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Amor vs. Técnica

Queridas,

Assim que engravidei, o primeiro conselho que ouvi foi: Já saia correndo atrás de uma enfermeira! E reserva pelo menos os três primeiros meses!

Como uma boa aluna, eu logo fiz isso. E foi quando tomei um susto gigante: todas elas se julgam as melhores enfermeiras do mundo! E o pior: nós, assustadas com as mudanças que estão por vir na nossa rotina, acreditamos em tudo e achamos que nada funcionara sem aquela cidadã “modesta” sentada à nossa frente.

Após umas dez entrevistas, comecei a ficar escolada. Tinham aquelas que só faltavam falar que tinham MBA em Harvard – pelo menos pediam salários ao nível de um profissional Harvard. Tinha aquelas terroristas, que contavam histórias cabulosas de mães que não conseguiam fazer nada, e que elas chegaram no meio da jornada salvando a pátria.

No meio dessa confusão, eu arrisquei a sorte e escolhi uma que pareceu boa, e com um salário razoável. Já tinha cuidado de vários pequerruchos, e na entrevista PARECIA não ser a Dna. Verdade.

ERREI!

Na primeira noite que cheguei da maternidade, eu já tinha certeza que mandaria ela embora no dia seguinte. Aí veio a madrugada, e de manhã eu estava tão exausta que desisti do meu plano de me livrar dela por pelo menos aquele dia.

Dia após dia ela foi ficando. Me ajudava, mas me incomodava um montão também. Ela tinha ótima técnica em cuidar de recém-nascidos, anos de vivência e mantinha a calma nas piores horas. Mas, em contrapartida, pegava minha filha como se fosse um produto numa linha de produção. Sem carinho nenhum. Acabei ficando com ela dois meses, e depois veio a babá da minha filha, que não tinha experiência com bebezinhos, mas tinha o maior amor no coração por crianças.

O instinto materno, que cada uma de nós tem dentro do coração, fez com que ela e eu aprendessemos juntas a entender a pequena Carolina. Mesmo sem técnica e vários bebezinhos no curriculum, aprendi que a vida é muito mais tranqüila quando alguém pára e OLHA para o ser humano que está na sua frente, tentando entender as reais necessidades de cada um, que sem dúvida são singulares.

Portanto, mommys-TO-BE, pensem com carinho e cuidado antes de saírem por ai contratando um bom curriculum ao invés de uma boa pessoa!

Dedico esse post a Cris (famosa TIS).

Beijos, Celina

Mamãe a bordo

5 Comentários

  1. Mari Dedivitis 23 de abril de 2010

    Que linda e emocionante dica !!!
    o meu maior medo de virar mamãe , é como saber lidar com as situações!
    E a contratação de uma enfermeira , é quase q “adotando” uma nova pessoa na família!
    Afinal ela vai ficar com vc ,o tempo inteiro e cuidando do seu filho !
    Por isso …estou adiando essa fase…qdo eu ficar grávida quero ter muito muito muito tempo , para o meu filho !

  2. renata vicentini 23 de abril de 2010

    Celina,

    que delícia perceber que não é só a gente que se sente refém e perdida nas muitas situações que essa nova vida nos oferta!
    Também passei por esse perrengue, mas, pelo fato de morar no interior, o boca a boca é, muitas vezes, mais preciso do que o curriculum da indivídua. Optei por uma enfermeira que já tinha cuidado de pessoas que eu conhecia e agora cuidava dos filhos dessas pessoas…..não podia ter dado mais certo!!!! Além do profissionalismo que todas parecem ter, ela tinha isso que vc falou, esse amor, essa maneira de não tratar o nosso maior tesouro como um qualquer. Ele veio pra me ajudar nos 3 primeiros meses e deu tão certo que ficou comigo até o meu filho completar 8 meses!!!! A nossa ligação é tamanha, que nos falamos toda semana e sempre que ela tem folgas e está na cidade, vem nos visitar. Estou grávida de novo e a primeira pessoa a saber foi ela, é claro. Minha mãe mora longe, então ,a Iracema foi mãe, avó, enfermeira…um mix de tudo nesse momento tão delicado!
    Parabéns pelo site, está demais.
    Bjs

  3. Chris 23 de abril de 2010

    Celina,

    Lindo de viver o seu texto. Minha pequena tem 1,3 anos agora, e eu também tenho uma babá que aprendeu junto comigo, e que ama a minha filha de paixão. Portanto, sou 100% favorável a seguir o instinto e olhar para a pessoa, e não para o curriculum!

    Bjos

  4. Lu 28 de abril de 2010

    Celina,
    Sou tão contra essa onda de enfermeiras. Não pela ajuda que elas dão, pq afinal, haja cansaço! Tenho dois pequenos, optei por não pegar enfermeira e falo que durante o primeiro mês viro bicho mesmo, zero resistência a noites mal dormidas! Mas a real é que percebo que elas mais aterrorizam do que ajudam, amigas que eu conheço que tiveram, mulheres super ativas, independentes etc, ao meu ver pareciam crianças inseguras delegando à enfermeira qualquer contratempo! A gente não conhece o bebê, não sabe ainda o que fazer e muitas vezes não acerta de cara, mas isso não faz parte de qualquer experiência nova? Eu acho que vale a pena encarar, “meter a mão na massa”, e a sensação de conhecer o seu pequeno de verdade é muito mais gratificante! Na minha opinião, enfermeira nenhuma tem mais conhecimento que a mãe, mesmo que esta não saiba nada. Beijos!

  5. Marcella 1 de maio de 2010

    Concordo completamente com a Lu. Essas enfermeiras além de pedirem um salário absurdo, ainda se acham completamente donas da verdade, e deixam as mães inseguras, achando que sem elas não são capazes de fazer nada. Fui mãe muito jovem (21 anos), ele nasceu prematuro, ficou na UTI neonatal, e quando pude pegar meu filho pela primeira vez, me senti uma verdadeira leoa. Durante dois meses cuidei dele literalmente sozinha, pois nem pude contar com ajuda da minha mãe (que estava com minha tia em SP se tratando de um câncer), nem com minha sogra (que estava com meu sogro em estado terminal). Apesar de nova, me virei muito bem, pois todas as mães tem algo insubistituível, que é o amor e o instinto materno. Só entreguei meus filhos para uma babá quando realmente tive que voltar a trabalhar, pois ai era inevitável. Ela é excelente, está comigo há 5 anos, mas aqui quem dita as regras sou eu!

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