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Hora da bruxa: por que meu bebê não para de chorar à noite?

Muitos bebês choram sem pausa à noite, normalmente depois que escurece, sem causa evidente. Nada os acalma, tornando esses momentos temidos pelas mães, pais e cuidadores. No entanto, diferente do nome, o choro não é um encantamento sem causa real. A Hora da Bruxa tem motivo e pode ser evitada!

hora da bruxa

Crédito: Polina Tankilevitch

O que causa a Hora da Bruxa?

A Hora da Bruxa é aquele momento onde o bebê chora, às vezes por horas, e nada que você faz parece acalmá-lo. Então, a causa não é fome ou uma fralda suja. O que leva o bebê a esse estado de choro constante é o sono!

Quando os pequenos não tiram sonecas satisfatórias durante o dia, chegam à noite exaustos. Isso gera um estresse enorme no corpo dos bebês, ao ponto deles não conseguirem dormir apesar do sono. Por isso o choro sem fim.

A privação de sono gera excesso de cortisol no cérebro, então essa reação de choro excessivo pode acontecer também em outros momentos do dia. “Pular” uma ou mais sonecas pode gerar uma Hora da Bruxa durante o dia, dependendo do bebê.

hora da bruxa

Crédito: William Fortunato

4 dicas para evitar a Hora da Bruxa

É possível evitar a hora da bruxa e fazer seu bebê dormir melhor. Veja quatro dicas essenciais para uma boa noite de sono:

1- Não faça privação de sono

Diferente do que muitas pessoas acreditam, o bebê não pode ser privado de sono durante o dia para dormir à noite. A melhor forma de evitar a Hora da Bruxa é organizando a rotina de sono dos pequenos, com sonecas satisfatórias durante o dia.

2- Bebês dormem cedo

Colocar os pequenos para dormir mais cedo também ajuda! Alguns pais podem pensar que, dormindo mais tarde, os bebês também vão acordar mais tarde. No entanto, por conta de hormônios e ciclos de crescimento, eles precisam dormir mais cedo para terem boas noites de sono. 

Crédito: Pixabay

3- Menos estímulos antes de dormir

Outro ponto importante é diminuir os estímulos no final do dia. Telas, excesso de barulho, atividades muito animadas – tudo isso deve ser evitado para facilitar o sono da noite. Assim, seu filho vai ficar mais calmo e será mais fácil cair no sono.

4- Rotina

Ter uma rotina é essencial com os bebês. Com o tempo, eles aprendem o que esperar e isso torna todos os processos menos estressantes. Algumas atividades antes do sono da noite podem ajudar, como banho e massagem.

Para mais informações sobre como ensinar seu bebê a dormir, leia este post. Lá você encontra todas as informações para ajustar sua rotina e facilitar o sono dos pequenos.

hora da bruxa

Crédito: William Fortunato

15 motivos que impedem o sono do bebê

Existem vários fatores que podem atrapalhar o sono do bebê, principalmente nos primeiros meses. Os pequenos ainda estão se adaptando à vida fora do útero e os pais ainda estão conhecendo seu filho. Por isso, não se cobre se a rotina de sono ideal não acontecer rapidamente – o importante é não deixar de tentar, respeitando seus limites e do seu bebê.

Podemos elencar quinze motivos que costumam atrapalhar o sono dos bebês:

  • Refluxo;
  • Alergia à proteína do leite de vaca;
  • Fome;
  • Hábito;
  • Associações negativas;
  • Acúmulo de cansaço;
  • Sonecas demais;
  • Soneca tardia;
  • Excesso de estímulos a noite;
  • Falta de rotina ou rotina “errada”;
  • Saltos de desenvolvimento;
  • Ansiedade de separação;
  • Questões emocionais;
  • Bebê desconfortável;
  • Nascimento dos dentes.

Se você quiser explorar mais sobre cada um desses pontos, é só ler este post. A rotina de sono pode parecer difícil e cansativa, mas com as informações certas e persistência, é possível ter boas noites de sono! 

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Veja também: Como fazer massagem em bebê?

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Como ensinar o bebê a dormir

Nos posts anteriores, compartilhei dicas de seguidoras para fazer o bebê dormir, depois expliquei como funciona o sono do bebê e listei 15 motivos comuns de noites mal dormidas. Agora, chegou o momento de falar como ensinar o bebê a dormir. Embora saiba que esse post foi muito aguardado, gostaria de reiterar que não sou especialista em sono! Tudo o que posso oferecer aqui é a minha experiência pessoal e um resumo do que aprendi em livros, consultoria e cursos. Se essa série de posts lhe ajudar, ficarei muito feliz! Se não, não desanime e procure ajuda profissional.

Se comentei antes que não há consenso entre os especialistas de sono em torno de vários pontos, é justamente em relação à maneira de ensinar o bebê a dormir que percebi as maiores discordâncias! Um livro assegura que não há mal algum em deixar o bebê chorar; o outro, que não pode deixar chorar porque causa danos psicológicos no bebê. Uma especialista diz para não pegar o bebê no colo de jeito nenhum; a outra, que pode pegar, se colocar de volta no berço logo em seguida. Alguns dizem para intervir primeiro só com a mão e, apenas se necessário, falar algo; outros afirmam que é melhor tentar acalmar o bebê primeiro com algum som (como shhhh ou uma frase curta) e se não funcionar, aí, sim, encostar no bebê. Poderia continuar apontando as divergências por horas. Fato é: se até os especialistas parecem não saber de fato o que é para fazer, imagine a gente! rs

Brincadeiras à parte, concluí que há pontos principais em relação aos quais a maioria concorda. Então, vamos a eles?

ensinar o bebê a dormir

DO QUE É PRECISO PARA CONSEGUIR ENSINAR O BEBÊ A DORMIR?

Antes de tudo, consistência e paciência. Essas são palavras mágicas no processo de ensinar o bebê a dormir!

Consistência significa manter-se firme no método que você escolher, para passar uma mensagem clara ao bebê. Se um dia você decide fazer um ritual do sono X e, no outro, faz Y; se um dia leva para dormir na cama, mas, no outro, não; se um dia amamenta quando chora e, no outro, não; enfim, se muda muito “as regras do jogo”, o bebê fica sem entender quais são as regras. Isso não quer dizer que você não tenha nenhuma flexibilidade, mas tome cuidado com a inconsistência.

Paciência é do que precisamos sempre, na maternidade, mas ainda mais ao ensinar o bebê a dormir. Os resultados não surgem do dia para a noite, por isso é importante persistir. Em todos os cursos, livros, etc, dizem que é possível alcançar bons resultados em 10, 15 dias. Para quem está exausto, há meses sem dormir, parece muito tempo. Mas ter esse prazo como meta ao fim do túnel pode motivar a enfrentar os momentos mais difíceis.

Dá para para fazer isso sozinha? Por tudo o que vi, dá. Mas se a mãe tiver alguém para ajudá-la, é bem melhor. O desmame noturno do Luis Felipe, por exemplo, só foi possível porque a babá me ajudou – em duas noites seguidas, ela não me chamou para amamentar (lembrando que sabíamos que não era fome, porque ele se alimenta muito bem de dia). Ela conseguiu acalmá-lo de outra forma, ninando-o novamente até que dormisse. Sozinha, eu teria cedido e amamentado, com certeza!

Dois bons conselhos que podem ajudar no processo de ensinar o bebê a dormir: 1) revezar o turno noturno com o marido a cada 2 noites, assim, cada um tem 2 noites completas de sono e 2) começar numa sexta-feira, já que as primeiras noites são as mais difíceis e os pais podem se revezar para descansar de dia no dim de semana.

AMBIENTE DO SONO

Como é o ambiente do sono do bebê? Acho que essa pode ser a primeira coisa a se verificar (até porque é a mais simples de ajustar!rs). O ambiente ideal tem:

  • Temperatura: 22-23ºC (se você não tem ar-condicionado, indicam ventilador não direcionado ao bebê e se for de teto, no modo exaustor)
  • Luminária com luz amena para o ritual do sono ou para atender o bebê nos despertares (falarei mais disso no tópico Rotina do Sono)
  • Black-out nas janelas (para o bebê não despertar com os primeiros raios de sol)
  • Aparelho (ou iPhone/iPad) de ruído branco (para acalmar o bebê e amenizar sons externos)
  • Difusor com aromas relaxantes (não é fundamental, mas ajuda)

*Sobre a escuridão do quarto, na hora de dormir, no curso da Little Z’s a especialista diz que se você colocar a mão na frente do rosto e enxergá-la, é porque está claro. Ela indica não apenas o black-out, como também rolo para cobrir a fresta da porta. É escuridão total!

**Aqui em casa, desisti do ruído branco. Sempre coloquei uma música relaxante (Meditation, do app The Wonder Weeks) para ninar o Luis Felipe e, depois, colocava um som de chuva durante a noite (do app Sound Sleeper). Como não percebi nenhuma influência positiva no sono dele (continuava despertando no meio da noite e continuava acordando cedo pela manhã), com o tempo, acabei tirando. Maaaas todos os especialistas super recomendam o ruído branco! Então, na dúvida, coloque. A música de ninar eu continuo usando e acho que ajuda.

ROTINA

Não vi nenhum especialista que não acredite na importância da rotina para o bebê. Porque ela traz previsibilidade, segurança e atende as necessidades dele. A questão é: como criar uma rotina adequada para o seu bebê?

Lembram que falei no post 3 que a rotina pode estar desalinhada com o relógio biológico do seu filho? E que uma rotina desalinhada pode resultar nas batalhas na hora de dormir (seja no momento das sonecas ou à noite), porque os horários não batem com o momento em que o bebê sente sono? Pois bem, é por isso que se deve tomar cuidado com rotinas prontas (de livros ou da internet). Passei meses tentando seguir rotinas pré-fabricadas e não foi legal.

É muito comum a gente ver tabelas que dizem assim: para bebê de X meses, o intervalo entre cada soneca é de Y horas. Foi no curso da Little Z’s que descobri que os intervalos em que o bebê fica acordado não são necessariamente os mesmos ao longo do dia! Essa informação me libertou para redesenhar a rotina do Luis Felipe de uma maneira completamente diferente. Me baseei na rotina sugerida pelo pediatra + na rotina de uma nutricionista infantil + na rotina sugerida no curso da Little Z’s + na observação dos sinais de sono do Luis Felipe. Comecei a partir do horário em que ele acorda e do horário em que vai dormir, e aí desenhei a rotina dele entre esses dois horários principais. No fim, cheguei a uma rotina em que o primeiro intervalo acordado é mais curto, o segundo é médio e o terceiro é longo.

Quais são os horários ideais? Cada bebê é único e, claro, depende da fase em que está. Para os bebês que já estão com o ritmo circadiano estabelecido, os especialistas dizem que o horário de dormir à noite deve ser entre 12h-13h depois do despertar matinal. O Luis Felipe, por exemplo, acorda às 6h e dorme por volta das 19h (às vezes, um pouquinho antes; às vezes, um pouquinho depois). Existe um horário limite para o bebê dormir? Dizem que, idealmente, o bebê deve dormir até às 20h. Em relação às refeições, para aqueles que já comem, os horários indicados giram em torno de 7h-8h para o café da manhã, 11h-12h para o almoço e 17h-18h para o jantar. Estou colando esses horários aqui só para dar uma noção… afinal, cada casa tem uma dinâmica.

Os pontos principais na rotina, a meu ver, são: hora de acordar, de se alimentar, das sonecas e de dormir. Na minha experiência, não muda muito se as atividades entre uma coisa e outra variam. Por exemplo, se o passeio de carrinho na praça um dia é pela manhã e no outro é à tarde, não interfere no sono do Luis Felipe (talvez possa interferir para outros bebês…). Em relação aos horários de se alimentar, amamentei o Luis Felipe seguindo uma rotina de mamadas até começar a Introdução Alimentar. E quando começam a comer, os bebês costumam ter horário para as refeições. Portanto, não sei como se desenha a rotina do bebê quando a mãe amamenta em livre demanda (antes da Introdução Alimentar). Não estou dizendo que seja impossível, nem que a mãe não deva amamentar em livre demanda, apenas que eu não sei como se faz porque não foi o meu caso. Mas uma coisa é certa: para dormir bem, à noite ou nas sonecas, o bebê precisa estar bem alimentado. Bebê com fome acorda. E o inverso é verdadeiro: para se alimentar bem, o bebê precisa estar descansado. Bebê com sono, normalmente, não come direito. Por isso é importante casar bem os horários.

A Dra Angélica Rabelo (pediatra especialista em sono, que adoro) sempre fala da importância de se perceber os sinais do sono do bebê para colocá-lo para dormir na hora certa. Além do bocejo, alguns exemplos de sinais de sono são: coçar os olhos, esfregar a orelha, puxar o nariz, olhar parado para o infinito, perda de interesse nos brinquedos, ficar molinho, não se sustentar mais sentado ou em pé… O choro também é um sinal de sono, mas um sinal tardio – ou seja, precisamos estar atentas aos primeiros sinais, antes de chegar ao ponto do choro! A pegadinha é quando você tem um bebê elétrico, como o meu, que nem sempre dá sinais de sono. Tem vezes que o Luis Felipe está brincando normalmente quando dá a hora da soneca (segundo a minha rotina) e eu fico observando se ele demonstra cansaço e nada… espero mais um pouco e nada… aí, para não passar demais da hora da soneca, pego ele no colo. É só encostar a cabecinha no meu braço que o sapeca fecha os olhos! rs Falarei mais das sonecas no próximo tópico.

Por fim, por que dizem que a rotina deve ser flexível? Porque bebês não são robôs. Então, a gente precisa prestar atenção nos acontecimentos do dia para ir ajustando a sequência. Por exemplo, quando o Luis Felipe faz sonecas muito curtas, dorme à noite um pouquinho mais cedo (para não entrar em efeito vulcânico). Quando ele ainda está com muita energia na hora do ritual do sono noturno, fico mais tempo com ele antes de colocá-lo no berço, para evitar batalha no berço, o que acaba atrasando um pouquinho a hora de dormir… e assim, vamos adaptando.

JANELAS DE SONO

Se você já leu alguma coisa sobre ensinar a dormir, já deve ter visto esse termo. Só gostaria de dizer que, apesar de amplamente usado, detesto as “janelas de sono”! Primeiro, porque sua definição diverge. Segundo, porque é muito irritante quando a pessoa fala “a janela do sono está se fechando”! Nem sei explicar muito bem o porquê, mas esse conceito me exaspera e só me atrapalhou! Quando parei de pensar em janela de sono, e pensei nos intervalos acordados (sem a rigidez do relógio), é que as coisas fluíram para mim.

Se você já conhece, gosta e faz uso do conceito das janelas de sono, maravilha. Siga assim.

SONECAS

Como falei nos posts 2 e 3, o sono noturno é reflexo do dia. E não há especialista no assunto que não diga e repita: bebês precisam fazer sonecas revigorantes! 

Muita gente estranha essa ideia (principalmente pais e avós que não estão atualizados no assunto…rs) e acredita que é justamente o contrário: que o melhor é deixar o bebê bem cansado para que ele “capote” à noite. Seguindo essa estratégia, é bem mais provável que se tenha um bebê chorando, em estado vulcânico pelo acúmulo de cansaço (como falei no post 3), do que um bebê dormindo como um anjinho.

E o que é uma soneca revigorante? É uma soneca de, pelo menos, 1 hora, da qual o bebê acorda felizinho, com carinha de descansado. “Ah, mas meu bebê acorda super descansado depois de 40min de sono!” Que bom! É fácil alcançar essa meta de sonecas longas? Aqui em casa, não. Continua sendo um desafio, para falar a verdade. O Luis Felipe não gosta de fazer sonecas, fica irritado quando se inicia o ritual de sono da soneca (falarei disso no próximo tópico) e chora. Apesar de tudo isso, quando apago as luzes e ele encosta a cabeça no meu braço, dorme rápido! rs Ou seja, a resistência dele não é por falta de sono, é porque quer brincar mesmo. E não sei por que, tem vezes que dorme 30 minutos e tem vezes que dorme 2 horas… E tem vezes que ele dorme 30 minutos, não consigo ajudá-lo a dormir mais, e ele acorda bem. Vá entender… Outra curiosidade: consigo fazer ele dormir sozinho no berço, mas nas sonecas ainda não consegui.

Qual é o ambiente ideal para sonecas? Tem gente que acha que só pode ser no berço, para o bebê entender que ali é o lugar de dormir. Há quem diga que o ideal é no carrinho, de modo que quando os pais estiverem fora (ou em uma viagem), não tenham grandes problemas no horário da soneca. Alguns dizem que o bebê precisa se acostumar a dormir com barulho, para não ficar “fresco”. Há quem diga que as sonecas não devam ser no escuro, para o bebê não confundir soneca com sono noturno…. Já li/escutei muita coisa a respeito das sonecas. E a minha conclusão é: o bebê pode dormir em qualquer lugar, de qualquer jeito, contato que seja confortável para ele.

Quando era pequenininho, o Luis Felipe fazia soneca em qualquer lugar, no carrinho, de dia, com barulho… hoje, não mais. Quando a Little Z’ disse que as sonecas poderiam (ou deveriam, em alguns casos) ser em ambiente totalmente escuro, como no sono noturno, o processo de colocá-lo para fazer soneca melhorou muito! O Luis Felipe fica muito ativo com qualquer estímulo – e qualquer coisa é um estímulo, até o toque do lençol! rs Portanto, é praticamente impossível que ele relaxe durante o dia se estiver vendo o que está ao redor. Mesmo se fizer um ritual antes, mesmo se tomar um banho antes, não importa, ele não relaxa antes da soneca.

RITUAL DO SONO

Outro ponto em comum entre os especialistas, independentemente do método ou da linha seguida: deve-se fazer um ritual antes de colocar o bebê para dormir, para o bebê entender que está chegando a hora de dormir.

Entendo a lógica por trás e quem sou eu para discutir a importância do ritual?! Mas confesso que essa ideia me assustava, principalmente, porque ela muitas vezes vem seguida da palavra “relaxante”! E isso eu nunca consegui fazer aqui em casa!

Uma frustração que tive foi não ter conseguido fazer shantala no Luis Felipe, porque ele não aceitava. Dizem que o banho relaxa, mas ele fica super agitado no banho porque ama água e sai chorando da banheira (mesmo avisando tempos antes que vai terminar o banho). Se pego um livrinho para ler, ela fica batendo no livro, morde, tenta arrancar as páginas, joga no chão… Até mamando, um momento em que ele deveria ficar relaxado, ele arranja um jeito de agitar – e muitas vezes dá até gargalhada com o peito na boca. E quando ele vê as cachorras no quarto, então? (Não, não dá para deixá-las do lado de fora, porque daí elas arranham a porta para entrar, latem…)

Portanto, segui a orientação: temos um ritual simples, ou seja, uma ordem dos acontecimentos (banho -> pijama -> colo -> mamar -> berço), mas “relaxante” não posso dizer que seja… De todo modo, a essa altura, imagino que ele já deva ter captado a mensagem do que está por vir quando o coloco o pijama.

Não duvido que o ritual ajude, mas considero ainda mais importante que o bebê esteja de fato com sono na hora de dormir.

E um ponto interessante que a Dra Angélica Rabelo falou um dia: para diminuirmos a luminosidade do quarto aos poucos. A luz atrapalha a produção de melanina (o hormônio do sono), mas não quer dizer que você deva apagar a luz de supetão. Primeiro, fique um tempo com a luz do abajur por um tempo, isso já vai ajudar a baixar a energia do bebê também. E na hora de dormir, apague tudo.

Ah, vale lembrar que também é indicado fazer um ritual, por menor que seja, nas sonecas também. Que seja entrar com o bebê no quarto no colo, ligar uma musiquinha relaxante e fechar as cortinas – uma simples e repetida sequência de acontecimentos já é suficiente.

ELETRÔNICOS SÃO PROIBIDOS. BRINQUEDOS ALUCINANTES NÃO SÃO RECOMENDADOS.

Segundo a OMS, bebês não devem ser expostos a telas (celular, iPad, televisão e afins) até os 2 anos – em nenhum horário. Há vários estudos científicos dos prejuízos neurológicos para os bebês, basta jogar no Google para achar inúmeros artigos. Mas se o seu bebê faz uso de telas durante o dia, evite-as perto dos horários de dormir (=sonecas e à noite). Brinquedos alucinantes (o apelido que dei para aqueles que fazem barulho, piscam, tocam música, tudo ao mesmo tempo), assim como brincadeiras muito estimulantes, também devem ser evitados antes de dormir. Lembre-se, o objetivo é relaxar o bebê.

ENSINAR O BEBÊ A DORMIR SOZINHO

No post 3, falei bastante de como a incapacidade de adormecer sozinho atrapalha o sono noturno, pois o bebê não consegue voltar a dormir sem ajuda de seus despertares normais. Porque não é que o bebê não acorde durante a noite, é que ele deve ser capaz de adormecer novamente sozinho. Isso é que significa “dormir a noite inteira”.

Pois bem, e como alcançar essa graça? Identificando as associações negativas (alguns exemplos no post 3) e livrando-se delas. É fácil? Com certeza, não! Tive sorte de a associação negativa do Luis Felipe ser branda… Infelizmente, não sei como agir em casos mais graves. Nesses, acho que realmente é preciso procurar ajuda profissional.

Como contei no post 3, o Luis Felipe só dormia no colo. Na primeira tentativa de ensiná-lo a dormir (aos 6 meses), tentei fazer a transição colo-berço de maneira suave. Fui colocando ele no berço cada vez mais sonolento (mantinha a minha mão nele, dentro do berço), até que cheguei ao ponto de conseguir colocá-lo quase acordado. Estava funcionando… mas por conta do trabalho, tive que delegar essa tarefa por uma semana e ele voltou para o colo.

A segunda tentativa, já aos 9 meses, foi diferente. Fiz um aconselhamento com a Daniela Nogueira (do Pais em Ação), e ela sugeriu que, antes de tudo, eu conversasse com o Luis Felipe, explicasse como seria a nova dinâmica (que ele ia dormir sozinho no berço, que era melhor para ele, para ele descansar bem, etc), mostrasse bem o berço para ele ainda acordado, mostrasse a poltrona onde eu ia ficar, ao lado do berço… Enfim, eu deveria explicar o que eu esperava dele. Pode parecer estranha ideia de que bebês tão novinhos entendam o que estamos falando, mas a psicanalista e pediatra Françoise Dolto, que é um ícone na França, defende que devemos falar com os bebês e explicar-lhes as coisas desde que nascem.

Fiz tudo isso e, nesse dia, coloquei o Luis Felipe no berço totalmente acordado. Ele ficou quase uma hora brincando dentro do berço – batia na parede (nos bichinhos do papel de parede), ficava em pé, sentava, ia para um lado e para o outro… Quando vi que ele começou a ficar molinho, comecei a dar boa noite para os bichinhos de pelúcia e apaguei a luz. Então, disse que ia ajudá-lo a dormir, e com uma mão na bochecha dele e a outra no corpinho, conduzi ele para que se deitasse. Ele tentou levantar mais algumas vezes, ajudei-o a se deitar repetidamente (de uma maneira muito gentil, sem forçar), até que não se levantou mais e ficou se mexendo um pouco, passando a unha no lençol… e adormeceu. Como de costume, fiquei sentada na poltrona ao lado do berço, pois ele sempre acordava aproximadamente 1 hora depois de dormir. Mas, como mágica, ele foi direto!

No dia seguinte, contei para a Daniela como foi a noite e ela me falou uma coisa que mudou a minha visão do processo. Em resposta à minha observação de que ele havia demorado 1 hora (o que achei muito tempo) para dormir, ela me aconselhou a mudar a minha expectativa. Por que eu esperava que ele dormisse tão rápido quando ele era colocado no berço? Nós conversamos por mais de 2 horas ao telefone durante o aconselhamento. Eu, adulta, com toda a minha capacidade cognitiva e repertório, precisei de mais de 2 horas para compreender o conceito que ela queria me passar… como eu poderia esperar do Luis Felipe, um bebê, que estava recebendo novas orientações, que ele fosse adormecer rapidamente?! Verdade, não era justo. Nas noites seguintes, já fui com a cabeça de que ia durar 1 hora mesmo, que ficaríamos brincando no berço até ele ficar molinho… e a minha ansiedade se dissipou. A ansiedade não era porque eu tinha algum compromisso depois que me impedisse de ficar uma hora ali com ele. Mas é que à medida que o tempo ia passando, eu interpretava como “isso não está dando certo, isso não está dando certo”. Estava dando certo, sim. Deu certo. Só que no tempo dele. Hoje, percebo que estar mais calma nesse momento, sem ansiedade, ajuda muito!

Para os bebês que acordam à noite porque a chupeta caiu da boca, dei a dica no post 1, mas relembro aqui: espalhar várias chupetas pelo berço pode ajudar.

O BEBÊ NÃO VAI CHORAR?

Outra coisa que a Daniela me falou, que foi muito importante: é natural que os bebês protestem (=chorem) diante de mudanças. Os pais estarão lá para dar suporte, não para desistir da mudança. A abordagem acolhedora – tanto na educação como ao ensinar o bebê a dormir – não tem como objetivo evitar o choro, mas estar presente, ao lado do filho, ouvindo o seu protesto, apoiando como possível, enquanto se mantém firma em relação às regras estipuladas. Digo isso, porque muitas vezes o choro nos desestabiliza e faz com que cedamos, com que voltemos atrás, com que sejamos inconsistentes no processo.

E embora a recomendação geral seja de intervenção mínima quando o bebê chora e de, preferencialmente, não pegar no colo nessas horas, não diria que as minhas intervenções tenham sido tão mínimas assim. Sempre espero um pouco antes de qualquer coisa, porque, muitas vezes, o Luis Felipe faz barulhinhos e até dá um chorinho dormindo, de olhos fechados. Mas quando achei necessário, coloquei a mão no peitinho dele e peguei no colo também. Às vezes, colocava-o de volta no berço logo que pára de chorar, às vezes esperava mais um pouquinho… Não tem muita regra, acho que devemos seguir também o nosso instinto nesse ponto…

POR ONDE COMEÇAR?

Você chegou até aqui e pode estar se perguntando “Ok, mas por onde começar?“. Não sei se existe uma resposta padrão… Vou sugerir o que li de recomendação e funcionou para mim:

Comece com o desenho de uma rotina. Depois de alguns dias observando os hábitos e sinais de sono do seu bebê, você vai desenhar a rotina dele e vai tentar colocá-la em prática. Ao mesmo tempo, vai estabelecer o ritual de sono dele. Já vi muitos casos em que só essas mudanças já deram um resultado enorme! Nesse primeiro momento, mantenha as associações negativas (post 3) na hora de dormir.

Quando você achar que a rotina está funcionando direitinho, que as coisas entraram num ritmo bom, é a hora de ensinar o bebê a dormir sozinho à noite. O que significa tentar tirar as associações negativas. Se você vai tentar fazer isso paulatinamente ou de uma vez, é uma escolha sua. E as sonecas? Bom, não sou a melhor pessoa para falar delas. Mas tem gente que diz para fazer “correções” nas sonecas só depois que o sono noturno estiver OK, tem gente que diz que pode fazer as mudanças concomitantemente.

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Se você tem uma história de sono de sucesso em casa, por favor, divida conosco nos comentários!

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OS POSTS ANTERIORES DESSA SÉRIE:

Post 1: Dicas de seguidoras-mães de como fazer o bebê dormir

Post 2: O que você precisa saber sobre sono para o bebê dormir a noite inteira

Post 3: 15 motivos comuns pelos quais os bebês não dormem a noite inteira

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Mais uma vez, lembro que não sou especialista em sono, se alguém quiser fazer alguma correção ou adendo, por favor, sinta-se à vontade para deixar nos comentários!

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Acho importante deixar aqui as fontes do meu aprendizado: curso online da Stephanie Sapin (voltado para recém-nascidos), livros “A Encantador de Bebês” (abordagem acolhedora) e “12 Horas de Sono com 12 Semanas de Vida” (método do choro controlado), consultoria da Madu Drummond (abordagem acolhedora), curso online da Little Z’s (método do choro controlado), aconselhamento da Daniela Nogueira do @pais.em.acao (abordagem acolhedora). Das várias contas especializadas em sono que sigo no Instagram, destaco a @takingcarababies(método do choro controlado), @bebedorminhoco (abordagem acolhedora), @dra_angelicarabelo (abordagem acolhedora) e o @queirozodilo (abordagem acolhedora). Dos tantos posts que achei internet via Google não vou me lembrar…

Babies & KidsSono do bebê

Por que meu bebê não dorme à noite? 15 motivos comuns

Por que o bebê não dorme à noite? No post anterior, expliquei um pouco sobre como funciona o sono do bebê – algo que deve ser compreendido antes de tentar entender as causas dos despertares. Se você não leu, clique aqui antes de seguir aqui.

Por curiosidade, fiz uma enquete nos Stories para saber qual era a principal dificuldade das mães cujos bebês não dormem bem. O resultado foi o seguinte:

1º lugar: Acorda de hora em hora
2º lugar: Batalha na hora das sonecas
3º lugar: A hora da bruxa (chora muito no fim do dia)
4º lugar: Chora muito a noite toda

Se identificou com algum dos problemas acima? Para resolver estes e outros, é importante detectar as causas. Há inúmeras causas possíveis para os despertares noturnos ou para as dificuldades de colocar o bebê para dormir – algumas podem estar mais “enraizadas” pelo hábito, outras podem ser apenas pontuais.

bebê não dorme à noite

Como cada bebê é único, temos que observar o nosso para tentar entender o que está atrapalhando seu sono. Para te ajudar a entender por que seu bebê não dorme à noite, listei abaixo as causas mais comuns:

REFLUXO

Um problema comum em bebês no primeiro ano de vida. Como saber se o seu bebê sofre de refluxo? Além de não dormir bem, ele chora muito à noite? Regurgita/vomita bastante? Converse com o pediatra para obter um diagnóstico.

Tantos filhos de amigas tiveram problema de refluxo (alguns demoraram para ser diagnosticados), que eu perguntava para a pediatra (escolhi uma gastro-pediatra!) consulta sim, outra também, se os regurgitos do Luis Felipe estavam dentro da “normalidade”. E, embora ela tenha garantido que não fosse necessário, desde o começo ele dormiu levemente inclinado (com a cabeça para cima, claro) no ninho. Como eu tenho refluxo se durmo totalmente na horizontal quando como muito à noite, pensei que o mesmo poderia acontecer com ele, indo sempre dormir de barriguinha cheia… A consultora Stephanie Sapin indica inclusive um trocador levemente inclinado, para evitar refluxo quando na hora da troca de fralda.

ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA 

Outro caso que necessita de diagnóstico médico. Falamos nesse vídeo sobre alguns sintomas da alergia à proteína do leite de vaca (APLV), como agitação extrema na hora de mamar (em alguns casos, os bebês chegam a arranhar a mãe), vômito em forma de jato, assaduras persistentes, além de muito choro. Os bebês APLV costumam ter muita dificuldade para dormir à noite.

FOME

Nem todo choro é por fome – por mais que o bebê pare de chorar quando oferecemos o peito (ou a mamadeira). Mas fome pode, sim, ser um motivo para os despertares noturnos. Principalmente, entre os bebês mais novos, de até 6 meses.

Mas ele mama o dia inteiro, não é possível que ainda tenha fome à noite“. Se o bebê não ingerir as calorias diárias suficientes ou se ainda não tiver capacidade gástrica para aguentar longas horas sem mamar, ele vai acordar em algum momento por fome, não tem jeito, é natural.

Para mães que amamentam: um motivo para o bebê ter fome em intervalos curtos, inclusive à noite, é quando ele não faz mamadas efetivas. Com mamadeira, sabemos exatamente quantos ml o bebê mamou, mas no peito não. Por isso, é importante se certificar de que as mamadas diurnas e noturnas sejam efetivas. Quando o bebê só “petisca”, em vez de fazer “refeições completas”, tem fome a toda hora (às vezes, de hora em hora). Fiz uma série de vídeos com a consultora de amamentação Natália Rodrigues, mas destaco alguns que podem ser úteis nesse caso: 8 coisas que você precisa saber sobre amamentação, Tudo o que você precisa saber sobre apojadura e pegaAmamentação em livre demanda x Rotina.

HÁBITO

O bebê pode acordar chorando e a gente achar que é fome, afinal, “ele sempre mama às 3h da manhã” (apenas um exemplo, vale para qualquer horário). Pode ser que essa mamada da madrugada já nem seja mais por uma necessidade de alimentação e, sim, um hábito. Um hábito gostosinho de ver mamãe e mamar um pouquinho

Como saber se é fome ou hábito? Dizem que um sinal é esse despertar ter “hora marcada”. Mas se ele ainda for muito novinho, mesmo que os despertares sejam sempre à mesma hora, ele tem que mamar à noite. Se ele já tiver uns 7 meses (=já estiver comendo), provavelmente, é só habito. Portanto, volto ao ponto do desmame noturno do post anterior: para ter certeza se o seu bebê está pronto para o desmame noturno, consulte o pediatra! 

Uma informação interessante, que muitos especialistas dizem: basta repetir 2 ou 3 vezes algo para que se torne um hábito do bebê (mamar à noite, levar para a cama dos pais, brincar de madrugada etc).

ASSOCIAÇÕES NEGATIVAS

As associações negativas são as “muletas” de que o bebê precisa para adormecer e sem as quais ele não consegue voltar a dormir, ou seja, não consegue engatar um ciclo de sono no outro. Se o seu bebê acorda de hora em hora ou de duas em duas horas (a cada dois ciclos), pode ser sinal de que ele esteja com alguma associação negativa.

E quais são as associações negativas mais frequentes? Ninar, caminhar com o bebê no colo, dar volta de carro, dormir no peito ou com a mamadeira na boca, dormir no colo, chupeta… qualquer artifício que se usa para tentar “fazer” o bebê dormir pode causar uma associação negativa. E há casos em que o bebê tem mais de uma associação negativa, como, por exemplo, colo e chupeta.

Mas toda associação é negativa? Não. A chupeta, por exemplo, pode ser negativa quando o bebê acorda toda vez que ela cai da boca (tem bebês que sabem colocá-la de volta, outros não). Porém se ela ajuda o bebê a se acalmar e adormecer, e ele segue dormindo tranquilamente mesmo se ela tiver caído da boca, aí ela é uma associação positiva.

Deu para entender o raciocínio, né? O mesmo vale para a naninha. Se ajudar a dormir, mas sua ausência causar despertar, é associação negativa. Se ajudar a dormir e sua ausência não causar despertar, é associação positiva. E é por isso que alguns especialistas aconselham que o bebê não se acostume com naninha e chupe o dedo em vez da chupeta. Não vou entrar nessa discussão, porque acho que cada um faz como preferir.

ACÚMULO DE CANSAÇO

Já comentei isso no post anterior (post 2) e ainda vou falar mais a respeito no próximo (post 4), mas relembro aqui que bebês precisam de sonecas! Acúmulo de cansaço atrapalha – e muito – o sono noturno! É muito comum que o bebê fique agitado, chore, demore para adormecer e tenha um sono agitado quando não faz as devidas sonecas ou quando as sonecas são curtas e não suficientemente revigorantes.

Outro motivo que pode levar ao acúmulo de cansaço é colocar o bebê para dormir muito tarde à noite. Há quem faça isso na (vã) esperança de que o bebê não acorde muito cedo ou porque volta tarde do trabalho e quer ficar um pouco com o bebê antes de ele dormir. De tudo que li e vi, bebês que já estão com o ritmo circadiano estabelecido devem dormir idealmente até às 20h. Mas o horário de colocar o bebê para dormir vai depender da dinâmica de cada família e do horário em que o bebê acorda. Aqui em casa, por exemplo, como o Luis Felipe desperta muito cedo, às 6h, ele dorme entre 18h e 19h.

Dois termos totalmente ligados ao acúmulo de cansaço de que você já deve ter ouvido falar: “efeito vulcânico” ou “hora da bruxa”. Sabe quando o bebê chora descontroladamente no fim do dia e é dificílimo de acalmá-lo? Tem bebê que parece ter hora marcada para entrar em efeito vulcânico. Não é bruxaria, nem feitiçaria. Trata-se apenas de um bebê exausto, com excesso de cortisol no cérebro, que não consegue dormir. Às vezes, isso acontece com adultos também, de estarem tão cansados que não conseguem pegar no sono. Parece contraditório, mas acontece… Apesar de ser comum no fim do dia, o bebê pode entrar em “efeito vulcânico” mais cedo também. Por exemplo: pulou a primeira soneca e quando chega a hora do almoço chora sem parar – não de fome e, sim, de cansaço.

Meses atrás, quando o Luis Felipe tinha uns 3/4 meses, comentei nos Stories que a última mamada do dia estava vindo sempre acompanhada de muito choro. Para acalmá-lo, passei a amamentar caminhando. Recebi mensagens de mães dizendo que seus bebês também choravam muito na última mamada e algumas, inclusive, amamentavam debaixo do chuveiro, com a água nas costas do bebê (o que mãe não faz?), porque era a única coisa que os acalmava. Quando adiantei o horário da última mamada (e, consequentemente, a hora de dormir também) e o choro sumiu.

SONECAS DEMAIS

O bebê precisa fazer sonecas satisfatórias, mas não é para exagerar. Digamos que o seu bebê tenha 9 meses e esteja fazendo duas sonecas de 3 horas – ele já estaria suprindo parte da necessidade de sono noturno durante o dia. Portanto, bebê que dorme demais durante o dia, dorme menos durante a noite. Tem gente que chama isso de “trocar o dia pela noite”, embora esse hábito de fazer longas sonecas não represente necessariamente um problema no ritmo circadiano.

Novamente, vou colocar uma tabela aqui para você ter uma noção da quantidade de horas totais de sono, de acordo com a idade do bebê (mas não é pra seguir a tabela à risca!!!).

SONECAS TARDIA

Outro ponto em relação à soneca que pode atrapalhar o sono noturno é o horário da última soneca. Se o bebê acorda próximo ao horário em que deveria iniciar o sono noturno, não tem sono para dormir novamente.

O “horário-limite” para acordar da última soneca varia de acordo com a idade do bebê. Vou deixar aqui o link para uma tabela (apenas como referência, não se prendam 100% a ela!!!) para dar uma noção, tendo como base uma rotina de ir para o berço entre 19h e 20h. Se o seu bebê dorme mais cedo ou mais tarde, faça o cálculo para adaptar a informação.

EXCESSO DE ESTÍMULOS À NOITE

Há um consenso entre especialistas de que as atividades por volta da hora de dormir não devam ser muito estimulantes, como brincadeiras que deixem o bebê agitado. Até visitas no fim da tarde não são recomendas por alguns, porque podem atiçar o bebê.

Aqui também entram as telas eletrônicas. Apesar de os pequenos ficarem quietinhos (hipnotizados) com celulares, tablets e televisão, o estímulo da luz azul atrapalha a produção de melatonina, o hormônio do sono. Portanto, é melhor evitar perto da hora de dormir. (Mas vale lembrar que a OMS e a Sociedade Americana de Pediatria recomendam que crianças até 2 anos não tenham contato com telas.)

FALTA DE ROTINA / ROTINA ERRADA / ROTINA DESATUALIZADA

Por mais que você seja uma alma livre, que amamente em livre demanda, que tenha uma abordagem naturalista da maternidade, todos os especialistas concordam que uma certa rotina faz muito bem para o bebê – e para o sono dele. Rotina dá previsibilidade e, consequentemente, passa segurança para o bebê.

Mas meu bebê não é um robô!” Claro que não! Ter uma sequência de acontecimentos não o torna um robô. Até porque a rotina deve ser flexível, e não significa que absolutamente tudo precise ser feito exatamente da mesma forma todos os dias. Por tudo o que li e vi, o mais importante é estabelecer os horários de acordar, comer, dormir, e criar um ritualzinho pré-sono, que dará pistas para o bebê de que chegou a hora de dormir. Falarei mais sobre tudo isso no próximo post (post 4).

Mas eu já sigo uma rotina e não adianta nada!” Precisa ver se a rotina que você está seguindo está alinhada com as necessidades do seu bebê. Por muito tempo, caí na armadilha de tentar seguir rotina pronta, que não era a ideal para o meu bebê. Li que bebês de X meses faziam intervalos de Y horas entre as sonecas e simplesmente tentei me adaptar a isso. Só quando parei para ver que os intervalos de sonecas do Luis Felipe deveriam variar ao longo do dia, de acordo com o cansaço dele, é que conseguimos estabelecer uma boa rotina. Hoje, o intervalo entra a hora em que ele acorda e a primeira soneca é bem menor que o intervalo entre a segunda soneca e a hora em que ele vai dormir à noite. Portanto, você pode estar numa batalha na hora das sonecas e na hora de dormir à noite só porque a rotina não é adequada para o seu bebê. E por isso, insisto: não siga tabelas à risca!

E mesmo quem já conseguiu desenhar uma rotina totalmente personalizada para o seu bebê deve ficar atento porque a necessidade de sono do bebê varia de acordo com a idade, então, de tempos em tempos, a gente precisa atualizar a rotina. Como saber quando chegou a hora? Observando os sinais de sono do bebê e tendo uma noção aproximada da necessidade de bebês na fase que o seu se encontra.

SALTOS DE DESENVOLVIMENTO

Bebês que já dormem direitinho e, de repente, começam a ter despertares noturnos, normalmente, estão passando por saltos de desenvolvimento. O que é isso? Uma fase em que o bebê está adquirindo novas habilidades. Dizem que os saltos que mais afetam o sono são os dos 4, 9, 12 e 18 meses, podendo resultar em uma regressão do sono.

Tem um aplicativo que fala de cada salto e até sincroniza com o calendário do celular, chamado “The Wonder Weeks”. Pode ser bom para você reconhecer o que está acontecendo quando seu filho tiver uma regressão de sono, ou estiver simplesmente mais choroso e demandando mais atenção. Uma amiga, que foi quem me indicou esse aplicativo, disse uma coisa que achei interessante: para ela e o marido, entender que o comportamento mais choroso não era “manha” ajudou para que tivessem mais paciência.

ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

É um estágio normal do desenvolvimento do bebê. Acontece quando eles se dão conta de que estão afastados dos pais (normalmente, é mais em relação à mãe). Sabe quando o bebê não quer sair do colo, chora quando a mãe sai de perto, não aceita outras pessoas… são sinais da ansiedade de separação. Pelo que li, isso pode acontecer entre o 5º e o 18º mês.

É comum que, nessa fase, até mesmo bebês que dormiam bem fiquem mais relutantes para tirar sonecas ou para dormir ou que acordem à noite… e quando isso acontece, muitas vezes, os pais acabam (re)introduzindo maus hábitos de sono (como dormir no colo, dormir mamando etc).

QUESTÕES EMOCIONAIS

Troca de babá, saudades dos pais, brigas entre os pais, divórcio, volta ao trabalho da mãe, um dia estressante, adaptação à creche ou à escolinha… tudo isso pode interferir no sono do bebê. Muita gente acha que, por causa da pouca idade, eles não entendem o que acontece à sua volta, mas os bebês são bem atentos e sensíveis. Por isso, um ambiente tranquilo lhes passa segurança. E quando há alguma mudança na dinâmica da casa ou na vida deles, é importante conversar e explicar para eles, reiterando que você estará sempre presente quando precisarem. Acredite, eles entendem mais do que a gente imagina.

DESCONFORTO

O calor ou o frio podem fazer com que seu bebê acorde. Dizem que a temperatura ideal do quarto é entre 24 e 25 graus. E a gente não deve superaquecer o bebê com pijama de lã + mil cobertores (um desafio para algumas mães de primeira viagem).

O Luis Felipe, por exemplo, é super calorento! Só de encostar no meu braço na hora de mamar, já fica com a cabecinha suada! Passei a amamentá-lo com um travesseirinho entre nós. E à noite, mesmo com ar-condicionado ligado, tem vezes que percebo que ele está transpirando no lado da cabeça que encosta no colchão. O calor atrapalha muito o sono dele.

Outras coisas que podem causar desconforto: pijamas com tecidos espessos, etiquetas que pinicam, botões nas costas…

NASCIMENTO DOS DENTES

O nascimento dos dentes pode causar muita dor em alguns bebês e, consequentemente, atrapalhar o sono também. Nos dias (e noites) mais difíceis, talvez seja bom passar alguma pomadinha. Pergunte para o seu pediatra.

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Espero que as informações acima tenham te ajudado a reconhecer a causa dos despertares do seu bebê. Se não, talvez você precise observar mais, tentar algumas coisas para excluir hipóteses, conversar com seu pediatra… seja como for, tenha certeza de que entender o que está afetando o sono do seu bebê vai te ajudar a colaborar para que ele durma bem!

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No próximo post (post 4), vou dar algumas dicas para tentar sanar os problemas de sono causados pelos motivos listados acima e contar o que funcionou com o Luis Felipe.

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Lembrando que não sou especialista em sono, se alguém quiser fazer alguma correção ou adendo, por favor, sinta-se à vontade para deixar nos comentários!

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Mais uma vez, deixo aqui as fontes do meu aprendizado: curso online da Stephanie Sapin (voltado para recém-nascidos), livros “A Encantador de Bebês” (abordagem acolhedora) e “12 Horas de Sono com 12 Semanas de Vida” (método do choro controlado), consultoria da Madu Drummond (abordagem acolhedora), curso online da Little Z’s (método do choro controlado), aconselhamento da Daniela Nogueira do @pais.em.acao (abordagem acolhedora). Das várias contas especializadas em sono que sigo no Instagram, destaco a @takingcarababies (método do choro controlado), @bebedorminhoco (abordagem acolhedora), @dra_angelicarabelo (abordagem acolhedora) e o @queirozodilo (abordagem acolhedora). Dos tantos posts que achei internet via Google não vou me lembrar…

Babies & KidsSono do bebê

O que você precisa saber sobre sono para o seu bebê dormir a noite inteira

Como contei nos Stories, penei para meu bebê dormir a noite inteira! Aqui, a saga incluiu curso online durante a gravidez, livros, consultoria, outro curso online, aconselhamento e mais um monte de leitura na internet. Não foi pouca coisa! rs De cada lugar, tirei alguma lição para alcançar as 11 horas seguidas de sono do Luis Felipe. Foram quase 9 meses até que eu conseguisse entender melhor o processo do sono como finalmente entendi – e só então pude realmente ajudar meu filho a dormir melhor.

Por isso quis fazer essa série de posts. Começando com as dicas de mães que recebi, no post anterior (post 1); agora (post 2), falando um pouco sobre como o sono do bebê funciona; a seguir (post 3), elencando os principais motivos pelos quais bebês não dormem; e, por fim (post 4), contando como consegui ensinar o Luis Felipe a dormir seguindo uma abordagem acolhedora (= sem deixar o bebê ficar chorando sozinho).

Minha intenção é compartilhar, de maneira resumida, um pouco do que aprendi e vivi, porque sei que muitas mães se encontram em um momento de total desespero, onde já estive um dia! Senti que, no começo dessa jornada, fiquei confusa com as diferentes informações (porque os especialistas concordam em alguns pontos, mas divergem em muitos outros), depois fiquei presa às regras e paranóica em segui-las, até que tive um momento de clareza e, aí, as coisas fluíram melhor e o Luis Felipe passou a dormir.

Como disse no post anterior, há diferentes caminhos para se chegar às noites bem dormidas. Aqui, falarei sempre da abordagem acolhedora, que foi a minha escolha. Mas há informações úteis que são válidas independentemente do método que você escolher. Sei que quando estamos no olho do furacão, nos sentimos perdidas e é difícil assimilar conceitos. Por isso mesmo, gostaria de pedir que lesse com atenção. E talvez relesse. E que não pulasse nenhum tópico. Apesar de não ser especialista em sono, acho que consegui reunir aqui um bom básico para te ajudar. Espero, de coração, que essa série te ajude! No entanto, se depois de ler todos os posts, você continuar sem saber o que fazer, não hesite em procurar ajuda profissional!

bebê dormir a noite inteira

SEU BEBÊ PODE DORMIR A NOITE INTEIRA, SIM

Acho importante começar dizendo que seu bebê pode dormir a noite inteira, sim. Já ouvi isso de mais de um pediatra e é o que dizem todos os especialistas. Por que acho importante reforçar isso? Porque recebi um bom número de mensagens, muito bem intencionadas, de mães dizendo  “Bem-vinda ao clube, é assim mesmo!” ou “Se te consola, o meu só foi dormir a noite inteira com 3 anos” – não, isso não me consolou! rs Existe um mito de que bebês não dormem. Conversando com meu marido, por exemplo, ele dizia “Mas é normal! Falei com meus amigos, os filhos deles também não dormem.” Mas eu sabia que não tinha que ser assim! Pela experiência de amigas (que conseguiram ensinar seus filhos a dormir – por conta própria ou com ajuda de consultora) e pelos tantos depoimentos de mães que fizeram cursos online, eu tinha a certeza de que o Luis Felipe podia dormir, sim!

Privação de sono é uma coisa muito séria, que afeta a saúde física e mental, e também os relacionamentos! Sou do princípio de que a mãe tem que estar bem – por ela e para cuidar do seu bebê. E aquela história de que “você nunca mais vai dormir” não precisa ser a sua realidade! A mãe querer dormir não tem nada a ver com egoísmo, gostar menos do filho ou não ser uma boa mãe – dormir é uma necessidade fisiológica! E é claro que noites bem dormidas também são importantes para o bebê. Portanto, todo mundo sai ganhando!

Mas eu já fiz de tudo e nada deu certo!” Entendo esse sentimento, porque em alguns momentos a gente perde a esperança mesmo. Talvez a inconsistência no “tentar de tudo” tenha passado uma mensagem confusa para o bebê. Talvez o método aplicado não estivesse alinhado com as demandas do bebê (aconteceu comigo). Talvez você estivesse tentando fazer coisas sem realmente entender o porquê, o que tira a nossa autonomia na hora lidar com cada situação (aconteceu comigo também). Talvez você não tenha recebido apoio em casa… Não estou dizendo essas coisas para apontar o dedo ou te fazer sentir culpada (até porque “culpa” não faz parte do meu vocabulário). Apenas quero mostrar que tem alguns motivos para as nossas tentativas não darem certo… Portanto, mesmo quem  “já tentou de tudo” ainda pode encontrar um caminho que funcione na sua casa. Por mais cansativa que seja essa busca, acho que vale a pena.

CADA BEBÊ É ÚNICO. MESMO!

É preciso realmente entender que cada bebê é único –  isso não é uma frase vazia, clichê. Cada bebê tem seus motivos para os despertares noturnos, cada bebê tem seu temperamento, cada bebê foi acostumado a dormir de uma forma, cada família tem uma dinâmica… E é por isso que, infelizmente, não tem receita pronta que se aplique a todos. É por isso que tabelas pré-fabricadas podem atrapalhar. A gente precisa ter um entendimento sobre o sono e um olhar atento para o nosso bebê para poder identificar o que está acontecendo com ele.

Eu, que amo uma regra a ser seguida (tão mais fácil!), percebi que perdi muito tempo tentando me encaixar em tabelas e rotinas prontas que não funcionaram aqui em casa.

A GENTE NÃO FAZ O BEBÊ DORMIR

Falei no post anterior que usar o termo “fazer o bebê dormir” não era certo, apesar de falarmos assim. E por que não é? Imagine tentar fazer um adulto sem sono dormir, quem consegue? O mesmo vale para os bebês. Portanto, a gente não faz o bebê dormir, a gente atende as necessidades diárias dele, observa os sinais, dá previsibilidade, cria um ambiente favorável e relaxante para o sono, e espera até que ele adormeça. O nosso papel é de colaborador, de facilitador. Sabe quando a gente luta para o bebê dormir? É porque está tentando fazê-lo dormir, em vez de colaborar.

Ah, eu faço o meu bebê dormir, sim! É só pegar ele no colo e começar a passear pela casa que ele dorme“. Ele adormeceu não porque você quis e o fez adormecer, mas porque ele se sentiu seguro e relaxado o suficiente para adormecer com o aconchego do seu colo, o movimento, o seu cheiro. Então, a questão é: como deixá-lo seguro e relaxado fora dos seus braços? Vamos conversar sobre isso no Post 4.

O QUE É DORMIR A NOITE INTEIRA?

É dormir de 10 a 12 horas por noite. Quer dizer que o meu bebê não vai acordar em nenhum momento durante esse período? Não. Quer dizer que ele vai acordar e vai voltar a dormir sozinho, assim como nós, adultos, fazemos. Temos ciclos de sono e quando dizem que o bebê dorme a noite inteira significa que ele consegue engatar um ciclo no outro sem a nossa ajuda (=sem ser ninado, sem mamar, etc). Há quem acredite que os bebês chegam ao mundo sabendo dormir independentemente e que a gente é que vai acostumando eles mal. Não sei é verdade ou não, mas, com certeza, a gente pode atrapalhar o adormecer independente com alguns hábitos.

“Como eu sei que meu bebê não sabe engatar um ciclo no outro?” Cada ciclo de sono do bebê dura em torno de 40 a 60 minutos. Por isso, é tão comum bebês que acordam de hora em hora ou de duas em duas horas (a cada dois ciclos). Esse é o sinal de que o bebê não sabe engatar um ciclo no outro.

Em casa, sempre que colocava o Luis Felipe para dormir, ficava colada no berço nos primeiros 40 minutos, porque era batata, ele tinha um leve despertar (e mais alguns ao longo da noite). Sempre achei que fosse por causa da chupeta que caía. Ficava por perto porque se eu fosse rápida em colocar a chupetinha na boca, ele voltava a dormir logo; se demorasse, o choro aumentava e era muito mais difícil de ele voltar a dormir. Apesar de a chupeta ajudá-lo a adormecer novamente, hoje, percebo que o despertar dele não era causado pela queda da chupeta e, sim, pela falta de colo. Até porque, quando ele dormia no colo, não despertava. Na primeira noite em que ele dormiu no berço sem acordar após 40 minutos, ele dormiu 10 horas seguidas sem precisar de intervenção – mesmo com a chupeta fora da boca em alguns momentos.    

O BEBÊ FAZ BARULHOS ENQUANTO DORME

Isso a gente nota desde o começo, né? Como gemem!rs Mas eles continuam fazendo alguns barulhos, mesmo quando já dormem a noite toda. O meu às vezes dá um gritinho, às vezes choraminga de leve, às vezes geme… nada que precise de intervenção. Por isso que dizem que a gente deve esperar um pouquinho (pouquinho mesmo, não minutos) antes de intervir, porque pode ser um barulhinho que não está ligado a um real despertar – e, sem querer, podemos acordá-lo.

Mas como saber? Só observando… Quando o Luis Felipe chora e não é atendido prontamente, o caos se instaura. Então, achava que essa história de esperar um pouquinho antes de intervir não funcionava para mim. Toda vez que tentei foi muito estressante! A questão é: observando, a gente aprende a diferenciar os barulhos que precisam de intervenção daqueles que não precisam. Falarei mais disso no outro post.

MESMO MAMANDO EXCLUSIVAMENTE NO PEITO O BEBÊ DORMIR A NOITE INTEIRA? OU É VERDADE QUE PARA DORMIR SÓ DANDO FÓRMULA?

Sim, bebê que mama exclusivamente leite materno pode dormir a noite inteira. O meu é um exemplo disso – mama às 18h e às 6h, e olha que ele é bem guloso! Nunca cheguei a fazer a famosa “mamada dos sonhos”, por volta das 22h/23h, mas muitos especialistas e mães recomendam para que o bebê consiga ir desse horário até a manhã sem fome (leia-se, sem acordar por fome). Como o Luis Felipe não tinha o hábito de acordar nesse horário e, sim, por volta das 2h/3h para mamar, fiquei com medo de inserir um novo hábito e não conseguir tirar o outro, ficando com dois despertares no lugar de um.

Vocês já devem ter ouvido que uma boa mamadeira garante o sono do bebê à noite. Foi recomendação, inclusive, do meu pediatra e tenho amigas que seguiram. Pelo que entendi, a fórmula seria mais “pesada”, demoraria mais para ser digerida e, por conta disso, garantiria o sono prolongado. Sei de casos de bebês que tomam fórmula e acordam na madrugada… portanto, creio que a mamadeira possa contribuir, mas como não ensina o bebê a dormir independentemente, não seja uma garantia de que ele vá dormir a noite inteira.

DESMAME NOTURNO NÃO SIGNIFICA ENSINAR A DORMIR

Se o bebê dorme a noite inteira, ele não acorda mais para mamar, certo? Não exatamente. Tirar a(s) mamada(s) da madrugada não quer dizer ensinar o bebê a dormir independentemente. Pode acontecer de você tirar a(s) mamada(s) da madrugada e ele continuar acordando por outros motivos – motivos esses que fazem com que ele não engate um clico de sono no outro. Então, você pode ensinar o seu bebê a dormir E amamentá-lo de madrugada, se assim quiser. E aí, no momento em que parar de amamentar, ele já saberá dormir sozinho.

A PARTIR DE QUANTOS MESES POSSO TIRAR A MAMADA DA MADRUGADA?

Antes de tomar a decisão de tirar a mamada da madrugada, acho importante conversar com o pediatra do seu filho. Porque três pontos devem ser avaliados: 1) se o bebê tem capacidade gástrica para aguentar 10 ou 12 horas sem mamar, 2) se o bebê está ingerindo as calorias diárias totais durante o dia e 3) como está o ganho de peso dele.

Ok, mas por volta de quantos meses ele está pronto para o desmame noturno?Depende do bebê… e talvez por isso não haja um consenso entre os especialistas. O famoso livro “12 Horas de Sono com 12 Semanas de Vida” prega o desmame noturno a partir dos 3 meses. A Dra. Angélica Rabelo, pediatra especializada em sono, é muito cautelosa em relação a isso e recomenda que se mantenha a(s) mamada(s) noturna(s) – caso o bebê demande, claro – até a introdução alimentar, aos 6 meses.

Meu pediatra disse que o Luis Felipe já podia desmamar à noite com 4 meses, mas eu não tinha certeza se ele conseguia ingerir as calorias diárias suficientes para aguentar a noite toda sem mamar… até porque ele é grande e faminto!rs Se ele tomasse leite na mamadeira, saberia exatamente quantos ml consumiu… mas quando amamentamos, nunca sabemos ao certo. No meu caso, só tive certeza absoluta da capacidade gástrica dele aos 6 meses, quando dormiu comigo uma vez na cama e não acordou para a habitual mamada da madrugada. Não foi imediatamente depois disso que consegui tirar essa mamada (falarei disso no post 4), mas o episódio me deu a segurança para cortá-la.

A PARTIR DE QUANTOS MESES POSSO ENSINAR O BEBÊ A DORMIR A NOITE INTEIRA?

Como vimos antes, aprender a dormir não é a mesma coisa que dormir sem acordar uma única vez à noite. Portanto, o bebê pode aprender a dormir enquanto ainda precisa das mamadas da madrugada. E sendo assim, você pode começar a ensinar o seu bebê a dormir independentemente a qualquer momento, mesmo sendo recém-nascido. Atenção: isso NÃO significa estipular uma rotina fixa para o recém-nascido e nem desmamar à noite!! 

Com isso, não estou dizendo que seja fácil ensinar o bebê a dormir desde o começo, apenas que não há uma idade específica para começar. Quando o bebê ainda é recém-nascido, mama em livre demanda, faz intervalos curtos entre mamadas, dorme facilmente no peito, nós estamos cansadas… então não é fácil mesmo!

No meu caso, eu já tinha o conhecimento de que não deveria deixar o bebê dormir no peito, que deveria colocá-lo acordadinho no berço… mas optei por ser bercinho dele (como comentei no post anterior) porque queria ter esse prazer de ele dormir sobre mim, o que acho que dava um grande conforto a ele também. Foi uma opção minha, que me deixou muito feliz! Se pudesse voltar no tempo, acho que eu teria sido bercinho por 2 ou 3 meses e, então, começaria a ensiná-lo a dormir…

Uma coisa é certa: quanto mais tarde a gente ensina o bebê a dormir, mais difícil fica. Comecei o processo aos 6 meses e, agora com 9, o Luis Felipe é muito mais consciente do ambiente à sua volta, o que dificulta o relaxamento pré-sono, ele já levanta no berço… o processo é mais desafiador. Mas não significa que seja impossível (novamente, ele é prova de que não é!). E há cursos de sono que vão de 0 a 3 anos!

COMO FUNCIONA O SONO DO BEBÊ?

Não vou fazer uma explicação técnica, porque acho confuso… A grosso modo, o que considero importante entender do padrão de sono dos bebês é que:

1) o sono é formado por ciclos que duram em torno de 40 a 60 minutos (como falei alguns tópicos acima);
2) o bebê demora um tempinho para entrar em sono profundo (por isso acordam facilmente quando os colocamos no berço logo que adormecem);
3) perto do amanhecer, o sono fica mais leve (a produção de melatonina cai, principalmente quando entra luminosidade no quarto);
4) o padrão de sono do bebê muda ao longo dos meses – a quantidade total de horas dormidas, a quantidade de sonecas, e o intervalo entre as sonecas (vou deixar aqui o link de uma tabela só para vocês se orientarem mais ou menos, não é para seguir à risca, porque cada bebê é único!!)

A NOITE É REFLEXO DO DIA

Isso é um dos pontos-chave na qualidade do sono noturno! O sono noturno só será de qualidade uma vez que as necessidades diurnas do bebê sejam bem atendidas – a necessidade de sonecas (sim, o bebê precisa dormir de dia!), a necessidade de alimentação (ninguém dorme bem com fome) e a necessidade de afeto. Falarei mais das sonecas no post 4.

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No próximo post (post 3), trago os principais motivos pelos quais bebês não dormem.

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Lembrando que não sou especialista em sono, se alguém quiser fazer alguma correção ou adendo, por favor, sinta-se à vontade para deixar nos comentários!

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Acho importante deixar aqui as fontes do meu aprendizado: curso online da Stephanie Sapin (voltado para recém-nascidos), livros “A Encantador de Bebês” (abordagem acolhedora) e “12 Horas de Sono com 12 Semanas de Vida” (método do choro controlado), consultoria da Madu Drummond (abordagem acolhedora), curso online da Little Z’s (método do choro controlado), aconselhamento da Daniela Nogueira do @pais.em.acao (abordagem acolhedora). Das várias contas especializadas em sono que sigo no Instagram, destaco a @takingcarababies (método do choro controlado), @bebedorminhoco (abordagem acolhedora), @dra_angelicarabelo (abordagem acolhedora) e o @queirozodilo (abordagem acolhedora). Dos tantos posts que achei internet via Google não vou me lembrar…

Sono do bebê