Casamentos Casa & Decor 15 anos
Topo

Felicidade pós-parto?

Há um tempo, li uma matéria na Folha (encarte “Equilíbrio”, de 19 de julho: “Toda mãe é feliz, menos eu?”) sobre o depoimento de uma mãe que teve depressão pós-parto. O que me chamou atenção é a “obrigação” de ser feliz por ser mãe, negando muitos dos inconvenientes, dores e dúvidas decorrentes da maternidade.

Eu sou de uma cultura diferente e admito que seja extremamente difícil ser mãe no Brasil. Porque você tem que ser perfeita, achar tudo maravilhoso, amamentar como se fosse a coisa mais natural do mundo. Além disso, como a Fabiana fala no artigo, você não pode ser franca e admitir fraquezas na frente das outras mães porque você vai ser julgada.

Talvez eu seja uma mãe terrível (embora eu não ache), insensível e desligada, mas, eu assumo plenamente que eu não sou perfeita, que eu não gostei de amamentar e que não achei que isso criou um vínculo particular com meu filho. Quando ele nasceu me senti tal como uma leoa que quer proteger a ninhada, porém o verdadeiro amor chegou aos poucos.

De jeito nenhum eu me arrependo e pretendo ter mais filhos. Não imagino hoje minha vida sem ele e assumo bem meu papel de mãe. Porém nem tudo são rosas e acho que o fato de admitir que é difícil, que precisamos de ajuda (do marido, da família, dos amigos), de compreensão, de paciência e muita tolerância seria um grande passo para as mulheres que vão se tornar mães.

Eu tive a sorte de não cair na depressão porque, além do apoio constante do meu marido, eu não me cobrei. Decidi ocultar todos os comentários sobre minha opinião a respeito de: amamentação, muitos mitos, tabus da gestação e da maternidade em geral.

O Brasil tem um cuidado para gestantes maravilhoso, as pessoas estranhas são carinhosas e atenciosas, o que acentuou mais o contraste com a dureza sobre a escolha do parto (natural vs cesárea), sobre a obrigação de amamentar, sobre o fato de ser mãe “nata”.

Não se cobrem demais mães, é difícil para caramba, mexe com tudo que você conheceu – inclusive com o seus hormônios – e até hoje é extremamente cansativo, apesar de ser muito bom. É um novo emprego sem ter feito estudos para entender as regras.

Sejam gentis entre vocês e peçam ajuda porque não somos invencíveis. Somos apenas humanas com jeito de superwomen!

Proo é mãe de primeira viagem, francesa, ariana e não tão cabeçuda quanto o marido fala. Ama o blog da Constance, o Brasil e queria compartilhar com as colegas de fraldas: dicas, “bons plans”, diálogos, endereços (muitos em Paris e alguns aqui!).

fim

Mamãe a bordo

24 Comentários

  1. Denise V. Furtado de Garcia E Castro 7 de setembro de 2011

    Anh?
    criei muita expectativa no começo do texto… acho… é impressão minha, ou ela disse que “escolher” cesariana é ok, “decidir” não amamentar é ok… maternidade é ruim, mas é bom…
    foi isso mesmo? Jura que eu não entendi errado?
    se for, que pena…

  2. Dani 7 de setembro de 2011

    Olha que esse foi o texto mais sensato que eu li até hoje sobre maternidade.

    O tabu é tão grande a esse respeito que acho que toda mulher quando engravida fica com complexo por não atender às expectativas…

  3. Giovana Antinarelli 7 de setembro de 2011

    Concordo com tudo, só esqueceu de colocar que alem de tudo isso a nova mãe ainda é obrigada a lidar com as intérminaveis visitas, que vão te visitar querendo pegar seu Rn no colo, querendo lanche sendo que a única coisa que a nova mãe quer é dormir enquanto o bebe dorme.

  4. Gabi 7 de setembro de 2011

    gostei. parabéns por se expor para ajudar outras mães.

  5. Carol P 8 de setembro de 2011

    Oi!
    Eu sou brasileira moro em Londres, o que me proporciona criar meu limites sem interferencias alheias. Acho um saco essa obrigacao de felicidade pos parto, pos maternidade, pos amamentacao e sim concordo que tudo nao eh um mar de rosas. E principalmente acho que o corpo eh da mulher e eh ela que tem o direito das escolhas.
    Por exemplo nao entendo, o paradigma de cesariana a favor mas se nao amamenta, que horror. Afinal bebes morrem de fome e nao de mamadeira e formula, alem do mais cade o medidor de afeto materno, pq escuto coisas do tipo quem nao amanenta ama menos ou tem mennos vinculo com o filho (discordo totalmente). Entao uer dizer que quem faz cesaria ama menos tambem????
    Serio cada um faz o que tem vontade e se cada mulher e familia cuidasse mais da sua vida, e menos da vida alheia todos seriam mais feliz e menos obrigados a fake felicidade.
    Aqui em Londres as maes em geral nao tem babas e folguistas, nao soh pelo lado economico mas cultural tambem, pois se eh para terceirizar vamos terceirizar a limpeza da casa e nao o cuidado dos filhos.
    Outro item na lista da mae perfeita eh que todas as maes brasileiras sempre precisam de uma ajudinha, nao eh uma critica de maneira alguma, pois acho q nos maes precisamos de um tempo soh nosso durante o dia, mas sem terceirizar com babas, folguistas, creche 24hs/ 7 dias por semana. Me incomoda os comentarios tipo sua filha vai a creche oh coitadinha, eu nao tenho baba full time, nem folguista pois nao sou folgada, mas sim minha filha vai na creche, e sim terceirizo o tabalho domestico.
    Eu sou uma otima mae, mas nao sou perfeita
    Querida adorei seu texto, e adoro a sua coluna. Sorry se falei demais.
    Bissous carol P
    http://www.motherlovedatabase.com

  6. Juliana Chicrala 8 de setembro de 2011

    Olá!
    Concordo com o texto e com os comentários acima. Criamos a ilusão que a maternidade é linda sempre, que tuido é maravilhoso. Isso é também, mas vem junto no pacote o cansaço, a exaustão. Eu estava asssim…quase entrando numa depressaõ, pq passar o dia inteiro dando peito ( meu bebe mama de hora em hora ou 1h30), e a madrugada a cada 2h, não tem quem ache isso maravilhoso. O cansaço é maior que a beleza disso tudo. Contratei uma babá de final de semana e minha empregada vai me ajudar mais com ele, e ja estou me sentindo bem melhor. Terei tempo de tomar banho de uns 10 minutos e não de 2 como estava acontecendo. Meu marido, é pouco participativo, e confesso que estava mto estressada.
    Amamamentar não foi minha melhor experiencia na maternidade, mas segui firme até os 3 meses. Hoje dou mamadeira pro meu filho de 4 meses e sinto a mesma emoção de olhar pra ele, dele pegando minha mão…enfim, o elo é fortalecido de diversas formas e não frizar que é so na amamentação.
    No Brasil a campanha de amamentação é tão forte, pois a grande maioria são de baixa renda, e não teriam condições nenhuma de comprar a formula, então o governo é categorico que amamentar até 6 meses exclusivamente e ate 2 anos com complemento. Temos que abrir mais a mente, e aceitar as posições das pessoas, e não ficar julgando, pois não sabem a cultura, as expectativas das familias.
    ADOREIII
    Beijos

  7. Proo 8 de setembro de 2011

    Bom dia para todas, adorei todos os comentários e fico feliz em ter compartilhado esse pensamento com vocês.
    @ Denise, eu sou a favor de tudo que for natural/normal (parto, amamentação) a partir do momento que a escolha é sua. As vezes não temos opções, tem que ter parto cesárea e mães não tem leite ou não querem, por escolha própria, amamentar. Cada uma faz do jeito que ela pode.
    @ Giovana, eu escolhi divulgar o parto só para os mais próximos e resolvi ver as outras pessoas depois de um ou dois meses, em casa ou fora. Também, por não ter família aqui foi mais fácil. E culturalmente, na França vai só a família e os super amigos.
    Tomara que a Juliana consiga descansar com a ajuda de uma baba e parabéns por ter já amamentado 3 meses! Acho que cada passo é uma vitória, nos temos dificuldades inerentes a cada vida, cultura (Eu entendo super a Carol que mora em Londres!) e educação e temos que enfrentar muitas provas.
    Parabéns para todas vocês mães, já por ter aguentado gestação, parto, pós-parto e ainda vocês estão aqui na luta. Congrats!!

  8. Thais 8 de setembro de 2011

    Olha, no auge do meu 4º mês de gravidez queria dar parabéns pelo Post.
    Não tive os sintomas típicos da gestação, como enjoos e tonturas, mas sim, está sendo difícil. É um desgaste físico grande (imagino como será a hora que o bebê nascer) e emocional maior ainda, pois, por mais que se queira ser mãe é uma decisão importante que tomamos na vida – talvez a maior delas – e isso pesa.
    Pesa saber que a vida não será mais a mesma nunca mais, pesam os hormônios e pesam as milhares de perguntas, palpites e certezas que todo mundo têm, menos você.
    Quem disse que estar grávida é o máximo, na minha opinião, mentiu. Pra mim o máximo será o amor que se desenvolve ao longo desse período e que se fortalecerá a vida toda. Afinal, sejamos realistas, geramos alguém que não conhecemos… e Como se ama aquilo que não se conhece? É preciso muita vontade sim, minha gente.
    Bem fazem os europeus que se reservam mais nesses momentos. Porque por mais feliz que ele possa ser, ele não é fácil.
    Essa cultura brasileira de fazer festa em quarto de maternidade é uó. Ninguém pensa no bebê, que está se adaptando a esse mundo e, mais, ninguém, pensa na mãe, que na melhor das hipóteses está tendo que se recuperar do parto e tendo que aprender, em pouquíssimo tempo, como dar conta da cria… seja amamentando, dando banho, ou abdicando de horas preciosas de sono.
    Por isso, apoio sim quem é sincero e tem coragem de colocar pra fora as dificuldades da gravidez. Se as pessoas fossem um pouco mais conhecedoras de si mesmas e estivessem menos expostas a essa “ditadura” do que é a maternidade feliz, com certeza teriam chance de ser melhores mães, mulheres e esposas.
    Sempre no caminho da verdade.

    Parabéns pelo post, Proo!

  9. Dani Freitas 8 de setembro de 2011

    Proo, sensacional este post.
    Existe sim uma cultura que gera nas grávidas uma expectativa de que o nascimento – e absolutamente todos os momentos imediatamente posteriores – será algo mágico que a tornará, de um dia para o outro, a mulher mais feliz do mundo.
    No entanto todas nós mães sabemos que não é assim. Eu passei dois dias de pura euforia logo que minha filha (01 ano) nasceu. E depois disso, não sei se foram os hormônios, não sei se a ficha caiu, ou se tudo junto… mas o fato é que eu passava o dia tristonha, chorando, me sentindo feia, cansada. E achando que nunca mais a vida voltaria ao normal.
    Ainda bem que não tive ninguém palpitando horrores e que o meu marido é super participativo.
    Porque olha, além de toda essa mistura de sentimentos, a gente sente a culpa e a inadequação por não ser o modelo de felicidade que todos cobram da gente.
    Este começo é barra MESMO e é muito bom contar e divulgar isso. Para poupar as futuras mamães de se sentirem culpadas por algo absolutamente normal. Parabéns pela iniciativa e coragem.

  10. Ana 10 de setembro de 2011

    Oi!

    Adorei o post!
    É difícil ouvir uma mãe sendo sincera sobre os pontos baixos e as inseguranças… Adorei! Pq é bom saber q não estamos sozinhas.

    Eu moro na Holanda e senti muita falta da família. Ainda bem q minha mãe estava aqui.
    Outra coisa q eu achei horrível é que aqui eles têm toda uma tal assistência na primeira semana mas que só serviu para encher a casa e me deixar mas cansada ao invés de ajudar.

    A propaganda de amamentação aqui tb é fortíssima… O que não ajudou nada para o fato de q eu tinha pouco leite e não conseguia amamentar e as enfermeiras só falando qt pouco leite eu tinha e me deixando mais nervosa… Minha primeira semana foi exaustiva e triste. Até hj choro qd lembro. Não foi fácil!

    Eu amo o meu filho e amo a minha vida como mãe! Mas eu nao faço meias verdades… É uma vida difícil!

    Bjs e forças para todas nós mães!

  11. Proo 12 de setembro de 2011

    Boa tarde a todas,

    Thais, gestação não é simples não, mas você vai entrar (teoricamente) na melhor época dela, até o sétimo mês – para o oitavo eu diria. O bom é que, além da recompensa o dia do parto, nos temos uma faculdade a se adaptar e esquecer dos momentos ruins (e não vou negar, tem. Eu tive uma gestação extremamente tranquila até o último mês, quase completei 42 semanas, não aguentava mais!!). Força Thais e se quiser desabafar, estamos por aqui!

    Dani, Ana, entendo perfeitamente. A volta à “normalidade” demora e os hormônios pilham. EU chorei muito também e continuo nos dias mais difíceis. A falta de sono é o pior por mim e a velocidade – super normal- com qual o bebê muda. Você apenas teve tempo de se acostumar a uma fase que ele já passou por outra. Argggghhhh !!!

    Parabéns de novo a todas e mando boas energias para continuação.

  12. Ge Martins 12 de setembro de 2011

    Primeiramente, Parabéns Proo!
    Eu simplesmente adoro o seu espaço De mãe pra mãe, e mesmo sem te conhecer, percebo que você é uma mulher inteligente e autêntica como a mairoria das leitoras que comentaram acima.
    Adoro ler seus posts, mesmo sem estar grávida, mesmo sem ser mãe ainda, pois tenho opiniões sobre vários assuntos que, às vezes, prefiro não comentar com outras pessoas, pois tenho a impressão de que ninguém compreende.
    Sou professora de crianças de 3 a 6 anos e toda e qualquer informação coerente sobre a primeira infância me é muito bem vinda. Seus posts estão cada dia melhores!
    Aqui várias mulheres estão se sentindo acolhidas e ainda bem que, quem pensa diferente do senso comum, as mulheres mais bem preparadas e altamente escolarizadas daqui e de fora, podem encontrar alento nos comentários de suas semelhantes.
    Infelizmente, nosso país ainda tem uma mentalidade muito tacanha em diversos aspectos e é muito difícil se expressar sem ser julgada e ter seu ponto de vista respeitado.
    Parabéns por seu savoir faire e à Constance pelo olhar especial e por nos dar essa oportunidade de ter você por aqui.
    Bjs querida.

  13. Janaina 12 de setembro de 2011

    Ótimo o texto.
    É exatamente isso. Quando tive meu primeiro filho eu fiquei triste por não sentir aquela mágica ao amamentar, aquele amor assim que o vi. O amor cresce com o tempo, os laços se estreitam a cada mês de vida. Hoje eu não vivo sem ele, mas não foi nada fácil largar minha antiga vida de casal sem filho.
    Fui super criticada por não amamentar mais do que 2 meses, mas não me arrependo.
    Hoje grávida de gemeos, só passei a curtir a gravidez e a aceita-la, agora depois do quinto mês.
    Eu sou sincera com todas quanto me perguntam sobre “maternar”.
    E quanto mais você conversa, mais você vê mulheres como a gente, que tiveram dificuldades no início e não escondem a verdade.
    E visitas logo após o nascimento é terrível, eu só recebi depois do segundo mês.

  14. Ariane 13 de setembro de 2011

    Ai Meu Deus, alguém me entende …
    Sofri muito tempo sozinha e fui muito criticada por “reclamar de barriga cheia”, pois a maioria das mulheres, principalmente as mais velhas ( as avós, tias avós, amigas experientes, etc ) que além de serem as mais palpiteiras, muitas vezes não ajudam em nada. Vêm fazer aquela visitinha, nos chamam de gorda, enchem nossas cabeças com um milhão de caraminholas e vão embora, tranquilas !!!!
    Juro, por tudo o que é mais sagrado que tentei amamentar meu primeiro filho, fiz de tudo, tomava litros de água, remédio, leite, arroz doce, cangica, queijos, até simpatia fiz e nada de o leite vir… meu bebê chorava de fome… vê se tem cabimento !!! Quando dei a primeira mamadeira, escondida de todos, fiquei preocupada de tanto que ele dormiu… Jesus, descobri a paz !!!
    A partir deste dia, decidi fazer minhas próprias escolhas com meu filho, quando e onde levar, quanto e o que dar de comer, por que percebi que as crianças não são iguais, as famílias não são iguais, as experiências não são iguais, enfim, só precisamos aprender a respeitar e apoiar as escolhas individuais de cada um. Tive o apoio do qual eu mais precisava, do meu marido, e pronto !!!
    Aprendi a amar meu filho como aprendi a amar todas as pessoas que eu conheço, um pouco mais a cada dia e só depois de seis anos resolvi tentar de novo, pois queria curtir cada momento do meu primeiro filho e novamente, mesmo já sabendo como seria tudo, ainda me pego meio “depressiva”com as desvantagens da gestação.
    Adorei ler e compartilhar experiências com vocês…

  15. Proo 13 de setembro de 2011

    Cara Ge, agradeço muito seus elogios, me tornei vermelha atrás do meu PC !!
    Adorei sinceramente todos os comentários e não me senti, finalmente, sozinha na luta! Pensei muito em pisar na bola escrevendo essa matéria, mas depois de ter lido o artigo na Folha não consegui não aproveitar o gancho.
    Janaina, eu passei pela mesma coisa, nos falamos a mesma linguagem. Eu sou admirativa com seus gêmeos! Vai dar tudo certo e agora que já conhece o processo e já tem uma rotina de mãe (entre nós é mais difícil, como você disse “nada fácil largar minha vida antiga de casal sem filho”).
    Sucesso!!!!
    Beijos e muito obrigada pelo retorno de cada uma.

  16. Flavi 13 de setembro de 2011

    Boa tarde! concordo com o fato de que maternar é algo complexo, dolorido e que aprendemos a ser mãe com sorrisos, afeto, encantamento pelos nossos filhos, mas também passamos por choros, cólicas, noite mal dormidas.
    Em relação a amamentação devemos sempre respeitar a escolha de cada mulher, afinal cada mãe instintivamente sabe o que é melhor para seu filho e o que funciona na sua rotina. Entretanto, esse tipo de comentário de que as campanhas de aleitamento materno existem devido á baixa condição sócio econômica da maior parte do país é uma observação equivocada e até mesmo preconceituosa, uma vez que não é o governo que “diz”que o aleitamento materno é bom para o bebê e sim pediatras de todo o mundo, a organização mundial de saúde concordam que quando possível e prazeiroso para mãe e bebê essa prática é indiscutivelmente benéfica!

  17. Luiza 14 de setembro de 2011

    Adorei o texto… acho muito importante compartilhar as dificuldades, já que as pessoas só comentam o lado bonito da maternidade.
    Ter um filho é maravilhoso, uma alegria indescritivel, mas junto com essa alegria vem as dúvidas, os medos e as coisas que não saem bem do jeito que agente espera.
    Tive dificuldade para amamentar e no inicio me senti muito mal por isso, pois a maioria das pessoas acham que você só cria laços com o bebê se amamentar, o que não é verdade, existem várias formas de carinho que compensam a falta do peito.

  18. Juliana Mattoni 15 de setembro de 2011

    Proo,
    achei seu texto libertador. eu sempre me cobrei muito, mais ainda após ler e conehcer tantas mães xiitas nos quesitos amamentação e parto. é indiscutível que o parto normal e a amamentação são mais saudáveis, mas nem sempre são possíveis pelos mais variados motivos. eu me preparei para um parto normal: li, fiz cursos com meu marido, conversei com minha médica. mas uma préeclâmpsia me impediu de realizá-lo.
    amamentar como idealizei tb nao foi possível pq minha produção de leite é baixa. fiz de tudo para aumentá-la; plasil, bomba, livre demanda, chá da mamãe, syntocynon…
    e nada foi suficiente. tentei a translactação, mas nao me adaptei e virou um sofrimento me entender com a sondinha. mas como não tenho babá (por opção e princípio) ficou muito pesada a trnaslactação que é muito trabalhosa e me custava 2 horas a cada mamada.
    foi então que decidi, pelo meu equilíbrio mental, dar a mamadeira após a mamada no peito. meu filho mama os dois há duas semanas e nao largou o peito como todos esperavam. nem sinal disso. essa é a minha maneira de alimentá-lo, o melhor que posso oferecer, o meu possível. me dei conta que do impossível eu ainda não sou capaz. agora, nao me sinto menos mãe por isso. e aprendi que a vida já impõe muitas cobranças para eu também ser minha própria carrasca.

  19. Proo 15 de setembro de 2011

    Olá, a Flavi disse tudo: “devemos sempre respeitar a escolha da mulher/mãe”, e ponto.
    Quando leio todos os depoimentos, vejo que a maioria teve dificuldade para amamentar e se cobra por causa disso. A Juliana, também tentou de tudo e ainda tenta (isso que é vontade!!) e está sofrendo monte. Com risco de ser redundante, a partir do momento que a decisão é de vocês, pouco importa o olhar das outras pessoas. Minha irmã sempre me disse que a minha decisão a respeito do meu filho sempre será a melhor, por que é do jeito que eu sinto e acho adequado. Eu sempre quis ter parto natural, eu tive cesárea, eu nunca quis amamentar, eu amamentei (ok, não muito, mas por mim foi muitooooo!!).
    Fazemos com as ferramentas que nos temos a disposição sempre tentando escolher o jeito mais natural, e se não dá, a gente se adapta. Vocês todas fazem o melhor possível, é só ler os comentários que da para sentir que vocês são super mães! Keep going on!

  20. Flavinha 19 de setembro de 2011

    Proo Proo,

    Minha mãe me disse o seguinte: “se você decidir não ter filhos, te apoio 100%. é ótimo e terrível, mas ninguém te conta a parte terrível”. Também pude acompanhar a gravidez da minha prima que nunca floreou nada, ficou mal, achou bizarro, e disse que é um dos maiores sofrimentos do mundo, apesar de ser muito bom, depois (rs).

    Eu nasci de cesária, minha mãe disse que doía pra amamentar e estava na escolinha com três meses. Sinceramente, estou aqui, nem melhor, nem pior. Não acho que nada disso me causou mágoas enormes não. Pelo contrário, sempre fui independente e sei me virar sozinha.

    O que ninguém te conta é que não existe nenhum ser humano no mundo que nasce sem contradição. Ninguém quer ou não quer nascer. Toda mãe não é perfeita e nem tem certeza que quer ser mãe. Inclusive, mães sem contradição podem causar muito mal aos filhos. O natural não é ter uma vida em que tudo são flores, unicórnios e vestidos rendados brancos. O natural é ser ruim, e bom, tudo ao mesmo tempo.

  21. Sharon Woiler 26 de setembro de 2011

    Será que você conseguiria estar saltitante e alegre na seguinte situação: estar num pós-operatório; ser privado(a) do sono por pelo menos 3 meses; ter um compromisso inadiável a cada duas/três horas; tentar entender e administrar uma situação extrema para a qual você não foi preparado(a); ter a responsabilidade de cuidar de uma vida que depende inteiramente de você; além de tudo isso, estar sob o efeito de um temporal de hormônios….. e, como se não bastasse, ter de sorrir e dizer a todos que está ótima, que nunca esteve tão feliz em sua vida!!! Que tal? Parece complicado, não? A minha descrição pode até parecer exagerada, mas é mais ou menos assim que a maior parte das mulheres vive os primeiros meses da maternidade. Por isso, artigos como os da Proo são fundamentais para quebrar esse mito de que a maternidade é um mar de rosas. Ter filhos é maravilhoso, mas os primeiros meses são muitoooo difíceis. Todas as mulheres deveriam saber disso para terem expectativas mais reais e não acharem que são as únicas que ficam desesperadas nesses primeiros meses. Parabéns Proo, amei o artigo!

  22. viviane 4 de outubro de 2011

    nossaa!!!!! eu não sou um monstro!!!!!
    era assim que me sentia, quando meu filho nasceu, me sentia cansada, achando que nada seria como antes, passeios, noites de sono,… e ainda o sentimento de estranhamento com relação aos meus sentimentos.Como diz a reportagem o amor vem aos poucos com o convivio….
    fiquei estremamente feliz ao me deparar com confissoes de mães que assim como eu, mesmo planejando o primeiro filho, ficaram com os sentimentos e hormonios confusoos..
    Amamentar pra mim no inicio era doloroso, muitas vezes chorava e amamentava, pois a forte pressão dos familiares de “ter” que amamentar era tremenda, consegui vencer, hoje amamento ainda meu filho, ele tem 5 meses e tenho muitas alegrias em cada descoberta dele para com seu desenvolvimento. estou muito contente em poder desabafar sem ter vergonha do que senti!
    ótima reportagem!!!
    parabéns.

  23. Gabriele 11 de maio de 2012

    Querida Proo,
    Adorei seu texto. Estou grávida do meu primeiro filho e ainda no primeiro trimestre. Fico imaginando tudo que virá pela frente ainda. Tudo o que tenho hoje são os seios super inchados, doloridos, apertados nos meus sutiãs que até há pouco tempo serviam normalmente e os enjôos, que apesar de serem na maioria dos dias bem suportáveis, às vezes fico tão mal que a sensação de que “vou ter um treco” parece que nunca vai passar. Só com estas duas pequenas coisinhas já vejo como nós, mães e futuras mães temos que lidar com mil coisas que aparecem todos os dias. E imagine você, minha caminhada só está começando!!!
    Tenho plena consciência de que nem tudo são rosas, tanto por minha formação (sou médica) quanto pelos vários conselhos de minha mãe, que sempre fez questão de me contar todas as faces da maternidade, boas e ruins.
    Espero lembrar de tudo isso nos momentos de desespero, e ver a luz no fim do túnel, pois os dias ruins virão, mas logo depois todas as alegrias de gerar e cuidar deste ser que eu desejei tanto virão também!!
    Parabéns pela coragem e apoio, por mostrar a todas as mães a VERDADE! Pois viver nesse conto de fadas que concordo que nossa cultura brasileira impõe, só torna a vida das mamães mais difícil, pois todas sabemos que não é bem assim!
    Um beijão!

  24. Proo 28 de maio de 2012

    Olá Gabriele. Obrigada por seu bilhetinho!
    Espero que sua dor no peito esteja diminuindo e que, no geral, tudo esteja bem com você.
    O que posso te dizer é que tem momentos mágicos para frente também e, a boa noticia, é que nos temos uma capacidade para se esquecer das coisas ruins. Tem que lembrar também que você tem amigas, familia que podem te ajudar e, como muitas mães antes da gente, venceremos!!
    Força para você
    Beijos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *