com barulho, para não ficar “fresco”. Há quem diga que as sonecas não devam ser no escuro, para o bebê não confundir soneca com sono noturno…. Já li/escutei muita coisa a respeito das sonecas. E a minha conclusão é: o bebê pode dormir em qualquer lugar, de qualquer jeito, contato que seja confortável para ele.

Quando era pequenininho, o Luis Felipe fazia soneca em qualquer lugar, no carrinho, de dia, com barulho… hoje, não mais. Quando a Little Z’ disse que as sonecas poderiam (ou deveriam, em alguns casos) ser em ambiente totalmente escuro, como no sono noturno, o processo de colocá-lo para fazer soneca melhorou muito! O Luis Felipe fica muito ativo com qualquer estímulo – e qualquer coisa é um estímulo, até o toque do lençol! rs Portanto, é praticamente impossível que ele relaxe durante o dia se estiver vendo o que está ao redor. Mesmo se fizer um ritual antes, mesmo se tomar um banho antes, não importa, ele não relaxa antes da soneca.

RITUAL DO SONO

Outro ponto em comum entre os especialistas, independentemente do método ou da linha seguida: deve-se fazer um ritual antes de colocar o bebê para dormir, para o bebê entender que está chegando a hora de dormir.

Entendo a lógica por trás e quem sou eu para discutir a importância do ritual?! Mas confesso que essa ideia me assustava, principalmente, porque ela muitas vezes vem seguida da palavra “relaxante”! E isso eu nunca consegui fazer aqui em casa!

Uma frustração que tive foi não ter conseguido fazer shantala no Luis Felipe, porque ele não aceitava. Dizem que o banho relaxa, mas ele fica super agitado no banho porque ama água e sai chorando da banheira (mesmo avisando tempos antes que vai terminar o banho). Se pego um livrinho para ler, ela fica batendo no livro, morde, tenta arrancar as páginas, joga no chão… Até mamando, um momento em que ele deveria ficar relaxado, ele arranja um jeito de agitar – e muitas vezes dá até gargalhada com o peito na boca. E quando ele vê as cachorras no quarto, então? (Não, não dá para deixá-las do lado de fora, porque daí elas arranham a porta para entrar, latem…)

Portanto, segui a orientação: temos um ritual simples, ou seja, uma ordem dos acontecimentos (banho -> pijama -> colo -> mamar -> berço), mas “relaxante” não posso dizer que seja… De todo modo, a essa altura, imagino que ele já deva ter captado a mensagem do que está por vir quando o coloco o pijama.

Não duvido que o ritual ajude, mas considero ainda mais importante que o bebê esteja de fato com sono na hora de dormir.

E um ponto interessante que a Dra Angélica Rabelo falou um dia: para diminuirmos a luminosidade do quarto aos poucos. A luz atrapalha a produção de melanina (o hormônio do sono), mas não quer dizer que você deva apagar a luz de supetão. Primeiro, fique um tempo com a luz do abajur por um tempo, isso já vai ajudar a baixar a energia do bebê também. E na hora de dormir, apague tudo.

Ah, vale lembrar que também é indicado fazer um ritual, por menor que seja, nas sonecas também. Que seja entrar com o bebê no quarto no colo, ligar uma musiquinha relaxante e fechar as cortinas – uma simples e repetida sequência de acontecimentos já é suficiente.

ELETRÔNICOS SÃO PROIBIDOS. BRINQUEDOS ALUCINANTES NÃO SÃO RECOMENDADOS.

Segundo a OMS, bebês não devem ser expostos a telas (celular, iPad, televisão e afins) até os 2 anos – em nenhum horário. Há vários estudos científicos dos prejuízos neurológicos para os bebês, basta jogar no Google para achar inúmeros artigos. Mas se o seu bebê faz uso de telas durante o dia, evite-as perto dos horários de dormir (=sonecas e à noite). Brinquedos alucinantes (o apelido que dei para aqueles que fazem barulho, piscam, tocam música, tudo ao mesmo tempo), assim como brincadeiras muito estimulantes, também devem ser evitados antes de dormir. Lembre-se, o objetivo é relaxar o bebê.

ENSINAR O BEBÊ A DORMIR SOZINHO

No post 3, falei bastante de como a incapacidade de adormecer sozinho atrapalha o sono noturno, pois o bebê não consegue voltar a dormir sem ajuda de seus despertares normais. Porque não é que o bebê não acorde durante a noite, é que ele deve ser capaz de adormecer novamente sozinho. Isso é que significa “dormir a noite inteira”.

Pois bem, e como alcançar essa graça? Identificando as associações negativas (alguns exemplos no post 3) e livrando-se delas. É fácil? Com certeza, não! Tive sorte de a associação negativa do Luis Felipe ser branda… Infelizmente, não sei como agir em casos mais graves. Nesses, acho que realmente é preciso procurar ajuda profissional.

Como contei no post 3, o Luis Felipe só dormia no colo. Na primeira tentativa de ensiná-lo a dormir (aos 6 meses), tentei fazer a transição colo-berço de maneira suave. Fui colocando ele no berço cada vez mais sonolento (mantinha a minha mão nele, dentro do berço), até que cheguei ao ponto de conseguir colocá-lo quase acordado. Estava funcionando… mas por conta do trabalho, tive que delegar essa tarefa por uma semana e ele voltou para o colo.

A segunda tentativa, já aos 9 meses, foi diferente. Fiz um aconselhamento com a Daniela Nogueira (do Pais em Ação), e ela sugeriu que, antes de tudo, eu conversasse com o Luis Felipe, explicasse como seria a nova dinâmica (que ele ia dormir sozinho no berço, que era melhor para ele, para ele descansar bem, etc), mostrasse bem o berço para ele ainda acordado, mostrasse a poltrona onde eu ia ficar, ao lado do berço… Enfim, eu deveria explicar o que eu esperava dele. Pode parecer estranha ideia de que bebês tão novinhos entendam o que estamos falando, mas a psicanalista e pediatra Françoise Dolto, que é um ícone na França, defende que devemos falar com os bebês e explicar-lhes as coisas desde que nascem.

Fiz tudo isso e, nesse dia, coloquei o Luis Felipe no berço totalmente acordado. Ele ficou quase uma hora brincando dentro do berço – batia na parede (nos bichinhos do papel de parede), ficava em pé, sentava, ia para um lado e para o outro… Quando vi que ele começou a ficar molinho, comecei a dar boa noite para os bichinhos de pelúcia e apaguei a luz. Então, disse que ia ajudá-lo a dormir, e com uma mão na bochecha dele e a outra no corpinho, conduzi ele para que se deitasse. Ele tentou levantar mais algumas vezes, ajudei-o a se deitar repetidamente (de uma maneira muito gentil, sem forçar), até que não se levantou mais e ficou se mexendo um pouco, passando a unha no lençol… e adormeceu. Como de costume, fiquei sentada na poltrona ao lado do berço, pois ele sempre acordava aproximadamente 1 hora depois de dormir. Mas, como mágica, ele foi direto!

No dia seguinte, contei para a Daniela como foi a noite e ela me falou uma coisa que mudou a minha visão do processo. Em resposta à minha observação de que ele havia demorado 1 hora (o que achei muito tempo) para dormir, ela me aconselhou a mudar a minha expectativa. Por que eu esperava que ele dormisse tão rápido quando ele era colocado no berço? Nós conversamos por mais de 2 horas ao telefone durante o aconselhamento. Eu, adulta, com toda a minha capacidade cognitiva e repertório, precisei de mais de 2 horas para compreender o conceito que ela queria me passar… como eu poderia esperar do Luis Felipe, um bebê, que estava recebendo novas orientações, que ele fosse adormecer rapidamente?! Verdade, não era justo. Nas noites seguintes, já fui com a cabeça de que ia durar 1 hora mesmo, que ficaríamos brincando no berço até ele ficar molinho… e a minha ansiedade se dissipou. A ansiedade não era porque eu tinha algum compromisso depois que me impedisse de ficar uma hora ali com ele. Mas é que à medida que o tempo ia passando, eu interpretava como “isso não está dando certo, isso não está dando certo”. Estava dando certo, sim. Deu certo. Só que no tempo dele. Hoje, percebo que estar mais calma nesse momento, sem ansiedade, ajuda muito!

Para os bebês que acordam à noite porque a chupeta caiu da boca, dei a dica no post 1, mas relembro aqui: espalhar várias chupetas pelo berço pode ajudar.

O BEBÊ NÃO VAI CHORAR?

Outra coisa que a Daniela me falou, que foi muito importante: é natural que os bebês protestem (=chorem) diante de mudanças. Os pais estarão lá para dar suporte, não para desistir da mudança. A abordagem acolhedora – tanto na educação como ao ensinar o bebê a dormir – não tem como objetivo evitar o choro, mas estar presente, ao lado do filho, ouvindo o seu protesto, apoiando como possível, enquanto se mantém firma em relação às regras estipuladas. Digo isso, porque muitas vezes o choro nos desestabiliza e faz com que cedamos, com que voltemos atrás, com que sejamos inconsistentes no processo.

E embora a recomendação geral seja de intervenção mínima quando o bebê chora e de, preferencialmente, não pegar no colo nessas horas, não diria que as minhas intervenções tenham sido tão mínimas assim. Sempre espero um pouco antes de qualquer coisa, porque, muitas vezes, o Luis Felipe faz barulhinhos e até dá um chorinho dormindo, de olhos fechados. Mas quando achei necessário, coloquei a mão no peitinho dele e peguei no colo também. Às vezes, colocava-o de volta no berço logo que pára de chorar, às vezes esperava mais um pouquinho… Não tem muita regra, acho que devemos seguir também o nosso instinto nesse ponto…

POR ONDE COMEÇAR?

Você chegou até aqui e pode estar se perguntando “Ok, mas por onde começar?“. Não sei se existe uma resposta padrão… Vou sugerir o que li de recomendação e funcionou para mim:

Comece com o desenho de uma rotina. Depois de alguns dias observando os hábitos e sinais de sono do seu bebê, você vai desenhar a rotina dele e vai tentar colocá-la em prática. Ao mesmo tempo, vai estabelecer o ritual de sono dele. Já vi muitos casos em que só essas mudanças já deram um resultado enorme! Nesse primeiro momento, mantenha as associações negativas (post 3) na hora de dormir.

Quando você achar que a rotina está funcionando direitinho, que as coisas entraram num ritmo bom, é a hora de ensinar o bebê a dormir sozinho à noite. O que significa tentar tirar as associações negativas. Se você vai tentar fazer isso paulatinamente ou de uma vez, é uma escolha sua. E as sonecas? Bom, não sou a melhor pessoa para falar delas. Mas tem gente que diz para fazer “correções” nas sonecas só depois que o sono noturno estiver OK, tem gente que diz que pode fazer as mudanças concomitantemente.

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Se você tem uma história de sono de sucesso em casa, por favor, divida conosco nos comentários!

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OS POSTS ANTERIORES DESSA SÉRIE:

Post 1: Dicas de seguidoras-mães de como fazer o bebê dormir

Post 2: O que você precisa saber sobre sono para o bebê dormir a noite inteira

Post 3: 15 motivos comuns pelos quais os bebês não dormem a noite inteira

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Mais uma vez, lembro que não sou especialista em sono, se alguém quiser fazer alguma correção ou adendo, por favor, sinta-se à vontade para deixar nos comentários!

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Acho importante deixar aqui as fontes do meu aprendizado: curso online da Stephanie Sapin (voltado para recém-nascidos), livros “A Encantador de Bebês” (abordagem acolhedora) e “12 Horas de Sono com 12 Semanas de Vida” (método do choro controlado), consultoria da Madu Drummond (abordagem acolhedora), curso online da Little Z’s (método do choro controlado), aconselhamento da Daniela Nogueira do @pais.em.acao (abordagem acolhedora). Das várias contas especializadas em sono que sigo no Instagram, destaco a @takingcarababies(método do choro controlado), @bebedorminhoco (abordagem acolhedora), @dra_angelicarabelo (abordagem acolhedora) e o @queirozodilo (abordagem acolhedora). Dos tantos posts que achei internet via Google não vou me lembrar…

Babies & KidsSono do bebê

Fraldas ecológicas também podem ser práticas

As fraldas de pano não são uma novidade. Muito pelo contrário, elas foram usadas por todas as nossas ancestrais. A novidade é que as chamadas fraldas ecológicas, que são as fraldas de pano modernas, têm ganhado cada vez mais adeptas.

Fraldas ecológicas

O principal motivo que faz das fraldas ecológicas uma opção maravilhosa é a sustentabilidade. O números são impressionantes e não deixam dúvidas de que essa escolha é a mais saudável para o planeta.

UMA ESCOLHA SUSTENTÁVEL

Estima-se que um bebê use em média 6000 fraldas descartáveis do seu nascimento até o desfralde. Só em São Paulo 260 mil toneladas de fraldas são descartadas todos os dias, e cada um delas demora em média 450 anos para se decompor. Além de tudo isso, o Brasil é o terceiro país do mundo que mais consome fraldas, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.

Se continuarmos nesse ritmo de consumo de plástico, em 2050, teremos mais plástico do que peixes no oceano, e quem vai sentir os efeitos de tudo isso são os nossos filhos.

A OPÇÃO MAIS ECONÔMICA

Uma família brasileira gasta em média R$ 150 em fraldas descartáveis por mês, o que seria equivalente a dois pacotes grandes com mais ou menos 100 fraldas. Se optar pelas fraldas ecológicas, você vai precisar de mais ou menos 20 fraldas. Isso significa que o seu investimento inicial terá que ser maior, mas, a longo prazo, a economia pode ser enorme, visto que cada uma das fraldas ecológicas custa em média R$ 60.

Isso sem contar que as 20 fraldas ecológicas que você vai comprar poderão ser usadas por muitos outros bebês, como seus próximos filhos, se você quiser ter mais, e até pelos seus sobrinhos ou filhos das amigas. Ou seja, a vida útil de uma fralda ecológica é enorme.

PODE SER PRÁTICO

À primeira vista, usar fraldas descartáveis realmente pode ser muito mais prático. Porém, segundo as mães que são adeptas das fraldas ecológicas, tudo é uma questão de hábito.

Segundo Giovanna Nader, que é mãe de Marieta, em seu canal do Youtube, “trocar a fralda tem que ser fácil. Normalmente a gente precisa de no mínimo 21 dias para incorporar um novo hábito na nossa vida, então se você está tentando mudar para as fraldas ecológicas, se dê esse tempo de adaptação porque é um processo“.

O maior truque das mães que usam as fraldas ecológicas parece ser a rotina de lavagem das fraldas. E o processo parece ser sempre o mesmo: quando for trocar, coloque a suja em um balde ou em algum suporte que você possa fechar e quando chegar a hora de lavar, jogue tudo na máquina.

No caso das fraldas de cocô, você pode descartar as fezes no sanitário e, se for preciso, pode fazer uma pré-lavagem na mão antes de jogar na máquina, mas nem sempre será preciso.

Uma dica para não ficar com manchar é deixar no sol.

COMO USAR

As fraldas ecológicas vem com absorventes de pano, que ajudam na absorção do xixi, e muitas mães também usam linners, feitos de algodão, bambu ou milho, que se parecem com um lenço umedecido, mas são sequinhos, que facilitam as trocas, principalmente no caso do cocô.

Algumas mães preferem usar dois absorventes, um na parte interna, e outro por fora, junto com os linners, pois sentem que fica mais difícil de vazar xixi e molhar as roupinhas. Neste vídeo da Giovanna Nader, ela mostra essa forma de usar:

MAIS CONFORTO PARA O BEBÊ

Há quem defenda que as fraldas ecológicas garantem mais conforto ao bebê porque a sua pele não fica em contato com o plástico e todas as substâncias das fraldas descartáveis e, por isso pode, inclusive, diminuir as chances de assaduras ou dermatite.

Mas é preciso tomar cuidado com doenças fúngicas e bacterianas, porque como a capacidade de absorção das fraldas ecológicas é menor do que a das descartáveis é importante que as trocas não demorem muito mais do que três horas.

AJUSTAR É FUNDAMENTAL

O ajuste também é um dos pontos mais importantes no processo das fraldas ecológicas, como elas podem ser usadas desde o momento que o bebê nasce até o desfralde, elas vêm com muitos botões ajustáveis e entender qual o melhor jeito de fechar de acordo com a idade do seu bebê é o que vai fazer a diferença e evitar que possíveis vazamentos.

QUANTO MAIS VOCÊ USA, MAIS ABSORVE

Normalmente uma fralda ecológica chega ao seu potencial real de absorção depois da quinta lavagem. E segundo, Bela Gil, que é uma das maiores defensoras das fraldas ecológicas, quanto mais você usa, mais capacidade de absorção as suas fraldas de pano terão. Nesse vídeo ela também dá ótimas dicas de como implementar essa mudança na sua rotina:

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Veja também: 

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Enxoval

Por que meu bebê não dorme à noite? 15 motivos comuns

Por que o bebê não dorme à noite? No post anterior, expliquei um pouco sobre como funciona o sono do bebê – algo que deve ser compreendido antes de tentar entender as causas dos despertares. Se você não leu, clique aqui antes de seguir aqui.

Por curiosidade, fiz uma enquete nos Stories para saber qual era a principal dificuldade das mães cujos bebês não dormem bem. O resultado foi o seguinte:

1º lugar: Acorda de hora em hora
2º lugar: Batalha na hora das sonecas
3º lugar: A hora da bruxa (chora muito no fim do dia)
4º lugar: Chora muito a noite toda

Se identificou com algum dos problemas acima? Para resolver estes e outros, é importante detectar as causas. Há inúmeras causas possíveis para os despertares noturnos ou para as dificuldades de colocar o bebê para dormir – algumas podem estar mais “enraizadas” pelo hábito, outras podem ser apenas pontuais.

bebê não dorme à noite

Como cada bebê é único, temos que observar o nosso para tentar entender o que está atrapalhando seu sono. Para te ajudar a entender por que seu bebê não dorme à noite, listei abaixo as causas mais comuns:

REFLUXO

Um problema comum em bebês no primeiro ano de vida. Como saber se o seu bebê sofre de refluxo? Além de não dormir bem, ele chora muito à noite? Regurgita/vomita bastante? Converse com o pediatra para obter um diagnóstico.

Tantos filhos de amigas tiveram problema de refluxo (alguns demoraram para ser diagnosticados), que eu perguntava para a pediatra (escolhi uma gastro-pediatra!) consulta sim, outra também, se os regurgitos do Luis Felipe estavam dentro da “normalidade”. E, embora ela tenha garantido que não fosse necessário, desde o começo ele dormiu levemente inclinado (com a cabeça para cima, claro) no ninho. Como eu tenho refluxo se durmo totalmente na horizontal quando como muito à noite, pensei que o mesmo poderia acontecer com ele, indo sempre dormir de barriguinha cheia… A consultora Stephanie Sapin indica inclusive um trocador levemente inclinado, para evitar refluxo quando na hora da troca de fralda.

ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA 

Outro caso que necessita de diagnóstico médico. Falamos nesse vídeo sobre alguns sintomas da alergia à proteína do leite de vaca (APLV), como agitação extrema na hora de mamar (em alguns casos, os bebês chegam a arranhar a mãe), vômito em forma de jato, assaduras persistentes, além de muito choro. Os bebês APLV costumam ter muita dificuldade para dormir à noite.

FOME

Nem todo choro é por fome – por mais que o bebê pare de chorar quando oferecemos o peito (ou a mamadeira). Mas fome pode, sim, ser um motivo para os despertares noturnos. Principalmente, entre os bebês mais novos, de até 6 meses.

Mas ele mama o dia inteiro, não é possível que ainda tenha fome à noite“. Se o bebê não ingerir as calorias diárias suficientes ou se ainda não tiver capacidade gástrica para aguentar longas horas sem mamar, ele vai acordar em algum momento por fome, não tem jeito, é natural.

Para mães que amamentam: um motivo para o bebê ter fome em intervalos curtos, inclusive à noite, é quando ele não faz mamadas efetivas. Com mamadeira, sabemos exatamente quantos ml o bebê mamou, mas no peito não. Por isso, é importante se certificar de que as mamadas diurnas e noturnas sejam efetivas. Quando o bebê só “petisca”, em vez de fazer “refeições completas”, tem fome a toda hora (às vezes, de hora em hora). Fiz uma série de vídeos com a consultora de amamentação Natália Rodrigues, mas destaco alguns que podem ser úteis nesse caso: 8 coisas que você precisa saber sobre amamentação, Tudo o que você precisa saber sobre apojadura e pegaAmamentação em livre demanda x Rotina.

HÁBITO

O bebê pode acordar chorando e a gente achar que é fome, afinal, “ele sempre mama às 3h da manhã” (apenas um exemplo, vale para qualquer horário). Pode ser que essa mamada da madrugada já nem seja mais por uma necessidade de alimentação e, sim, um hábito. Um hábito gostosinho de ver mamãe e mamar um pouquinho

Como saber se é fome ou hábito? Dizem que um sinal é esse despertar ter “hora marcada”. Mas se ele ainda for muito novinho, mesmo que os despertares sejam sempre à mesma hora, ele tem que mamar à noite. Se ele já tiver uns 7 meses (=já estiver comendo), provavelmente, é só habito. Portanto, volto ao ponto do desmame noturno do post anterior: para ter certeza se o seu bebê está pronto para o desmame noturno, consulte o pediatra! 

Uma informação interessante, que muitos especialistas dizem: basta repetir 2 ou 3 vezes algo para que se torne um hábito do bebê (mamar à noite, levar para a cama dos pais, brincar de madrugada etc).

ASSOCIAÇÕES NEGATIVAS

As associações negativas são as “muletas” de que o bebê precisa para adormecer e sem as quais ele não consegue voltar a dormir, ou seja, não consegue engatar um ciclo de sono no outro. Se o seu bebê acorda de hora em hora ou de duas em duas horas (a cada dois ciclos), pode ser sinal de que ele esteja com alguma associação negativa.

E quais são as associações negativas mais frequentes? Ninar, caminhar com o bebê no colo, dar volta de carro, dormir no peito ou com a mamadeira na boca, dormir no colo, chupeta… qualquer artifício que se usa para tentar “fazer” o bebê dormir pode causar uma associação negativa. E há casos em que o bebê tem mais de uma associação negativa, como, por exemplo, colo e chupeta.

Mas toda associação é negativa? Não. A chupeta, por exemplo, pode ser negativa quando o bebê acorda toda vez que ela cai da boca (tem bebês que sabem colocá-la de volta, outros não). Porém se ela ajuda o bebê a se acalmar e adormecer, e ele segue dormindo tranquilamente mesmo se ela tiver caído da boca, aí ela é uma associação positiva.

Deu para entender o raciocínio, né? O mesmo vale para a naninha. Se ajudar a dormir, mas sua ausência causar despertar, é associação negativa. Se ajudar a dormir e sua ausência não causar despertar, é associação positiva. E é por isso que alguns especialistas aconselham que o bebê não se acostume com naninha e chupe o dedo em vez da chupeta. Não vou entrar nessa discussão, porque acho que cada um faz como preferir.

ACÚMULO DE CANSAÇO

Já comentei isso no post anterior (post 2) e ainda vou falar mais a respeito no próximo (post 4), mas relembro aqui que bebês precisam de sonecas! Acúmulo de cansaço atrapalha – e muito – o sono noturno! É muito comum que o bebê fique agitado, chore, demore para adormecer e tenha um sono agitado quando não faz as devidas sonecas ou quando as sonecas são curtas e não suficientemente revigorantes.

Outro motivo que pode levar ao acúmulo de cansaço é colocar o bebê para dormir muito tarde à noite. Há quem faça isso na (vã) esperança de que o bebê não acorde muito cedo ou porque volta tarde do trabalho e quer ficar um pouco com o bebê antes de ele dormir. De tudo que li e vi, bebês que já estão com o ritmo circadiano estabelecido devem dormir idealmente até às 20h. Mas o horário de colocar o bebê para dormir vai depender da dinâmica de cada família e do horário em que o bebê acorda. Aqui em casa, por exemplo, como o Luis Felipe desperta muito cedo, às 6h, ele dorme entre 18h e 19h.

Dois termos totalmente ligados ao acúmulo de cansaço de que você já deve ter ouvido falar: “efeito vulcânico” ou “hora da bruxa”. Sabe quando o bebê chora descontroladamente no fim do dia e é dificílimo de acalmá-lo? Tem bebê que parece ter hora marcada para entrar em efeito vulcânico. Não é bruxaria, nem feitiçaria. Trata-se apenas de um bebê exausto, com excesso de cortisol no cérebro, que não consegue dormir. Às vezes, isso acontece com adultos também, de estarem tão cansados que não conseguem pegar no sono. Parece contraditório, mas acontece… Apesar de ser comum no fim do dia, o bebê pode entrar em “efeito vulcânico” mais cedo também. Por exemplo: pulou a primeira soneca e quando chega a hora do almoço chora sem parar – não de fome e, sim, de cansaço.

Meses atrás, quando o Luis Felipe tinha uns 3/4 meses, comentei nos Stories que a última mamada do dia estava vindo sempre acompanhada de muito choro. Para acalmá-lo, passei a amamentar caminhando. Recebi mensagens de mães dizendo que seus bebês também choravam muito na última mamada e algumas, inclusive, amamentavam debaixo do chuveiro, com a água nas costas do bebê (o que mãe não faz?), porque era a única coisa que os acalmava. Quando adiantei o horário da última mamada (e, consequentemente, a hora de dormir também) e o choro sumiu.

SONECAS DEMAIS

O bebê precisa fazer sonecas satisfatórias, mas não é para exagerar. Digamos que o seu bebê tenha 9 meses e esteja fazendo duas sonecas de 3 horas – ele já estaria suprindo parte da necessidade de sono noturno durante o dia. Portanto, bebê que dorme demais durante o dia, dorme menos durante a noite. Tem gente que chama isso de “trocar o dia pela noite”, embora esse hábito de fazer longas sonecas não represente necessariamente um problema no ritmo circadiano.

Novamente, vou colocar uma tabela aqui para você ter uma noção da quantidade de horas totais de sono, de acordo com a idade do bebê (mas não é pra seguir a tabela à risca!!!).

SONECAS TARDIA

Outro ponto em relação à soneca que pode atrapalhar o sono noturno é o horário da última soneca. Se o bebê acorda próximo ao horário em que deveria iniciar o sono noturno, não tem sono para dormir novamente.

O “horário-limite” para acordar da última soneca varia de acordo com a idade do bebê. Vou deixar aqui o link para uma tabela (apenas como referência, não se prendam 100% a ela!!!) para dar uma noção, tendo como base uma rotina de ir para o berço entre 19h e 20h. Se o seu bebê dorme mais cedo ou mais tarde, faça o cálculo para adaptar a informação.

EXCESSO DE ESTÍMULOS À NOITE

Há um consenso entre especialistas de que as atividades por volta da hora de dormir não devam ser muito estimulantes, como brincadeiras que deixem o bebê agitado. Até visitas no fim da tarde não são recomendas por alguns, porque podem atiçar o bebê.

Aqui também entram as telas eletrônicas. Apesar de os pequenos ficarem quietinhos (hipnotizados) com celulares, tablets e televisão, o estímulo da luz azul atrapalha a produção de melatonina, o hormônio do sono. Portanto, é melhor evitar perto da hora de dormir. (Mas vale lembrar que a OMS e a Sociedade Americana de Pediatria recomendam que crianças até 2 anos não tenham contato com telas.)

FALTA DE ROTINA / ROTINA ERRADA / ROTINA DESATUALIZADA

Por mais que você seja uma alma livre, que amamente em livre demanda, que tenha uma abordagem naturalista da maternidade, todos os especialistas concordam que uma certa rotina faz muito bem para o bebê – e para o sono dele. Rotina dá previsibilidade e, consequentemente, passa segurança para o bebê.

Mas meu bebê não é um robô!” Claro que não! Ter uma sequência de acontecimentos não o torna um robô. Até porque a rotina deve ser flexível, e não significa que absolutamente tudo precise ser feito exatamente da mesma forma todos os dias. Por tudo o que li e vi, o mais importante é estabelecer os horários de acordar, comer, dormir, e criar um ritualzinho pré-sono, que dará pistas para o bebê de que chegou a hora de dormir. Falarei mais sobre tudo isso no próximo post (post 4).

Mas eu já sigo uma rotina e não adianta nada!” Precisa ver se a rotina que você está seguindo está alinhada com as necessidades do seu bebê. Por muito tempo, caí na armadilha de tentar seguir rotina pronta, que não era a ideal para o meu bebê. Li que bebês de X meses faziam intervalos de Y horas entre as sonecas e simplesmente tentei me adaptar a isso. Só quando parei para ver que os intervalos de sonecas do Luis Felipe deveriam variar ao longo do dia, de acordo com o cansaço dele, é que conseguimos estabelecer uma boa rotina. Hoje, o intervalo entra a hora em que ele acorda e a primeira soneca é bem menor que o intervalo entre a segunda soneca e a hora em que ele vai dormir à noite. Portanto, você pode estar numa batalha na hora das sonecas e na hora de dormir à noite só porque a rotina não é adequada para o seu bebê. E por isso, insisto: não siga tabelas à risca!

E mesmo quem já conseguiu desenhar uma rotina totalmente personalizada para o seu bebê deve ficar atento porque a necessidade de sono do bebê varia de acordo com a idade, então, de tempos em tempos, a gente precisa atualizar a rotina. Como saber quando chegou a hora? Observando os sinais de sono do bebê e tendo uma noção aproximada da necessidade de bebês na fase que o seu se encontra.

SALTOS DE DESENVOLVIMENTO

Bebês que já dormem direitinho e, de repente, começam a ter despertares noturnos, normalmente, estão passando por saltos de desenvolvimento. O que é isso? Uma fase em que o bebê está adquirindo novas habilidades. Dizem que os saltos que mais afetam o sono são os dos 4, 9, 12 e 18 meses, podendo resultar em uma regressão do sono.

Tem um aplicativo que fala de cada salto e até sincroniza com o calendário do celular, chamado “The Wonder Weeks”. Pode ser bom para você reconhecer o que está acontecendo quando seu filho tiver uma regressão de sono, ou estiver simplesmente mais choroso e demandando mais atenção. Uma amiga, que foi quem me indicou esse aplicativo, disse uma coisa que achei interessante: para ela e o marido, entender que o comportamento mais choroso não era “manha” ajudou para que tivessem mais paciência.

ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

É um estágio normal do desenvolvimento do bebê. Acontece quando eles se dão conta de que estão afastados dos pais (normalmente, é mais em relação à mãe). Sabe quando o bebê não quer sair do colo, chora quando a mãe sai de perto, não aceita outras pessoas… são sinais da ansiedade de separação. Pelo que li, isso pode acontecer entre o 5º e o 18º mês.

É comum que, nessa fase, até mesmo bebês que dormiam bem fiquem mais relutantes para tirar sonecas ou para dormir ou que acordem à noite… e quando isso acontece, muitas vezes, os pais acabam (re)introduzindo maus hábitos de sono (como dormir no colo, dormir mamando etc).

QUESTÕES EMOCIONAIS

Troca de babá, saudades dos pais, brigas entre os pais, divórcio, volta ao trabalho da mãe, um dia estressante, adaptação à creche ou à escolinha… tudo isso pode interferir no sono do bebê. Muita gente acha que, por causa da pouca idade, eles não entendem o que acontece à sua volta, mas os bebês são bem atentos e sensíveis. Por isso, um ambiente tranquilo lhes passa segurança. E quando há alguma mudança na dinâmica da casa ou na vida deles, é importante conversar e explicar para eles, reiterando que você estará sempre presente quando precisarem. Acredite, eles entendem mais do que a gente imagina.

DESCONFORTO

O calor ou o frio podem fazer com que seu bebê acorde. Dizem que a temperatura ideal do quarto é entre 24 e 25 graus. E a gente não deve superaquecer o bebê com pijama de lã + mil cobertores (um desafio para algumas mães de primeira viagem).

O Luis Felipe, por exemplo, é super calorento! Só de encostar no meu braço na hora de mamar, já fica com a cabecinha suada! Passei a amamentá-lo com um travesseirinho entre nós. E à noite, mesmo com ar-condicionado ligado, tem vezes que percebo que ele está transpirando no lado da cabeça que encosta no colchão. O calor atrapalha muito o sono dele.

Outras coisas que podem causar desconforto: pijamas com tecidos espessos, etiquetas que pinicam, botões nas costas…

NASCIMENTO DOS DENTES

O nascimento dos dentes pode causar muita dor em alguns bebês e, consequentemente, atrapalhar o sono também. Nos dias (e noites) mais difíceis, talvez seja bom passar alguma pomadinha. Pergunte para o seu pediatra.

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Espero que as informações acima tenham te ajudado a reconhecer a causa dos despertares do seu bebê. Se não, talvez você precise observar mais, tentar algumas coisas para excluir hipóteses, conversar com seu pediatra… seja como for, tenha certeza de que entender o que está afetando o sono do seu bebê vai te ajudar a colaborar para que ele durma bem!

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No próximo post (post 4), vou dar algumas dicas para tentar sanar os problemas de sono causados pelos motivos listados acima e contar o que funcionou com o Luis Felipe.

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Lembrando que não sou especialista em sono, se alguém quiser fazer alguma correção ou adendo, por favor, sinta-se à vontade para deixar nos comentários!

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Mais uma vez, deixo aqui as fontes do meu aprendizado: curso online da Stephanie Sapin (voltado para recém-nascidos), livros “A Encantador de Bebês” (abordagem acolhedora) e “12 Horas de Sono com 12 Semanas de Vida” (método do choro controlado), consultoria da Madu Drummond (abordagem acolhedora), curso online da Little Z’s (método do choro controlado), aconselhamento da Daniela Nogueira do @pais.em.acao (abordagem acolhedora). Das várias contas especializadas em sono que sigo no Instagram, destaco a @takingcarababies (método do choro controlado), @bebedorminhoco (abordagem acolhedora), @dra_angelicarabelo (abordagem acolhedora) e o @queirozodilo (abordagem acolhedora). Dos tantos posts que achei internet via Google não vou me lembrar…

Babies & KidsSono do bebê

No Ninho: Camila Klein e Betina

Como hoje é a noite de Natal, não podíamos deixar de ter um No Ninho com alguns cliques temático. Nossas convidadas são a arquiteta Camila Klein e a sua filha Betina, de um ano e sete meses. A dupla recebeu a gente em seu apartamento, em São Paulo, para mostrar a árvore de Natal, o presépio e também como a diversão entre mãe e filha acontece no dia a dia. Camila aproveitou para contar um pouquinho sobre a rotina da Betina, os preparativos que fez para ter um parto tranquilo e seguro, e como concilia a maternidade com a vida profissional. 

Os cliques pra lá de fofos são da fotógrafa Nina Amaral:

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A GESTAÇÃO: Foi planejada. Sabia que precisava engravidar nesse período para conseguir conciliar meu desejo de ser mãe com um dos momentos mais importantes da minha carreira. Nina nasceu de 8 meses.

PREPARAÇÃO PARA O PARTO: “Três coisas me ajudaram bastante. Acrescentei chia, frutas e ômega 3 e diminui o consumo de café e chimarrão (que adoro!). Eu e Betina ficamos com mais energia e menos agitadas. Durante a gestação, fui adepta da terapia sacral, que é uma técnica de massagem que faz com que a criança se encaixe na posição certa no dia parto.”

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CARREIRA X MATERNIDADE: “Acredito que tudo é planejamento. Desde a gravidez, sempre me preocupei em como conciliaria minha filha e vida pessoal com o trabalho, e a terapia me ajudou muito nesse sentido. Hoje, tenho horários, rotina, almoço em casa, até porquê é a hora da mamada dela, depois volto pro trabalho, e às 18hs encerro as atividades. Quando chego em casa, tento desligar do celular e me dedicar a minha família. Planejamento é tudo, quando estou no trabalho estou focada! Claro que tenho “mãos santas” que me ajudam em casa e me dão tranquilidade e segurança para estar trabalhando.”

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DIFICULDADE DO DIA A DIA: “Acredito que a maior dificuldade é quando tenho que me despedir da Betina para ir trabalhar. Sempre queremos ficar mais tempo uma com a outra. É difícil para as duas.”

O QUE MUDOU COM A CHEGADA DA BETINA: “Acho que o amor floresce em tudo, as pessoas exalam mais amor onde tem um bebê. No casamento aflora alguns sentimentos que nunca existiram, tem mais cumplicidade porque se forma uma família. Acho que meu casamento fortaleceu muito, achava que o amor já era infinito mas com a chegada da minha filha todo o amor que temos por ela sobrepõe ao que já existia e fica maior ainda.”

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VALORES DE FAMÍLIA: “Minha criação toda foi feita em cima de três pilares: respeito, honestidade e trabalho. Acredito muito que uma pessoa que tenha esses três ensinamentos, é uma pessoa do bem.”

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ENXOVAL: “Tinha medo de comprar o que não fosse precisar, ou mesmo esquecer algo muito importante. Então, fiz o enxoval com a Priscila Goldenberg, que é especialista em montar enxoval e me acompanhou nas compras em Miami.

CONSELHO: “Existe algumas roupinhas que nem tivemos tempo de usar, pois ela cresce tão rápido, que ficaram pequenas. Esse é uma dica que dou para as futuras mamães, não comprem muitas roupas da mesma numeração.”

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MARCA FAVORITA: “Eu adoro a Kimberly Clark, tenho quase tudo deles.”

PRODUTO DE BELEZA QUE DEU CERTO PARA A BETINA: “A Betina costuma usar produtos da Weleda, são de medicina natural, que não irritam e possuem um cheiro agradável.”

ROUPINHAS: “Gosto muito da Mixed Kids, veste super bem nela e as roupinhas são confortáveis.”

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(Fotos: Nina Amaral)

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