Casamentos Casa & Decor 15 anos
Topo

Saúde

Exibindo página 6 de 18

Navegue como ou

Doação de leite: mitos e verdades

Assistindo ao programa “Fantástico”, da Globo, desse domingo, vimos a história da Sofia e o quão importante foi para ela receber doações de leite materno. E, depois de algumas sessões de No Ninho que fizemos, percebemos que muitas mamães encontraram dificuldades ou falta de informações para doar.

Pensando nisso, lemos bastante sobre o assunto, perguntamos para quem já doou e reunimos em um tira-dúvidas as principais questões e procedimentos para você também conseguir realizar a doação de leite materno sem problema. Vem ver:

doe-leite-materno

A DOAÇÃO PODE INTERFERIR NA AMAMENTAÇÃO DO MEU FILHO? 

MITO – Pelo contrário. A verdade é que, quanto mais a mãe estimular a produção do leite, mais ela o terá. Assim que a mama é esvaziada, o corpo recebe um sinal para preparar mais. A retirada para doação é uma forma de estímulo e, dessa forma, não faltará para o bebê.

O PRAZO DE DOAÇÃO É DE 24H APÓS A RETIRADA? 

MITO – O prazo para doar o leite é de 10 dias, contando a partir da primeira retirada. O importante é colocar o pote com o leite no freezer ou no congelador logo depois que tirá-lo. E não esqueça de colocar a data e o horário na tampa para ter certeza de que o doará no prazo correto.

HÁ UMA QUANTIDADE MÍNIMA DE LEITE PARA SER DOADO? 

MITO – Qualquer quantidade doada é relevante para bebês que estão em UTIs. Um litro de leite materno pode alimentar por um dia até 10 recém-nascidos prematuros.

MEU LEITE PODE SER FRACO PARA ALGUM BEBÊ? 

MITO – Nenhum leite materno é fraco, nem o de uma mulher desnutrida. A qualidade do leite da mulher desnutrida é tão boa quanto a do de uma mulher nutrida. O fato é que o bebê acorda mais rápido quando toma o leite materno porque a sua digestão é mais rápida e atendendo as necessidades da criança.

POSSO AMAMENTAR PRIMEIRO E, SÓ DEPOIS, RETIRAR O LEITE PARA DOAR? 

VERDADE – O leite doado pode ser retirado antes ou depois de amamentar seu bebê. Também não importa o horário. A única orientação nesse sentido é: despreze as primeiras gotas ou jatos de leite.

HÁ UM RITUAL ESPECÍFICO PARA TIRAR O LEITE?

VERDADE – Sim, para se ter leite em boas condições e nutritivo é necessário seguir as orientações do Banco de Leite Humano. Primeiro, separe um frasco limpo de vidro, com boca larga e tampa de plástico. Retire o rótulo e o papelão da parte interna da tampa. Lave-os com água e sabão. Depois, ferva-os por 15 minutos e seque sobre um pano limpo, sem colocar as mãos na parte interna do vidro. (Teoricamente você pode retirar o kit nos bancos de doações, informe-se se há disponível no mais próximo)

Chegou a sua vez de se preparar. Lave as mãos, os braços (até o cotovelo). As mamas, lave apenas com água e seque com uma toalha limpa. Cubra o cabelo com uma touca. Nariz ou boca também deve ser coberto com um pano ou uma fraldinha limpa.

Massageie os seios com a ponta dos dedos, com movimentos circulares, e inicie a coleta diretamente no pote. Encha o pote até faltarem dois dedos para completá-lo e, caso seja necessário, recomece uma nova coleta em outro pote higienizado. Identifique o pote com seu nome e a data em que retirou o leite pela primeira vez. Para completar um pote que já está no congelador, faça a coleta em um copo de vidro e depois despeje no pote. O leite pode ser entregue em qualquer banco de doação, ou agendado para ser retirado pelo Corpo de Bombeiros, através do Disque Saúde (136)!

O Ministério da Saúde preparou um vídeo institucional que também pode ajudar:

https://youtu.be/U6qyA-Cp6T0

Veja também: Translactação, uma alternativa para as mamães com dificuldade de amamentar

E mais: Dicas para uma amamentação tranquila

SaúdeAlimentaçãoMãesAmamentaçãoAntena de mãe

Qual a melhor idade para usar aparelho nos dentes?

dentinho-de-leite-coluna

A melhor resposta para a melhor idade para usar aparelho nos dentes é a que as mães menos gostam de ouvir…depende! É comum ouvirmos pessoas dizendo que não acreditam em tratamento ortodôntico quando a criança ainda tem dentes de leite. Isso não faz sentido, pois os aparelhos dentários não corrigem apenas a posição dos dentes. Eles intervêm também no crescimento e desenvolvimento dos ossos maxilares e por isso alguns deles são chamados de aparelhos ortopédicos (embora você dificilmente tenha ouvido este nome, a maioria daqueles aparelhos móveis e também alguns dispositivos fixos são assim classificados).

CZBABIES-DENTINHO-DE-LEITE-MELHOR-IDADE-PARA-USAR-APARELHO-NOS-DENTES

Desta forma, se logo cedo alguma alteração for diagnosticada, já há indicação para o uso. Isso pode ocorrer a partir dos 4 ou 5 anos de idade, sendo que a troca de dentes termina somente por volta dos 12 anos. É claro que a indicação também depende da maturidade e aceitação da criança, pois para o uso de qualquer aparelho na infância há a necessidade de colaboração.

Estas alterações no tamanho ou proporção dos ossos da face são bastante comuns e geralmente fazem parte de mais uma das heranças que passam de pai para filho. Mas há alguns fatores, como o hábito de chupar dedo ou chupeta por tempo prolongado, como já falamos aqui, a perda de algum dente de leite antes da hora certa, muitas vezes por trauma ou por cárie e, principalmente, problemas respiratórios, que podem também ocasionar estas alterações ósseas.. No entanto, elas podem ser devidamente corrigidas, ou até evitadas, se houver intervenção precoce. Isso acontece porque o osso da criança é bem mais “maleável” do que o do adulto, possibilitando assim corrigir problemas que seriam impossíveis de ser corrigidos no adulto ou que seriam corrigidos apenas mais tardiamente com cirurgia, as chamadas cirurgias ortognáticas.

Sendo assim, é interessante aproveitar o fato de as crianças em menor idade serem geralmente muito mais motivadas para fazer o tratamento em duas etapas mais simples e proveitosas. Tratando o tamanho e posicionamento das arcadas na época certa, o correto posicionamento dos dentes torna-se muito mais favorável posteriormente. E é principalmente para este fim que são utilizados os conhecidos aparelhos fixos. Este sim é colocado geralmente mais tardiamente, próximo do final da troca de todos os dentes de leite, na adolescência ou até na fase adulta, cabendo ao dentista, junto com o paciente, escolher a melhor época.

Até mais!

Dra. Camila Guglielmi

Veja também: Meu filho nasceu com dente, e agora? 

E mais: Seu filho range os dentes enquanto dorme? 

Dra. Camila Guglielmi é graduada em odontologia. Especialista, Mestre e Doutora em odontopediatria pela Universidade de São Paulo (USP), atua em consultório junto à Clínica Biella Odontologia. Aqui, ela abordará mitos e verdades sobre a dentição das crianças e responderá as principais dúvidas das mães.

SaúdeColunasDentinho de Leite

Tira-dúvida: vacinação contra a gripe H1N1 em crianças

Atenção papais e mamães, começa nesta segunda-feira (11) a vacinação contra a gripe H1N1 para gestantes, crianças entre 6 meses e 5 anos e idosos. Para entender toda a polêmica envolvendo a doença e suas formas de prevenção, fomos conversar com a dra. Paula Woo, pediatra neonatologista da Universidade de São Paulo, que além de salientar a importância da vacina, também deu dicas de rotina para proteger os pequenos. Dá uma olhada:

Tira-dúvida: vacinação contra a gripe H1N1 em crianças

Por que houve essa antecipação no programa de vacinação contra a gripe H1N1?

A campanha de vacinação contra a gripe foi antecipada pelo aumento no número de casos. Em São Paulo, iniciou no dia 04 de abril para os profissionais da área de saúde. No dia 11/4 o foco serão as gestantes, idosos (acima de 60 anos) e crianças entre 6 meses e 5 anos. A partir do dia 18/04 o alvo serão as puérperas (mulheres que acabaram de ter filhos) e pacientes com doenças crônicas.

No programa, apenas crianças acima dos seis meses e menores que cinco anos estão no grupo de maior risco. Por que essa faixa etária é tão preocupante?

Nessa faixa etária, as criança estão mais susceptíveis às doenças infectocontagiosas. Isso se deve a diversos motivos. Entre eles, porque possuem um repertório imunológico menos vasto, fazendo com que adoeçam com mais frequência. Outro motivo é que nessa idade, as crianças possuem rotina de higiene menos rigorosa, isto é, lavam as mãos com menos frequência, se esquecem de cobrir o rosto ao espirrar e tossir, por exemplo. E nessa idade, elas brincam compartilhando tudo, inclusive saliva e secreções.

Este fato descarta a gravidade para crianças maiores?

Não descarta a gravidade, mas as crianças maiores possuem um risco menor para evolução desfavorável da doença.

Aliás, todas as crianças devem tomar a vacina? Algum grupo não é recomendado?

Idealmente sim. A vacina não é recomendada para os menores de 6 meses e para aqueles cuja vacina está contra-indicada.

Mulheres grávidas podem tomar também?

Não só podem, como devem. As gestantes participam do grupo de risco e devem ser imunizadas.

A vacina está mesmo em falta?

A vacina não está em falta. Na verdade, a demanda foi maior que a oferta e por isso essa sensação de falta. Existem 3 vacinas disponíveis no mercado atual: trivalente, quadrivalente para maiores de 3 anos, e quadrivalente a partir dos 6 meses. As duas primeiras já estão disponíveis nas clínicas de vacinação. A última ainda não está disponível, mas chegará em breve.

Existe uma confusão entre as vacinas de 2016 e 2015. É a mesma vacina?

A vacina não é a mesma. O vírus da gripe sofre mutação com bastante frequência e por isso as vacinas são atualizadas. O H1N1, porém, não sofreu mutações em relação ao ano passado, mas o influenza B sim.

Pode explicar um poquinho sobre cada uma das vacinas disponíveis e que vírus elas combatem? 

– vacina trivalente: Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza B

– vacina quadrivalente: Influenza A (H1N1 e H3N2) e 2 cepas do Influenza B

Além da vacinação, o que mais os pais podem fazer para prevenir que os filhos peguem a doença?

Alguns cuidados são importantes na prevenção da gripe. Lavar as mãos é essencial, principalmente após tosse e espirros. Ensinar as crianças a utilizar álcool gel também é interessante. Arejar o ambiente é importante. As pessoas se protegem do frio deixando o ambiente mais abafado e pouco ventilado. Isso faz com que o vírus fique naquele ambiente, diminuindo sua dissipação. Nesse sentido, vale a pena evitar locais com grandes aglomerações. Hábitos saudáveis de vida como se alimentar adequadamente, praticar esportes e beber água também são importantes nesse e em todos os momentos da vida.

O vírus é contagioso de alguma forma? Eles podem ir para a escola, por exemplo?

O Influenza é um vírus transmitido por contato com secreções contaminadas, assim como perdigotos. Quando uma criança tem o teste positivo para H1N1, deve evitar contato com outras por até 7 dias do início da febre.

Se uma criança foi vacinado no ano anterior, existe a necessidade de vaciná-lo nesse ano? Há risco dele pegar gripe mesmo fazendo menos de 1 ano desde a última dose da vacina?

A vacinação contra gripe não impede o paciente de pegar gripe, mas reduz a chance da doença evoluir para casos mais graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A vacina protege por 1 ano, mas os títulos de anticorpos vão caindo de 6 a 8 meses após a vacinação. Com isso, a proteção também diminui.

Vacina da gripe pode causar gripe?

Esse é um mito que se formou a respeito da vacina da gripe e que tem sido utilizado como motivo para reduzir a aderência a campanha de vacinação. A vacina da gripe é composta por vírus morto e portanto não provoca a infecção. Após a vacinação, os títulos de anticorpos vão subindo gradativamente e a proteção da vacina começa a ser efetiva em torno de 2 semanas após a sua aplicação. Dessa forma, é possível a pessoa se contaminar nesse meio tempo.

Existe tratamento para a gripe?

Além dos cuidados comuns aos outros quadros respiratórios (como inalação, lavagem nasal e hidratação), existe uma medicação chamada Oseltamivir (ou Tamiflu). Esse remédio pode ser utilizado, caso tenha indicação, pelos pacientes do grupo de risco, em até 48h do início dos sintomas.

(Foto: reprodução)

Veja também: Como escolher o pediatra do seu filho

E mais: Translactação, uma alternativa para as mães com dificuldades para amementar

SaúdeMãesSaúde da mãe

Os benefícios da yoga para as crianças

-beneficios-da-yoga-para-criancas1

Yoga não é apenas para adultos. A prática, que traz benefícios para corpo e mente, também é indicada para os pequenos e tem se tornado cada vez mais uma alternativa para os papais que buscam melhorar, entre outras coisas, a qualidade do sono, a concentração na escola e o controle emocional  de seus filhos. Para entender as principais diferenças entre as aulas de adultos e crianças, e aprender algumas posições para fazer em casa, conversamos com o mestre em yoga David Arzel. Dá uma olhada nas explicações dele:

beneficios-da-yoga-para-criancas

– Para começarmos, qual a melhor definição para a yoga e de seus benefícios?

O Yoga desenvolve na criança um sentimento de paz e harmonia em relação ao ambiente externo, fazendo-a sentir-se mais segura de si. Ao alcançar maior equilíbrio psíquico e melhor saúde física através do Yoga, ela também controlará com mais calma os seus atos e pensamentos, podendo assim, transmitir mais serenidade e amor ao seu redor. E diante de tudo isso, o sono é melhor, a concentração na escola é maior…

– Qualquer criança pode fazer yoga? Existe alguma restrição?

Sim, qualquer criança pode praticar yoga, não há restrição alguma. É sempre muito divertido conhecer seu próprio corpo.

– Qual a idade mínima recomendada?

A idade mínima para a prática da yoga é 3 anos.

Vivian Lake, filha de Gisele Bündchen, não perde uma aula da mamãe

Vivian Lake, filha de Gisele Bündchen, não perde uma aula da mamãe

– O que diferencia, em termos de técnica, as aulas de adultos para as das crianças?

As aulas para crianças são muito mais lúdicas e divertidas. Usamos histórias de animais e bichos que fazem a aula muito mais amena. São mais de 150 imagens e posições.

– Algum exercício que não é recomendado para crianças?

A postura invertida, na qual a pessoa fica equilibrada pela cabeça, não é recomendada para as crianças. No mais, todas são liberadas e é só deixar a imaginação fluir.

– Vi que vocês utilizam muito a técnica dos animais nas aulas. Como ela funciona?

As crianças se identificam muito com os bichos na hora de imitar as posturas. Nas aulas, usamos um baralho de cartas do João Caré para imitar as posturas dos bichos e imitá-los de uma forma mais divertida.

Algumas das lúdicas ilustrações do gaúcho João Caré , presentes no livro "Aprendendo com os Bichos - Yoga para Crianças"

Algumas das lúdicas ilustrações do gaúcho João Caré , presentes no livro “Aprendendo com os Bichos – Yoga para Crianças”

Abaixo, David compartilha com a gente um vídeo que gravou coma Revista Veja, no qual ensina 5 exercícios para fazer em casa, com os pequenos: 

https://www.youtube.com/watch?v=TDS2t56NOcM

(Fotos: Reprodução e Divulgação)

Veja também: Os benefícios da acupuntura para os bebês

E mais: Entenda o por quê e como ajudar o bebê com cólica

Saúde

Mitos e verdades sobre gravidez de gêmeos

Será que toda mulher com histórico de gêmeos na família terá uma gravidez de gêmeos? E que todo descendente de oriental não pode gerar filhos aos pares? O risco na gestação é maior ou menor? Estas são alguns dos mitos e verdades que o médico e mestre em obstetrícia e ginecologia pela USP Dr. Wagner Hernandez tirou em entrevista ao blog. Vem ver as explicações:

gravidez-de-gemeos-e-parto-gemelar-2

COMO ACONTECE A CONCEPÇÃO GEMELAR? 

Existem duas maneiras para que ocorra uma gestação gemelar. Uma dá origem à gravidez conhecida como monozigótica, na qual um óvulo é fecundado por um espermatozoide: após a formação do ovo, este sofre uma divisão e dá origem a dois fetos geneticamente iguais. E a outra, conhecida como dizigótica, na qual dois ou mais óvulos são fecundados pelo mesmo número de espermatozoides, dando origem a dois ou mais fetos geneticamente diferentes. As monozigóticas tem frequência constante na população, enquanto as dizigóticas variam de acordo com alguns fatores de risco, como as gestações oriundas de reprodução assistida e a idade da mulher.

COMO FUNCIONA A QUESTÃO GENÉTICA? SEMPRE PULA UMA GERAÇÃO? 

A questão genética é sim um fator que pode aumentar a chance de uma gestação gemelar espontânea. Este fator é predominantemente da família da mulher. Não pula geração e quanto mais próximo o familiar com gêmeos, maior é a chance. Ou seja, a mulher que tem um irmão/irmã gêmeo, acaba tendo as maiores chances.

É VERDADE QUE QUANDO O TESTE DE GRAVIDEZ ESTÁ MUITO ESCURO É UM SINAL DE GÊMEOS? 

Não exatamente. O que acontece é que numa gestação gemelar a quantidade do beta hCG (hormônio específico da gravidez) é maior quando comparado a uma gestação única na mesma idade gestacional. Desta maneira, se uma mulher grávida de um único bebê realizar o exame com 8 semanas, o valor do hormônio pode ser correspondente ao de uma gravidez gemelar com 6 semanas, por exemplo. Em relação à fita, a cor pode variar de acordo com o valor, mas isso não deve ser utilizado como preditor de gêmeos ou mesmo de idade gestacional.

É VERDADE QUE ORIENTAIS NÃO PODEM TER GÊMEOS?

Na verdade os orientais tem um risco bem menor de ter gêmeos espontaneamente, mas não é verdade que não possa acontecer. Quando se fala de gêmeos vindos de reprodução assistida, não existe diferença.

TODA INSEMINAÇÃO GERA UMA GRAVIDEZ GEMELAR? 

Não! Hoje as técnicas de reprodução assistida avançaram e existem uma preocupação muito grande de quem faz reprodução em diminuir a chance de gestações múltiplas, por conhecermos seus riscos. Nas inseminações, pode-se evitar o procedimento no ciclo, se houver presença de dois ou mais óvulos no controle de ultrassom. Para as fertilizações in vitro, desde 2010 existe uma recomendação do Conselho Federal de Medicina, de se transferir o menor número possível de embriões de acordo com a faixa etária da paciente, o que até reduziu as taxas de gestações gemelares.

QUAIS DIFERENÇAS E CUIDADOS QUE SE DEVE TOMAR DURANTE O PRÉ-NATAL GEMELAR? 

Devemos lembrar sempre que o útero e organismo femininos foram criados para uma gestação única. Por este motivo, com a presença de dois ou mais fetos, os riscos durantes a gestação são sempre maiores. Assim, toda gestação múltipla é considerada de alto risco. As grávidas de gêmeos tem maior chance de desenvolver pressão alta, diabetes gestacional, anemia, depressão pós parto, parto prematuro, fetos com baixo peso, entre outros. Além disso, dentro da gemelaridade ainda temos alterações e preocupações específicas de acordo com o número de placentas. Nos gêmeos que compartilham placenta e/ou bolsas, os risco são maiores. Por estes motivos, existe um seguimento diferenciado de ultrassonografias, número de consultas, quantidade de exames, suplementação nutricional, estratégias de prevenção de prematuridade, entre outros. Ou seja, por ser uma gestação de muitos riscos, o pré-natal destas mulheres deveria sempre ser seguido por obstetras especialistas em gestação de alto risco.

EM CASO DE MORTE DE UM DOS BEBÊS DURANTE A GESTAÇÃO, O QUE SE FAZ?

Nestes casos, nossa conduta irá depender basicamente de dois fatores: a idade gestacional do óbito e o fato de os gêmeos dividirem ou não a mesma placenta. Quando acontece numa gestação com uma placenta só, existem riscos para o gemelar sobrevivente, que variam desde sequelas neurológicas até o óbito, o que não acontece quando cada um tem a sua placenta. Nestes casos, existe uma tendência de antecipar o parto caso seja possível. Na presença de uma placenta para cada feto, e a causa do óbito não sendo uma possível ameaça para o outro (pressão alta, descolamento da placenta, etc), podemos levar mais adiante, buscando uma idade gestacional mais segura para o parto.

O TRABALHO DE PARTO É DIFERENTE? 

Devido ao peso dos fetos e as contrações mais frequentes, as grávidas de gêmeos podem apresentar dilatação do colo do útero antes mesmo do trabalho de parto, o que favorece o parto normal. Por outro lado, como o útero está sobredistendido, as contrações podem não ser tão eficazes durante o trabalho de parto, o que pode tornar o período de dilatação mais lento do que nas únicas. Agora, a grande diferença acontece após o nascimento do primeiro, pois o útero entende que o trabalho dele acabou, mas ainda há um novo parto para acontecer. Neste momento, teremos que ver como vem o segundo gemelar, se de cabeça para baixo (cefálico), deitado (transverso) ou sentado (pélvico). Se estiver com a cabeça para baixo, começa um novo período de contrações e de forças. Se estiver deitado ou sentado, terminamos o parto extraindo o feto pelas pernas.

É POSSÍVEL TER PARTO NORMAL?

Sim! O parto normal é sempre possível desde que tenhamos as seguintes condições: a paciente desejar, o médico ter capacitação e experiência, o primeiro gêmeo estar com a cabeça para baixo e ter peso entre 1500g e 4000g e o segundo gemelar não ser muito maior que o primeiro. Os partos normais de gêmeos devem sempre ocorrer em ambiente hospitalar, com equipe completa para tal. Podem ser necessárias manobras para a retirada do segundo gêmeo, para isso, a analgesia de parto é fundamental.

COM QUANTAS SEMANAS DE GESTAÇÃO OS GÊMEOS COSTUMAM NASCER?

A média de nascimento do gêmeos é de 36 semanas, trigêmeos, 32 semanas e quadrigêmeos, 28 semanas. Para aqueles que conseguem passar dessa média, fixamos um limite de 38 semanas para aqueles com duas placentas e 36 semanas para aqueles que compartilham placenta. Esses valores são compatíveis com 40 a 41 semanas de uma gestação única, podendo variar de acordo com o caso.

TODO BEBÊ GÊMEO PRECISA PASSAR PELA UTI NEONATAL?

Não! Só irão para UTI os gêmeos que apresentarem alguma justificativa para tal. Geralmente os prematuros, tanto por peso como por dificuldade respiratória, acabam indo para a UTI. Entre os que conseguem ultrapassar as 37 semanas (termo), esta chance é bem menor, e geralmente podem ficar no quarto com a mãe.

(Foto: Reprodução)

Veja também: As principais diferenças entre parto normal e parto humanizado

E mais: Quero ser mãe, mas não consigo. E agora?

GestantesSaúde gestanteSaúde