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Meu leite é insuficiente para meu bebê. O que posso fazer?

No Agosto Dourado, mês de incentivo à amamentação, vamos conversar sobre questões que levam ao desmame precoce. Respeitamos todas as escolhas das mães, não achamos que o fato de amamentar torna uma mãe melhor do que a que não amamenta, não achamos que o peito é a única forma de criar vínculo com o bebê e não achamos que a mãe que não consegue amamentar quanto gostaria deva sentir culpa por isso! Mas sabemos que muitas mães criam uma expectativa em torno da amamentação que, às vezes, acaba não sendo realizada por motivos diversos. 

E pela nossa troca de mensagens com mães no Instagram, uma das razões mais citadas que levou ao desmame precoce foi o “leite insuficiente“, que precisa ser complementado com fórmula e isso, consequentemente, acaba levando o bebê a largar o peito. Para algumas mães, isso não é problema algum; outras, gostariam de estender o período de amamentação, ainda que não de forma exclusiva, por mais tempo. Se você está no segundo time, esse post é para você! Conversamos com a enfermeira e consultora internacional em lactação IBCLC, Juliana Dalossi (@dolcematernidade), para explicar mais sobre esse quadro: por que a produção de leite é insuficiente, como lidar com a introdução da fórmula caso você deseje continuar amamentando, e o que é possível fazer para aumentar a produção de leite

Antes, só gostaríamos de lembrar que leite insuficiente não significa leite fraco. Não existe leite fraco, como conversamos nesse post. O leite materno é sempre a melhor fonte de alimento para o bebê, porque entrega exatamente o que os pequenos precisam – dos nutrientes aos anticorpos, que os mantém protegidos de diversas doenças. A questão do leite insuficiente é da quantidade produzida, e não da qualidade! 

leite insuficiente

O que leva ao quadro de produção insuficiente de leite?

O que chamamos de “leite insuficiente” é a baixa produção de leite – situação que, na maioria dos casos, pode ser revertida. O primeiro ponto é entender como funciona esse processo: o peito da mãe é uma fábrica, não um estoque. Isso significa que o leite é produzido por mamada e, quanto mais a mama for esvaziada, mais ela enche. O tamanho dos seios não interfere no volume de leite – quem tem seios pequenos pode amamentar sem problemas.

Quem avisa o corpo que é necessário produzir leite é a sucção correta, feita por bebê ou bomba. Por isso, o principal ponto para boa amamentação e boa produção de leite é o manejo correto, ou seja, a pega do bebê precisa estar certa para que o estimulo seja eficaz. Sem isso, o bebê não consegue sugar leite suficiente e o corpo não entende que precisa produzir mais leite.

O manejo inadequado é o fator mais comum de baixa produção de leite. Aqui, além da pega incorreta, também podemos incluir o uso de bicos de silicone como fatores que prejudicam a amamentação e produção de leite. Assim, o primeiro passo é garantir a mamada correta.

Juliana esclarece que há outros fatores que favorecem a baixa produção: “Mulheres com mamoplastia redutora, hipoplasia mamária ou tecido glandular insuficiente e tumor de hipófise podem ter problemas na produção”. Em todos os casos, é preciso de acompanhamento com uma profissional da amamentação. Muitas vezes, o manejo correto já garante a continuidade da amamentação, ainda que não de forma exclusiva.

Como identificar se a produção de leite está baixa?

É possível identificar a baixa produção de leite acompanhando a evolução do bebê. Se ele está crescendo, ganhando peso e evoluindo bem, não há motivos para preocupação. 

Quando o bebê não está alcançando esses pontos, é preciso procurar qual o fator que está levando à produção insuficiente. “Primeiro, avaliamos se essa mãe está amamentando sem bicos artificiais e com manejo adequado. Se sim, vamos investigar se há um dos fatores de risco. Na maioria dos casos, o problema está no manejo“, explica Juliana.

O que pode ser feito para evitar a baixa produção de leite?

Juliana é categórica: “Tenha uma consultora de amamentação desde a gestação. Mulheres que são bem avaliadas, que têm informações, que entendem como funciona seu corpo, tendem a ter menos problemas na amamentação. É melhor prevenir e estar bem preparada, do que esperar acontecer um problema para procurar ajuda”.

Esse apoio profissional garante o bom manejo da amamentação: a pega correta, cuidado com os seios e outros pontos. Com o bebê estimulando, a produção se equilibra para ser exatamente na quantidade de que o bebê precisa.

A livre demanda ajuda?

A livre demanda é sempre recomendada, pois garante que as necessidades do bebê estejam saciadas no tempo que ele precisa. No entanto, Juliana reforça: “Essa amamentação deve ser eficiente e feita da forma correta. Se é livre demanda, mas com manejo inadequado ou fator de risco sem acompanhamento, pode não ser efetivo”.

Extrair o leite com bomba aumenta a produção? 

A extração de leite com bomba pode ser utilizada para ajudar no aumento da produção. Existe, inclusive, uma técnica chamada Power Pump para ser utilizada nesses casos. É um método de estimulação intensa com a bomba de extração, em certos horários e por um determinado tempo – e deve ser feita sempre com acompanhamento profissional.

Juliana alerta: “Essa técnica deve ser usada junto com a livre demanda inteligente, manejo correto da amamentação e acompanhamento de um profissional para resultados efetivos”. Além disso, a consultora de amamentação lembra que a técnica não é para todos os casos: “É preciso avaliar caso a caso. Algumas mães já estão sobrecarregadas com a livre demanda e o Power Pump se torna uma tarefa extra. É uma decisão tomada junto com cada mãe”.

O que fazer quando a mãe já introduziu a fórmula? É possível voltar a amamentar exclusivamente no peito?

É possível voltar a amamentar apenas no peito mesmo depois de introduzir a fórmula. Para isso, é preciso que a mãe faça todo o acompanhamento para aumento da sua produção natural. Depois, a retirada da fórmula é feita aos poucos. “Retirar a fórmula é um processo que precisa ser acompanhado de perto pelo pediatra e pela consultora de lactação“, explica Juliana. “Deve-se checar se o bebê está mantendo a evolução de crescimento e ganho de peso e que a mãe está dando conta de produzir tudo que o bebê necessita”.

Algumas mulheres precisam manter o uso da fórmula, mas isso não precisa atrapalhar a amamentação no peito. O “segredo” está na forma de oferecer a fórmula, para que não tenha confusão de bico e fluxo ou desinteresse pelo peito.

Como oferecer a fórmula ou leite extraído?

Para garantir que o bebê não perca interesse em mamar no peito, é preciso oferecer a fórmula ou leite extraído em itens com baixo fluxo e totalmente diferentes do peito da mãe. “Muita gente acredita que o melhor é escolher algo parecido com o peito, mas é um tiro no pé. O ideal é usar apetrechos seguros, como: copo 360, copo aberto, colher, copo de transição (com bico rígido e sem válvula) e colher dosadora. A sonda também é segura, mas é preciso ter um acompanhamento próximo para que não cause confusão de fluxo no bebê”, explica Juliana.

Converse com seu pediatra e consultora de amamentação sobre os prós e contras de cada forma de oferecer o leite e escolha a que mais se encaixa na sua rotina. Os métodos podem ser menos práticos do que a mamadeira, mas é uma das chaves para manter a amamentação no peito.

E se o leite secar?

Em uma mãe sem fatores de risco e sem uso de medicamentos, só se pode dizer que o leite secou se não houver nenhuma extração, feita pelo bebê ou por bomba, por quarenta dias. Antes disso, o que pode ocorrer é uma desregulação nos hormônios ou queda na produção.

A ocitocina, por exemplo, é o hormônio responsável pela saída do leite. Se houver alteração, você pode enfrentar dificuldades na saída do leite, mesmo produzindo. Uma das causas de alteração da ocitocina é o estresse. Portanto, cuidar do emocional é essencial durante a amamentação! É importante manter a estimulação efetiva e procurar ajuda profissional

Juliana reforça: “Confiem nos seus corpos! Aprendam mais sobre como funciona a produção do leite, a manejar corretamente a mamada e procurem ajuda sempre que precisarem”.

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Leia mais: Mastite: o que é, sintomas, prevenção e tratamento

Veja também: A amamentação depois do primeiro mês

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Mastite: o que é, sintomas, prevenção e tratamento

Nesse Agosto Dourado, vamos continuar falando sobre a amamentação na coluna Gestar! O tema de hoje é a mastite, que atrapalha a qualidade de vida de muitas mães. O ginecologista e obstetra Dr Jorge Farah Neto (CRM 126.525) explica tudo o que precisamos saber sobre o tema:

Método contraceptivo

O que é mastite?

A mastite durante a amamentação também pode ser chamada de mastite puerperal, da amamentação ou lactacional. É, inicialmente, uma inflamação aguda dos tecidos mamários que evolui com a estagnação do leite.

Essa estagnação ocorre por conta do bloqueio da saída de leite pelos ductos mamários, o que leva ao ingurgitamento das mamas (o que é comumente chamado de “pedras” nos seios). É um cenário que vai se agravando passo a passo. Essa situação facilita a multiplicação bacteriana e pode levar à infecção nas mamas, além de dificuldades para amamentar e fissuras nos mamilos. Em casos mais graves, pode ocorrer pus e sepse.

Acomete de 2 a 10% das lactantes. Os patógenos mais relacionados são o Staphylococcus aureus e o Streptococcus

Quais são os sintomas da mastite?

Os sintomas comuns são dor, desconforto, inchaço e vermelhidão da mama (nota-se placas vermelhas na pele). Além disso, há aumento desproporcional em relação à mama sadia, mal estar geral, calafrios, febre e fadiga

O diagnóstico é clínico, sem necessidade de exames. Nos casos mais graves, com suspeita de abscesso de mama, há necessidade de complementação com a realização de exames de sangue e ultrassonográficos.

mastite

Quais são os fatores de risco?

Os principais fatores de risco para ter mastite são:

  • Dificuldade em amamentar adequadamente levando ao acúmulo do leite;
  • Pega inadequada do recém nascido;
  • Tabagismo;
  • Piercing nos mamilos;
  • Diabetes;
  • Higiene inadequada; 
  • Utilização dos bicos e conchas de silicone.

E qual a prevenção da mastite?

Além de evitar os fatores de risco, outras atitudes podem ser tomadas para evitar a mastite. São elas:

  • Não deixar acumular leite nas mamas, esvaziando totalmente após as mamadas;
  • Amamentação em livre demanda;
  • Variar posições para evitar que glândulas de determinadas regiões acumulem mais leite que de outras; 
  • Massagear as mamas e fazer ordenha antes da mamada, caso perceba inchaço;
  • Higiene adequada das mãos, que devem ser lavadas antes e após cada mamada;
  • Usar sutiãs apropriados, que não façam pressão em determinadas partes, o que pode levar à obstrução de ductos.

Qual o tratamento?

A ordenha mamária é fundamental para o tratamento da mastite. As mamas devem ser esvaziadas manual ou mecanicamente, evitando-se assim o acúmulo do leite. Faça compressas frias durante 30 minutos após as amamentações ou ordenha mamária. 

Como podemos ver, a amamentação deve ser estimulada ainda mais. O uso de analgésicos e antiinflamatório para alívio da dor e diminuição do processo inflamatório são indicados. 

Já o uso de antibióticos deve ser avaliado pelo médico. Lembrando que a falta de tratamento adequado pode levar à formação de abscesso de mama. Isso gera a necessidade, muitas vezes, de internação e drenagem cirúrgica, além do quadro grave de sepse (infecção generalizada).

Em casos associados a fissuras mamilares, a utilização das conchas de prata da Silverette ajudam bastante na prevenção e tratamento. Além delas, a utilização da laserterapia no local também é recomendada, desde que feita com profissional habilitado.

Em alguns casos específicos, o médico pode indicar o bloqueio da amamentação por período de tempo.

Importante lembrar: nunca façam a automedicação! Apresentando qualquer sinal de inflamação ou infecção, seu médico deverá ser consultado imediatamente.

Até a próxima coluna,

Dr. Jorge Farah Neto

Ginecologista e obstetra, o Dr. Jorge Elias Farah (CRM 126.525 | RQE 59579 | TEGO 184/2011), da Clínica Ginevra, aborda na coluna GESTAR os mitos e verdades da gestação e do parto, e responde as principais dúvidas das mães.
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Candidíase mamária: prevenção, sintomas e tratamento

Agosto é o mês do incentivo ao aleitamento materno. Por isso, durante todo o Agosto Dourado, vamos abordar assuntos importantes para a amamentação! A candidíase mamária é um dos problemas comuns para as mães nessa fase. Então, na nossa coluna Gestar, o Dr Jorge Farah Neto, ginecologista e obstetra (CRM: 126.525), nos conta tudo sobre a infecção: como evitar, quais os sintomas e qual o melhor tratamento!

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O que é candidíase mamária? 

A candidíase mamária é a infecção causada por fungos nos seios, mamilos e aréola. Uma das causas mais comuns é a queda de imunidade. É mais frequente durante o período da amamentação e acaba afetando diretamente a qualidade de vida das lactantes e dos bebês.

Quais são os sintomas?

Na mãe, os principais sinais e sintomas são:

  • Mastalgia (dores nas mamas) ao amamentar;
  • Irritação dos mamilos;
  • Sensação de pontadas e fisgadas nas mamas;
  • Áreas esbranquiçadas nos mamilos;
  • Vermelhidão dos mamilos;
  • Sensação das mamas estarem com a pele pouco mais brilhante;
  • Podem aparecer áreas de descamação, prurido e até lesões que podem sangrar. 

Alguns sintomas acabam aparecendo também nos bebês. Neles, a infecção costuma ser chamada de “sapinho” e apresenta lesões nos lábios, boca e orofaringe, típicas de candidíase, ou placas brancas na língua e mucosa bucal.

Lactantes e bebês que venham a apresentar qualquer destes sintomas devem procurar atendimento médico de imediato. O diagnóstico, tanto da mãe quanto do bebê, é clínico e sem a necessidade de realização de exames.

O que causa candidíase mamária?

Alguns fatores podem levar à candidíase mamária. São eles:

  • Queda da imunidade materna;
  • Abafar e deixar úmida a região das mamas, o que torna o ambiente propício para a proliferação do fungo;
  • Dieta inadequada rica em açúcares;
  • Efeitos hormonais da gravidez.

Como prevenir a infecção?

A higienização correta é um dos principais pontos para prevenir a candidíase mamária. Os seios devem ser limpos apenas durante o banho, com água. Não utilize cremes, óleos ou sabonete na região dos mamilos e aréolas.

Durante o dia, lembre-se de trocar sempre o sutiã. Não deixe a região ficar úmida ou abafada. Passar algumas horas por dia com os seios nus é recomendado. Além disso, tomar sol nos seios todos os dias também é uma forma de prevenção. O ideal é que seja de quinze a vinte minutos, até às dez da manhã ou após as quatro da tarde. 

Atenção redobrada aos cuidados com as mamadeiras, bicos e chupetas, que são fontes ricas para a proliferação de fungos. Por isso, mantenha-os sempre limpos e secos, inclusive utilizando a fervura ao menos uma vez ao dia, por vinte a trinta minutos. 

Não utilize bicos ou conchas de silicone e evite ao máximo o uso de absorventes. Esses itens abafam a região e a deixam úmida, o cenário perfeito para a proliferação de fungos.

E como é feito o tratamento da candidíase mamária? 

O tratamento começa seguindo as orientações de prevenção: higienização correta dos seios e tomar sol todos os dias. Além disso, é indicada a redução de açúcares da dieta da mãe.

Mãe e bebê devem seguir um protocolo para que não haja reinfecção. Na maioria dos casos, é necessário entrar com tratamento via oral para mãe. Lembrando que o medicamento deve ser prescrito pelo seu médico e o do bebê, pelo pediatra.  

Outros itens que auxiliam a cicatrização das feridas causadas pela candidíase são a laserterapia e o uso das conchas de prata da Silverette. Ambos são complementos e não substituem o tratamento principal passado pelo seu médico.

É muito importante lembrar que a amamentação pode e deve ser mantida durante o tratamento da candidíase

Até a próxima coluna,

Dr. Jorge Farah Neto

Ginecologista e obstetra, o Dr. Jorge Elias Farah Neto (CRM 126.525 | RQE 59579 | TEGO 184/2011), da Clínica Ginevra, aborda na coluna GESTAR os mitos e verdades da gestação e do parto, e responde as principais dúvidas das mães.
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Você sabe o que é Baby Blues?

Pode ser que você já tenha ouvido falar no Baby Blues, mas você sabe como reconhecer seus sinais? Segundo a psiquiatra Isis Marafanti, “o blues puerperal é uma alteração de humor normal que acontece com grande parte das mulheres, de 50 a 80%, nos primeiros 20 dias após o parto“.

Baby Blues

Durante a gravidez as mulheres são agraciadas com uma quantidade abundante de hormônios como o estrógeno e a progesterona que garantem a sua disposição para nutrir e gestar o seu bebê. Depois do parto, no entanto, a mulher sofre uma grande queda hormonal brusca e esse é um dos principais motivos do Baby Blues. “O blues está relacionado com as alterações hormonais acontecidas com o nascimento e também com as mudanças psicológicas de se tornar mãe, incluindo a privação de sono”, explica Isis.

COMO RECONHECER O BABY BLUES

O Baby Blues é caracterizado por mudanças bruscas de humor como tristeza, choro fácil e irritabilidade. “O que a mulher sente quando está no Baby Blues é um turbilhão de emoções que chega da mesma forma que vai embora: de repente”.

COMO AJUDAR UMA MULHER QUE ESTÁ SOFRENDO COM O BABY BLUES

A melhor maneira de ajudar uma mulher que está sofrendo com o Baby Blues é ajudar no cuidado com o bebê para que ela possa descansar, se alimentar ou até mesmo tomar um bom banho. 

QUAL A DIFERENÇA DO BABY BLUES PARA A DEPRESSÃO PÓS-PARTO 

O Baby Blues é uma melancolia que chega acompanhada de possíveis alterações bruscas de humor e um turbilhão de emoções, é algo passageiro e que vai melhorar espontaneamente. “A depressão pós-parto é muito mais grave e necessita de tratamento, inclusive medicamentoso dependendo de cada caso. Ela vai ter todas as características de um quadro de depressão, que inclui tristeza, perda do prazer pelas atividades, alteração do sono, do apetite, sensação de cansaço e falta de energia, e pode chegar a ter pensamentos suicidas“, alerta Isis.

CASOS GRAVES 

“Normalmente a depressão pós-parto pode começar até seis meses depois do parto, e nesse caso é necessário que a mulher inicie um tratamento com um psiquiatra ou psicólogo. É possível melhorar o quadro apenas com a psicoterapia, mas nos casos mais graves, em que ela está com muitos sintomas ou com pensamentos suicidas, pode ser necessário incluir uma medicação no tratamento. Nesse caso, podem ser indicados medicamentos que não atrapalhem a amamentação”.

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Veja também: A importância do pré-natal durante a gestação

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MãesSaúde da mãe

A amamentação depois do primeiro mês

O Luis Felipe já está com 7 meses. Que loucura! O primeiro mês, sobre o qual falei neste post aqui, foi tão intenso que parecia não ter fim… no entanto, tenho a impressão de que pisquei os olhos e 6 meses se passaram! Por aqui, continuamos exclusivamente no leite materno, então pensei de fazer esse post para contar um pouco sobre como tem sido a amamentação depois do primeiro mês.

Rotina de amamentação e Livre demanda

Como comentei no vídeo sobre Livre demanda x Rotina, estabeleci uma rotina “flexível” de mamadas 3h em 3h. Me baseava nesse intervalo para poder organizar meu dia, para trabalhar e para eventuais (e raras) saídas de casa. A partir do quarto mês, o pediatra disse que já poderia estender para 4h em 4h, mas eu achava que de 3h em 3h estava funcionando tão bem, que resolvi não mudar totalmente. Quando dava 3 horas desde a última mamada, começava a observar – se ele não desse sinais de fome ou estivesse cochilando, tudo bem, esperava mais um pouquinho para oferecer o peito, caso contrário, não esperava… Esse esquema funcionou bem para nós dois. Ele sempre fez mamadas efetivas, ganhou (bastante!) peso e eu pude voltar a ter um pouco de vida própria.

Quando ele fez 5 meses, estávamos com um probleminha de muitos despertares à noite e fui reler os livros de sono que tinha aqui em casa (“A encatadora de bebês” e “12 horas de sono com 12 semanas de vida”). Ambos recomendam veementemente mudar a rotina de amamentação para intervalos de 4 horas. Como o pediatra também era a favor disso, resolvi tentar. Porém, o problema do sono não foi resolvido, achava que ele não estava mamando o suficiente durante o dia e, ao fim do quinto mês, vi que ele ganhou menos peso do que nos meses anteriores (porque mamou menos? porque estava acordando muito e isso atrapalhou seu crescimento? porque é normal? não sei…). Enfim, não vi vantagem… rs

Daí, quando o Luis Felipe completou 6 meses, iniciamos a introdução alimentar e não consegui mais manter uma rotina de mamadas tão certinha. Ele tem os horários para comer, mas as mamadas não são todas fixas, como antes, porque às vezes mama mais, às vezes mama menos, às vezes não quer mamar… Agora, diria que estou mais pra livre demanda.

Mamada na madrugada

Desde o terceiro mês, o Luis Felipe passou a fazer uma mamada na madrugada. Ele mama por volta das 18h30, dorme e acorda por volta das 2h para uma mamada. Nunca fizemos a “mamada dos sonhos” (que costuma ser entre 22h e 23h) , porque não tinha coragem de acordá-lo… e de apenas um despertar na madrugada eu dava conta.

No quinto mês, quando as coisas “desandaram”, ele começou a despertar mais vezes (chegou a acordar de hora em hora!) e eu, consequentemente, amamentei mais vezes para tentar fazer com que dormisse (eu sei, eu sei, não é o ideal… mas uma mãe exausta na madrugada usa todas as suas armas! rs).

Felizmente, essa fase passou. No sexto mês, ele voltou a acordar somente uma vez na madrugada. Agora, estou com ajuda de uma consultora de sono para ver se consigo eliminar essa mamada de maneira gentil. Em termos de capacidade gástrica, sei que ele pode ficar sem mamar na madrugada. É mais uma questão de hábito. Já conseguimos adiar o horário dessa mamada e, em algumas noites, ele dormiu direto. Ao que tudo indica, estamos tendo sucesso.

Bomba de leite

Se não estivesse fazendo home office (o lado bom da pandemia), sinceramente, não sei se teria conseguido amamentar por tanto tempo. Normalmente, trabalho por longas horas no escritório e temos muitos eventos à noite… não sei como teria feito. Estando em casa, não precisei tirar leite no dia-a-dia. Foram apenas duas vezes, quando tive compromissos fora de São Paulo. E não me dei tão bem com a bomba.

Comprei uma bomba de leite elétrica da Medela de uma amiga. Por ser dupla, é de fato bastante prática. Assisti a alguns vídeos no YouTube para ver como faz para tirar o leite, mas, provavelmente, fiz algo errado. Ou talvez o bocal não seja do tamanho ideal para mim… O que sei é que meus mamilos ficaram com algumas partes roxas. Eu até tinha planos de tentar estocar leite para o futuro (para quando meu peito secasse), mas desisti. Quando meu leite secar, acabou.

Bebê inquieto durante a amamentação

Com 4 meses, o Luis Felipe começou a ficar muito agitado durante algumas mamadas. Ele chegava a largar o peito, berrar e depois voltar a mamar, largar, berrar, mamar, largar, berrar, mamar. Achei esse comportamento bem estranho! Cheguei a comentar sobre isso nos Stories (@constancezahn_babies) e algumas mães inclusive me questionaram se não seria alergia à proteína do leite de vaca, APLV (parece que um dos sintomas é a recusa do bebê ao peito – se você estiver passando por isso, assista a esse vídeo aqui).

Bom, no meu caso não era alergia. Percebi que duas coisas estavam acontecendo:

1) ele se distraia mais durante a amamentação – com as nossas cachorras, com alguém que entrasse no quarto para falar comigo, com algum barulho da casa… e tudo parecia mais interessante que o peito. A minha consultora de amamentação indicou comprar um colar de amamentação (que nada mais é que um grande colar de contas), o bebê fica focado em mexer no colar e mama melhor. Acabei não comprando, mas passei a amamentar no quarto com ele sozinha, sempre;

2) os ciclos de largar peito-berrar-mamar aconteciam na mamada antes de dormir, quando ele estava muito cansado. A princípio, sem entender o motivo daquela reação dele, comecei a amamentá-lo em pé, ninando-o. Depois que entendi, passei a amamentar um pouco mais cedo e, aí sim, o problema foi resolvido. Percebi que o cansaço deixa ele muito nervoso, até para mamar.

Hoje, com  7 meses, ele está ainda mais atento ao ambiente. Reconhece os passos das cachorrinhas se aproximando do quarto dele, o interfone que toca ao fundo, a campainha de casa… tudo vira distração. E como não se alimenta mais só de leite, durante o dia não tem mais aquela fome de leão de antes, então pára de mamar mais rapidamente quando se distrai.

Candidíase mamária

Encerrei o post sobre o primeiro mês de amamentação comentando en passant sobre a candidíase mamária que tive. Disse que ela era persistente – e era mesmo! Consegui tratá-la após uma troca de mensagens com uma seguidora que leu meu post e me orientou a procurar outro médico. Assim como aconteceu com ela, o tratamento que fiz inicialmente foi fraco demais. No fim das contas, acabei descobrindo que, muitas vezes, um dermatologista cuida melhor de candidíase mamária que um ginecologista.

Enfim, mas como a minha candidíase mamária era persistente, quando o Luis Felipe estava com uns 5 meses, a fofa voltou. Foi a terceira vez! Percebemos porque o Luis Felipe teve sapinho de novo… E lá fui eu fazer meu tratamento de choque (com remédio prescrito!) novamente. No meu caso, a candidíase mamária não chegou a atrapalhar a amamentação, mas sentia algumas pontadas incômodas nos seios

Mordidas

Sempre temi as mordidas! Sei que às vezes elas causam feridas e não queria ter um flashback das feridas do primeiro mês! Os dois dentinhos de baixo do Luis Felipe nasceram quando ele estava com 5 meses e meio. No início, não tivemos nenhuma ocorrência. Mas depois que ele passou a comer, e ter menos apetite para o leite, ficou mais “brincalhão” também e aí resolveu dar suas dentadas. Foram poucas vezes, mas quando aconteceu, disse que doía, que me machucava. Ele me olhava e parava.

De todo modo, percebi que a mordida vinha quando ele já não queria mais mamar e achava que estava na hora de brincar com o peito. Como dá para perceber quando ele está prestes a dar um nhac, passei a colocar meu dedo na boca dele, entre as gengivas, para evitar mordidas. E agora fico bem mais atenta ao comportamento dele: parou de mamar efetivamente, peito recolhido! Por sorte, as mordidas não chegaram a ferir.

Manias do bebê

O Luis Felipe sempre teve algumas manias enquanto mamava. No começo, colocava sempre uma mão no meu soutien e a outra acariciava meu braço. Depois, começou a beliscar meu braço. Quando cresceu e seu pé alcançou a almofada, ficava passando o pé nela, meio que sentindo a textura… Mais tarde, começou a mexer e puxar a orelha. Até que, por volta dos 5 meses, ele começou a se bater enquanto mamava – eram socos mesmo com a mãozinha na própria cabeça! Aí fiquei preocupada!! Pensei que pudesse ser algum tipo de transtorno (não me julguem, não sabia o que pensar…).

Conversei com a Natália Rodrigues (minha consultora de amamentação) e ela explicou que é comum os bebês desenvolverem manias ao mamar. Dar socos pode ser uma delas, por mais curioso que isso possa parecer. Mas de tanto que impedi protegendo a cabeça dele, em dado momento, ele parou de se socar. A mania da vez é dar uns tapinhas no meu braço. Vamos ver qual será a próxima! rs

Ingestão de água

Apesar de o pediatra ter liberado a ingestão de água desde o quarto mês, preferi manter só leite materno mesmo, aumentando as mamadas em dias mais quentes. Meu medo era que ele passasse a mamar menos – por confusão de bico, confusão de fluxo, por matar a sede e enganar a fome… Só comecei a dar água a partir da introdução alimentar.

Produção de leite reduzida

Depois da introdução alimentar, minha produção de leite diminuiu bastante, já que a demanda dele também diminuiu. Meus peitos demoraram um pouco para se ajustar à nova demanda. Ficaram empedrados algumas vezes, o que resolvi colocando ele para mamar.

Acontece que agora ele tem menos paciência para sugar e como o seio esquerdo já produzia menos (imagino que devia sair menos leite dele), o Luis Felipe meio que desistiu de mamar nele. Hoje, ele só mama no seio esquerdo quando está muito sonolento. Caso contrário, se irrita e larga. Isso significa que meus seios estão assimétricos? Significa.

Até conversei com a Natália Rodrigues (sempre recorro a ela! rs) sobre aumentar a produção do seio esquerdo com a bomba elétrica, seguindo um protocolo de bombeamento específico para isso que ela me passou. Mas como não me dei com a bomba e como fiquei com medo de aumentar a produção e ele não mamar e, consequentemente, ganhar uma mastite de brinde, desisti da ideia.

Quando a amamentação se tornou prazerosa

Sei que existe uma cobrança enorme por parte das mães (e por parte de terceiros) em relação à amamentação. E, entre outras coisas, isso pode gerar muitas frustrações quando a mãe não gosta de amamentar. Eu, sinceramente, nunca havia imaginado que fosse gostar, não sonhava com esse momento…

No fim do meu relato anterior, contei que uma amiga havia me perguntado se eu já estava gostando de amamentar, porque ela não estava. Ela teve uma série de problemas (entre eles, mastites recorrentes), e apesar de as minhas dificuldades não serem tão grandes quanto as dela, naquela época eu ainda não podia afirmar que estava gostando de amamentar. Gostava de ficar com ele no meu colo, da troca de olhares, da mãozinha dele em mim… mas isso eu também poderia ter com uma mamadeira em mãos. Com as feridas saradas, não diria que estava sendo um sofrimento amamentar (longe disso – até porque se fosse um sofrimento, teria parado), mas tampouco diria que estava amando.

Quando o Luis Felipe estava completando 3 meses, passei a curtir mais a amamentação. Posso dizer que é um momento prazeroso mesmo para mim. E agora, mais perto do fim dessa fase, sinto que passou rápido e que ficarei com saudades.

Até quando ele vai mamar?

Não sei. A princípio, a minha meta era 3 meses. Quando atingi a meta, dobrei. rs E não fiz uma nova meta porque, para mim, depois de 6 meses de amamentação exclusiva, todo mês a mais é lucro. Vejo muitas vantagens na amamentação – em termos de saúde pra ele, principalmente, pelos meus anticorpos que passam pelo leite; em termos de praticidade pra mim, principalmente, por não ter que preparar mamadeiras. Se eu tiver leite até ele completar um ano, ficarei muito feliz. Vamos ver…

 

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