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O que aprendi com a Daniela Nogueira sobre infância, educação e respeito às crianças

Vez ou outra eu reposto no Instagram os Stories da Daniela Nogueira, que comanda o @pais.em.acao, mas a verdade é que a minha vontade era de repostar o conteúdo dela todo santo dia! Sigo o perfil dela há muito tempo, bem antes de engravidar, porque educação é um tema que me toca. Mas, naturalmente, o conteúdo dela passou a fazer muito mais sentido para mim depois que me tornei mãe. 

Já fiz aconselhamentos com a Daniela, já fiz workshops online e sigo religiosamente as postagens. Para mim, os ensinamentos dela foram transformadores! E eu sou imensamente grata a ela por ter aberto a minha cabeça e os meus olhos. Por isso, pedi à Dani autorização para compartilhar alguns textos dela aqui no site, semanalmente.

Aproveitei o Dia das Crianças para dividir com vocês, no IGTV, como a Daniela TRANSFORMOU a minha visão sobre infância, educação e respeito. Agora, compartilho esse conteúdo com vocês aqui no site também.

Como diz a Magda Gerber, educadora que é uma das referências da Daniela, “muito dano foi feito em nome do amor, mas nenhum dano pode ser feito em nome do respeito”. Confira os 7 aprendizados que tive com a Daniela Nogueira:

Crédito: Vlada Karpovich

1 – A IMATURIDADE DAS CRIANÇAS

Acho que esse é um ponto crucial para a compreensão do que é uma criança: é um ser humano pequeno e indefeso, com muita inteligência, mas pouca maturidade. Entender que choros, teimosias ou “birras” não são um ataque pessoal, não são uma forma de manipulação, não são uma demonstração explícita de malcriação, nos ajuda a encarar as situações de outra forma, com muito mais paciência e maturidade.

“Mas a criança precisa aprender a se controlar!” Claro! E esse é o nosso papel! Ensinar a criança a reconhecer seus sentimentos e a se auto-regular. Afinal, ninguém quer que seu filho se torne um adulto que parte para a agressão física ou verbal em vez de dialogar, não é mesmo? Só que existe um processo até que a criança aprenda isso e existe um tempo para o cérebro amadurecer, neurologicamente falando. 

Então, a gente tem que entender que crianças choram, que crianças têm explosões emocionais, que isso é da natureza humanaE tem duas maneiras de se educar. Uma é à base do medo, com o famoso “engole o choro” ou “vai pro cantinho do pensamento”, e a outra é à base do acolhimento. 

 

2- DISCIPLINA E RESPEITO PODEM COEXISTIR

E é isso o que muitas pessoas não entendem, e eu mesma demorei um bom tempo para entender, é que dá para educar, ensinar valores, ensinar os códigos de comportamento da sociedade, ensinar os deveres e as responsabilidades, ensinar tudo isso e, ao mesmo tempo, ter respeito pela criança

Uma educação acolhedora não significa que seja permissiva. A criança chorar é uma forma de protesto natural diante de um ‘não’ indesejado, por exemplo. Permissivo seria se os pais cedessem diante do choro e voltassem atrás no ‘não’. A disciplina está em se manter firma nas regras. O acolhimento está em não calar o choro, em estar ao lado da criança para ajudá-la na auto-regulação. 

 

3- BEBÊS E CRIANÇAS MERECEM O MESMO RESPEITO QUE ADULTOS 

Quando temos dúvidas sobre o que significa respeito para com bebês e crianças, é só tentar se colocar no lugar delas: “você gostaria que fizessem o mesmo com você?”. Vou dar alguns exemplos: você gostaria postassem na internet um vídeo em que você foi tratado como objeto ou ridicularizado? Você gostaria que alguém te pegasse no meio de uma atividade na qual está entretido sem aviso prévio, sem te  falar o porquê ou pra onde vão te levar? Você gostaria que ficassem tentando enfiar uma colher de comida à força na sua boca quando você já sinalizou que não quer mais comer? Você gostaria que mandassem você engolir o choro quando você precisa extravasar um sentimento? 

O que aprendi com a Daniela é que o respeito com o bebê começa no dia 1. Está na maneira como a gente cuida dele, na troca de fraldas, no banho, em como falamos ele. Hoje, quando vejo os vídeos que viralizam nas redes sociais por serem supostamente engraçados, mas que na verdade são desrespeitosos com bebês, sinto um desconforto enorme! E eu já fui uma pessoa que achou graça e repostou alguns deles. 

A Daniela tem nos Destaques dela duas séries de Stories intituladas “Viralizou” e “Fofo?”, onde ela analisa minuciosamente esses vídeos. Mostra as reações de medo, de desconforto dos bebês, entre outras coisas. Vale a pena assistir!  

 

4- OS SENTIMENTOS SÃO A BÚSSOLA DA VIDA

Essa frase ouvi da minha psicóloga semana passada e só reafirmou o que eu aprendi com a Daniela. Como podemos nos relacionar com o mundo se não reconhecemos nossos sentimentos? Se fomos ensinados a calar os sentimentos?

Sempre acreditei que a disciplina à moda antiga fosse a única maneira de se ter filhos bem educados. E nunca tinha parado para pensar na importância que foi ter uma mãe super hiper mega acolhedora. A sabedoria dela e o acolhimento foram FUNDAMENTAIS para me ajudar a navegar em momentos difíceis mantendo certa estabilidade emocional. 

Hoje, entendo que o nosso papel como pais não é só o da educação de modos, valores e conhecimento, mas também o da educação emocional, se é que posso chamar assim. Ajudá-los a reconhecer e a lidar com toda sorte de sentimentos que são humanos – da alegria à frustração, ao luto. Isso também prepara a pessoa para a vida adulta.

 

5- O CHORO ESCONDE SEGREDOS

Falando em sentimentos, não tem como não lembrar do vídeo maravilhoso que a Dani intitulou como “O choro que parece à toa… guarda segredos dentro dos soluços”. Nele, ela conta um episódio em que a filha começou a chorar porque fez alguma coisa “errada” na cozinha… uma reação que parecia exagerada diante do problema, mas que aos poucos foi revelando o que estava lá no fundo: inseguranças e medos que a filhinha dela carregava no peito e que nada tinham a ver com o ocorrido na cozinha. 

Talvez seja porque eu fui e continuo sendo muito chorona – tanto em momentos de felicidade, como nos de tristeza -, mas me identifiquei demais com o vídeo da Daniela e me lembrei de quantas vezes o meu choro esteve relacionado a dores mais profundas na infância. 

A gente precisa ter um outro olhar para o choro dos pequenos. 

 

6- EDUCAR DÁ TRABALHO

Quando a Daniela posta certas coisas, algumas pessoas dizem  “Ah, falando assim parece até que é fácil”. Ao que ela costuma responder “Não, eu não falei que era fácil”.  

Educar dá trabalho! Educar é trabalho físico, intelectual e emocional! E a educação baseada no respeito consome muito mais do que a baseada no medo. Por exemplo, enquanto o pai que coloca de castigo fica “livre” para fazer as suas coisas, o que fica ao lado do filho enquanto ele atravessa as explosões emocionais “perde seu tempo”. Toma mais tempo, requer mais paciência… mas, curiosamente, a sociedade acha que o pai que coloca de castigo é o único que está educando, que está fazendo o seu trabalho. O outro é visto como mole. 

Quando o Luis Felipe começou a vocalizar, ele ficava gritando bem alto a toda hora, e eu fiquei com medo de aquilo ser um sinal de que ele seria uma criança barulhenta em espaços públicos. E então conversei sobre isso com a Daniela em um dos aconselhamentos. 

Ela me contou como foi o processo de “iniciação” a restaurantes com os filhos. Ela começou levando-os a uma padaria para comer lanche (que normalmente é servido mais rápido que uma refeição completa), sentando-se nas mesas da calçada (onde era mais fácil acolher um eventual choro, incomodaria menos pessoas). Foi um processo gradual para ensiná-los a esperar sem o recurso de telas, para ensiná-los a se portar, até que pudessem frequentar restaurantes. Isso é só um exemplo, porque tudo na educação é um processo. A gente não pode esperar que só porque a gente falou uma coisa, a criança vá assimilar automaticamente e se comportar perfeitamente. 

E foi por isso que a Dani colocou o nome no insta dela de “pais em ação”, porque nós, pais, temos que agir muito, e não só falar, ordenar. Temos que colocar a mão na massa na educação

 

7- “FUI CRIADA ASSIM E SOBREVIVI”

O que muita gente pensa, e eu me incluo nisso novamente, é que pelo fato de a gente ter recebido uma educação baseada no medo e ter sobrevivido, claro, que está tudo bem.

Mas como a Dani diz, a que custo? Que marcas internas ficaram que a gente levou pra vida adulta? Quanta gente precisa de anos de terapia para curar feridas da infância? 

E mais, será que obediência pura e simples vem sempre acompanhada de real aprendizado? É aquela coisa, a mãe ordena que a criança peça desculpas, e ela o faz, mas muitas vezes é da boca pra fora. Não é porque ela falou “desculpa” que necessariamente sentiu o remorso ou que entendeu por que aquela atitude não foi respeitosa, só para dar um exemplo.  

Bom, como todo mundo sabe, filho não vem com manual. Mas tem muita informação boa à nossa disposição, baseada em estudos mais recentes, que não haviam na época dos nossos pais e avós.

E das tantas coisas que eu vejo e leio, a Daniela Nogueira, para mim, é uma voz muito sensata! Meu sonho é que essa ideia do respeito à criança se espalhe, que atinja o maior número de pessoas possível. Por isso, a partir da semana que vem teremos a coluna do Pais em Ação no nosso site. 

Eu acredito que um novo olhar para a primeira infância tem o poder de mudar a sociedade e o mundo para melhor.

Veja também: 10 atividades para fazer com as crianças em casa

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