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8 dicas para festas de fim de ano tranquilas com as crianças

O Natal e o Ano Novo estão chegando e, para quem tem filhos, a lista de preocupações nessas datas aumenta. Nós já falamos aqui sobre como fazer um Natal sustentável e entreter os pequenos no processo. No entanto, a rotina é muito importante para os pequenos e é fácil fugir dela nessa época do ano – principalmente se você viaja ou se reúne com a família para comemorar. Por isso, separamos dicas para festas de fim de ano tranquilas com as crianças! Confira:

Foto: Cottonbro no Pexels

Dicas para festas de fim de ano

1. Prepare seu filho para as festas de fim de ano

Mesmo que seu filho ainda seja pequeno e não entenda totalmente o que são as festas de fim de ano, vale a pena conversar com ele. Se seu filho já entende bem, essa conversa se torna essencial!

Explique o que vai acontecer, para onde vocês vão, como é o local, quem ele vai encontrar por lá… É como se você oferecesse um resumo de todas as situações que ele com certeza vai viver e o que pode encontrar por lá. Isso ajuda a criança a lidar com a ansiedade/medo do desconhecido e se sentir mais pronta para aquela experiência.

Essa conversa fornece referências para que a criança lide melhor com as mudanças – casa, ciclo de pessoas, rotina, etc. Lembre-se que mesmo você, adulto, gosta de saber ou pensar no que pode acontecer nas festas para se preparar. Os motivos podem ser diferentes dos dos pequenos, mas em ambos os casos é válido e importante conversar sobre.

2. Prepare-se para os palpites e interferências

Por conta do avanço da vacinação, esse ano muitas famílias vão se encontrar depois de muitos meses longe. Isso significa que, depois de muitos meses, você pode ter que ouvir pessoalmente os palpites e interferências.

Ignore os conselhos não requisitados e que não te acrescentam. No entanto, não deixe que as pessoas passem por cima das suas decisões. Lembre-se de que você é a mãe e suas decisões e escolhas devem ser respeitadas e seguidas.

Um exemplo clássico são os parentes que querem oferecer “só um docinho” ou “um golinho” de refrigerante. Se você não quer que isso aconteça e não confia que isso será seguido em momentos que não estiver presente, você sempre pode ir por outro caminho: diga que foi recomendação do pediatra, por exemplo, e que daqui um tempo ele vai poder comer e beber de tudo.

É importante que os pais estejam alinhados quanto ao que a criança pode ou não pode fazer, comer ou beber. Dessa forma, em um ambiente com tantas pessoas novas, os dois podem estar sempre de olho e avisar os parentes e amigos dos limites.

Foto: Cottonbro no Pexels

3. Não force seu filho a ir no colo de outras pessoas, mesmo familiares

O corpo da criança, desde o momento que ela nasce, é dela. É por isso que, desde o primeiro dia, nós precisamos respeitar os limites da criança e sua individualidade. Por isso, não force seu filho a ir no colo, beijar ou ficar junto com pessoas que ele não quer ou não tem proximidade.

Socialmente, não há o costume de respeitar as crianças – seus desejos, necessidades, corpos e limites são sempre ignorados. Por isso, cabe aos pais protegê-los e garantir o direito de ter limites. Se seu filho não quer abraçar, beijar ou ficar com alguém, respeite isso e garanta que a outra pessoa também o respeitará.

Você sempre pode falar: “Ele ainda não se acostumou com todo mundo. Mais tarde você pode tentar de novo”. Conforte a criança sempre que necessário, já que, em alguns desses momentos, os pequenos podem se sentir assustados, intimidados e acuados.

Para crianças maiores, você pode lembrá-las de que não são obrigadas a abraçar e beijar ninguém que não queiram, mas devem falar “oi” para todos.

4. Proteja seu filho de abusos sexuais

Você sabia que mais de 70% dos abusos sexuais contra crianças e adolescentes acontecem em casa, por familiares ou amigos da família? O número é assustador e o abuso mais recorrente do que imaginamos: uma a cada três pessoas é abusada no Brasil até os 18 anos de idade.

Não podemos ignorar ou fechar os olhos para essa realidade. Cabe a nós protegermos nossos filhos sempre. Por isso é tão importante não forçar as crianças a abraçar e beijar as pessoas – isso pode ser usado pelos abusadores depois. Afinal, a criança vai aprender que não tem controle sobre seu corpo e deve seguir as vontades do adulto.

Veja algumas dicas importantes para usar na vida e também nas festas de fim de ano:

  • Mantenha o diálogo

Converse com seu filho e diga para ele te contar sempre que algum adulto falar ou fizer algo que o incomode ou o deixe desconfortável e triste. Reforce que ele não deve guardar “segredo” de nada que faz com outros adultos. Seu filho precisa confiar em você e saber que tem espaço para uma conversa caso precise te contar algo.

Se seu filho já é maior ou adolescente a importância desse diálogo positivo aumenta. Muitos abusadores mantém suas vítimas em silêncio através do medo e vergonha. Há vítimas que acreditam que os pais podem culpá-las, se envergonhar delas ou, pior, não acreditar em sua palavra. Por isso, faça o possível para mostrar ao seu filho que você o ouve, entende e acolhe, mesmo em situações difíceis e dolorosas como essa.

  • Atenção as sonecas

Não deixe as crianças dormindo sozinhas! Muitas famílias têm o costume de deixar os pequenos dormindo em algum quarto enquanto aproveitam o momento entre os adultos. No entanto, como mostram os dados, não é seguro deixar os pequenos sozinhos, mesmo entre familiares. O excesso de zelo nessa hora pode salvar seu filho de um trauma para o resto da vida.

Você e seu/sua companheiro/a ou outras mães podem revezar na supervisão das crianças dormindo ou você pode colocar uma babá eletrônica com câmera no local e ficar sempre vigiando. Avise a todos – de forma despretensiosa – que há uma câmera no local. Se alguém questionar o motivo da câmera, você pode apenas dizer que se sente mais segura tendo o vídeo.

  • Educação sexual

Educação sexual para crianças é fundamental para evitar abusos e dar ferramentas para essa criança identificar e denunciar caso eles ocorram. Por exemplo, é importante que a criança saiba o nome das suas partes íntimas e que ninguém além dela e você deve tocar ali. Ela também deve saber que não deve tocar nas partes íntimas de outras pessoas – e que, se alguém pedir isso, ela deve sair dali e pedir ajuda.

Importante também falar sobre não mostrar e não ver as partes íntimas de outra pessoa. Alguns abusadores não tocam nos pequenos, mas o abuso acontece da mesma forma.

Para quem quer saber mais sobre o assunto e como proteger de forma eficaz os pequenos, recomendamos o perfil da psicóloga Roseli Mendonça.

Foto: Cottonbro no Pexels

5. Mantenha a rotina alimentar

Os adultos estão sempre falando sobre os exageros e a bagunça alimentar nas festas de fim de ano. É claro que isso também afeta os pequenos! Se vocês vão viajar ou vão ficar na casa de parentes, os pequenos podem demonstrar perda ou ganho de apetite e também mudanças de comportamento durante as refeições.

Isso é esperado, já que há uma mudança de rotina e, no caso de crianças maiores, também há toda uma ânsia pela chegada do Papai Noel, presentes e diversão. Assim, tenha paciência e não se frustre caso o pequeno não coma a mesma quantidade do dia a dia – em breve os dias de excitação passam e vocês voltam a rotina normal.

O mais importante é você não ceder na rotina e nem nos limites. Se seu filho tem quatro refeições no dia, ofereça as quatro da mesma forma que faz em casa, mesmo que os horários não sejam exatamente os mesmos. Se ele não pode comer doces, então não ofereça e peça a todos que não ofereçam também. Recomende a leitura do nosso post sobre os perigos do açúcar nos primeiros dois anos de vida caso alguém te pergunte o motivo pelo qual você não quer dar doces.

Se seu filho possui alergias ou come alguns alimentos específicos que você não sabe se estarão disponíveis na cidade ou casa em que passará as festas de fim de ano, você deve levar o que for necessário da sua própria casa para evitar riscos. E, claro, avise todas as pessoas sobre a alergia do pequeno, reforce os alimentos que ele não pode ingerir e diga que, na dúvida, é melhor te perguntar antes de oferecer.

6. Sono

Assim como a alimentação, o sono exige cuidados. Mantenha o horário das sonecas e o do sono da noite. Para crianças pequenas, principalmente bebês, o ideal é não tentar mantê-las acordadas até mais tarde – ao invés de “aproveitar mais” podem acabar mal humoradas pelo cansaço. É nessas horas que acontece a famosa Hora da Bruxa!

Se seu bebê dorme cedo, garanta as fotos de Natal antes de colocá-lo para dormir. Se você fizer questão de tê-lo acordado até um pouco mais tarde, uma opção é tentar atrasar a soneca da tarde para que ele fique menos cansado no começo da noite. Porém, respeite a criança – se ela demonstrar sinais de cansaço e/ou sono, é hora de a colocar para dormir.

Dica: se você for colocar a criança para dormir perto de você, evite usar o bebê conforto. O ideal é que crianças até 3 meses não fiquem mais de uma hora no bebê conforto e, após essa cidade, o tempo não deve ultrapassar as 3 horas. Por isso, se for para escolher algum item para o bebê dormir, priorize levar um carrinho, onde a criança consiga deitar de forma similar ao berço.

festas de fim de ano

Foto: Victoria Borodinova no Pexels

7. Fogos de artifício

Na época das festas, os fogos de artifício podem ser um show ou um terror para os pequenos. Afinal, o som é muito alto e crianças pequenas podem se assustar facilmente. Por isso, mais uma vez, o ideal é explicar aos pequenos o que vai acontecer – vale até mostrar um vídeo para que eles tenham ideia do som.

Na hora do show, assista os fogos mais de longe por conta do barulho e esteja ali por perto, o confortando. No caso dos bebês que não vão conseguir entender nada, vale tentar abafar o som cobrindo suas orelhinhas e ficar por perto para acalmar caso acordem assustados.

Se sua família tem o costume de queimar fogos, vale lembrar do efeito negativo dos fogos de artifício: o som machuca a orelha de animais, como os cachorros, e pode iniciar crises em pessoas neuroatípicas, como crianças com autismo. Existem fogos sem som e outras formas de comemorar a virada, pense nisso!

8. Conflitos entre crianças

No Natal, os pequenos costumam ganhar presentes e isso pode gerar brigas – um não quer dividir o brinquedo e o outro não quer brincar com nada além daquele brinquedo… Os conflitos entre eles são normais e esperados. Cabe aos adultos saber lidar com isso da melhor forma.

Se quiser algumas dicas de como lidar com esses conflitos, vale a leitura da coluna do Pais em Ação sobre crianças e a dificuldade em compartilhar brinquedos!

Na hora de abrir os presentes na árvore, uma estratégia é os presentes de todas as crianças serem dados ao mesmo tempo e que elas tenham um espaço entre elas. Dessa forma, com supervisão e ajuda de um adulto, cada criança consegue se concentrar no próprio presente e explorá-lo sem ser incomodada nesse primeiro momento.

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Veja também: 19 dicas para uma viagem tranquila com crianças

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Nutrologia | Quais os melhores alimentos para iniciar a Introdução Alimentar?

A Introdução Alimentar é um tema que gera muitas dúvidas. Por isso, convidamos nossa colunista e pediatra Dra Giuliana Taralli (CRM-SP 131796) para falar um pouco sobre a Introdução Alimentar: quais alimentos oferecer, como começar e mais! Confira:

Foto: Vanessa Loring no Pexels

Como iniciar a Introdução Alimentar

É chegado o tempo de oferecer outros alimentos além do leite materno. O bebê já está sentando com apoio e mostra interesse no que os pais e os mais velhos ao seu redor estão levando à boca.

E aí, Dra, por onde devemos começar? Pelo começo, claro! Brincadeiras à parte, o primeiro passo é escolher o caminho que você e seu bebê vão seguir entre os métodos: BLW (Baby Led Wining), Papa tradicional e Participativa (uma mistura dos dois outros métodos). Depois, está na hora de preparar os alimentos!

Independente do método deve-se oferecer os principais grupos alimentares:

Proteínas

  • Carne animal (de vaca, porco, peixe ou frango)
  • Vegetal (leguminosas como feijão, lentilha, ervilha e outros)

Cereais e tubérculos

  • Arroz
  • Cuzcuz
  • Cuzcuz marroquino
  • Macarrão
  • Batata
  • Mandioquinha e outros!

Legumes

  • Abóbora
  • Abobrinha
  • Berinjela
  • Vagem
  • Inhame
  • Cará e outros!

Verduras

Folhas escuras, como:

  • Espinafre
  • Escarola
  • Catalonia e outros!

Frutas

No caso das frutas, use sempre as da estação! Elas são mais doces e mais saborosas. Além disso, você garante uma variedade de ofertas ao longo do ano.

O prato ideal na Introdução Alimentar

Os elementos no prato devem ser sempre variados, mas conter todos os grupos citados acima. Um exemplo de prato é: arroz, feijão, carne, legumes e “salada”.

O lanche também deve variar: não ofereça a mesma fruta de manhã e de tarde! Você pode, por exemplo, oferecer maçã de manhã e laranja na parte da tarde.

E, claro, sempre ofereça muito leite (seja materno ou fórmula)! Até o primeiro ano de vida do bebê, o leite deve ser seu principal alimento.

O importante na IA é qualidade e não quantidade. O bebê está aprendendo a movimentar os músculos da face de maneira diferente, a morder com a gengiva, depois com os dentes. Além disso, está se adaptando aos sabores e texturas diferentes.

Ter calma, manter a neutralidade e a paciência são as chaves de sucesso para uma introdução adequada, feliz e que traz boas relações com a comida.

O que ofereço primeiro?

Você começa com o que tem em casa! E vai variando o máximo possível para que a experiência de sabores e texturas seja a mais completa.

Mas e as alergias? Não é melhor segurar alguns alimentos?

A resposta é não! Os estudos demonstram que a exposição precoce a alimentos alergênicos como peixe, nuts (castanhas) e derivados do leite são mais protetores que oferecer mais tarde.

E nada de retirar alimentos porque contém leite, derivados ou glúten. Bebês precisam de alimentação variada para seu desenvolvimento! Deixe as restrições para aqueles que precisam e se beneficiam delas, combinado?

E ofereça orgânicos sempre que possível. Infelizmente em nosso país não há controle de pesticidas e suas toxicidade. E, pasmem, os alimentos mais consumidos são os que possuem maior quantidade de tóxicos.

Até a próxima,

Dra. Giuliana Taralli é pediatra apaixonada por nutrir e alimentar. Formada em pediatria pela Faculdade de Medicina do ABC, onde se apaixonou pela área de nutrologia. Fez residência médica em Nutrologia Pediátrica pela UNIFESP. Trabalha na área de prevenção e obesidade e se especializou em Obesidade e Medicina do Estilo de Vida no centro de Healthy Lifestyle – University of Tennessee. Adora trabalhar comportamento alimentar saudável, e sonha com um mundo em que alimentação desde a barriga seja o caminho para evitar as doenças futuras.
NutrologiaColunas

Nutrologia | Entenda o que é nutrologia e sua importância

Na sua primeira coluna para o site, a pediatra Dra Giuliana Taralli (CRM-SP 131796) nos apresenta a importância do assunto central da sua coluna: a nutrologia! Confira abaixo tudo o que você precisa saber sobre o tema e como funciona a alimentação para os pequenos nos primeiros mil dias:

Foto: August de Richelieu

A importância da nutrologia

A alimentação começa no útero. Naquele espaço de tempo que todo bebê divide com sua mãe e recebe os nutrientes em sistema all inclusive via placenta. Após o nascimento, essa responsabilidade se divide entre a nova mamãe e o pediatra.

A alimentação sempre fez e sempre fará parte da pediatria! Afinal, é no primeiro ano que iniciamos a arte de nutrir e durante a infância que prevenimos “catástrofes” na vida do adulto.

A nutrologia surgiu dessa necessidade de se aprofundar mais no mundo da alimentação e prevenir que os adultos adoecessem. Com esse monte de erros alimentares e produtos ultraprocessados da vida moderna, nada melhor que um pediatra especializado em alimentar e nutrir nosso futuro.

Os mil dias

Os mil dias são a soma dos 270 dias da gestação aos 730 dias pós-parto – ou seja, até que o bebê complete dois anos de idade. Nesse período, acontece o maior estirão de crescimento do ser humano, o cérebro humano cresce 80% da sua capacidade e a alimentação da mãe tem efeitos diretos no peso do bebê e no aparecimento de doenças no futuro.

A nutrição na gestação hoje é vista como uma extensão dos primeiros anos do bebê. O aumento de peso exagerado na vida uterina, ter diabetes gestacional ou uso de dietas restritivas pode ter efeitos diretos no peso de nascimento do bebê e no desenvolvimento das conexões do cérebro.

Para vocês terem um bom exemplo dessa importância, esse ano houve uma mudança na recomendação de ferro para os bebês – as mães que tiveram o ferro bem controlado durante a gestação, sem anemia ferropriva (aquela provocada pela deficiência de ferro) e com suplementação adequada, podem iniciar o ferro para seus bebês mais tarde, e não aos 3 meses de idade como recomendado anteriormente pela Sociedade Brasileira de Pediatria.

Outra recomendação bem famosa e que gera brigas familiares em todos os encontros com menores de 2 anos é o não consumo de açúcar de adição, aquele que adicionamos na alimentação. Os estudos recomendam que proteger as crianças nessa fase da vida melhora o desenvolvimento cognitivo, o que gera novas conexões cerebrais e, principalmente, protege contra o aumento de peso e doenças com o diabetes mellitus, infarto e derrame cerebral.

Alerta importante: eu sempre gosto dizer que não é porque o bebê fez dois anos que pode liberar o consumo de açúcar sem nenhum cuidado! O consumo de açúcar de adição deve ser controlado durante toda a vida. Na infância, não ultrapassar 25g/dia (mais ou menos 2 colheres de sopa rasas- vale lembrar que um copo de suco natural de 100ml já tem metade do recomendado).

Então, mamães, vamos cuidar da nossa alimentação desde a barriga, uma dieta adequada, saudável e rica em nutrientes fundamentais para o bebê crescer saudável e bem nutrido.

Até a próxima,

Dra. Giuliana Taralli é pediatra apaixonada por nutrir e alimentar. Formada em pediatria pela Faculdade de Medicina do ABC, onde se apaixonou pela área de nutrologia. Fez residência médica em Nutrologia Pediátrica pela UNIFESP. Trabalha na área de prevenção e obesidade e se especializou em Obesidade e Medicina do Estilo de Vida no centro de Healthy Lifestyle – University of Tennessee. Adora trabalhar comportamento alimentar saudável, e sonha com um mundo em que alimentação desde a barriga seja o caminho para evitar as doenças futuras.
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Horta caseira: atividade e educação para as crianças

Quando falamos sobre sustentabilidade, nós precisamos falar sobre alimentação também. Para aumentar a produção dos alimentos e ter maior lucro nas colheitas, a maior parte dos alimentos recebe quantidades gigantescas de agrotóxicos. Segundo dados levantados pela Agência Pública e Repórter Brasil, hoje temos mais de 3400 agrotóxicos comercializados no país. Uma forma de diminuir o consumo desses produtos é comprando alimentos orgânicos e/ou tendo uma horta caseira. No entanto, cultivar alimentos em casa tem uma vantagem muito especial para os pais: é uma ótima atividade para as crianças, que aprendem muito se divertindo. Confira tudo sobre o tema e aprenda a fazer uma horta em casa:

horta caseira

Foto: Filip Urban

Nesse post você encontra:

Todo mundo pode ter uma horta caseira?

Essa é a primeira pergunta que surge sobre o tema. Afinal, somos educados com a ideia de que a produção de alimentos é algo restrito à área rural. No entanto, ter uma horta em casa é possível, mesmo para quem mora em apartamentos ou locais pequenos.

A falta de tempo também não é um problema, caso você escolha os alimentos certos para plantar. Então, sim, todo mundo pode ter uma horta caseira!

Foto: RODNAE Productions

Como ter uma horta em casa?

Existem algumas opções para se ter uma horta caseira. Caso você more em casa e tenha um pedaço, ainda que pequeno, de terra, pode usar esse local. Agora, se você mora em uma casa sem quintal de terra ou em apartamento, pode plantar sua horta em vasos!

Em alguns prédios, as hortas coletivas já são realidade. Elas podem estar em uma parte da área do jardim ou em alguma área comum do edifício e podem ser usadas por todos os moradores. Caso seu prédio não tenha essa medida, vale a pena sugerir na próxima reunião de condomínio!

Se as hortas comunitárias não forem uma opção e você tiver pouco espaço, vale também fazer as hortas verticais, com vasos em paredes ou estantes.

Anote todas as dicas para ter uma horta caseira:

1. Escolha um lugar com sol

O local não precisa de sol o dia todo, mas é importante que em algum momento do dia as plantas tenham contato direto com o sol. Caso o seu apartamento não receba luz do sol diretamente, você deve procurar por plantas que não gostam de sol. Mesmo assim, elas vão precisar de um local com boa troca de ar – seja uma janela ou varanda.

No entanto, fique atenta: sua horta não deve receber nem sol nem vento em excesso. Considera-se sol em excesso mais de 6 horas seguidas de exposição direta.

Caso o seu apartamento não tenha um local fixo onde o sol bate por cerca de seis horas ou só tem locais com sol em excesso, considere uma “horta móvel”. É só colocar seus vasos em uma estante ou mini-bar com rodinhas e mudar a localização da horta caseira de acordo com os raios de sol.

2. Escolha onde plantar

Vasos, jardineiras, canteiros… Escolha a opção mais viável para você e os objetivos da sua horta. Por exemplo: as jardineiras são bons locais para plantar hortaliças, enquanto os vasos são boas formas de separar espécies de plantas e montar cenários decorativos.

Peça dicas para os funcionários das lojas antes de comprar, mas, se você for comprar online, compensa bem mais comprar menos itens e testar. Com o tempo você vai percebendo o que mais e o que menos funciona para sua horta caseira.

horta caseira

Foto: Sandie Clarke

3. Atenção ao solo

Um solo fraco não vai permitir o bom desenvolvimento das suas plantas. Compre uma terra de qualidade e mantenha o solo bem nutrido.

Se você vai fazer uma horta no quintal de casa, verifique a qualidade da terra e, se necessário, troque ou prepare bem o solo antes de plantar qualquer muda ali.

4. Adubo caseiro para horta

Para adubar a terra, você pode usar elementos do dia a dia, como casca de ovo.

  • Dica: Rica em cálcio e potássio, a casca de ovo fornece inúmeros benefícios às plantas. Para fazer o adubo, lave e triture as cascas de ovo com a ajuda de um pilão ou com um pouco de água no liquidificador.

Caso você tenha uma composteira, adubo caseiro não vai faltar! A composteira, ou minhocário, é formada por três caixas. Após o processo de compostagem, a caixa do meio está repleta de húmus (adubo) e na caixa inferior, que tem uma torneirinha, fica armazenado o biofertilizante líquido. Este, rico em nutrientes e livre de agrotóxicos, é ótimo para borrifar nas plantas. Leia tudo que você precisa saber para ter uma composteira no nosso post sobre o tema.

5. Inseticida caseiro para horta

Usar inseticidas caseiros garantem uma horta orgânica e livre de agrotóxicos. E proteger as plantas é mais fácil do que você imagina! O biofertilizante líquido derivado da compostagem, que citamos no tópico anterior, é um excelente inseticida natural.

Além dele, você também pode usar:

  • Alho e cebola: ferva cinco dentes de alho e metade de uma cebola em um litro de água por cerca de dez minutos. Depois de esfriar, é só pulverizar nas plantas afetadas, de preferência durante o sol baixo.
  • Folha de tomate: encha dois copos com folhas de tomate picadas e adicione água. Deixe descansar por cerca de 12 horas e, após, acrescente mais dois copos d’água na mistura. Pronto, agora é só pulverizar durante o sol baixo;
  • Pimenta: bata no liquidificador de cinco a dez pimentas com dois copos de água. Deixe a mistura descansar durante cerca de 12 horas. Depois é só borrifar nas plantas!

Atenção: antes de sair matando bichinhos e plantas “invasoras” na sua horta, pesquise se eles são maléficos ou benéficos para a saúde da sua plantação. As joaninhas, por exemplo, são grandes aliadas! Se você morar em casa, aproveite para também criar abelhas! Elas vivem em caixas de madeira, que podem ser instaladas no jardim ou até mesmo na área de serviço, perto de uma janela. Com isso a polinização da sua horta está garantida!

6. Pesquise antes de comprar as sementes

Nem sempre “comprar o que gosta de comer” é uma boa decisão! Pesquise quais as necessidades e cuidados das plantas do seu interesse e veja se você consegue fornecer o que ela precisa: sol, espaço e outros cuidados. Pesquise também como se dá o desenvolvimento de cada planta para não ser pego de surpresa.

Nós já comentamos sobre 12 verduras e legumes que podem ser plantadas em vasos e sobre quais vegetais podem ser plantados juntos. Há, também, a opção de plantar PANCS, plantas que podem ser comidas cruas!

Outro ponto para ficar atento é quando plantar cada espécie. Nem todas as plantas se desenvolvem bem em qualquer época do ano. Confira algumas:

  • Primavera: hortelã, alecrim, alface, agrião, tomate cereja, abóbora, abobrinha.
  • Verão: alecrim, manjericão.
  • Outono: hortelã, alface, espinafre, agrião, beterraba.
  • Qualquer época do ano: salsinha, cebolinha, couve, brócolis, repolho.

7. As cores das plantas e o que elas dizem sobre a sua saúde

O ideal é consumir o maior número de cores e plantas possível, sempre renovando sua horta. Mas se você quer dar atenção a uma área específica da sua saúde ou da sua família, fique atenta às cores das plantas.

Veja alguns exemplos:

  • Verde

As plantas verdes ajudam a saúde da pele, dos ossos, da visão, nos sistemas imunológico e nervoso. Também auxiliam na digestão, na redução do colesterol e na prevenção de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de câncer. Exemplos de plantas verdes: couve, alface, brócolis, espinafre, agrião, etc.

  • Branco

São anti-inflamatórios naturais, combatem a alergias, atuam no fortalecimento do sistema imunológico e na circulação. Cebola, aipo, couve-flor e alho são alguns exemplos de plantas brancas que você pode cultivar.

  • Vermelho

Atuam no combate do colesterol e das doenças cardiovasculares. Ajuda na prevenção do câncer de próstata, de mama e de estômago. Também colaboram para a saúde da pele, dos vasos sanguíneos e da gengiva! São excelentes para o sistema imunológico e na formação de colágeno. Então, não esqueça de colocar na sua horta: morango, tomate, pimenta e melancia.

  • Roxo

Ajuda na prevenção do câncer e das doenças cardíacas. Também auxiliam na memória e no sistema digestivo. Anote alguns deles: beterraba, repolho roxo, berinjela e alcachofra.

  • Amarelo e laranja

Ajuda na manutenção da pele, da visão, do sistema sexual e do imunológico. Auxiliam também no combate às doenças cardíacas e de alguns tipos de câncer. As mais conhecidas são: cenoura, pimentão e abóbora.

Passo a passo de como montar sua horta caseira

Para ajudar você nessa missão, fizemos um passo a passo para montar sua horta! Veja os materiais que vai precisar e como organizar seu vaso em 5 passos para favorecer o crescimento das plantas:

horta caseira

Fotos: Constance Zahn

Passo 1

Basta colocar uma única camada de argila expandida no fundo da jardineira. É ela que não deixará sua horta encharcada ou seca demais. A argila chupa e armazena a água em excesso.

Passo 2

Use a manta bidin. Sua principal função é filtrar a água, preservando os nutrientes necessários para que as plantas sobrevivam por mais tempo. Recorte a manta do tamanho da jardineira e cubra as bolinhas de argila expandidas.

Passo 3

Chegou a hora da terra! Com uma pá, coloque 2/3 da altura restante.

Passo 4

Acerte o nível, mas não aperte demais. A terra muito compactada cria uma espécie de parede e dificulta a passagem da água.

Passo 5

Nesta etapa, a delicadeza dos movimentos é bem-vinda. Tire as mudas/torrões do plástico e as disponha na jardineira. Tente manter a mesma distância entre elas e evite colocá-las muito próximo das bordas. Na hora de completar com terra, muito cuidado para não enterrar demais, muito mesmo cobrir as folhas. Aqui, o alerta de não compactar a terra é fundamental. Nesta região, se ela estiver muito grudada, a água não penetra, encharca a superfície e a planta morre “afogada”.

Foto: RODNAE Productions

Como incluir as crianças no cuidado da horta caseira?

As crianças podem participar de todo o processo: desde a escolha do que será plantado até a colheita! Os adultos responsáveis devem estar preparados com informação para guiar a criança ao longo desse caminho, sabendo que esse é um momento de aprendizado para os pequenos.

Atribua tarefas de acordo com a idade do seu filho e saiba que, quanto menor a criança, maior deve ser a sua supervisão durante os cuidados com a horta.

Ideias de contribuição dos pequenos na horta:

  • Escolher o que será plantado;
  • Ajudar no plantio das mudas;
  • Regar e adubar os vasos;
  • Checar se as plantas estão saudáveis e crescendo;
  • Colher.

Para deixar o processo mais lúdico, você pode colocar plaquinhas nos vasos com o nome das plantas – escolhidos por vocês, é claro. Você também pode usar as plaquinhas para nomear quem da casa é responsável por cada tipo de planta/vaso.

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Leia mais: Como ensinar sustentabilidade para crianças

Veja também: Como fazer uma compra de mercado sustentável?

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Sustentabilidade

Por que é importante evitar o açúcar até os dois anos?

A Páscoa está chegando e mal podemos esperar para saborear todas as gostosuras desta celebração que a gente ama tanto! Mas é muito importante lembrar que, segundo a Organização Mundial de Saúde, bebês menores de dois anos não devem consumir açúcar.

Mas você sabe por que é importante evitar o açúcar na alimentação dos pequenos?

evitar o açúcar

ATRAPALHA O DESENVOLVIMENTO DO PALADAR

O leite materno é levemente adocicado e os bebês nascem com uma predisposição a aceitar melhor o doce do que o salgado. E um dos primeiros efeitos que a oferta de açúcar pode atrapalhar no desenvolvimento do bebê é em relação ao paladar.

O açúcar é uma bomba de sabor. E como o bebê está acostumado ao sabor leve do leite materno ou da fórmula e com os alimentos in natura com muito pouco tempero, se eles são apresentados aos açúcares muito cedo, podem começar a rejeitar outros sabores (mais suaves).

Quanto mais desenvolvido o paladar, mais o bebê consegue diferenciar os sabores e a tendência de só aceitar o doce é muito menor.

VICIA

Se o açúcar pode ser extremamente viciante para os adultos, imagine para as crianças! Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Queensland na Austrália, os efeitos do açúcar no cérebro são equivalentes ao uso de drogas.

E esse também é um dos grandes motivos da Organização Mundial de Saúde não aconselhar o consumo de nenhum tipo de açúcar, seja ele refinado, cristal, mascavo, mel, melado, rapadura, etc, nos primeiros anos de vida da criança.

DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO

Pesquisas indicam que a dependência do açúcar pode se manifestar nas crianças através de distúrbios comportamentais como hiperatividade, dificuldade de concentração, irritabilidade e outros problemas psicológicos que podem afetar o seu desenvolvimento cognitivo e emocional.

NÃO TEM VALOR NUTRICIONAL

Outro ponto muito importante de se observar é que os açúcares não têm valor nutricional. Isso quer dizer que, se consumidos em grande quantidade, podem deixar os pequenos muito agitadas e com excesso de energia, porém eles não recebem os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.

DISTÚRBIOS METABÓLICOS

Os açúcares chamados de adicionados, que usamos para adoçar alimentos ou bebidas, têm um efeito prejudicial comprovado para os bebês e crianças.

Dados indicam que o consumo de açúcar na infância está diretamente relacionado a patologias e distúrbios metabólicos como obesidade, aumento da pressão arterial, diabetes, e até alguns tipos de câncer, sem contar os possíveis distúrbios cognitivos e cáries.

SUCO SÓ DEPOIS DE UM ANO

As frutas são bem vindas, ricas em vitaminas e fibras, uma ótima opção para trazer os sabores doces para alimentação do bebê. Porém muitos pediatras indicam que os sucos naturais só devem ser oferecidos depois de um ano. (Os industrializados, de preferência, nunca.)

O motivo é simples: para se fazer um copo de uso, usa-se mais de uma unidade da fruta (ou um pedaço muito grande, no caso de uma melância). Isso faz com que, ao tomar o suco, o bebê acabe ingerindo uma quantidade de açúcar muito maior do que se comesse a fruta.

MEL É PROIBIDO PARA MENORES DE UM ANO

O mel é estritamente proibido antes de o bebê completar um ano (e indicado apenas para maiores de dois anos), pois pode causar botulismo intestinal. A doença pode levar à morte por paralisia da musculatura respiratória.

DEPOIS DOS DOIS ANOS PODE CONSUMIR AÇÚCAR, MAS É IMPORTANTE CONTROLAR

Mesmo depois que o seu bebê fizer dois anos, é fundamental que o consumo de açúcares seja controlado. Segundo a recomendação oficial da OMS, o ideal é que uma criança não consuma mais do que 25 gramas de açúcar por dia, o que equivale a aproximadamente seis colheres de chá.

Além da quantidade, a frequência também pode ser equilibrada. Mesmo depois dos dois anos, os doces podem ser consumidos apenas em ocasiões especiais, como Festinhas ou outras comemorações. Na rotina alimentar, oferecer mais alimentos naturais e frutas.

Outra dica é a adição de fibras na alimentação, pois elas diminuem a absorção do açúcar e regulam os níveis de glicose no sangue. Cascas de frutas, grãos integrais, brócolis, aveia e chia são ótimas pedidas.

PREFIRA AS VERSÕES MAIS NUTRITIVAS

Quando for oferecer algum alimento adoçado ao seu pequeno depois dos dois anos, prefira as versões mais nutritivas como mel, açúcar mascavo, de coco, demerara, orgânico ou melado.

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