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Saúde da mãe

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Armazenamento das células-tronco

Deixando toda a polêmica em torno da pesquisa de células-tronco embrionárias de lado (já que não é disso que estamos falando), ao que parece, ainda há bastante discussão sobre o armazenamento particular das células-tronco de cordão umbilical.

Pensando em todas as expectativas e esperanças nos avanços das pesquisas e dos tratamentos (pois, ao que tudo indica, estão ainda em estágio inicial), o armazenamento é uma “aposta”. Uma aposta do tipo “seguro de saúde” –  a gente paga, mas espera nunca precisar usar.

Mas é justamente em torno dessa questão – de quem se beneficiaria do tratamento – que gira a polêmica do armazenamento.

Segundo a Anvisa, já foram feitos mais de 9.000 transplantes de sangue  utilizando como fonte o sangue de cordão umbilical. Mas foram transplantes alogênicos, ou seja, com sangue de cordão umbilical de terceiros (doadores) armazenados em bancos plúbicos. Transplantes em que doador = paciente (autogênicos), com sangue armazenado em bancos privados, parece que foram pouquíssimos.

João Paulo Baccara, coordenador de Política Nacional de Sangue e Hemoderivados, explicou, em reportagem para a revista Época, que “a possibilidade de usar o cordão para a própria criança é mínima: de 1 para 20 mil”, porque “a célula-tronco da criança traz todos os eventuais problemas que aquele adulto desejará tratar no futuro.” Além disso, “o volume de sangue de um cordão é suficiente apenas para um paciente de até 50 quilos, ou seja, pouquíssimos adultos. Nos bancos públicos, podem-se juntar amostras de dois doadores compatíveis”, explica Patrícia Pranke, médica do Laboratório de Células-Tronco e Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical do New York Blood Center, na mesma reportagem.

Em bancos públicos, qualquer paciente na fila de transplante que achar uma amostra compatível pode usar o sangue, sem pagar nada. Em bancos privados, apenas o doador ou, eventualmente, algum parente pode usar.

Ok, o ideal seria que houvesse uma rede de bancos públicos de sangue de cordão umbilical com milhões de unidades armazenadas. Assim, todo mundo que precisasse conseguiria usar. Mas quem aqui conhece alguém que já ficou aaaanos na fila do transplante de órgãos? Eu conheço. Me daria um pouco de medo arriscar de não guardar as células-tronco em banco particular (e assim garantir que, em caso de necessidade, ele estaria lá). Até porque as pesquisas com células-tronco parecem ser tão promissoras e quem sabe no futuro o transplante autogênico não seja mais comum…? Por outro lado, é justamente esse pensamento “egoísta” que impede que a rede de bancos públicos atinja o volume necessário para beneficiar a todos.

Sinceramente, ainda não conseguir formar uma opinião (teoricamente, sim – mas não para a prática).

E vocês, já pensaram a respeito? Já discutiram com seus médicos? Já armazenaram?

UPDATE: É importante que se saiba que o governo arca com todos os custos envolvidos na coleta e doação do sangue do cordão umbilical para a rede pública de bancos. De forma que quem não quiser armazenar particularmente (pelo motivo que for), pode doar sem se preocupar com despesa alguma.

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